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18 maio 2018

Carillion e Big Four

Jim Peterson é descrente sobre a possibilidade do Reino Unido conseguir atacar o problema das Big Four de forma isolada:

A divisão das Quatro Grandes no Reino Unido não seria apenas ineficaz em escala global, porque não atingiria as dezenas de jurisdições estrangeiras nas quais 75% da receita das empresas FTSE 100 sediadas no Reino Unido é derivada. Nem tal movimento adicionaria qualquer nova competição.

17 maio 2018

Carillion ameaça o oligopólio das Big Four

Na década de oitenta, as principais empresas de auditoria começaram um processo de fusão / aquisição que resultou em cinco grandes empresas globais. O que era Big Eight virou Big Five. A crise da Enron teve como consequência o fechamento da Arthur Andersen e sobraram quatro grandes empresas: KPMG, EY, Deloitte e PwC. O domínio das Big Four é muito expressivo em quase todos os mercados de capitais do mundo.

Apesar da dificuldade de medir a qualidade do trabalho do auditor e de algumas mudanças na legislação - como o rodízio, as Big Four não podem reclamar da situação. Ou não podiam. Os problemas parecem ter iniciado com a quebra da empresa britânica Carillion. Ao contrário de outras situações, onde os problemas de auditoria estavam direcionados a uma ou duas das Big Four, na Carillion todas Four estão envolvidas. Além disto, o governo britânico tem uma tradição contábil respeitável, o que inclui bons reguladores e boas normas. Finalmente, a Carillion era uma grande empresa e seu fechamento trouxe problemas para a economia britânica. O regulador não ficou satisfeito.

Agora, uma comissão parlamentar trouxe um relatório analítico sobre o problema Carillion. E não perdoou ninguém: executivos, auditores, reguladores e governo não foram poupados. A culta dos diretores foi citada, assim como a falta de coragem do governo em enfrentar a imprudência das empresas. O Financial Reporting Council, responsável pela contabilidade na Grã-Bretanha, assim como o regulador na área de pensões, foram considerados passivos: “não temos confiança em nossos reguladores” (...) “mentalidade passiva e reativa” foram termos usados. Segundo o Guardian, a FRC deve ter mais poder, para ser mais agressivo e proativo, desde que mude sua cultura.

Auditores - Este talvez seja o ponto mais interessante do relatório. Os parlamentares sugerem que sejam aplicadas normas de concorrência, o que pode incluir o desmembramento à força. As empresas tiveram receitas elevadas e foram “incapazes de ter um grau de independência necessária”. Outra possibilidade é a separação do negócio de consultoria da auditoria.

A questão parece que atingiu fundo as Big Four, que, segundo o Financial Times (via aqui) estariam planejando uma reação. Segundo o relatório:

“É uma relação parasitária que vê os auditores prosperarem, independentemente do que acontece com as empresas, funcionários e investidores que dependem do seu escrutínio.”

O presidente da KPMG no Reino Unido reconheceu a existência de um oligopólio e que a empresa está pensando em um desmembramento há algum tempo. O negócio, como está, seria insustentável.

Rir é o melhor remédio

Fonte: via aqui

16 maio 2018

Opinião ainda é importante

Opinião ainda importa:

Em nosso estudo, avaliamos como cerca de 3.500 americanos reagiram à leitura de artigos de opinião. Obtivemos nossa amostra na Mechanical Turk, um serviço para obter amostras de conveniência on-line que não são representativas do público em geral (embora seja uma evidência recente de que a Mechanical Turk produz inferências generalizáveis ​​em estudos como o nosso). Nós designamos os participantes aleatoriamente para ler um dos cinco artigos de opinião, ou nenhum artigo de opinião. Posteriormente, fizemos uma pesquisa sobre os tópicos discutidos, para medir quantos leitores concordaram com os autores. Em seguida, comparamos as respostas da pesquisa entre aqueles que leram os artigos, com respostas daqueles que não tinham lido. Surpreendentemente, os entrevistados ficaram substancialmente mais propensos a concordar com o autor, cujo editorial eles leram. Por exemplo, algumas pessoas foram designadas para ler "The Other Veterans Scandal", de Michael F. Cannon e Christopher A. Preble, publicado pelo New York Times em 15 de junho de 2014, que criticou duramente o Departamento de Assuntos de Veteranos e propôs mudanças políticas importantes. Este editorial complexo foi fortemente persuasivo. Enquanto 50% dos que não foram designados para ler o artigo concordaram com os autores, 78% dos que o leram concordaram. Isso é um efeito de 28 pontos. Nem foi apenas este editorial em particular. Cada um dos outros que testamos - publicados originalmente no Wall Street Journal, no Newsweek ou no USA Today sobre infra-estrutura, mudanças climáticas, impostos e profissionais da área financeira - foram igualmente eficazes.

