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04 dezembro 2012

Fato mais relevante da história da contabilidade


Qual o fato mais relevante da história da contabilidade brasileira? Provavelmente as respostas irão variar conforme o respondente. Fiz, com meus alunos de Teoria Contábil, uma investigação para saber o que eles achavam. Muitas respostas, a maioria interessante. Uma discente afirmou que a criação dos armazéns alfandegários, juntamente com a chegada do primeiro contador, nas primeiras décadas do domínio português. Outros se lembraram da chegada da família real, incluindo a criação do erário régio e a obrigatoriedade das partidas dobradas. O código comercial, quase cinquenta anos depois, também foi citado. Um discente lembrou-se do desenvolvimento da profissão entre os anos 20 e 30 do século passado. Esta é uma resposta que não estava na minha lista, mas devo reconhecer que faz bastante sentido. Vários deles se lembraram da criação do conselho e da normatização da profissão, em 1946. Um aluno se lembrou do período após 1964, quando o novo governo modernizou o sistema financeiro, criando o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central e passou a obrigar a contratação de auditores.  Sem dúvida nenhuma uma boa lembrança.

Finalmente, as duas principais respostas que obtive: a lei 6404, de 1976, e a adoção das normas internacionais (e criação do CPC).

Ao analisar as respostas dos meus alunos cheguei a uma conclusão: não saberia responder qual o fato histórico mais importante da contabilidade brasileira. Como é bom aprender com os meus alunos.

Petróleo, erro estratégico

Nesta semana, foi publicado um livro que ajudei a organizar, chamado “Petróleo – reforma e contrarreforma do setor petrolífero brasileiro” (Campus, 2012). A organização foi conjunta com Luiz Paulo Vellozo Lucas e o livro, além dos organizadores, contou com artigos de 19 autores, entre eles alguns dos mais conceituados analistas do setor de energia.
Na sua apresentação, fazemos uma distinção entre erros simples e estratégicos. Uma pessoa pode ir a um restaurante e escolher mal o prato. É algo sem maiores consequências. Já casar com a pessoa errada pode ser fonte de dor de cabeça por muitos anos para ambas partes.
Analogamente, uma empresa pode planejar a produção de um mês julgando que a demanda vai ser X e a demanda ser 10% maior, perdendo a chance de aproveitar melhor o momento, mas podendo se recuperar no mês seguinte. Já o erro poderá ser fatal se ela escolher apostar tudo num produto que está sendo abandonado pelos consumidores.
Esse tipo de equívoco é o que se denomina de “erro estratégico”. Trata-se de atos que moldam a ação de um agente durante anos e podem, no limite, levar à falência (quando se trata de uma empresa).
A comparação é válida para as economias. Um país pode reduzir juros quando deveria aumentá-los ou aumentá-los quando deveria reduzir, mas nada disso é muito grave, pois trata-se de uma decisão errada com efeitos limitados e que pode ser corrigida pouco tempo depois. Opções estratégicas, porém, têm efeitos duradouros.
[...]Os historiadores que analisarem no futuro a primeira década do atual século provavelmente qualificarão de forma parecida a mudança de regime feita pelo Brasil em 2010 no setor de petróleo, quando adotou a partilha e resolveu privilegiar a política de conteúdo local, jogando pela janela um modelo que tinha dado certo durante 13 anos, com resultados espetaculares. Enquanto o modelo de concessão vigorou sozinho, foram realizadas diversas rodadas de licitação, as reservas provadas do país dobraram, a produção elevou-se em 150 % e a arrecadação acumulada da soma da participação especial e dos royalties alcançou mais de R$ 160 bilhões. Tudo funcionava muito bem, até o setor ser atropelado pela agenda ideológica que orientou a mudança de regime.
Confirmando mais uma vez o sarcasmo de Delfim Netto, de que “quando o governo compra um circo, o anão começa a crescer”, a intervenção oficial travou o setor. Embora o cidadão comum possa julgar que o setor de petróleo vai de vento em popa, os fatos demonstram o contrário: as metas de produção não têm sido alcançadas, o país – cada vez mais distante da autossuficiência – importa quantidades crescentes de derivados e as empresas – incluindo a Petrobras – penam por conta do radicalismo da política de conteúdo local. No longo prazo, nada poderia ser mais preocupante do que a redução da área exploratória, do pico de mais de 340 mil km2 em 2009, para apenas um terço disso atualmente, devido à falta de novos leilões nos últimos anos.
A presidente queixa-se da falta de investimentos no país e, nos meios oficiais, as reclamações são contra o ambiente internacional de crise. A questão, porém, é que apesar da crise, há países da América Latina que estão muito bem, com destaque para Chile, Peru e Colômbia. Este último, especificamente, tem uma empresa de petróleo (Ecopetrol) que tem dado um “show de bola” no mercado internacional, seguindo os passos da Petrobras de 1997/ 2009 e rivalizando com ela em valor de mercado, apesar de ter ativos que são uma fração modesta dos ativos da nossa estatal.
Como diz corretamente Wagner Freire, antigo quadro histórico da Petrobras e que ajudou a escrever a história de sucesso da empresa, em um dos capítulos do livro, “as diferenças [entre as empresas] são enormes, mas o que conta mesmo para o valor de mercado é o que o mercado pensa sobre a administração da companhia e o comando do controlador”. Nesse sentido, a combinação de 1) incerteza regulatória; 2) guerra federativa; 3) ausência de leilões; 4) excessos da política de conteúdo local; e 5) controle de preços, está sendo uma “bola de ferro” que impede o retorno do ciclo virtuoso do setor, que poderia ter um papel fundamental para o crescimento do PIB. A revisão do modelo regulatório do setor deveria entrar na agenda, sob pena de perdermos uma oportunidade histórica de utilizar adequadamente a riqueza de nosso solo.

