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26 junho 2011

Rir é o melhor remédio

Conversa com Osama Bin Laden:



Ibovespa

Por Pedro Correia

O índice bovespa é um importante indicador do desempenho das ações que compõem a bolsa. É uma carteira teórica de ações, que representam 80% do volume de negócios dos últimos 12 meses.Neste ano, o Ibovespa acumula queda real de mais de 11%. Este dado é relevante, pois a bolsa de valores é um indicador antecedente e é utilizada para a realização de previsões acerca do futuro econômico do pais.No entanto, o relatório do Nomura mostra que o Ibovespa representa muito mal a economia brasileira.Há um peso muito grande de bancos e de empresas do setor de minério,petróleo e siderurgia.O gráfico mostra que das 100 maiores empresas no Brasil, em termos de vendas, apenas 35% estão listadas na Bovespa, enquanto que o restante é composta de empresas estrangeiras e não listadas em bolsa.


De dezembro de 2010 até março deste ano,o comportamento do Ibovespa não acompanhava o índice S&P 500. No entanto, a partir de maio os índices voltaram a caminhar juntos, mas em nível mais baixo.Vale lembrar que, nos últimos 10 anos, a volatilidade do Ibovespa em relação ao índice americano diminuiu bastante.Simultaneamente, o coeficiente de correlação passou de 0,5 para 0,75.Ou seja, houve um aumento da correlação entre os movimentos do mercado acionário brasileiro e americano.(Leia sobre o efeito lead-lag).Isso mostra que os retorno esperados das ações brasileiras, provavelemente, serão menores.Alguns acreditam que o desempenho pífio da bolsa brasileira, é resultante da desconfiança dos investidores quanto aos rumos da economia do país.Isso pode ser um indício que,em 2012, o país terá grandes dificuldades econômicas.Não osbtante, acredito que o mau desempenho do Ibovespa está mais relacionado a outros fatores internos e externos, como:problemas políticos com Petrobras e Vale e a desacelaração chinesa.

Cocaína

Por Pedro Correia

Atualmente, a Europa é um grande centro comercial para os vendedores de cocaína. Apesar de todo esforço na guerra contra as drogas, o preço da droga é o menor das últimas duas décadas. O quadro abaixo mostra as variações de preço em diversos países do velho continete, assim como a porcentagem da população que utiliza a droga. É interessante observar o caso da Inglaterra e da Espanha, que apesar de terem um preço abaixo do padrão europeu,  registram uma taxa de drogados bastante alta.(2,6% da população entre 15-64 anos.)




Fonte: aqui

25 junho 2011

Rir é o melhor remédio

Propagandas criativas

Índia x Full IFRS

Por Pedro Correia


O IASB está preocupado com a não aceitação plena das IFRS na Índia.Em maio deste ano, esse órgão fez um apelo para que o governo indiano adote as IFRS de forma plena.A transição para as normas internacionais tem sido contestado por grande parte das empresas indianas.Elas temem que os resultados e o reconhecimento da receita, nas indústrias, sejam alterados de forma significativa .Isso obrigou o o governo a realizar uma série de alteraçãos nas IFRS, através da Ind-AS, a versão indiana das IFRS.O IASB considera que essas mudanças não estão em conformidade com as IFRS. Em fevereiro deste ano, o governo adiou a convergência das Ind-AS com as normas internacionais, devido ao lobby e pressão das empresas.

Recentemente, o governo indiano anunciou que irá realizar novas mudanças no Ind-AS. No entanto, essas alterações vão demorar a ocorrer, pois o governo irá aguardar as sugestões de mudanças às IFRS realizadas pelos países desenvolvidos(EUA e Japão).Segundo Doplhy d'souza, a mudança para Ind-AS é como se fosse uma mudança para um outro Indian GAAP e não irá acrescentar nada.Ele afirma que: "Ou a Índia aceita as IFRS de forma plena ou continua com o Indian GAAP".Não obstante, outros contadores sugerem que as mudanças no Ind-AS são vitais para uma suave transição para as IFRS.