A pesquisa não parou aí. Os autores verificaram que a mudança não dependia, substancialmente, da crença da pessoa. Depois disto, eles replicaram a pesquisa com um público mais seleto, entre funcionários do Congresso, jornalistas e outros. Mesmo este público foi influenciado pelo artigo de opinião. Mais ainda, um mês depois, a leitura ainda influenciava as pessoas; o artigo de Cannon e Preble, citado anteriormente, ainda obtinha um efeito de 14% um mês depois (versus 28% logo após a leitura).

Isto é uma boa notícia: mesmo em período de divisão nas ideias, as pessoas são capazes de absorver as ideias e aceitar as opiniões alheias, desde que sejam razoáveis.

Resenha: Against the Education

Bryan Caplan já deixa claro o principal ponto do livro no seu título, The Case Against the Education : Why the Education System Is a Waste of Time and Money. Caplan reconhece que a educação é uma grande indústria, mas rejeita a ideia da teoria do capital humano de que a educação ensina algo útil e que isto já é suficiente para sua defesa. É algo difícil de aceitar, já que estamos acostumados ao bombardeio incessante daqueles que defendem o sistema educacional vigente. É importante notar que Caplan é contra o “sistema” atual, que obriga o aluno a aprender sobre o reino monera, a cinemática, os arranjos, o bizantino, as coníferas e os polímeros, entre outras inúmeras coisas. Veja a lista anterior e tente lembrar dos seis itens listados se você recorda da metade deles ou se você sabe associar cada termo a disciplina. Uma dica: todos são conteúdos obrigatórios de disciplinas ensinadas no ensino médio. Provavelmente você não irá conseguir lembrar o significado da maioria dos termos e talvez até nem saiba mais em qual disciplina você estudou cada um deles. Isto seria um forte indício que o conteúdo que fomos obrigado a estudar para obter a aprovação nas disciplinas do segundo grau era boa parte desnecessário. Para Caplan, no segundo grau, basta alguns conhecimentos de matemática e de línguas (no caso dele, o inglês). Assim, o sistema de de educação é uma grande perda de tempo e dinheiro. Os alunos estudam história durante longos anos, mas somente professores de história precisam de história no seu trabalho; inglês é a língua universal, mas no nosso currículo temos a opção de aprender espanhol; poucos trabalhos exigem matemática complexa, mas na graduação, inclusive de contabilidade, enfatizamos o ensino da derivada.

O autor defende a ideia de que a educação é antes de tudo uma sinalização. Qual a finalidade de aprender tanta coisa inútil se no mercado de trabalho as pessoas são pagas para ler, escrever e pensar? Segundo Caplan, os alunos gastam horas estudando coisas inúteis para o mercado de trabalho moderno, existindo uma total falta de conexão entre o conteúdo ensinado nas escolas e o que o mercado de trabalho necessita. Uma possível explicação é que o professor ensina aquilo que sabe - isto é realmente verdadeiro - e que existe grupos de pressão que tentam criar uma reserva de mercado tornando certos conteúdos obrigatórios. Este último ponto não está explicito no livro, mas é possível inferir a partir dos argumentos do autor. Já que o governo delegou ao sistema educacional a tarefa de determinar o que cada pessoa irá aprender, isto permite que apareça a possibilidade de tornar obrigatório o ensino de filosofia no segundo grau, por exemplo. Ou quem sabe educação financeira. Estes conteúdos não serão uteis para os alunos, mas criam um campo de trabalho gigantesco para os bacharéis em filosofia ou em economia.

Mas a crítica de Caplan esbarra na constatação de que a educação é cada vez mais importante. A teoria da sinalização tem resposta para isto: a educação é um sinal de esforço, conformidade às regras (ou submissão às expectativas sociais) e um sinal dispendioso e caro, que permite separar as pessoas. Isto também ajuda a explicar um aspecto curioso, já constatado em pesquisas empíricas: um garçom com graduação em história tem uma salário superior a um garçom sem graduação. Apesar deste resultado não fazer sentido, sob a ótica da teoria da sinalização isto é bastante plausível. Os bares, como todas as empresas, buscam empregados inteligentes, conscienciosos e conformitas. E o fato da pessoa ter feito uma graduação sinaliza estas características. Diante da existência de diversos candidatos a garçom, os bares favorecem os candidatos com graduação, apesar da irrelevância no trabalho do currículo acadêmico. Na etapa da contratação, a credencial “ter graduação” é importante.