Política Fiscal e a participação da sociedade


Recentemente o governo federal anunciou que não conseguirá alcançar a meta do resultado primário para o setor público de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Apesar dessa notícia não ter sido uma surpresa para quem acompanha as contas públicas, uma análise mais detalhada dos dados assusta e levanta dúvidas sobre a capacidade de o governo federal conciliar sua agenda de aumento do investimento público com redução da carga tributária.
É interessante observar que enquanto todos parecem ter opinião formada sobre taxa de juros e sobre os erros e acertos do Banco Central, o cidadão comum fica alheio ao debate anual do orçamento que é, justamente, a área na qual decisões políticas são mais importantes do que decisões técnicas. Em vez de discutir "juros" (política monetária), o cidadão brasileiro deveria se envolver mais no debate fiscal, pois neste as decisões são políticas. Mas isso não acontece por pelo menos três motivos.
Primeiro, não há dentro do próprio governo um consenso de como as estatísticas fiscais são divulgadas. Por exemplo, a despesa primária (gasto não financeiro do governo federal), em 2011, foi de 17,5% do PIB de acordo com o Tesouro Nacional. No entanto, o Boletim da Secretaria de Comunicação da Social da Presidência da República, Nº 1656, de 13 de novembro de 2012 mostra que: "os investimentos anuais do governo federal em políticas sociais saltaram de 13% do PIB há dez anos para quase 17% em 2012."
[...]Segundo, há ainda no Brasil falta de informação quanto ao custo de alguns programas. Cito dois que passaram a ser importantes: o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES. Independentemente do mérito desses dois programas, o custo deles deveria ser claro para que a sociedade pudesse decidir se quer gastar mais ou menos com esses programas frente a outras despesas e outros investimentos.
No entanto, poucas pessoas têm ideia do custo desses programas. No caso do MCMV, praticamente metade do custo desse programa de 2009 a 2011 foi bancado pelo FGTS. E o seu custo não é pequeno. O custo total desse programa, inclusive os subsídios pagos pelo FGTS, passou de R$ 2,8 bilhões, em 2009, para um valor que ficará próximo a R$ 17 bilhões este ano.
O caso do PSI é ainda mais nebuloso. O governo federal se recusa a dar informações relativas ao custo desse programa. Vale lembrar que os empréstimos do Tesouro Nacional para os bancos públicos saíram de um valor inferior a R$ 10 bilhões, no início de 2008, para R$ 369,1 bilhões, em setembro. É muito provável que o estoque desses empréstimos cresça para meio trilhão de reais nos próximos dois anos. 
Terceiro, apesar de o governo ter um baixo controle sobre a execução orçamentária, já que apenas 10% da despesa não financeira pode ser considerada discricionária, na prática o governo vem utilizando de artifícios que têm tornado a execução das despesas obrigatórias ainda mais rígidas. Um exemplo disso é o crescimento excessivo do saldo de restos a pagar não processados, recursos empenhados de anos anteriores que são pagos no ano corrente.
[...]As despesas de anos anteriores passam a competir com despesas do orçamento do ano e, em algum ano, o equilíbrio precisa vir ou pelo aumento maior da receita ou por uma queda do primário.
Infelizmente, enquanto não houver maior transparência no custo das politicas públicas e no debate e execução do orçamento, o debate fiscal ficará restrito a “especialistas” e não a quem de fato importa neste debate que é o cidadão, que utiliza serviços públicos e paga uma carga tributária de primeiro mundo.


Mulheres e negociações salariais


Although some scholars have suggested that the income gap between men and women is due to women’s reluctance to negotiate salaries, a new study at the University of Chicago shows that given an invitation, women are just as willing as men to negotiate for more pay.
Men, however, are more likely than women to ask for more money when there is no explicit statement in a job description that wages are negotiable, the study showed.
“We find that simple manipulations of the contract environment can significantly shift the gender composition of the applicant pool,” said UChicago economist John List, the Homer J. Livingston Professor in Economics.
List was a co-author of a paper based on a study of people responding to job advertisements in which salaries were advertised either as negotiable or fixed. Women were three times more likely to apply for jobs with negotiable salaries and to pursue negotiations once they applied, the study found.
Among those responding to an explicit salary offer, 8 percent of women and 11 percent of men initiated salary negotiations. When the salary was described as negotiable, 24 percent of women and 22 percent of men pursued salary discussions.
“By merely adding the information that the wage is ‘negotiable,’ we successfully reduced the gender gap in applications by approximately 45 percent,” said List.
Previous studies have shown that men are nine times more likely than women to ask for more money when applying for a job, but this paper is the first to use a field experiment to look at gender differences in the way men and women approach salary negotiations.
[...]The study found that when men determined that salary was fixed, their probability of applying was 47 percent, compared with 32 percent for women. When salary was negotiable, the probability of women applying increased to 33 percent, whereas men’s probability decreased to 42 percent.
Despite efforts to promote gender equality, women make about three-fourths as much as men, surveys have shown. Additionally, women hold only 2.5 percent of the highest paid jobs in American firms. The gap in wages begins when a person is hired, so encouraging negotiations from the beginning is likely to have a long-term impact on salary, List said.
A variety of factors may explain the gender differences in salary, including negotiations after a person is hired and differences in women’s willingness to negotiate for jobs other than the ones advertised, the paper concluded.

Auditoria, China e SEC

O organismo regulador do mercado de ações dos Estados Unidos, SEC, acusou nesta segunda-feira cinco grandes empresas de auditoria de ocultar informações de empresas chinesas registradas nas bolsas americanas.

"Os materiais de auditoria estão sendo procurados como parte das investigações de nove empresas chinesas", disse a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana. As cinco empresas acusadas são BDO China Dahua, Deloitte Touche Tohmatsu Certified Public Accountants, Ernst & Young Hua Ming, KPMG Huazhen e PricewaterhouseCoopers Zhong Tian.

Segundo a SEC, foram violadas as leis do Securities Exchange Act e a Lei Sarbanes-Oxley, que exige que empresas estrangeiras de contabilidade pública forneçam informações à SEC quando requeridas.

Investigadores da SEC têm tentado obter essas informações há meses, mas as auditorias têm se recusado a cooperar, diz o comunicado.

"As empresas que realizam auditorias sabendo que não pode cumprir com as leis que exigem o acesso a esses documentos devem enfrentar sanções graves", disse Robert Khuzami, diretor da Divisão de Execução da SEC.

SEC acusa grandes empresas de auditoria de ocultar dados de empresas chinesas
Por AFP


Leia mais aqui, aqui e aqui

03 dezembro 2012

Rir é o melhor remédio

Como descrever Breaking Bad para diferentes pessoas. Mais outras aqui.

HP

Os números referentes a aquisição da empresa Autonomy por parte da HP e a recente baixa contábil contam uma história interessante.

Quando a HP comprou a Autonomy, o valor de mercado da empresa era de 5,9 bilhões. A HP pagou 11 bilhões de dólares, um adicional de 5,1 bilhões. O valor contábil da empresa era de 2,1, indicando que o prêmio sobre o valor contábil pago pela HP foi de 8,9 bilhões. Logo após a aquisição, a HP perdeu 15 bilhões de dólares de valor de mercado. É bem verdade que parte da redução do valor de mercado deve-se a outros fatores, mas provavelmente a aquisição talvez tenha influenciado na penalização do mercado.

Na baixa contábil realizada recentemente o valor foi de 8,8 bilhões, sendo cinco bilhões referentes à perda de valor do negócio, em razão de “problemas contábeis”. Observe que este valor é muito próximo ao ágio pago pela HP em relação ao valor de mercado da empresa.

Coincidência?

Doação contábil

Geralmente o contador é visto como uma figura sem sentimentos, “neutro”, que não ajuda o próximo. A Accounting for International Development (AfID) mostra que isto não é verdadeiro. Fundada em 2009, esta entidade procura oferecer serviços profissionais para aqueles que não possuem experiência ou tempo.

Se um hospital faz um bom trabalho numa região pobre, é necessário informar, através de demonstrações financeiras adequadas ao doador, o seu trabalho. Além dos profissionais voltados para atividades fins, as entidades em fins lucrativos também necessitam de apoio na área financeira.

A AfID auxilia mais de 150 entidades, com 300 voluntários enviados a países pobres do mundo. A entidade recebe apoio de diversas organizações, inclusive empresas de auditoria como KPMG, E&Y, Deloitte, BDO, Grant Thornton, PwC, entre outras.

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Por que cai o investimento?

