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20 fevereiro 2012

BC coloca em audiência pública regras de Basileia III

O Banco Central (BC) anunciou que colocou em audiência pública por 90 dias as propostas para regulamentação das regras de Basileia III. O novo acordo, que regula o capital dos bancos, tem o propósito de evitar que futuras crises bancárias causem efeitos negativos sobre a economia real.

“As novas regras aprimoram a estrutura e os requerimentos de capital aplicáveis às instituições financeiras, conforme assumidos no âmbito do G-20”, informou o BC em nota.

De acordo com a autoridade reguladora, as novas recomendações têm como objetivo “aperfeiçoar a capacidade das instituições financeiras de absorver perdas vindas de choques do próprio sistema financeiro ou dos demais setores da economia, auxiliando a manutenção da estabilidade financeira e a promoção do crescimento econômico sustentável”.

A nova metodologia de apuração do Patrimônio de Referência (PR), dos requerimentos mínimos de manutenção de PR, nível I e capital principal, além da introdução do adicional de capital principal, estão detalhados no documento disponível do site do BC.

Fonte: Murilo Rodrigues Alves Valor Economico

Freakonomics, Fora de Série, O Homem que Mudou o Jogo

Para quem não gosta de carnaval o/ uma boa opção nesse feriadão... aliás, uma ÓTIMA atividade nesse feriadão é: colocar a leitura em dia.

Algumas dicas - livros de negócios mais vendidos segundo o The New York Times:
Malcolm Gladwell: Fora de Série (1º da lista) e O Ponto da Virada (4º);

Michael Lewis: Moneyball (2º) e Big Short- a jogada do século - os bastidores do colapso financeiro de 2008 (5º);

Suze Orman: The Money Class (3º);

Steven D. Levitt and Stephen J. Dubner: XXXX (4º) Nem vou escrever o nome do livro. Ele está sempre presente na lista de mais vendidos do The New York Times... Se você ainda não leu, essa é a hora!

Cliff Michaels: 4 Essentials of Entrepreneur Thinking (7º);

Daniel H. Pink: Motivação 3.0 (8º);

Atul Gawande: The Checklist Manifesto (9º);

Clark Howard: Clark Howard’s Living Large in Lean Times (10º).

E para quem não quer ler, ou quer um "a mais", deixo ainda outra dica: Moneyball virou película – e concorre a Oscar de melhor filme. O Homem que Mudou o Jogo está em cartaz nas principais salas de cinema do Brasil.


- Quando os números não fecham, você precisa mudar o jogo. -

19 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

A revista RollingStone Brazil decidiu fazer um comercial usando a canção Imagine, de John Lennon. A primeira manchete é "No Hell Bellow Us". Só o correto é "Below". Fonte: Aqui. Aqui, afirma que Lennon foi morto de novo, com a sugestão de pagar cem pratas e contratar um revisor.

Como era o celular em 1989



Fonte: Aqui

Enforcamento

Eis uma notícia interessante da Folha


O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Ari Pargendler, passou mal e teve de ser hospitalizado ao desembarcar na tarde desta quinta-feira (16) no aeroporto Castro Pinto, em Bayeux, na Grande João Pessoa.

Ele foi socorrido por uma unidade do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levado a um hospital particular da Unimed.

Conforme boletim médico divulgado pelo hospital, Parglender foi atendido às 13h59 com um "quadro de desconforto torácico associado a sudorese de início recente".

O ministro, que não cumpria agenda oficial, viajou com familiares para passar o Carnaval na cidade do Conde, balneário próximo à capital paraibana.


Presidente do STJ passa mal e é internado na PB - LUIZ CARLOS LIMA - Folha de S Paulo, 16 fev 2012 (quinta-feira)

Isto significa que o presidente viajou na manhã de quinta-feira, enforcando a quinta e sexta, véspera do carnaval.

18 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: Malvados

Jersey, o paraíso sem medo


Excelente reportagem do Le Monde Diplomatique sobre a ilha de Jersey.


A quantia total dos fundos depositados na ilha, até hoje vinculada à Coroa britânica, seria superior a R$ 1,7 trilhão. O montante ainda é pequeno, mas em um contexto de concorrência desenfreada entre os 70 paraísos fiscais recenseados no mundo, Jersey está consolidando sua participação no mercado


– “Eliminar os paraísos fiscais? Sim, ouvi falar a respeito na BBC. Dizem que o presidente do seu país está muito invocado. Pois então, se você encontrar uma única pessoa por aqui que leve suas ameaças a sério, faça-me a gentileza, apresente-a para mim!”