Esta frase do ministro das relações institucionais indiano,D.K Mittal, mostra como está o ânimo para a adoção plena das IFRS:

"We have to see how IFRS will meet our requirements. Our markets are different, our standards are different"

Este imbróglio para a adoção plena das IFRS na Índia é um grande desafio para o IASB.

24 junho 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Terminologia


A figura abaixo foi retirada do texto Quantitative methods in accounting research, de  Marek Gruszczyński, da Escola de Economia de Varsóvia (working paper 6-09). O quadro, por sua vez, é uma adaptação de um documento da Price polonesa.


Veja os leitores a extrema dificuldade que os documentos contábeis têm em definir claramente os termos. Observe que estamos falando de termos vinculados a probabilidade, mas é difícil imaginar a diferença entre “altamente improvável” de “extremamente improvável” ou de “minimamente improvável” ou de “insignificante” ou “remoto” ou “extremamente raro”, entre outros.

Um evento com 1% de chance de ocorrer estaria em qual dos termos acima?

Teste 493


O teste de hoje diz respeito a uma palavra: “Grenzplankostenrechnung”. Não, não queremos que você pronuncie isto, mas você pode tentar fazê-lo clicando aqui e clicando o botão de ouvir. Mas o leitor saberia dizer o que significa esta palavra?

Resposta do anterior: Custo histórico e 16 milhões de dólares. Fonte: aqui 

Legado de David


A Contabilidade possui poucas estrelas, mas Sir David Tweedie é uma delas. Como o primeiro chefe do International Accounting Standards Board (IASB), que estabelece normas de contabilidade para a maioria das principais economias do mundo, fora os EUA, ele é figura de destaque na profissão. Após 10 anos na cadeira, ele vai entregar [o cargo]  à Hans Hoogervorst, um regulador financeiro holandês, em 01 de julho.


O maior projeto de Sir David tem sido a convergência das normas do IASB com os dos EUA do Financial Accounting Standards Board (FASB). Os dois tiveram um prazo definido de junho, para coincidir com a aposentadoria Sir David, para resolver as suas diferenças. Que não serão cumpridos. Em abril, eles anunciaram o adiamento em quatro questões: o reconhecimento de receitas, contabilidade de locação [leasing], contratos de seguro e o valor justo dos instrumentos financeiros.


Como tratar instrumentos financeiros é, de longe, pergunta o mais difícil. Em 2009, sob seu presidente anterior, Bob Herz, o Fasb votou pela margem de 2 a 3 FASB que todos os ativos devem ser registrados pelo valor justo nos balanços de bancos. O IASB propôs um modelo menos zeloso. (...)


Sir David não deve estar muito desapontado que a convergência não está completa. Que o processo tenha chegado tão longe (...) é algo que ninguém poderia ter previsto há dez anos, diz Nigel Sleigh-Johnson, do Institute of Chartered Accountants da Inglaterra e País de Gales. O prazo de junho foi útil para concentrar as mentes, mas agora, diz ele, é mais importante para fazer as coisas direito.


The balladeer of the balance-sheet - The Economist - 23 jun 2011 - Mais aqui

Sobre a adoção das IFRS nos EUA


Uma pesquisa do AICPA com os contadores dos EUA (CPAs):

=> 78% dos CPAs já tem algum conhecimento sobre IFRS

=> 50% dos CPAs trabalhando para empresas estrangeiras de capital aberto e 39% de propriedade estrangeira em empresas privadas já adotaram o IFRS ou estão pronto para adotar.

=> 32% já começaram a preparar para adoção.

=> 18% estão planejando adotar IFRS.

=> 30% disseram que o ritmo de mudança da convergência é muito rápido; 36% disse que o ritmo é adequado; 28% não tem certeza; 6% acham que o ritmo de mudança é lento.

=> 51% acreditam que uma data de adoção 2015-16 daria tempo suficiente para a implementação, 17% disseram que não seria tempo suficiente, e 32% não tem certeza.