Autor: Armando Castelar
Correio Braziliense - 28/11/2012

O pífio desempenho do PIB em 2012 reflete em parte o menor crescimento do consumo das famílias, que deve fechar o ano na faixa de 3%, contra 4% em 2011. Essa perda de dinamismo ocorreu a despeito da significativa alta na massa salarial real, de quase 6%, fruto de um mercado de trabalho cada vez mais apertado, sendo explicada provavelmente pela expansão mais lenta do crédito às famílias.
O principal destaque negativo do ano será, porém, a queda no investimento, que pode superar 3%, contra alta de 5% em 2011. Essa queda é tão mais notável quando se leva em conta os inúmeros benefícios que o governo vem dando às empresas que se dispõem a investir: depreciação acelerada, empréstimos do BNDES com juros reais negativos, isenções tributárias, proteção tarifária, além, claro, da redução de 5,25 pontos percentuais na Selic. O que explica o investimento cair dessa forma?
Não há uma única explicação, mas um conjunto de fatores. Primeiro, o agravamento do quadro econômico internacional, com o aprofundamento da crise europeia e suas repercussões sobre os EUA e a China. Em particular, os exportadores de commodities sofrem com a redução da demanda por seus produtos e quedas nos seus preços e é natural que adiem projetos de expansão da capacidade de produção.
Não obstante, a crise está longe de explicar tudo ou possivelmente a maior parte dessa retração. Basta ver que outros países latino-americanos, em geral ainda mais dependentes da exportação de commodities que o Brasil, estão investindo mais este ano do que em 2011: Chile, mais 9%; Peru, mais 5%; Colômbia, mais 3%; por exemplo.
Segundo, a indústria segue com desempenho bastante fraco, devendo apresentar contração na sua produção de 2,3% este ano. Com capacidade ociosa relativamente alta, faz pouco sentido para as empresas industriais investirem, especialmente com o encarecimento dos bens de capital importados, a partir da desvalorização do real. Além disso, com a alta dos salários e a queda da produtividade, o custo unitário do trabalho aumentou acima da inflação, comprimindo as margens do setor e reduzindo o retorno a ser obtido de novos investimentos.
Terceiro, o setor de construção residencial deu uma parada de arrumação, por conta da alta pronunciada nos custos, em especial de mão de obra, que reduziram as margens.[...]

Quarto, problemas de gestão e o combate à corrupção fizeram com que o volume de investimento público fique bem aquém do que poderia ser se todos os recursos disponíveis fossem utilizados. Recentemente, o ministro dos Transportes anunciou, por exemplo, que o investimento da pasta deve cair este ano cerca de 14% em termos reais.
Quinto, o uso das estatais como instrumento de combate à inflação está comprimindo suas margens de lucro e, consequentemente, sua capacidade de investimento. A Petrobras é o melhor exemplo, mas as Companhias Docas também sofrem com tarifas defasadas; e com a queda das taxas de eletricidade, a Eletrobras igualmente deve ter sua capacidade de investimento comprometida.
Sexto, aumentou a incerteza regulatória na economia, a partir de um número grande de medidas pontuais e temporárias de estímulos, proteção, isenções tributárias etc. Além disso, o governo está promovendo mudanças significativas na regulação da infraestrutura, o que também reduz o ímpeto investidor das empresas. Não surpreende, assim, que a taxa de investimento no setor este ano deva ficar abaixo de 2% do PIB pela primeira vez em mais de década e meia.
Não é claro que esse quadro vá mudar significativamente em 2013. O cenário externo tende a permanecer desfavorável; os problemas de gestão no setor público não devem se resolver com rapidez e o impacto das mudanças regulatórias ainda deve se fazer sentir ano que vem.
A possibilidade de recuperação fica centrada, portanto, na retomada da produção industrial, que poderia estimular a expansão de capacidade; no crescimento da construção residencial, a partir do equacionamento de custos e margens; e no avanço do programa de privatização de rodovias e ferrovias, que vem associado a compromissos de investimento.
Parece pouco, especialmente dada a meta de elevar a taxa de investimento dos 18,5% projetados para 2012 para o patamar de 23%, como deseja o governo. Para atingir essa meta será imprescindível melhorar o clima de investimento e corrigir as distorções que hoje limitam as inversões do governo e suas empresas.

02 dezembro 2012

Rir é o melhor remédio










Fonte: Aqui

Frase

Se o objetivo da SEC é servir como defensor do investidor, não há muito para Ms Schapiro para se vangloriar.

The Economist - sobre o legado de Mary Schapiro na SEC (via Business Insider)

Responsabilidade Fiscal no mundo

Trabalho do FMI sobre leis de responsabilidade fiscal no mundo:

Fiscal Rules Dataset
1985 - 2012

IMF Fiscal Affairs Department
November, 2012

What are Fiscal Rules? A fiscal rule imposes a long-lasting constraint on fiscal policy through numerical limits on budgetary aggregates. Fiscal rules typically aim at correcting distorted incentives and containing pressures to overspend, particularly in good times, so as to ensure fiscal responsibility and debt sustainability.

About this Dataset: It provides systematic information on the use and design of fiscal rules covering national and supranational fiscal rules in 81 countries from 1985 to end-March 2012. The dataset covers four types of rules: budget balance rules (BBR), debt rules (DR), expenditure rules (ER), and revenue rules (RR), applying to the central or general government or the public sector. It also presents details on various characteristics of rules, such as their legal basis, coverage, escape clauses, as well as enforcement procedures, and takes stock of key supporting features that are in place, including independent monitoring bodies and fiscal responsibility laws.

Artigo: Fiscal Rules in Response to the Crisis—Toward the “Next-Generation” Rules. A New Dataset

O mapa abaixo é interativo e pode ser acessado aqui.




Usando Finanças Comportamentais para investir


Como a Mint escolhe os papéis para entrar na carteira?

A ideia das finanças comportamentais é se aproveitar dos vieses de mercado criado por emoções humanas, irracionais, para entrar na contramão - por exemplo, hoje estamos ‘aplicados’ em bancos e energia. Nós duvidamos das convicções dos gestores. Não casamos com ações. Trabalhamos com um grupo de 20 ações, distribuídas igualmente, e reavaliamos as carteiras após as divulgações de resultados trimestrais, se for o caso. Tudo o que acontece entre um resultado e outro é boato, emoções. Mas é preciso ter visão de longo prazo. Estudos recentes mostram que nenhuma crise financeira, por pior que seja, dura mais do que quatro anos. Não acreditamos em previsão de futuro, olhamos passado e presente. O que nos interessa é o preço. O princípio é simples, difícil é transformar o princípio em processo. Hoje, o processo é maior do que os gestores. Aplicamos a filosofia com muito rigor desde 2009. Fazemos uma alocação que pode ser chamada de anticrise. Vamos na direção oposta à manada.O segredo é separar as empresas puro-sangue das pangarés.

(Texto completo aqui)

01 dezembro 2012

Nova Campeã de Xadrez

Terminou hoje o torneio que apontaria a campeã mundial de xadrez. Anteriormente postamos  sobre o efeito do nervosismo no desempenho das jogadoras: num dos jogos, entre Stefanova e Sebag, 10% das jogadas eram fracas. A mesma Stefanova chegou a final contra a ucraniana Ana Ushenina e perdeu no desempate - duas partidas rápidas.

O sistema de disputa foi o "mata-mata": quem perdia estava fora da disputa. Isto eliminou a ex-campeã, a jovem chinesa Hou Yifan, e a melhor no rating, a indiana Koneru Humpy, ambas na segunda rodada. A campeã é somente 37a. no rating de melhores jogadoras de xadrez, com 2452 pontos. Não é sequer a melhor jogadora da Ucrânia (é a terceira).

Anna é a 16a. campeã do mundo, a primeira da Ucrânia (segunda, se considerar Lyudmila Rudenko, campeã pela antiga URSS).