Soltando gargalhadas em ritmo irregular, o homem de colarinho branco apaga o cigarro e entra apressadamente no edifício. Sobre o mármore da entrada, cerca de 50 placas douradas identificam os ocupantes desse prédio de escritórios: firmas de contabilidade, agentes de câmbio, advogados de negócios, administradores de sociedades de fachada…

A engenharia da evasão fiscal invadiu todo o litoral de Saint Helier. A capital de Jersey é um amontoado de concreto plantado em alto-mar e protegido por falésias que desaparecem em meio à névoa. Dos 90 mil habitantes da pequena ilha anglo-normanda, mais de 12 mil trabalham no setor das finanças, ou seja, um quarto da população ativa.

(...) Situados a apenas 20 quilômetros da orla francesa, os Estados de Jersey – a denominação oficial desse território é de “formalmente independente”, ainda que vinculado à Coroa britânica – gozam de um produto nacional bruto que, quando cotejado com o número de habitantes, faz deles o terceiro país mais rico do mundo, depois do Luxemburgo e das Bermudas. Segundo o analista americano Martin Sullivan, a quantia total dos fundos depositados na ilha seria superior, em 2006, a 500 bilhões de libras (cerca de R$ 1,7 trilhão) [1].

Vale reconhecer que esse montante é um pouco magro se comparado aos US$ 11,5 trilhões (R$ 26,2 trilhões) que possuem os homens mais ricos do planeta na totalidade dos paraísos fiscais (conhecidos como centros offshore) [2]. Mas Jersey tem tudo para ver a sua parte do bolo crescer: em meio a um contexto de concorrência desenfreada entre os cerca de 70 paraísos fiscais recenseados no mundo [3], está decidida a consolidar sua participação no mercado. Até o ano passado, cobrava das companhias estrangeiras uma taxa magnânima de 10% sobre os montantes depositados ali. Mas quando a ilha de Man, uma de suas rivais mais implacáveis, deu mostras de maior ousadia, suprimindo todo imposto sobre riquezas, Jersey decidiu fazer o mesmo. Dessa forma, abriu mão de exigir impostos das multinacionais, cobrando apenas das sociedades locais de serviços financeiros os encargos de 10%.

(...)“O centro de promoção do turismo dos bilionários”, como é chamado, vangloria-se de ter registrado a fundação de 24 shell companies entre fevereiro e outubro de 2008. Por mais que o desmoronamento das bolsas tenha manchado sua reputação e alterado seus rendimentos, os hedge funds parecem gostar de operar em Jersey.

(...)Em 2002, o FMI publicou um relatório felicitando Jersey pelo seu respeito “praticamente” irrepreensível pelas “normas internacionais em matéria de regulamentação financeira e de luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”

Geoff Cook, um antigo diretor financeiro no banco HSBC, que se tornou recentemente o diretor-geral da Jersey Finance Limited, é conhecido por não ter papas na língua. Em 16 de setembro, em entrevista ao Jersey Evening Post, ele comemorou a falência do banco norte-americano Lehmann Brothers, à qual todas as bolsas mundiais estavam reagindo, no mesmo momento, com gritos de horror: “Sob muitos aspectos, foi uma coisa boa. Os jogadores fracos demais vão ter de abandonar a mesa e é precisamente disso que o sistema precisa para se libertar”.

Libertar-se, o sistema financeiro? “Está havendo um mal-entendido”, responde Cook, o chefão das relações públicas da ilha. “Em primeiro lugar, Jersey não é um paraíso fiscal, mas sim um território fiscalmente neutro, o que é muito diferente. Nós já assinamos acordos relativos a intercâmbios de informações com os Estados Unidos, a Alemanha e a Holanda, e estamos nos preparando para fazer o mesmo com os países nórdicos e a França. Isso significa que, caso um dos nossos parceiros suspeitar de que um cidadão esteja aplicando seu dinheiro em Jersey para fraudar o fisco, ele pode nos solicitar informações a respeito daquele caso específico. É claro, o pedido deve ser justificado. Todo cidadão tem direito a ter a sua intimidade preservada, tanto os nossos clientes como os outros. Mas, se nós consideramos que o caso é sério, então cooperamos sem problema”. Afinal, conforme nos disse Neil McMurray, “em Jersey, as finanças e a política pertencem a uma mesma profissão, a uma mesma carreira”.

