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19 setembro 2017

Sears e Toy R Us em apuros

Duas empresas tradicionais que estão em sérios apuros. A primeira, a Sears, fundada em 1886 e ainda hoje um dos maiores nomes do varejo dos Estados Unidos, Canadá e México. A empresa dos Estados Unidos anunciou no início do ano um plano de reestruturação para cortar US$1 bilhão de custo. Somente no primeiro semestre foram fechadas 52 lojas da empresa e mais cortes virão. Em 2010 a empresa tinha 3.500 lojas físicas; hoje são 695.

A empresa canadense, diante da incerteza se teria caixa e dúvidas sobre sua continuidade, anunciou um plano de reestruturação e venda em meados deste ano. Isto inclui fechar lojas e demitir funcionários. A empresa mexicana é 100% de propriedade do bilionário Carlos Helú.

A segunda empresa é a Toy “R” Us, fundada em 1948 e tradicional varejo de brinquedos. Ontem a empresa solicitou proteção legal, um pedido de insolvência, para permitir uma melhor negociação da dívida de 5 bilhões de dólares, além de melhorar as operações da empresa, em especial a entrega dos presentes de natal. São 64 mil empregados e 1.600 lojas.

Efeito Amazon?

Passaporte

Gestores de construtoras brasileiras envolvidos no escândalo de corrupção conhecido como Lava-jato compraram propriedades em Portugal e pediram visto de residência ao abrigo do programa “vistos gold”, noticia o jornal britânico The Guardian.

As propriedades terão sido adquiridas em 2014, depois do início das investigações relacionadas com o processo Lava-jato, e os vistos terão sido pedido na mesma altura.

O ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez Otávio Azevedo, que foi condenado a 18 anos de prisão domiciliar pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, comprou uma propriedade em Lisboa por 1,4 milhões de euros e pediu o visto permanente.


Fonte: Aqui. Aqui uma discussão sobre o fato de Madonna estar vivendo em Portugal.

Links

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Lembrar a existência de viés comportamental no mercado melhora o desempenho dos investidores

Nenhum problema com os envelopes do Emmy

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BNDES resiste em devolver 180 bilhões,  mas Temer já decidiu que vai

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Tecnologia e contabilidade

O potencial de aplicação de inovações tecnológicas na contabilidade continua crescendo. No trecho do artigo a seguir mais alguns exemplos:

(...) A EY Global Artificial Intelligence Lab recentemente aplicou AI (Inteligência Artificial) e tecnologias de aprendizado profundo para o processo de contabilidade de arrendamento. A AI é usada para simplificar a captura de dados de contratos, identificando as cláusulas relevantes para o tratamento contábil, como a data de início de arrendamento, os valores de pagamento e as opções de renovação ou de rescisão. Ao facilitar a captura de dados desses contratos, as equipes EY são capazes de trabalhar de forma muito mais rápida e eficiente.

(....) A aprendizagem de máquina pode ser usada para elaborar um modelo de previsão de fraude contábil para calcular com maior precisão a probabilidade de distorções materiais futuras, melhorando a qualidade da auditoria.

A EY recentemente anunciou a expansão do uso de drones em observações de inventário. A fim de aprimorar a qualidade da auditoria, este extenso projeto piloto está usando a tecnologia pioneira da indústria para melhorar a precisão e a freqüência da coleta de dados de contagem de inventário. Ao inovar o processo de contagem de estoque usando tecnologia inovadora de drone, AI e aprendizagem de máquinas, criará uma capacidade que pode revolucionar áreas de fabricação, cadeia de suprimentos e gerenciamento de inventário. (...)

Felice Persico, da EY. continue lendo aqui

KPMG agiu adequadamente na auditoria do HBOS

O HBOS plc é uma instituição bancária e empresa de seguros com sede no Reino Unido e controlada pelo Lloyds Banking Group. O HBOS foi formado em 2001 pela junção do Halifax e Bank of Scotland (por isto o nome). Naquele ano era a quinta maior instituição bancária inglesa.