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – Esta atriz, com dívidas com o fisco, recebeu uma ajuda de 100 mil dólares do ator Martin Sheen:

Jamie Lee Curtis
Jennifer Lopez
Lindsay Lohan

2 – As empresas multinacionais que possuem ações negociadas na bolsa dos Estados Unidos podem apresentar a contabilidade pelas normas do Iasb. Entretanto, destas mil empresas, mais de ____ usam as normas dos Estados Unidos

Cem
Duzentas
Quinhentas

3 – A empresa Autonomy, que foi adquirida no passado pela HP e é a principal causa do resultado negativo, pagou em 2010, para Deloitte,

1,2 milhão em auditoria
1,5 milhão em consultoria
2,7 milhões de dólares no total

4 – O regulador inglês multou o banco UBS em 29,7 milhões de libras por falhas:

Na ausência de um conselho administrativo
Na evidenciação contábil
Nos controles internos

5 – Uma das consequências dos problemas contábeis da HP foi

A destituição da CEO responsável pela aquisição da Autonomy
O rebaixamento da nota dos títulos de crédito de longo prazo
Uma multa do imposto de renda dos EUA

6 – A crise das empresas estatais está tão séria que

A margem líquida teve o pior desempenho em vinte anos
O índice P/L é de 20
O valor patrimonial é maior que o valor de mercado

7 – A meta atuarial irá diminuir dos 6% para 4,5%. Isto tende a

Aumentar o passivo das empresas com fundos de pensão
Diminuir o passivo das empresas com fundos de pensão
Só irá alterar a contabilidade dos fundos de pensão

8 – Numa pesquisa realizada pela PwC, ____ discordaram da afirmativa que não faz diferença se o balanço era auditado ou não.

67%
75%
80%

9 – As autoridades bancárias deste país estão questionando seriamente a adoção das normas internacionais e suas consequências sobre os balanços das instituições financeiras:

Espanha
França
Inglaterra

10 – Discutimos no blog muitas vezes sobre a padronização. Nesta semana algo inusitado: a padronização

Do gabarito das provas da Unesp
Dos pareceres dos tribunais de contas
Dos relatórios de administração

Fato da Semana

Fato: A saída de Mary Schapiro da SEC e a entrada de Elisse Walter no seu lugar.

Qual a relevância disto? A SEC é a entidade que endossa os padrões contábeis produzidos pelo Fasb nos Estados Unidos. Em última instância, cabe a SEC dar a última palavra sobre a contabilidade no maior mercado de capitais do mundo.

A troca aparentemente não altera muito a política da SEC para área contábil por dois motivos: a) no passado Walter seguiu Schapiro nas decisões na SEC, o que significa que a troca preserva a continuidade das decisões na agência; b) o mandato de Walter pode ser curto, uma vez que até o final de 2013 deverá ser sabatinada pelo Senado dos Estados Unidos. Além disto, a SEC possui  um orçamento de 1,3 bilhão de dólar, muito pouco para a quantidade de entidades que deve fiscalizar.

Entretanto a presidência da SEC poderá tomar decisões importantes referente a continuidade ou não do processo de convergência com as normas internacionais de contabilidade. Walter, há anos, informou que apoiava a adoção das IFRS nos Estados Unidos.

Positivo ou negativo? Em razão da aparente continuidade, fica tudo como está. Quem gostava da postura de Schapiro, a substituição por Walter será a manutenção das suas políticas.

Desdobramentos – A decisão de Obama talvez implique na não decisão pela convergência até final de 2013. Entretanto, pode ser que Walter tenha uma postura mais independente agora que virou chefe.

Próxima HP

Segundo Jonathan Weil, a próxima empresa que irá efetuar uma grande baixa contábil poderá ser a Xerox. No começo de 2007 a empresa tinha uma valor de mercado de 16 bilhões de dólares. Desde então, comprou 41 empresas por 9 bilhões. Mas o valor de mercado da empresa hoje é de 8,6 bilhões.

Mas não são as únicas, segundo Weil: Telecom Italia, Fiat, Nasdaq e Credit Agricole também possuem o mesmo problema.

John Coltrane



Ouça a performance e evoloução de John Coltrane durante os anos 1960,1961,1965,em turnês na Alemanha (60 e 61) e Bélgica(65). Coltrane foi um dos melhores saxofonistas e ícone da história do jazz. Ele tocava sax soprano, alto, tenor e clarineta baixa. São gravações históricas de excelente qualidade, quase duas horas de música de excelente qualidade.

Aumenta a demanda por auditores

O número de em­presas no Brasil contratando auditores para investigar sus­peitas de fraude e corrupção au­mentou. Somente a Pricewater- houseCoopers (PwC) atendeu 100 companhias de julho de 2011 a se­tembro deste ano. É quase o dobro do número de casos registrados nos 15 meses anteriores a esse período. A KPMG, outra grande firma que opera na área de prevenção e investigação, registrou um crescimento de 30% na procura por seus audito­res entre os meses de janeiro e se­tembro em relação a todo o ano passado. São casos de fraudes inter­nas para beneficiar um grupo de profissionais, de roubos de ativos ou de corrupção envolvendo funcioná­rios e agentes públicos.

Tradicional­mente, os grandes clientes desse tipo de serviço são as multinacionais, que têm de fornecer relatórios à matriz por causa de exigências legais no país de origem. Nos Estados Unidos, no mês passado, uma reportagem do jornal The Wall Street Journal mos­trou que três múltis gastaram juntas um total de 456 milhões de dólares com escritórios de auditoria para investigar e fortalecer seus controles internos na esperança de conseguir penalidades mais leves, ou mesmo escapar de sentenças judiciais seve­ras. A Avon, sob alegação de que empregados pagavam propinas na China; a Weatherford, de óleo e gás, sob suspeita de violação das leis de exportação na Europa, Iraque e Áfri­ca; e a rede varejista Walmart, depois de ter sua subsidiária no México denunciada por prática de suborno de autoridades públicas para conseguir crescer rapidamente no país.

No Brasil, o desfecho dessas in­vestigações muitas vezes é manti­do em sigilo. Os envolvidos são demitidos e o caso é abafado, em­bora existam exemplos recentes noticiados pela imprensa. “O tra­balho que fazemos é muito factual. Levantamos evidências para al­guém da empresa julgar, demitir ou afastar os envolvidos. São pro­vas que também podem ser usadas na Justiça, se necessário”, diz José Francisco Compagno, sócio e líder de investigação de fraudes da consultoria Ernst & Young Terco (EY&T). Atualmente, José Fran­cisco lidera uma equipe de 50 pes­soas. Em 2005, ela tinha apenas cinco profissionais. No ano passa­do, a EY&T atendeu 70 empresas, quase metade delas brasileiras. Por causa do crescimento na demanda, o time de auditores da PwC, espe­cializados nessa atividade, aumen­tou de três para 32 nos últimos três anos. Na KPMG, foram contratados cinco auditores este ano — a equi­pe tem atualmente 30.