Fonte: aqui

Termômetro da "bolha" de tecnologia




Fonte: aqui

23 junho 2011

Rir é o melhor remédio









Recuperaçação econômica dos EUA

Por Pedro Correia


Este mês marca dois anos do término da recessão e início da recuperação econômica americana. No entanto,a recuperação foi tão fraca, que pode ser considerada como inexistente. O gráfico abaixo faz uma comparação entre a recuperação econômica após a crise de 1981-82 e a recente crise financeira.Após 1982, o PIB teve um crescimento real de 7% ao ano.Enquanto que, após 2008, o crescimento foi de apenas 2,8% ao ano.Além disso, o desemprego continua bastante alto.Jonh Taylor explica as falhas das políticas keyneysianas adotadas pelo governo norte-americano e propõe uma saída.


Uma das mais importantes discussões econômicas nos EUA gira em torno da redução do gasto governamental. A questão é : a redução dos gastos governamentais vai impulsionar a recuperação econômica ou vai limitá-la? Taylor defende que uma boa estratégia oçamentária irá ajudar na recuperação ,se as seguintes ameaças forem removidas: nova crise fiscal, impostos mais altos, aumento da inflação e taxas de juros altas. Segundo o economista, para equilibrar o orçamento sem aumentar os tributos, será necessário reduzir o crescimento dos gastos em 6 trilhões de dólares durante o perído de 10 anos.

Grécia e derivativos

Por Pedro Correia


Recentemente, foi noticiado que o risco Brasil é menor que dos EUA. No entanto, são dados referentes ao CDS negociados em um ano.São derivativos pouco negociados e diversos outros países também têm CDS de um ano menor que o americano, como por exemplo: Rússia, Chile, México, Casaquistão.A medida mais adequada para mensurar o risco país seria o CDS negociado em prazos mais longos (5 anos) ou através do EMBI (Emerging Markets Bond Index).

Qual é a importância do CDS (Credit Default Swaps)? O CDS é o único derivativo que conecta os bancos do mundo inteiro.Este derivativo protege os credores no caso dos países não pagarem suas dívidas.Além disso, foi este instrumento financeiro que colaborou para o colapso financeiro do American International Group.

A preocupação com a crise grega é crescente.O bilhonário pacote de ajuda à Grécia não deixa de ser uma ajuda aos bancos europeus. O NYT informa que na França e na Alemanha, os bancos são credores de 90 billhoes de dólares da dívida pública e privada grega.Além disso, o banco central europeu também possui boa parcela destas dívidas. Assim, um calote grego poderia gerar perdas em cascata para todo sistema financeiro europeu.Mas será que os bancos americanos estão livres desta ameaça? Ninguém sabe ao certo. Eles não são grandes credores gregos, no entanto, participam de forma vultosa no mercado de derivativos.

Portanto, se a Grécia der o calote , o banco europeu que possuir um CDS sobre a dívida grega ,assegurado por um banco norte-americano, terá direito a receber um pagamento deste banco.Não obstante, não se sabe ao certo quem possui estes CDS e quem é responsável pelo pagamento do seguro.A partir das evidências disponíveis, não parece que um calote grego teria o mesmo poder destrutivo do caso AIG. Será? Somente o tempo dirá.

Ser terceiro é melhor


Falando no Festival Cannes Lions, Malcolm Gladwell comentou uma mensagem simples, mas poderosa: ser terceiro (ou segundo) é melhor (e mais rentável) do que estar em primeiro lugar.

Usando a batalha de 1982 com Israel e Síria, Gladwell apontou a razão Israel ganhou (abateu 87 aviões sírios perdendo apenas 3 soldados): porque eles usaram as invenções dos outros. Ou seja, a Rússia e os Estados Unidos.

No exemplo de Gladwell a Rússia, tradicionalmente muito centralizadora, é excelente para o desenvolvimento de estratégia militar. Os Estados Unidos, com suas forças armadas descentralizadas e acesso a um setor privado é excelente em criar dispositivos intrincados e eficaz da guerra. Israel, pequeno e pobre, é excelente na implementação das estratégias e desenvolvimentos de outros para o seu sucesso.