Durante a crise de 2008, as ações do HBOS sofreram um grande queda nos preços em razão dos rumores sobre sua situação financeira. Logo depois, a instituição foi incorporada ao grupo Lloyds, mas as autoridades tiveram que reforçar seu capital em 20 bilhões de libras. Na época, criticou-se o auditor, a KPMG, de não ter percebido os problemas da instituição.

Agora, em 2017, o regulador do mercado britânico, o Financial Reporting Council (FRC) concluiu que a KPMG agiu adequadamente, dentro dos padrões esperados por uma auditoria.

Deloitte com receita recorde de US$ 39 bilhões

Saiu no Financial Times: a Deloitte divulgou receitas globais de vendas de US$ 39 bilhões, a EY de US$ 31 bilhões e a PWC ainda não publicou nenhum resultado. A divisão que mais cresceu na Deloitte, com aumento de 13% nas receitas, foi a consultoria de risco, que aconselha as companhias quanto a questões relacionadas a crimes cibernéticos e regulação. A divisão de consultoria da Deloitte, sua maior linha de negócios, apresentou um aumento de 10% das receitas, que a empresa atribuiu a investimentos em áreas incluindo inteligência artificial, robótica, computação em nuvem e tecnologia de protocolo de confiança. As áreas de consultoria estão crescendo mais que as de auditoria.

Na última década as Big Four diversificaram os seus negócios e reduziram a dependência do trabalho de auditoria, em parte por causa do aumento da competitividade para esses contratos e outra pelo aumento do rigor regulatório para as práticas contábeis. Todas as empresas Big4, Deloitte, EY, KPMG e PWC, foram multadas por reguladores de todo o mundo nos últimos 12 meses, destacando a dificuldade da eliminação da má conduta em redes globais de firmas associadas, que empregam centenas de milhares de empregados e abrangem dezenas de países. Essas questões surgiram novamente quando a pressão recaiu recentemente sobre a KPMG em relação a negócios que o escritório sul-africana prestou para a controversa família Gupta.

Rir é o melhor remédio

Frase motivacional do dia:

18 setembro 2017

Ensino de Teoria na Pós-graduação

Um artigo de Iudícibus, Beuren e Santos sobre a disciplina de Teoria na pós-graduação no Brasil:

Este estudo objetiva analisar como o ensino da Teoria da Contabilidade ocorre nos Programas de Pós-Graduação de Ciências Contábeis do Brasil. Pesquisa com abordagem qualitativa foi realizada a partir da análise de conteúdo dos planos de ensino de 27 cursos. Os resultados mostram que 30 docentes lecionam a disciplina nos programas analisados. A maior parte deles possui livros publicados em outras áreas, poucos possuem livros no escopo da disciplina analisada. A disciplina é obrigatória para a maioria dos cursos de mestrado, enquanto que nos cursos de doutorado apenas alguns possuem uma disciplina específica, geralmente denominada de Teoria Avançada da Contabilidade. Em relação aos conteúdos, o núcleo fundamental da teoria contábil, princípios, postulados e evolução histórica são discutidos na maioria dos cursos. Em volume pouco considerável, assuntos distintos são disseminados nos cursos, inclusive alguns de outras áreas, por exemplo, governança corporativa, contabilidade ambiental, auditoria, ensino da contabilidade. Em alguns programas predomina a abordagem macroeconômica, com viés positivista. Em relação às referências, destacam-se as obras dos autores Iudícibus, Hendriksen e Van Breda, convergindo com pesquisas realizadas em cursos de graduação. Contudo, outros autores se sobressaem, como Watts e Zimmerman, Kam, Most e Scot, além dos pronunciamentos contábeis.