Segundo Leonardo Lopes, diretor da área de investigação da PwC, em 90% dos casos a existência de corrupção é comprovada. “Apesar de a maioria das suspeitas de frau­des se confirmar, acredito que a quantidade dessas descobertas nem se alterou tanto assim. O que mu­dou mesmo foi a consciência dos acionistas e dos gestores, princi­palmente aqueles de companhias brasileiras, que estão mais atentos aos deslizes dos empregados”, diz Humberto Salicetti, sócio e líder da área de investigação da KMPG. Os casos mais comuns estão em em­presas dos setores farmacêutico, de telecomunicações, construção civil, infraestrutura e financeiro. Normalmente, basta uma suspeita ou uma denúncia anônima para ativar o alerta das companhias e acionar uma investigação interna, que pode custar de 20 000 reais, para um caso simples que dure até duas semanas, a 1 milhão de reais ou mais, para casos mais complexos de até um ano de investigação.

Lei brasileira

Como se vê, esse mercado de inves­tigação tem crescido no Brasil e no mundo, dando também mais opor­tunidade de trabalho a profissionais com diversas formações, principal­mente advogados, financistas e engenheiros que lidam com proces­sos internos e normas. Se depender do Projeto de Lei 6 826/10, de au­toria da Presidência da República, que tramita na Câmara dos Depu­tados, a preocupação das compa­nhias por aqui de serem pegas com suspeita de fraude e atos de cor­rupção vai aumentar e os serviços de auditorias investigativas tam­bém. As firmas que ainda não têm profissionais internos na área res­ponsável por fazer cumprir as nor­mas de conduta, terão de contratar, avaliam os especialistas.

O projeto, que está sob análise de uma comissão especial na Câmara, responsabiliza administrativa e civilmente as empresas e seus pro­fissionais por atos praticados por qualquer agente ou órgão que as represente contra a administração pública (nacional ou estrangeira), com punições severas, como multas de 0,1% a 20% do faturamento bru­to anual até a suspensão temporá­ria ou dissolução da companhia. Hoje, apenas pessoas físicas são punidas. “Isso reduzirá muito os casos de corrupção, pois não vai adiantar apenas afastar o funcio­nário, como as empresas estão acostumadas a fazer nesses casos. Elas vão ser responsabilizadas de qualquer forma”, diz o relator do projeto, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP). Se aprovado pela comissão, o projeto segue direto para avaliação do Senado.

Entretanto, um movimento endos­sado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) trabalha para que ele seja revisto e votado pelo plená­rio da Câmara antes disso. Se acon­tecer, a previsão é de que o projeto não vire lei por mais um ano. “Ques­tionamos a falta de defesa por parte da empresa, que o projeto ignora impondo uma culpa presumida”, diz Sérgio Campinho, advogado da CNI. O projeto de lei é uma resposta do Brasil à convenção anticorrupção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 1997. Dos 33 países sig­natários, o Brasil é um dos três, ao lado da Argentina e Irlanda, que ain­da não têm legislação sobre o assun­to. O projeto brasileiro se espelha na americana FCPA e na inglesa UK Bribery - leis estrangeiras que pu­nem delitos de fraude corporativa.

O número de empresas com códi­gos rígidos ainda é pequeno. Das 1 400 companhias associadas ao Instituto Ethos, pouco mais de 200 assinaram um pacto para a instala­ção de códigos de ética e condutas. “Um código é um início importante. Passa a mensagem para aprofundar o assunto, depois qualificar e treinar os funcionários para esse risco, atuando também na cadeia que lhe presta serviço”, diz Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos.

Se já está demonstrado que a cor­rupção não é um fenômeno restrito ao Brasil, e que os avanços das rela­ções internacionais e a intensifica­ção da globalização elevaram o risco de fraude, identificar situações de atos suspeitos é primordial para um profissional que não quer se envolver e arriscar sua carreira. Manter as conversas estritamente profissionais nas negociações, principalmente nas relações com o poder público, é uma maneira de se defender.


Esquadrão antifraude - 30 de Novembro de 2012 - Revista Você S/A - LUIZ DE FRANÇA

Banco da Inglaterra

O Banco da Inglaterra quer que as instituições bancárias do Reino Unido façam uma avaliação mais adequada das perdas ocultas existente nos balanços, informou o The Guardian. A declaração implica em dizer que os balanços dos bancos daquele país não estão adequados.

Uma das preocupações, segundo o Guardian, é a norma internacional de contabilidade.

As regras contábeis atuais [leia-se IFRS] não permitem aos bancos tomar atitudes para as estimativas de perdas futuras, apenas para as perdas que podem ser prever com precisão. (Bank of England fears that financial system needs more capital - 30 de Novembro de 2012 - The Guardian - Jill Treanor and Larry Elliott)

30 novembro 2012

Rir é o melhor remédio



Uma propaganda inteligente, que brinca com programas de televisão e pessoas famosas

IFRS e a Crise nos Bancos Britânicos

A possibilidade de que normas internacionais de contabilidade estivessem associadas a crise financeira já tinha sido considerada anteriormente. Artigo do The Telegraph (At last the Bank is tackling the regulatory fiasco of Britain's accounting system, Louise Armitstead, 29 de nov 2012) é bastante pesado em afirmar que o problema no sistema financeira britânico foi causado por estas normas.

O resultado da adoção das normas internacionais na Grã-Bretanha, a partir de 2005, deixou como resultado empréstimos ruins, lucros superestimados, pagamentos de bônus acima do necessário. Isto foi identificado por Sir Mervyn King, do Bank of England e Chairman do Monetary Policy Committee.

Mas a acusação é antiga. Tim Bush, um veterano da City londrina, alerta sobre os perigos das IFRS há tempos. Para Bush, o princípio da prudência - que deixou de existir na estrutura conceitual do Iasb - não tem sido aplicado. Em meados deste ano, o diretor de estabilidade financeira do Bank of England reconheceu que as normas contábeis eram falhas.

Apesar dos esforços do Iasb e Fasb em consertarem as normas, Sir Mervyn afirma que o progresso é muito lento. Os problemas trazem uma falta de segurança dos investidores no sistema bancário. É o fiasco da contabilidade, como admite Armitstead.

Há dois dias King afirmou aos deputados da Financial Policy Committee que os balanços dos bancos britânicos não expressão a "representação fiel", segundo informou Armitstead (Mervyn King to challenge bank accounting that fails to show true level of risk, The Telegraph, 27 nov 2012)

HP

Um texto de Floyd Norris, do The New York Times (A Clash Of Auditors In H.P. Deal And Loss, 29 de nov de 2012) discute o papel dos auditores no problema da HP.

Norris lembra que as big four estão, de uma forma ou de outra, envolvidas na questão:

1) a Autonomy, empresa britânica que foi adquirida pela HP e motivou a baixa contábil de 8 bilhões de dólares, era auditada pela Deloitte inglesa.
2) a HP é auditada pela Ernst & Young, que no passado deu parecer nos investimentos feitos na empresa britânica.
3) a HP contratou a KPMG para realizar a due diligence no processo de aquisição da Autonomy e que não apontou nenhum problema na contabilidade. (Mas aparentemente a empresa KPMG nega este papel)
4) com a denúncia de problemas na Autonomy, a PwC foi contratada para fazer uma investigação, que resultou na baixa contábil.

Além disto, algumas das empresas prestaram também serviço de consultoria. A empresa inglesa pagou para Deloitte serviço de consultoria.

Um complicador, segundo Norris, é que as normas contábeis dos Estados Unidos são mais específicas quanto a contabilização de receita, enquanto as IFRS são mais gerais. Isto tem relação com a tentativa de convergência das normas sobre reconhecimento de receitas, que ainda não está pronta.

Observando o comportamento das grandes empresas de auditoria fica claro que somente a PwC deve se salvar da confusão.