Aliás, a comunidade internacional já estabeleceu essa distinção. Em 2002, a OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico) retirou Jersey – além de 26 outras virtuosas localidades de veraneio, tais como as Bahamas, as ilhas Cook, Gibraltar ou o Panamá – da sua lista de paraísos fiscais, que desde então não comporta mais do que cinco países.

No mesmo ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório felicitando Jersey pelo seu respeito “praticamente” irrepreensível pelas “normas internacionais em matéria de regulamentação financeira e de luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”.

“Apesar disso”, prossegue Geoff Cook, contrariado, “alguns continuam afirmando que, em nossa ilha, as finanças não estão regulamentadas. Ora, isso é absolutamente falso. Nós temos a nossa própria instância de regulamentação, a Jersey Financial Services Commission, que trabalha de maneira plenamente independente. Permitam-me ser absolutamente categórico: Jersey não encobre nem incentiva as práticas ilegais de evasão fiscal e de lavagem de dinheiro, nem nunca procedeu dessa forma”, salienta.

Com orgulho, o responsável pelo marketing de Jersey se vangloria da simplicidade do imposto sobre a renda: 20% para todo mundo, exceto para os mais ricos, que se beneficiam de descontos proporcionais à sua fortuna

Até mesmo quando os prestadores de serviços da ilha não são franceses, eles não raro cultivam relações frutuosas com Paris. Esse é o caso da Pricewaterhouse Coopers e da Deloitte, dois gigantes multinacionais da auditoria e da contabilidade. Onipresentes na ilha graças ao seu alto grau de perícia em matéria de evasão fiscal, ambas têm como cliente o Estado francês, que lhes confiou os principais mercados de auditoria da Revisão Geral das Políticas Públicas (RGPP).

Além do mais, não se deve julgar apressadamente um sistema fiscal que é de fato pitoresco, mas incentiva o voluntariado. “É verdade”, admite Geoff Cook, “em Jersey, os ricos pagam menos impostos do que os pobres. Mas essa é uma diferença de cultura. No seu país, muitos pensam que os ricos são úteis apenas por causa dos impostos que pagam. Aqui, eles dispõem de outros meios para prestar serviços à coletividade, por exemplo, contribuindo com obras de caridade”.(...)

17 fevereiro 2012

Rir é o melhor remédio

Darth Vader em Monet. Fonte Aqui

Valor Justo durante a Crise Financeira

Um dos temas mais polêmicos da contabilidade nos últimos anos diz respeito ao efeito do valor justo na crise financeira. Em períodos de crise, o valor dos títulos geralmente reduz; usando o valor justo, isto deve aparecer nas demonstrações contábeis.

O caso mais polêmico são as instituições financeiras. Estas entidades possuem um grande volume títulos de terceiros nos seus ativos. Quando existe uma crise e o mercado reduz o preço dos títulos, isto reduz o valor dos ativos e tendo como contrapartida uma conta de resultado, com reflexos negativos sobre o lucro.

No final do período, as instituições financeiras apresentam um resultado ruim. O mercado acionário derruba a cotação destas ações, com reflexo também nos valores dos títulos que estão na carteira destas entidades. Temos aqui um ciclo em que a crise afeta o resultado que por sua vez afeta o comportamento do mercado. Alguns críticos consideram que o uso do valor justo tende a aumentar o efeito da crise. A solução seria abolir a mensuração do valor justo nas demonstrações contábeis. Recentemente alguns foram mais longe sugerindo que um dos objetivos da contabilidade é garantir a estabilidade econômica.

O problema é provar que o valor justo contribui para o aumento da crise. Um texto publicado agora no periódico The Accounting Review (A Convenient Scapegoat: Fair Value Accounting by Commercial Banks during the Financial Crisis, Brad Badertscher, Jeffrey Burks e Peter Easton, todos da Universidade Notre Dame) fez uma análise dos dados de diversas instituições financeiras para verificar este ponto. Os autores mostram que o valor justo tem pouco efeito sobre o chamado capital regulatório. E que a mensuração contábil não possui efeito cíclico, ou seja aumentando a crise financeira.

Apesar de a pesquisa ter sido publicada num periódico de prestígio, creio que a polêmica ainda não terminou. Tenho dois fortes motivos para acreditar nisto. Primeiro, a amostra abrangeu somente bancos dos Estados Unidos. E o outro motivo é que a análise parou em 2008.