Listas: os melhores cursos, segundo RUF

1º) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
2º) Universidade de São Paulo (USP)
3º) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
4º) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)
5º) Universidade de Brasília (UNB)
6º) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
7º) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
8º) Universidade Federal do Paraná (UFPR)
9º) Universidade Federal da Bahia (UFBA)
10º) Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)

Ver mais aqui (Dica: profa. Ducineli, grato)

Petrobras e a previsão de queima de caixa

No final de 2014 a empresa Moody´s alertava para a queima de caixa na Petrobras. Isto significava que a empresa poderia reduzir seu volume de recursos existentes no caixa para níveis mínimos. E o alerta que isto iria ocorrer depois de 2016, mantendo a situação existente na empresa. A Moody´s baseou sua previsão na impossibilidade da Petrobras cortar seus investimentos.

Entre 2010 a 2013 o valor de caixa e equivalentes da Petrobras esteve em torno de 40 bilhões de reais. Este valor chegou a 68 bilhões no primeiro trimestre de 2014 e caiu para 50 bilhões dois trimestres depois. Até aquele momento, a média do caixa de investimento era de -20 bilhões de reais por trimestre. Já o caixa das operações médio era de 14 bilhões. Ou seja, por trimestre a empresa necessitava de 5 bilhões de reais, em média.

Admitindo que a empresa, a partir de 2014, não captasse mais dinheiro pelo fluxo de financiamento e que o caixa existente, de 44 bilhões no final de 2014, tivesse sido usado para cobrir o investimento, o caixa da empresa duraria um pouco mais de dois anos:

44 / 5 = 8,8 trimestres.
(No gráfico acima, o azul é o caixa das operações, o vermelho é o caixa de investimento e o amarelo corresponde ao caixa de financiamento. O gráfico mostra o período de 2010 ao segundo trimestre de 2017 e está em R$ milhões)

Entretanto, do final de 2014 até o segundo trimestre de 2017 a empresa conseguiu aumentar seu caixa das operações para 22 bilhões (era 14 bilhões). Ao mesmo tempo, o corte nos investimentos foi expressivo: caiu de 20 bilhões para 9,6 bilhões, em média, entre 2015 ao segundo trimestre de 2017. E o pagamento dos financiamentos foi, em média, de 10,3 bilhões (era positivo em 6,3 bilhões antes). Com base nestes dados temos que a soma dos fluxos perfaz um total médio de 2 bilhões de reais sendo agregado ao caixa e equivalentes (estamos desconsiderando a variação cambial). Ou seja, a queima de caixa foi estancada: o saldo do caixa, no final de 2014, era de 44 bilhões; no final do primeiro semestre de 2017 era de 78 bilhões.

Há uma ressalva neste dado: o desempenho do segundo trimestre de 2015 foi crucial para o resultado. Sem este trimestre, a variação do saldo de caixa médio seria negativa em 2,2 bilhões.
(O gráfico acima mostra o saldo de caixa e equivalentes no final do trimestre. Observe que logo após a projeção, o saldo cresceu substancialmente)

Remuneração de Executivos e medidas não-GAAP

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos (via aqui) mostrou que os executivos que fizeram grandes ajustes positivos no desempenho fora dos princípios contábeis (medidas Não-GAAP), entre 2010 e 2015, receberam 23% a mais na sua remuneração anual esperada, em relação aos valores utilizando os princípios contábeis.

Em geral a contabilidade das empresas obedece às normas contábeis emanadas dos reguladores. Nos Estados Unidos estas normas seriam emitidas pelo Fasb. Entretanto, as empresas podem divulgar outras medidas de desempenho; esta liberdade poderia ser aproveitada quando as medidas contábeis não expressassem o verdadeiro desempenho da empresa. Entretanto, as medidas que fogem aos princípios contábeis são divulgadas para “manipular” o resultado. Além disto, os executivos tendem a enfatizar a divulgação dos resultados favoráveis, o que se torna um incentivo para o uso das medidas não-GAAP.

Outro aspecto é o fato dos executivos muitas vezes terem o controle do sistema de compensação. Eis um exemplo nacional: comitê de remuneração do Bradesco é composto do presidente do Conselho de Administração, do diretor-presidente, dois membros do Conselho de Administração e um membro não administrador.

Rir é o melhor remédio