Relevância da Auditoria

Pesquisa realizada pela PwC e divulgada com exclusividade ao Valor no Brasil mostrou que, a despeito de eventuais questionamentos e dos casos de fraudes que vez por outra aparecem, os investidores ainda valorizam bastante o trabalho do auditor externo. Entre 104 investidores e analistas ouvidos, 67% discordaram da afirmativa que não faria diferença saber se um balanço era auditado ou não, dado que o próprio investidor faria sua própria avaliação dos dados. (...)

Opinião do auditor segue relevante, diz PwC - Valor Econômico - 29 de nov de 2012

Apesar do texto ter uma posição favorável ao parecer do auditor ("segue relevante") o percentual de 67% indica que 1/3 dos entrevistados não discordam (ou não opinaram) sobre um balanço com auditoria ou não.

Republicações

A seguir um texto do Valor Econômico. Veja que o autor faz uma defesa apaixonada das IFRS (só apresenta o lado positivo) e defende os problemas das normas e o papel do auditor:

A figura equilibrada do balanço patrimonial, que se manifesta por meio da igualdade obrigatória entre a soma de ativos de um lado e passivos a patrimônio do outro, cria a ilusão para muitos de que a contabilidade é uma ciência exata. Mas ela nunca foi. E está ainda mais longe de vir a ser.

Agora que o Brasil adotou as normas internacionais de contabilidade, os agentes de mercado que lidam com demonstrações financeiras terão que se acostumar com o aumento da frequência de discussões sobre práticas e critérios contábeis - e também com reapresentações de balanços. "Ninguém mais tem a palavra final", afirma Sergio Romani, sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco. [1]

Isso ocorre tanto porque o arcabouço regulatório [2] é uma novidade para todos, que ainda estão se adaptando aos conceitos, mas também pelo fato de o IFRS ser baseado em princípios [3], e não em regras específicas e detalhadas.

Seja pelo pouco tempo de prática, ou mesmo por questões culturais, contadores e auditores brasileiros ainda estão dando os primeiros passos na arte de fazer julgamentos sobre métodos contábeis. [4]

Essa possibilidade de interpretações e conclusões diferentes sobre eventos econômicos semelhantes torna mais difícil a vida de preparadores, auditores, investidores e reguladores.

Não por acaso, estão mais comuns os casos de reapresentação de balanços, de ajustes prospectivos relevantes por mudanças de estimativas e de reclassificação retroativa de contas, no momento em que a empresa apresenta números de um novo exercício. [5]

A lista de empresas de capital aberto que tiveram que fazer alterações nos balanços nos últimos anos é grande. Por erros em estimativas, diversas empresas do setor imobiliário tiveram que ajustar seus balanços, com destaque para Gafisa, PDG e Brookfield. Em outros tantos casos, o motivo teve relação com a interpretação e aplicação dos princípios do IFRS, como ocorreu com BrasilAgro, Energisa, Inepar, Lojas Americanas, Marfrig, Minerva, Rossi, Sabesp e Telebras, para citar alguns casos.

As reapresentações podem ocorrer tanto de forma espontânea como por determinação da Comissão de Valores Mobiliários.

As estimativas, imprecisas por natureza, sempre fizeram parte da contabilidade, como na provisão para perdas com inadimplência ou na constituição de reservas contra eventuais derrotas em processos judiciais. [6] Segundo o Aulete, uma estimativa é uma "avaliação prospectiva de algo, que se faz com base nos dados disponíveis no presente".

Assim, os dados que as empresas apresentam na demonstração de resultados não podem ser confundidos com a realidade perfeita e objetiva das coisas. Eles são apenas uma aproximação. A melhor possível [7], na visão da companhia.

Nem mesmo o auditor externo, contratado para dar um parecer sobre o balanço, assegura que as informações ali divulgadas são 100% reais e verdadeiras. Eles dizem, no máximo, que a empresa seguiu as regras contábeis e que os dados "representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a situação patrimonial da empresa" naquela data. E sempre confiando na boa fé dos administradores da empresa, esses sim responsáveis pelas informações apresentadas. [8]

Investidores podem se sentir desconfortáveis com essa aparente falta de segurança. Mas é assim que as coisas funcionam hoje em todos os mercados desenvolvidos.

Numa adaptação do velho ditado, se não é perfeito com os auditores, seria muito pior sem eles. [9]

Mas se sempre houve espaço para discussões sobre práticas contábeis, é inegável que as dúvidas aumentaram desde que o Brasil adotou, em 2010, o padrão contábil IFRS, usado em mais de cem países pelo mundo, incluindo todos da União Europeia.

Alguns críticos do IFRS [10] dizem que esse é um dos pontos fracos deste padrão contábil, na medida em que ele abre espaço para que uma mesma regra seja interpretada de forma diferente em países distintos ou mesmo entre empresas do mesmo setor, no mesmo país.

Essa difusão de práticas constou como um dos alertas no extenso relatório preparado pela Securities and Exchange Commission (SEC), elaborado dentro do processo de decisão do órgão regulador americano sobre a adoção ou não do IFRS nos Estados Unidos, que ainda está pendente de uma definição. [11]

Mesmo para os defensores do IFRS, essa diversidade na aplicação das regras será resolvida apenas em parte. Algumas interpretações divergentes devem desaparecer com o tempo, conforme as empresas se acostumem com as regras e o mercado crie referências de melhores práticas para seguir.

Outro conjunto de diferenças seria permanente, e se justificaria exatamente pelas peculiaridades de uma empresa, ou da visão da administração sobre o modelo de negócios. [12]

No comentário que fez para o anuário feito pela Fipecafi e pela Ernst & Young sobre o segundo ano do IFRS no Brasil, o professor de contabilidade Eliseu Martins diz que o padrão internacional é "mais informativo", por convergir mais com o resultado econômico das empresas. Como cada companhia funciona de uma forma, ele diz que "uma das consequências desse tipo de mudança é o surgimento de diferenças entre métodos de mensuração adotados por parte das empresas".

Com base nos dados do documento, de 328 páginas analisando a aplicação de cada norma contábil, ele cita diferenças nos métodos e taxas de depreciação e também no critério para registro de ganhos e perdas atuariais.

Richard Sexton, sócio líder global de auditoria da PwC, admite que um dos grandes desafios que a contabilidade é enfrentar a obsessão do mercado por um único número, que é o lucro por ação.

Para ele, entretanto, é perfeitamente razoável que contadores cheguem diferentes pontos dentro de um intervalo aceitável. "O que não significa que um está errado e outro certo", afirma, destacando, entretanto, que é preciso que haja transparência sobre o que foi feito.

Até mesmo por considerar que existe esse intervalo, Sexton fala com cautela em relação às reapresentações de balanços. "A republicação pode ser positiva para se corrigir um erro. Mas [em número excessivo] também podem reduzir a confiança do mercado", afirma.

Ele cita os casos dos ganhos e perdas atuariais com fundos de pensão, cujos cálculos dependem de inúmeras premissas assumidas pela administração. Para Sexton, não adianta querer exagerar na precisão dos cálculos, porque isso não seria útil para ninguém.

Como já disse uma vez o professor Martins, o IFRS permite que a empresa mostre sua cara.

Segundo Ana María Elorrieta, ex-presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e sócia da PwC, isso exigirá também do público leitor. "O investidor tem que ser mais sofisticado para usar a informação na tomada de decisão".