Outro fato destacada por Caplan é que a educação é um caminho para a prosperidade individual, mas que não consegue explicar o crescimento econômico. Isto é realmente difícil de aceitar, mas a argumentação do autor é que não há uma relação causa e efeito entre educação e crescimento econômico. Ou seja, para um país crescer ele NÃO precisa investir em educação. Segundo Caplan, há uma causação reversa entre crescimento econômico e educação; ou seja, com o crescimento, as pessoas irão procurar a educação e não a educação conduz ao crescimento econômico, como somos induzidos a acreditar. Realmente é difícil de acreditar, mas se você ficou pelo menos curioso, leia o livro. Se você não acredita no que ele disse, leia os argumentos do autor para que possa ter uma visão diferenciada dos argumentos.

Vale a pena? Esta leitura é um grande teste. Não que seja difícil; pelo contrário, o livro possui uma linguagem bastante didática. Mas os argumentos são convincentes demais e o autor está sempre embasado em boas pesquisas científicas. Tenho certeza que este livro irá mudar a forma como você enxerga a educação. Mas é preciso coragem para enfrentar os argumentos.

Sobre os assuntos destacados no início do texto, Reino monera = biologia; cinemática = física, arranjo = matemática, bizantino = história, coníferas = geografia e polímeros = química.

Rir é o melhor remédio

(Foto de 1941)

15 maio 2018

Proteção contra predadores


Protection from predators from American Economic Association on Vimeo.

O vídeo mostra o que ocorre a um país quando o governo não mantém a lei e a ordem. Usando dados mundiais, uma pesquisa mostrou o efeito disto sobre as empresas.

Seria o polvo um ET?

Trinta e três cientistas (é isto mesmo, 33) publicaram um artigo científico no Progress in Biophysics and Biologia Molecular e aventaram a hipótese do polvo ser um alienígena vindo do espaço.

A possibilidade decorre da rapidez de sua evolução na Terra, elevada complexidade dos genes, cérebro grande, sistema nervoso sofisticado, olhos com semelhança a uma máquina fotográfica, camuflagem instantânea, entre outros. Via aqui

A adoção das normas internacionais aumentou os honorários do auditor

Durante a fase de antecedeu a adoção das normas internacionais de contabilidade era nítido o interesse das Big Four no processo. Seus melhores quadros saíram em defesa da decisão do Brasil de adotar a IFRS. Não que isto tenha sido bom ou ruim, mas era perceptível a torcida. Além disto e conforme já postamos diversas vezes neste blog, as empresas de auditoria são patrocinadoras importantes do Iasb, sendo que boa parte do orçamento desta entidade é tem sua origem nas Big Four.

A razão disto é fácil de entender: a adoção das normas internacionais representava uma grande oportunidade de expansão destas empresas de auditoria, podendo contar com a economia de escala e de escopo, além do aumento da receita.
Um trabalho de três pesquisadores cearenses mostraram o efeito da adoção das normas internacionais nos honorários de auditoria. Usando uma série histórica de 2009 a 2016 e analisando as cem maiores empresas brasileiras, Márcia Cunha, Lorena Mello e Paolo Araújo mostraram que a adoção das normas aumentaram os honorários em média de 9% no período. Os valores pagos foram devidamente corrigidos pela inflação e a pesquisa mostra ainda dois aspectos importantes: que os honorários são maiores quando se contrata uma Big Four e que o rodízio tende a reduzir esta influência.

Fonte: Da CUNHA, Marcia Gabrielle Fontinele; MELLO, Lorena Costa Oliveria; ARAUJO, Paolo G Lima. O Impacto das Normas Internacionais de Contabilidade nos Honorários dos Auditores Independentes das Companhias Brasileiras. RAGC, v. 6, n. 22, 2018.

Rir é o melhor remédio

Primeira classe da Air France em 1957:





13 maio 2018

Presença do gênero feminino entre os discentes

Objetivo: apesar de existirem movimentos em direção à igualdade de gêneros quanto ao acesso à educação e às oportunidades no mercado de trabalho, a escassa presença da mulher em profissões que no passado eram, predominantemente, masculinas ainda pode persistir. Assim, este estudo objetiva verificar a presença do gênero feminino entre os discentes dos programas de pós-graduação em Ciências Contábeis do Brasil, no período de 2010 a 2016.