Afastando-se do tema da guerra e com exemplos de empresas, Gladwell lembrou à platéia que Steve Jobs não inventou o computador pessoal, nem a sua interface gráfica do usuário. A Xerox, numa operação bem financiada com legiões de engenheiros e técnicos e com a cultura de inovação, inventou o que Jobs finalmente se transformou em um dispositivo acessível aos consumidores poderia compreender, usar e pagar.



Fonte: aqui

4ª Edição do MCASP

A Secretaria do Tesouro Nacional, na condição de Órgão Central de Contabilidade Federal, atua junto à sociedade de modo a definir e normatizar procedimentos que possibilitem a evidenciação orçamentária, financeira e patrimonial dos entes da Administração Pública. Neste sentido, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) constitui instrumento normativo que harmoniza e padroniza a Contabilidade Pública no âmbito da Federação Brasileira, estabelecendo as bases para a consolidação das contas nacionais e para a convergência aos padrões internacionais de contabilidade pública, indo assim ao encontro das disposições da Portaria MF 184/2008 e do Decreto Federal nº 6.976/2009.

Com vistas à sua atualização anual, no dia 22 de Junho foram publicadas no Diário Oficial da União as portarias de aprovação da 4ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP).

A Portaria Conjunta nº 1, de 20 de junho de 2011, editada conjuntamente pela Secretaria do Tesouro Nacional e Secretaria de Orçamento Federal, além de alterar a Portaria Interministerial STN/SOF nº163/2001, aprova as Partes I – Procedimentos Contábeis Orçamentários, elaborado conjuntamente pela STN/CCONF e SOF, e VIII – Demonstrativo de Estatísticas de Finanças Públicas, elaborado conjuntamente pela STN/CESEF e SOF, da 4ª edição do MCASP.

A Portaria STN nº 406, de 20 de junho de 2011, editada pela STN, aprova as Partes II – Procedimentos Contábeis Patrimoniais, III – Procedimentos Contábeis Específicos, IV – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, VI – Perguntas e Respostas e VII – Exercício Prático, da 4ª edição do MCASP.

As portarias e as partes do MCASP encontram-se no seguinte endereço:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/leg_contabilidade.asp

As principais alterações em relação à 3ª edição consistem na atualização das classificações orçamentárias ante a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2010, na atualização de registros contábeis referentes à repartição de créditos tributários, no ajuste da terminologia e orientações referentes ao tratamento e reconhecimento de ativos imobilizados, intangíveis e demais créditos - incluindo-se ajustes patrimoniais diversos (reavaliação, impairment, provisões, etc.), na atualização do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público e das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público e na atualização da Parte de Perguntas e Respostas, com a divisão em tópicos por assunto e a inclusão das dúvidas mais comuns recebidas pelo "Fale Conosco".

Desta forma, o MCASP contribui para a promoção do desenvolvimento da Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil, fortalecendo-a institucionalmente e atuando como agente de transparência social, constituindo-se assim como ferramenta primordial para o sucesso do aperfeiçoamento da gestão pública.

Fonte: STN

22 junho 2011

Rir é o melhor remédio

Este sítio elegeu os melhores comerciais. A seguir os dois primeiros: a velhinha que pergunta onde está o bife (segundo lugar) e o urso (primeiro)



Teste 492


Foi leiloado um violino Stradivarius de 1721. Para quem não conhece, este violino representa o que se tem de melhor em instrumento musical. E são raros. O último preço de um violino deste tipo foi de 4 milhões de dólares. O violino foi adquirido, em 1971, por 130 mil dólares. Considere este violino como uma mercadoria qualquer, antes de sua venda. O valor de 130 mil dólares corresponde ao ______. (Aproveitando, você seria capaz de deduzir o preço de venda obtido pelo violino?)