Investidores terão que se acostumar com republicações - 29 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres

[1] É uma forma de dizer que ninguém é responsável pelos números da contabilidade.
[2] Arcabouço contábil seria melhor
[3] Isto é algo questionável na literatura mais crítica sobre o assunto.
[4] O julgamento contábil existe desde os primórdios da contabilidade
[5] É difícil fazer uma relação de causa e efeito entre a adoção das normas e reapresentação.
[6] Aqui é uma contradição do item [4]: a questão do julgamento sempre existiu.
[7] Ficou dúbio se "a melhor possível" refere-se a qualidade dos dados ou o fato da visão do desempenho por parte da empresa.
[8] Esta é uma boa discussão. O texto tira a responsabilidade do auditor. Mas existem pessoas que acreditam que os auditores são responsáveis (ou co-responsáveis). Outro aspecto é que o texto não considera que o contador também seja responsável: somente o administrador.
[9] O texto assume claramente uma posição. Deixa de lado inclusive propostas radicais, como esta, apresenta aqui no blog, que defende a auditoria opcional, como existia anteriormente na contabilidade.
[10] Quem?
[11] A posição contrária é apresentada de forma superficial em dois parágrafos.
[12] Isto sempre irá existir; não é exclusividade das IFRS

Meta Atuarial

O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), órgão ligado ao Ministério da Previdência Social, decidiu reduzir gradualmente a meta atuarial dos fundos de pensão, dos atuais 6 por cento, para 4,5 por cento ao ano até 2018.

A medida vale a partir de 2013. A cada ano, a meta terá um corte de 0,25 ponto percentual. A meta atuarial consiste no rendimento real (descontada a inflação medida pelo IPCA), necessário para que o fundo consiga pagar seu beneficiários ao longo do tempo.

"A decisão reflete o cenário atual de juros mais baixos da economia brasileira", informou o ministério, em comunicado.


Aluisio Alves - Meta atuarial dos fundos de pensão cairá a 4,5% em 2018 - 29 de Novembro de 2012 - Reuters Brasil

Isto resolve os problemas do passivo atuarial de algumas empresas.

Cientistas comportamentais na campanha de Obama

Late last year Matthew Barzun, an official with the Obama campaign, called Craig Fox, a psychologist in Los Angeles, and invited him to a political planning meeting in Chicago, according to two people who attended the session.


“He said, ‘Bring the whole group; let’s hear what you have to say,’ ” recalled Dr. Fox, a behavioral economist at the University of California, Los Angeles.
So began an effort by a team of social scientists to help their favored candidate in the 2012 presidential election. Some members of the team had consulted with the Obama campaign in the 2008 cycle, but the meeting in January signaled a different direction.
[...]Less well known is that the Obama campaign also had a panel of unpaid academic advisers. The group — which calls itself the “consortium of behavioral scientists,” or COBS — provided ideas on how to counter false rumors, like one that President Obama is a Muslim. It suggested how to characterize the Republican opponent, Mitt Romney, in advertisements. It also delivered research-based advice on how to mobilize voters.
“In the way it used research, this was a campaign like no other,” said Todd Rogers, a psychologist at Harvard’s Kennedy School of Government and a former director of the Analyst Institute. “It’s a big change for a culture that historically has relied on consultants, experts and gurulike intuition.”
When asked about the outside psychologists, the Obama campaign would neither confirm nor deny a relationship with them. “This campaign was built on the energy, enthusiasm and ingenuity of thousands of grass-roots supporters and our staff in the states and in Chicago,” said Adam Fetcher, a campaign spokesman. “Throughout the campaign we saw an outpouring of individuals across the country who lent a wide variety of ideas and input to our efforts to get the president re-elected.”
For their part, consortium members said they did nothing more than pass on research-based ideas, in e-mails and conference calls. They said they could talk only in general terms about the research, because they had signed nondisclosure agreements with the campaign.
In addition to Dr. Fox, the consortium included Susan T. Fiske of Princeton University;Samuel L. Popkin of the University of California, San Diego; Robert Cialdini, a professor emeritus at Arizona State University; Richard H. Thaler, a professor of behavioral science and economics at the University of Chicago’s business school; and Michael Morris, a psychologist at Columbia.
“A kind of dream team, in my opinion,” Dr. Fox said.
He said that the ideas the team proposed were “little things that can make a difference” in people’s behavior.
For example, Dr. Fiske’s research has shown that when deciding on a candidate, people generally focus on two elements: competence and warmth. “A candidate wants to make sure to score high on both dimensions,” Dr. Fiske said in an interview. “You can’t just run on the idea that everyone wants to have a beer with you; some people care a whole lot about competence.”
Mr. Romney was recognized as a competent businessman, polling found. But he was often portrayed in opposition ads as distant, unable to relate to the problems of ordinary people.
When it comes to countering rumors, psychologists have found that the best strategy is not to deny the charge (“I am not a flip-flopper”) but to affirm a competing notion. “The denial works in the short term; but in the long term people remember only the association, like ‘Obama and Muslim,’ ” said Dr. Fox, of the persistent false rumor.
The president’s team affirmed that he is a Christian.
At least some of the consortium’s proposals seemed to have found their way into daily operations. Campaign volunteers who knocked on doors last week in swing states like Pennsylvania, Ohio and Nevada did not merely remind people to vote and arrange for rides to the polls. Rather, they worked from a script, using subtle motivational techniques that research has shown can prompt people to take action.
“We used the scripts more as a guide,” said Sarah Weinstein, 18, a Columbia freshman who traveled with a group to Cleveland the weekend before the election. “The actual language we used was invested in the individual person.”
Simply identifying a person as a voter, as many volunteers did — “Mr. Jones, we know you have voted in the past” — acts as a subtle prompt to future voting, said Dr. Cialdini, a foundational figure in the science of persuasion. “People want to be congruent with what they have committed to in the past, especially if that commitment is public,” he said.
Many volunteers also asked would-be voters if they would sign an informal commitment to vote, a card with the president’s picture on it. This small, voluntary agreement amplifies the likelihood that the person will follow through, research has found.
In a now classic experiment, a pair of Stanford psychologists asked people if they would display in a home window a small card proclaiming the importance of safe driving. Those who agreed to this small favor were later much more likely to agree to a much larger favor, to post a large “Drive Carefully” sign on their lawn — “something no one would agree to do otherwise,” Dr. Cialdini said.
Obama volunteers also asked people if they had a plan to vote and if not, to make one, specifying a time, according to Stephen Shaw, a retired cancer researcher who knocked on doors in Nevada and Virginia in the days before the election. “One thing we’d say is that we know that when people have a plan, voting goes more smoothly,” he said.
Recent research has shown that making even a simple plan increases the likelihood that a person will follow through, Dr. Rogers, of Harvard, said.
Another technique some volunteers said they used was to inform supporters that others in their neighborhood were planning to vote. Again, recent research shows that this kind of message is much more likely to prompt people to vote than traditional campaign literature that emphasizes the negative — that many neighbors did not vote and thus lost an opportunity to make a difference.
This kind of approach trades on a human instinct to conform to social norms, psychologists say. In another well-known experiment, Dr. Cialdini and two colleagues tested how effective different messages were in getting hotel guests to reuse towels. The message “the majority of guests reuse their towels” prompted a 29 percent increase in reuse, compared with the usual message about helping the environment. The message “the majority of guests in this room reuse their towels” resulted in a 41 percent increase, he said.

