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19 maio 2011

Google vende títulos

Postado por Pedro Correia



O Wall Street Journal noticiou que o Google tem 37 bilhões de dólares em caixa,mas decidiu vender 3 bilhões de dólares em títulos da dívida norte-americana com vencimento de 3 anos.Ou seja, a empresa está se financiando com dívida,o que é incomum para companhias de tecnologia, pois estas costumam usar o caixa .Portanto, a empresa toma recursos de longo prazo e empresta no curto prazo .O normal seria o inverso, ou seja, fazer o que os bancos fazem.É bom lembrar que as taxas de juros de curto prazo, em economias desenvolvidas, é mais baixa que a de longo prazo.

Por que o Google adotou esta estratégia? O professor de economia Gregory Mankiw não conseguiu enteder o porquê.Não obstante, um leitor de seu blog apresentou uma resposta bem plausível. Segundo ele,apesar do Google ter US $ 37 bilhões em caixa e equivalentes, a maior parte desses recursos está em contas fora dos EUA (uma das estratégias da empresa é canalizar a maior parte dos seus lucros para Irlanda, que possui baixa carga tributária).Desse modo,não é possível usar os $ 37 bilhões nos EUA, sem incorrer em uma taxa de 35 por cento sobre os recursos que forem repatriados.Além disso,os empréstimos de longo prazo são para financiar os gastos nos EUA .

Todas as grandes empresas de tecnologia fazem a mesma coisa (como foi noticiado neste blog: a Microsoft evitou estes custos tributários na compra do Skype).Em outras palavras, diversas empresas dos EUA mantêm seu dinheiro fora do país para evitar as taxas tributárias. Em suma, o Google está apostando que os tributos sobre os recursos repatriados irão diminuir no futuro.

Fonte:Limericks

Ex-executivo da Enron sai da cadeia

O ex-chefe financeiro da empresa de energia Enron, Andrew Fastow, saiu hoje (18/5) da penitenciária onde estava desde setembro de 2006. Ele cumpre uma pena de seis anos por ter sido um dos principais arquitetos do esquema de corrupção ocorrido na empresa, no final de 2001.

Segundo a imprensa internacional, Fastow segue do estado da Luisiana, nos Estados Unidos, para Huston, no Texas, onde vai ficar em uma casa de reabilitação (uma espécie de intermediária entre a prisão e a liberdade), até o dia 17 de dezembro. De acordo com a agência Reuters, os advogados de Fastow afirmaram que o ex-CFO (Chief Financial Officer) teria começado a abusar de álcool e drogas dentro da prisão, o que pode acarretar no encurtamento da pena.

O executivo da extinta Enron foi para a cadeia depois de ser declarado culpado por ajudar a empresa a esconder prejuízos e dívidas e enganar investidores. Prestes a ter a liberdade, a pena de Fastow poderia ter sido muito maior. Sua primeira condenação ocorreu em 2004, quando concordou em pagar 10 anos de prisão em troca de cooperar com as autoridades. A punição, que já era uma regalia, foi reduzida para seis anos quando o acusado resolveu testemunhar contra os ex-presidentes-executivos da Enron Kenneth Lay e Jeffrey Skilling.

Em dezembro de 2001, a Enron, que era uma das maiores empresas dos Estados Unidos, decretou falência, revelando uma dívida de 22 bilhões de dólares, criada após os executivos fraudarem os livros de contabilidade da empresa. Em 2006, os dois principais executivos da Enron foram condenados. Lay morreu antes de receber a sentença, e Skilling teve que pagar 45 milhões de dólares de multa e, hoje, cumpre pena de 24 anos de prisão.

Fonte: Luciana Carvalho, Exame.com

Evite a procrastinação

Postado por Pedro Correia

Dica do wikiHow:

Work! Although this may sound counteractive to your goal of relaxing, procrastination never feels as good as having nothing to do. Get it done now and then you can truly relax.

18 maio 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Teste 475

Uma notícia informa que o governo brasileiro está preocupado com a dívida das empresas brasileiras em dólar. Imagine uma empresa com um passivo de US$ 1 milhão e um patrimônio líquido de 2 milhões de reais. Suponha que a cotação do real para o dólar seja de 1,67 R$/US$. Uma desvalorização da moeda faz com que a cotação chegue a 2,5 R$/US$. Determine o valor do endividamento, medido pela relação entre passivo (capital de terceiros) e ativo, antes e depois da desvalorização da moeda. Qual o aumento do passivo? É maior ou menor que a desvalorização da moeda?

Resposta do Anterior: PanAmericano. Fonte. Aqui

Mais esclarecimento sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício

Mais esclarecimento sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício - Por Isabel Sales

Em continuidade à postagem sobre a Nota CAPES-CNPq sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício, segue abaixo uma entrevista do presidente da Capes (indicada por Glauber Barbosa, a quem agradeço):

Capes torna sem efeito Ofício Circular nº 32/2011, enviado aos pró-reitores de pós-graduação no dia 2 de maio, que trata do cadastramento de bolsistas com vínculo empregatício remunerado. Mais esclarecimentos na entrevista com o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães:

1. A Capes e o CNPq publicaram no dia 2 de maio uma nota sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício, relacionada à Portaria Conjunta CAPES-CNPq n° 01/2010. Qual o motivo desta nota, quase um ano após a publicação da portaria?