Resposta do Anterior: A conta de Lucros Acumulados (Infelizmente este blogueiro digitou errado o valor do capital social: 26 305 mil é o valor correto)

River

À beira de um inédito rebaixamento para a segunda divisão do futebol argentino, o River Plate encontrou do outro lado da fronteira um culpado para a crise atual.


Em fóruns na internet e nas redes sociais, torcedores de rivais brincam que a equipe afundou devido à "má sorte" provocada por seus patrocinadores brasileiros.


Duas das três empresas que estampam suas marcas na camiseta "millonaria" são originárias do Brasil --a alemã Adidas fornece material esportivo ao clube.


A Petrobras é a principal patrocinadora do time de Buenos Aires. Parceira do River desde o primeiro semestre de 2006, aparece no peito e nas costas do uniforme.


A união com a Tramontina é mais recente. O acordo foi selado em fevereiro e permitiu que a empresa anunciasse nas mangas da camisa.


Juntas, elas pagam ao clube argentino pouco mais de US$ 3 milhões anuais (cerca R$ 4,8 milhões), valor irrisório para o mercado futebolístico brasileiro, onde o Flamengo fatura R$ 8 milhões apenas com as mangas. (...)


Apesar das piadas sobre uma possível "maldición brasileña", ter patrocinadores do vizinho com economia mais aquecida não é incomum para os argentinos. Oito dos 20 times do recém-encerrado Torneio Clausura, vencido pelo Vélez Sarsfield, têm apoio verde e amarelo.

Perto do rebaixamento, River Plate vive 'maldición brasileña' - Rafael Reis - Folha de S Paulo

Jogo da Confiança

Pesquisa tenta mapear o que faz os grandes investidores locais e estrangeiros terem maior ou menor segurança para aplicar seu dinheiro no Brasil ou em outros mercados pelo mundo.

O que leva um investidor que mal sabe onde fica o Brasil a destinar parte de seus recursos ao país? E que fatores o fazem sair do país tão rápido quanto entrou? Ou por que o estrangeiro confia mais que o brasileiro no mercado local?Para responder a essas perguntas, a advogada Anna Lygia Costa Rego, do escritório Trench, Rossie Watanabe Advogados, procurou 50 investidores, locais e estrangeiros e reguladores do mercado, para saber o que os faz confiar no país e o que mais eles temem. O resultado da pesquisa revela que alguns vícios dos grandes investidores são iguais aos de qualquer pequeno aplicador na hora de tomar decisões. O trabalho transformou-se em tese de doutorado defendida no ano passado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Perguntados sobre se confiam no Brasil, 75% dos estrangeiros responderam que sim, número que cai para 45% no caso dos brasileiros. Segundo Lygia, isso mostra que os motivos para estrangeiros e locais confiarem no país são diferentes, apesar de os dados econômicos analisados serem os mesmos.

Para Lygia, há um certo exagero nas duas pontas. "De 1990 para cá, a confiança dos estrangeiros no Brasil melhorou muito, mas nem tanto com os locais", diz. Entre os brasileiros ouvidos estão representantes de corretoras, escritórios de advocacia e bancos. "Os outros 55% locais confiam desconfiando, são muito céticos com o futuro do país."

O principal problema do Brasil para os brasileiros é a morosidade do Judiciário, enquanto, para o estrangeiro, é a corrupção, diz Lygia. Já com relação à confiança, para o estrangeiro, é mais importante o retorno do investimento do que o arcabouço legal. Já para o brasileiro, o fator de confiança é a estabilidade econômica e o controle da inflação.

Um ponto importante na pesquisa de Lygia é que, depois do controle da inflação, o principal fator de confiança dos investidores locais é o crescimento econômico. Somente em terceiro lugar aparece a segurança jurídica, que deveria ser justamente o que garantiria o cumprimento das regras dos mercados. A explicação de Lygia é que, apesar de não ser citada, a segurança jurídica aparece subliminarmente. "Os reguladores também afirmaram que os fatores econômicos vêm antes na definição da confiança", diz.