Fonte: Academic ‘Dream Team’ Helped Obama’s Effort - NYT-12/11/2012

Tesouro X TCU

Em decisão aprovada no último dia 14, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o aumento de aportes do Tesouro Nacional para o BNDES, com o objetivo de financiar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O Tesouro repassa recursos ao BNDES — as chamadas subvenções econômicas —, mas não apresenta os cálculos dos subsídios embutidos nos repasses nem adota medidas de compensação para garantir o equilíbrio fiscal, o que representa “severa afronta ao objetivo principal da LRF”, diz o relatório aprovado pelo plenário do Tribunal.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/tcu-aumento-de-aportes-ao-bndes-fere-lei-de-responsabilidade-fiscal-6792970#ixzz2D9mKTUGs
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29 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Café

Frase


Mark-to-market accounting is like crack. Don't do it.

Andrew Fastow (ex CFO da Enron)

Preconceito

Um anúncio da Irlanda oferecia um "laptop" para meninos com 50 funções. E para meninas, um com 25 funções, rosa.

Valor de Mercado e Valor Patrimonial

As três principais companhias de capital aberto controladas pelo governo federal - Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil - estão com valor de mercado abaixo de seus respectivos patrimônios líquidos registrados em 30 de setembro de 2012, todos influenciados diretamente e indiretamente por medidas de intervenção governamental na economia.

Apesar da maior alta no pregão da Bolsa da última sexta-feira (23), o valor de mercado da Eletrobras não se recuperou e fechou em R$ 9,25 bilhões, ante patrimônio líquido de R$ 79,586 bilhões, uma desvalorização de 88,37%.

A Petrobras, que perdeu o título de número 1 da Bolsa para a Ambev na semana passada, mostrava valor de mercado de R$ 254,9 bilhões, uma desvalorização de 25,56% em relação ao patrimônio líquido de R$ 342,45 bilhões.

Em situação melhor, o Banco do Brasil mostra desvalorização de 3,5% na comparação, com valor de mercado de R$ 61,606 bilhões contra patrimônio líquido de R$ 63,844 bilhões.

"O mercado acionário sabe o que faz. Se houve correções absurdas de preços nessas companhias, os investidores fazem contas toda hora, e isso será precificado novamente", diz o economista da Planner Corretora e vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos e Mercado de Capitais (Apimec-SP), Ricardo Tadeu Martins. (...)

Valor de mercado de estatais está abaixo do patrimonial - 26 de Novembro de 2012 - DCI

Apesar de tão criticado, o valor patrimonial ainda é útil como parâmetro. Neste caso, parâmetro mínimo esperado para o valor de mercado de uma empresa.

Elétricas

Uma das principais discussões em torno da renovação dos contratos de concessão de energia elétrica diz respeito à indenização das empresas pelos ativos não amortizados. Enquanto as principais empresas sujeitas à Medida Provisória 579 registravam no balanço a cifra aproximada de R$ 50 bilhões para esses ativos, o governo propôs indenizá-las com R$ 20 bilhões, o que pode provocar um rombo de R$ 30 bilhões nas contas das companhias.

Muitos agentes de mercado se questionam sobre o que justificaria uma diferença tão grande. Para a professora de contabilidade Marta Pelúcio, da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) não há dúvidas. "Estão jogando a contabilidade no lixo", reagiu ela, depois de analisar, a pedido do Valor, a nota técnica enviada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao Ministério de Minas e Energia como subsídio para o cálculo da depreciação acumulada dos ativos. (...)

Mas o fato é que a Aneel é a responsável pelo Manual de Contabilidade do Setor Elétrico, usado pelas concessionárias ao longo dos últimos anos, e nunca questionou os balanços das empresas.

Agora, a agência e o MME estão, na prática, dizendo que aqueles ativos contabilizados, embora tenham sido constituídos dentro das regras, não vão gerar benefício econômico para as empresas, nem via indenização, nem por meio de tarifas.

Entre os argumentos para descartar a contabilidade para apurar a depreciação acumulada dos ativos, a Aneel cita que o dado divulgado no balanço "considera o perfil real de imobilização dos investimentos, ou seja, o tempo de execução ocorrido, sem uma análise de eficiência, o que é incompatível com a metodologia do Valor Novo de Reposição (VNR)".

A agência também diz que o registro contábil "reflete os investimentos feitos ao longo da vida do empreendimento, o que inclui reformas, melhorias, ampliações e modernizações, que afetam significativamente a depreciação acumulada".

A argumentação final da Aneel para rejeitar usar os registros das próprias empresas é que "seria necessário um tempo significativo para fiscalizar essas informações em todas as usinas".

Para a professora, isso não poderia ser usado como desculpa. "Dizem que não dá tempo de fazer o que é certo. Como se eles não soubessem que haveria o vencimento dessas concessões", destaca Marta. (...)


Aneel jogou balanço no lixo, diz especialista - 26 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres

Moody´s rebaixa HP

A agência de rating Moody´s decidiu rebaixar a nota de crédito de longo prazo da empresa HP, de A3 para Baa1. A nova nota representa somente três níveis acima do "junk".

É mais uma pressão para a HP, que depois de divulgar uma prejuízo em razão de uma baixa contábil. O conselho da empresa tem sido questionado pelas decisões recentes da empresa, incluindo a compra da empresa Autonomy, principal razão do prejuízo recente da empresa.

Além disto, a empresa está sendo acusada de vender equipamentos para Síria. Segundo a empresa, a operação deve ter sido realizada por revendedores ou distribuidores.

Senado paga IR de Senadores

Eis uma notícia estranha: alguns senadores receberam salários (14o e 15o) nos últimos anos mas não tiveram recolhidos o imposto de renda devido. A Receita Federal está cobrando dos nossos representantes este imposto. Parece que os senadores não tem recursos para quitar a dívida. E apareceu a solução para o problema: o Senado irá pagar a despesa. Ou seja, nós iremos pagar.

O Senado vai gastar R$ 5 milhões para quitar a dívida de Imposto de Renda não recolhido sobre o 14º e 15º salários dos senadores nos últimos cinco anos. Pelos dados divulgados no final da noite desta terça-feira, mais da metade dos 81 senadores decidiram quitar com dinheiro público as parcelas do imposto cobrada pela Receita Federal.

Alguns senadores não aceitaram e irão pagar o valor devido. Outros não. Alguns deles:
Aníbal Diniz (PT), Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD), Angela Portela (PT), Mozarildo Cavalcanti (PTB), Romero Jucá (PMDB), Fernando Collor (PTB), Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP), Pedro Simon (PMDB-RS), Paulo Paim (PT-RS), Delcídio do Amaral (PT-MS), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), João Vicente Claudino (PTB-PI), Magno Malta (PR-ES) e Francisco Dornelles (PP-RJ), entre outros.

Isto faz sentido? O governo quitar uma dívida pessoal com o dinheiro do contribuinte?

Novos Cursos

A Capes aprovou a criação de mais dois cursos de pós-graduação em contábeis: mestrado pela UFU e doutorado da UFSC. (Via aqui)

Chaebols



O vídeo trata do poder dos Chaebols e das consequências desses grandes conglemerados industrias  para a economia sul-coreana , em especial para os pequenos e médios empresários. Barry Eichengreen lançará , em breve, livro sobre o milagre econômico da Coreia do Sul: From Miracle to Maturity: The Growth of the Korean Economy