Método: na Plataforma Sucupira, foram selecionados os 26 cursos de mestrado acadêmico, os 5 de mestrado profissional e os 13 de doutorado em Ciências Contábeis credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e com dados disponíveis para a pesquisa até 2016. Nesses, identificou-se um total de 3.013 discentes ingressantes, 2.058 de mestrado acadêmico, 530 de mestrado profissional e 451 de doutorado.

Resultados: os resultados da pesquisa indicam que o número de discentes do gênero feminino ingressantes nos programas de pós-graduação em Ciências Contábeis no Brasil são inferiores ao de discentes do gênero masculino, no período analisado, com visíveis diferenças regionais.

Contribuições: conclui-se que a presença do gênero feminino entre os discentes dos programas pesquisados tem evoluído, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para alcançar a igualdade de gêneros, o que é especialmente relevante se for considerado que isso pode se refletir em posteriores oportunidades de trabalho, uma lacuna de pesquisa a ser investigada.


Presença do Gênero Feminino entre os Discentes dos Programas de Pós-Graduação de Ciências Contábeis no Brasil
Daniele Cristina Bernd, Marcielle Anzilago, Ilse Maria Beuren

Fonte: Aqui

Space X - Parte 2

Recentemente postamos como a questão dos custos pode influenciar substancialmente a SpaceX.

A SpaceX é uma empresa de transporte espacial, fundada por Elon Musk. Um dos objetivos é a colonização de Marte. Mas enquanto isto, a empresa está desenvolvendo foguetes para colocar cargas na órbita terrestre, incluindo satélites.

As conquistas da SpaceX incluem o primeiro foguete de combustível líquido com financiamento privado a chegar à órbita da Terra (Falcon 1 em 2008); a primeira empresa com financiamento privado a lançar, orbitar e recuperar uma nave espacial (Dragon em 2010); a primeira empresa privada a enviar uma nave espacial para a Estação Espacial Internacional (EEI) (Dragon em 2012); o primeiro pouso propulsivo de um foguete orbital (Falcon 9 em 2015); e a primeira reutilização de um foguete orbital (Falcon 9 em 2017).

A agência espacial dos Estados Unidos tem interesse em usar, futuramente, os foguetes da empresa para levar astronautas. Na postagem comentamos que um dos focos da empresa é a redução dos custos, através da reutilização dos foguetes e seus componentes. Mas o futuro da empresa pode depender de outros aspectos. O foguete Falcon 9 é bastante eficiente em termos de força/impulso. Isto significa que cargas mais pesadas podem ser transportadas. Em outras palavras, mais receitas. E também pode ajudar a reduzir o custo total. Ou redução do preço, permitindo o acesso de novos clientes.

Além disto, parece que há uma melhoria na probabilidade de pouso; isto significa maior reutilização dos componentes. Algumas peças poderão ser reutilizadas de 10 a 100 vezes. Outro aspecto interessante: um foguete pode levar semanas, em lugar de meses, para ser usado. Isto se deve ao material usado na construção dos foguetes e ao trabalho necessário para preparar para um nova missão.

Rir é o melhor remédio

É velha, mas ...

Quanto é 2+2, segundo algumas profissões:

Engenheiro: A resposta está entre 3,98 e 4,02

Corretor imobiliário: Eu vou resolver isso depois que você concordar em me pagar 1% da resposta.

Matemático: Em 3 horas posso demonstrar a minha prova que revelará a resposta que todos procuraram.

Filósofo: Este problema é solucionável.

Dentista: Se você não escová-los corretamente, haverá apenas 3.

Assistente social: Eu não sei a resposta, mas estou feliz por termos discutido a questão.

Advogado: No caso de Nerd vs HMRC, 2 + 2 foi considerado como sendo 4

Político: Essa não é a verdadeira questão.

Comerciante de câmbio: você está comprando ou vendendo?

Médico: vou pedir uns exames e depois você marcar outra consulta

Consultor: para responder é necessário a elaboração de um plano estratégico seguido de ...

Contadores: O que você quer que seja?

12 maio 2018

Frase

Para aqueles que defendem mais verbas para a educação no Brasil:

Consider that Brazil is proportionately the fourth largest spender on secondary education measured against the wealthy Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) economies, and ranks just behind the Netherlands (and ahead of the U.S.) on public university spending.