O fundamento do trabalho de Lygia é que, apesar de toda a base racional dos investimentos, tudo está lastreado na confiança. "Se não confia na contraparte, ou o banco exige tanta garantia que torna a operação inviável ou nem faz." Confiança, admite ela, pode ser um tema abstrato, mas está presente no dia a dia de todos. "Um empresário tem de confiar em seus funcionários, senão a empresa não funciona, pois não há como fiscalizar todos o tempo todo", diz.

Ao mesmo tempo, sabe-se que reconquistar a confiança é um processo muito mais complexo do que criá-la. "Por isso resolvi trabalhar com essa variável no campo do investimento", afirma.

De acordo com ela, a primeira observação é que aumentar a regulamentação é a primeira medida para tentar recuperar a confiança abalada entre os agentes econômicos. Um exemplo disso é a lei americana Sarbanes-Oxley depois do caso da quebra fraudulenta da empresa de energia Enron em 2001. E que se repete hoje com a tentativa do governo americano de reforçar a fiscalização sobre os bancos e os derivativos depois da crise de 2008.

Segundo Lygia, apesar de a questão da confiança ser tratada por muitos grandes gestores internacionais de recursos como derivada de fatores técnicos, há uma questão afetiva e que envolve a psicologia do investidor. "Recorri a dois autores, os israelenses Daniel Kahneman e Amos Tversky, e sua ciência cognitiva, as escolhas irracionais humanas, para explicar como se dá a criação da confiança", explica.

Os estudos dos dois autores, que renderam a Kahneman o Prêmio Nobel de Economia de 2002, conseguiram convencer os economistas mais ortodoxos de que nem sempre a racionalidade é que comanda as decisões.

Ela dá os exemplos também de outros autores como Kenneth Arrow, que classifica que os países mais atrasados do mundo são os que apresentam maior falta de confiança de seus agentes. Cita também o ex-presidente do Fed, o banco central americano, Alan Greenspan, que se surpreendeu ao analisar os mercados dos EUA e concluir que todas as transações são feitas por necessidades espontâneas dos agentes e muitas delas são acordos verbais que depois são registrados oficialmente. Dessa forma, a confiança seria o maior valor de uma empresa.

Um exemplo de como essa confiança pesa no mercado é novamente o caso Enron. A descoberta das irregularidades em uma das maiores empresas do mercado americano abalou não só a confiança nas empresas, como também nas auditorias em geral e no mercado.

O que Lygia tenta mostrar é como a confiança entra na questão dos erros dos investidores, usando as teorias de Kahneman e da irracionalidade na hora da tomada das discussões. E como isso leva um investidor a confiar em determinado mercado e não em outro. O que fica claro é que, se um país perde a confiança dos investidores, ele demora a recuperá-la, mesmo que os fatores que tenham levado ao problema já tenham sido eliminados. Foi assim com o Brasil na década de 90 após a crise da dívida externa.

Isso é reforçado pelo fato de todos os investidores internacionais olharem apenas duas ou três fontes de informações, em geral grandes bancos ou agências de rating. Isso tudo acentua movimentos de manada como os que ocorreram na época das crises dos mercados emergentes nos anos 90 e mais recentemente em 2008. "O medo das perdas faz os investidores tomarem decisões rápidas e acompanhando o mercado", diz.

Lygia chama a atenção para o fato de que os investidores usam as mesmas palavras para definir a confiança, tanto na China quanto no Brasil. Uma das razões para isso é o efeito da imprensa como formadora de opinião e fonte das probabilidades de ocorrência de problemas.

Por isso, as pessoas usam exemplos de confiança dados pela imprensa para basear suas opiniões. "Hoje a confiança não é vista como uma questão técnica pelos investidores, assim como a transparência também não era há alguns anos", diz Lygia.

A proposta de Lygia é tentar criar um sistema para analisar os fatores que influenciam a confiança e usar isso como política pública, corrigindo os fatores que possam distorcer a imagem do país lá fora ou internamente.


Fonte: Angelo Pavini -Valor Econômico -21/06/2011