Petróleo

A figura abaixo mostra a evolução do preço do barril de petróleo, desde o início de sua exploração comercial (antes de1860) até os dias de hoje. Em 1859 o preço era de 20 dólares o barril, que significa algo em torno de $500 nos dias de hoje.Logo após o preço caiu para 9 dólares, algo em torno de 200 dólares do barril. O preço fica num patamar reduzido até a década de setenta, quando ocorreu a crise do petróleo e a ação da OPEP.

Estranho, ou apenas diferente?

um outro lado em tudo e, em 2 minutos, Derek Sivers mostra que isso é verdade de algumas formas que você não poderia imaginar.

Governo quer monitorar derivativos


O governo criou grupo técnico para avaliar medidas que aumentam o monitoramento do mercado de derivativos no país. A equipe, composta por representantes do Ministério da Fazenda, do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tem o objetivo de “monitorar a evolução das exposições financeiras das empresas e instituições participantes” nesses tipos de operação, segundo portaria interministerial publicada ontem no Diário Oficial da União.

O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, disse o grupo de trabalho vai “estudar e propor medidas que visam o crescimento” do mercado de derivativos. Esses tipos de operações “são fundamentais para o funcionamento do mercado financeiro, mas eles têm que funcionar com segurança e transparência”, completou.

A ideia, portanto, é concentrar os dados que os integrantes do grupo, outros órgãos do governo e entes privados, como a BM&FBovespa, detêm. “Nós entendemos que há uma dispersão dessa informação. Os órgãos precisam se coordenar e trocar informações rotineiramente”, explicou.

Na comparação com Estados Unidos e Europa, o Brasil tem maior nível de exigência de informações sobre o mercado derivativo. Atualmente, a coleta de dados “já é bastante satisfatória”, disse. Além disso, ele explicou que a decisão “é coerente com o que há em discussão internacionalmente, mas não é derivado de nenhuma determinação”.

A decisão de criar o grupo “não está associada a nenhum comportamento dos agentes do mercado”, reforçou. “Não sei se há outros membros do governo que consideram que há uma ação especulativa hoje no mercado financeiro”, disse.

As medidas tomadas no ano passado, segundo Oliveira, como elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações de derivativos cambiais, resultaram em uma redução “substancial” das exposições. Ele afirmou ainda que a intenção do governo em criar um grupo de trabalho para estudar o mercado de derivativos não é aumentar a regulação do setor. “Agência reguladora não é necessário”, afirmou.

Em consequência da crise de 2008, empresas como Sadia, Aracruz e Votorantim registraram perdas por causa de operações com derivativos cambiais. Sem citar nome dos envolvidos, Oliveira considerou: “houve um grupo de empresas que estavam expostas aos derivativos tóxicos, mas não causou nenhum problema grave à economia brasileira”.

Questionado sobre a possibilidade de criação de uma bolsa de derivativos agrícolas, o secretário-executivo adjunto disse que não tem conhecimento da proposta e, portanto, limitou-se a comentar que a ideia pode estar em debate em outras partes do governo. No início do mês, o Valor informou que a preocupação com o desempenho das exportações de commodities e com a volatilidade de preços fez o governo acelerar estudos para a criação de uma bolsa de negociação de contratos futuros dessas mercadorias.

No mercado, a iniciativa foi vista com cautela, em razão da amplitude da portaria. Para um executivo, a medida pode representar desde uma intenção do governo de estimular esse mercado até a de ampliar os mecanismos de controle, a exemplo da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em derivativos cambiais.

Durante entrevista para comentar os resultados de 2011, o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, elogiou a portaria, e defendeu também a adoção de políticas públicas para estimular o mercado de derivativos agrícolas no Brasil. Embora esteja entre os maiores produtores de vários insumos como açúcar e soja, a negociação de contratos ligados a commodities no mercado financeiro é concentrada no exterior.

Para Edemir, não é simples transferir a liquidez de centros de negociações já estabelecidos. “No caso da soja, estamos falando de um mercado com mais de 300 anos nas bolsas americanas”, afirmou. Além do incentivo do governo, o presidente da bolsa defendeu a maior participação dos bancos nesse mercado. (colaborou Vinícius Pinheiro)

Fonte: Thiago Resende e Lucas Marchesini, Valor Economico