Desafio aos leitores

Veja um problema de contabilidade e/ou matemática, a partir de uma notícia de jornal (Procuradoria do Estado do Rio tenta evitar parcelamento de dívida em 2.097 anos, Renata Batista, O Estado de S.Paulo, 10 Maio 2018). Os elementos são esses:

A Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) está brigando na justiça para evitar que uma empresa parcele em 2.097 anos uma dívida tributária. O recurso visa também garantir que a empresa possa ser acionada criminalmente, já que ela simulou de forma irregular milhões de reais em crédito fiscal sem lastro. (...) A situação foi criada depois que uma decisão da 11ª Vara de Fazenda Pública autorizou a empresa F’Na é Ouro Gestão de Franchising e Negócios, que atuou até 2012 na distribuição de bebidas para o grupo Petrópolis, a limitar as parcelas mensais de uma dívida de R$ 1,1 bilhão a 2% do seu faturamento.


Qual o valor do faturamento da empresa?

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11 maio 2018

GM da Coréia

A GM da Coréia do Sul, uma empresa com participação do governo do país asiático (17%), ameaçou pedir falência em razão dos problemas estruturais. Depois de um acordo com os sindicatos, que implicou na concessão salarial e na redução no número de funcionários em quase 3 mil (de um total de 16 mil), a empresa divulgou esperar que a unidade volte a ter lucro. O banco de fomento da Coréia disse que este resultado pode demorar, em razão de uma diligência feita por uma afiliada da PwC, em uma análise mais pessimista.

O prejuízo líquido anual da GM Coréia aumentou para US $ 1,1 bilhão no ano passado, seu quarto ano consecutivo em vermelho, depois que a decisão da GM de retirar sua marca Chevy da Europa levou à redução das exportações para o principal mercado de exportação.

Para evitar a falência da GM da Coréia os principais acionistas concordaram com um pacote de resgate de 7 bilhões de dólares, sendo um pouco mais de 10% do governo coreano. Pelo acordo, a GM não pode fechar a fábrica nos próximos dez anos.

Desde que os problemas da filial coreana foram divulgados, as ações da GM caíram no mercado acionário (gráfico).

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Efeito do escândalo

No início de 2017 a empresa de telecomunicações BT descobriu uma fraude envolvendo a filial italiana. O preço das ações caiu em 18%. Alguns meses depois, a empresa anunciou que a PwC deixaria a função de auditor. Uma investigação descobriu práticas contábeis inadequadas envolvendo receita, compras e leasing.

Agora, a BT anunciou medidas para reduzir custos, o que inclui a demissão de 13 mil pessoas, de um total de mais de 100 mil empregados, além da mudança de sede.

Muralha da China e o Popular

Durante 30 anos, a empresa PwC auditou o Banco Popular, uma instituição financeira espanhola. Em nenhum momento, a empresa de auditoria fez ressalva na contabilidade do Popular. O sexto maior banco da Espanha começou a apresentar problemas em 2017. Em poucos dias, o Popular foi adquirido pelo Santander por um euro.

No balanço de 2016, com prejuízo de 3,5 bilhões, a PwC só apresentou uma parágrafo de ênfase. Depois de vendio ao Santander, o Popular teve um prejuízo divulgado de 12,2 bilhões e a PwC, neste momento, fez um parecer mais realista. A empresa de auditoria ainda está sendo investigada sobre possíveis crimes cometidos no trabalho no Popular. A PwC também é a empresa que faz a auditoria no Santander.

O jornal El País revelou que durante a crise do Popular, um outro banco, o BBVA, analisou a possibilidade de fazer uma oferta. No mês de maio de 2017, o BBVA analisou o Popular; e entre os dias 4 e 6 de junho novamente discutiu esta possibilidade. O Popular foi liquidado entre os dias 6 e 7 de junho. O BBVA decidiu não fazer uma oferta em razão

un gran déficit de provisiones para cubrir los créditos inmobiliarios y los de pymes, así como un gran riesgo por los posibles litigios legales de los afectados, por los créditos fiscales y por otros riesgos genéricos.

El BBVA calculó que, para absorber al Popular, necesitaba una ampliación de capital de 13.900 millones, casi el doble de la cantidad que precisó el Santander para adquirirlo.

Um fato importante nesta análise. Segundo o El País, o BBVA contou com a assessoria de um empresa de auditoria. Quem?

Fuentes de PwC y del BBVA no hicieron comentarios sobre esta cuestión por motivos de confidencialidad en sus contratos de colaboración. Esta colaboración no es ilegal ya que las auditoras tienen otros departamentos que realizan trabajos de asesoría y trabajan con el principio de “muralla china”, es decir, sin comunicación de información.