A portaria tinha e continua tendo a intenção de estimular o estudante a ter a possibilidade de ser contemplado, durante a pós-graduação, com um vínculo empregatício. Não queremos estimular mecanismos de risco para o que é o principal objetivo da pós-graduação: estimular jovens que estão cursando pós-graduação, sobretudo os provenientes da iniciação científica, a obter um desempenho que permita um vínculo empregatício. Com a portaria, o bolsista que se desenvolveu bem no mestrado ou no doutorado e tem a oportunidade de trabalhar numa empresa ou em uma instituição privada para dar aula, por exemplo, poderá fazer isso legalmente, diferentemente do que acontecia antes, quando trabalhavam sem carteira assinada e sem comunicar às agências. Mesmo assim, há que se considerar a questão do tempo de dedicação ao curso e ao emprego, o que só pode ser decidido pelo orientador do bolsista, endossada pelo coordenador de pós-graduação (CPG).

Isso é importante para a instituição que contrata e para o aluno e é um exemplo para os colegas dado o seu desempenho. De maneira nenhuma a portaria estimula que, para ganhar bolsa, tenha que ter vínculo antes. O vínculo antes é o problema, pois é preciso que seja o orientador que autorize: salvo em pouquíssimos cursos, o aluno que está entrando não tem orientador ainda, e, quando tem, é tão novo que não sabe se o aluno tem desempenho suficiente e em que nível está o desenvolvimento de sua tese ou dissertação, portanto, como pode fazer isso antes? Isso só pode ser feito depois. E o depois é pelo menos seis meses. Não acredito que antes disso possa permitir ao orientador uma visão clara para essa autorização.

Por que a nota? Porque houve interpretação indevida e imprópria para atender casos específicos e particulares à revelia do juízo do orientador sobre a pertinência da concessão da bolsa, baseado do desempenho do aluno, após o início do curso e do projeto de pesquisa. Há casos de pessoas com vínculo na própria instituição sendo estimuladas a fazer o mestrado por causa da bolsa. Não é esse o papel da Capes e do CNPq. Não se trata aqui de considerar a bolsa como complementação salarial. Esta condição está contemplada de forma exclusiva para os professores da Rede Pública de Educação Básica, prevista na Portaria Ministerial nº 289, de 31/03/2011, modificada pela Portaria nº 478, de 29/04/2011. A formação é para prepararmos mais jovens para o bom desempenho em suas áreas de atuação para o desenvolvimento do país e não para complementar o salário que a pessoa já tinha. Em algumas instituições e cursos, o fato de já ter o vínculo empregatício estava predominando para a seleção, sendo que esta deve ser feita por mérito.

Quem deve decidir se o bolsista tem desempenho suficiente para ter ou não vínculo empregatício é o orientador, não o curso. Só o orientador sabe quem são os alunos qualificados para essa possibilidade. Cada um tem uma média de 4 a 6 orientandos e é obvio que nem todos merecem ter essa autorização. Alguns terão, outros não. Portanto, houve sim falta de consideração para com a motivação maior da Portaria Conjunta Capes-CNPq n° 01/2010, que é clara e objetiva. O que houve foi a emissão de uma circular de setor da Capes sem a ciência da Presidência desta agência e muito menos do CNPq, e que levou ao sobressalto que estamos verificando.

2. Quais são então as regras para o acúmulo de bolsa e vínculo empregatício no âmbito da Capes?

Como eu disse anteriormente, a regra básica é que o aluno bolsista possa ter a possibilidade do emprego depois de já estar matriculado, quando seu orientador já tiver um conhecimento mais aprofundado sobre sua capacidade de se desenvolver no curso. Ou seja, como um produto do ganho do próprio curso de pós-graduação. Se não, nós prejudicamos a base inicial desse processo que é, sobretudo, o mérito e os bolsistas que provém da iniciação cientifica. Quem não observa esses requisitos, corre risco de não ter bons candidatos na pós-graduação.

Hoje temos cerca de 80 mil estudantes de iniciação cientifica no Brasil entre CNPq, agências estaduais e pessoas voluntárias – sem contar o Pibid da Capes e oriundos do Programa PET. Esses são os melhores candidatos para fazer mestrado. São 80 mil e o mestrado oferece anualmente, em todo o Brasil, 50 mil vagas. Portanto, é esse o nosso grande alvo. Claro que não é exclusivamente isso, mas colocar as bolsas nas pessoas já com vinculo estaria excluindo nosso principal candidato e isso nós não queremos estimular. Caso a situação persista as agências poderão considerar o cancelamento da Portaria.



3. No caso de um aluno que, sem vínculo empregatício, tenha sido contemplado com bolsa e, futuramente, seja contratado para o quadro da própria instituição na qual estuda. Ele terá a bolsa cancelada?

A bolsa deve ser cancelada, pois não foi instituída para estimular essa prática. Reafirmo: a bolsa não é uma complementação salarial. É para apoiar os jovens com mérito que, não tendo vínculo empregatício ainda, possam tirar proveito da oportunidade que o governo dá de estudar com bolsa nos cursos rigorosamente avaliados pela Capes e, a partir do seu desempenho, ter as oportunidades de conseguir um vínculo empregatício qualificado para as atividades que considerarmos prioritárias: tecnológicas e educação básica. Como acima mencionado, os professores da Educação Básica da Rede Pública podem acumular remuneração e bolsa, mesmo com o vínculo a priori.

4. As regras existentes antes da portaria, que permitiam o acúmulo de bolsas para professor da educação básica, professor substituto, tutor da UAB e profissional de saúde pública continuam valendo?

Continuam valendo. As portarias que tratam dessa questão mencionam claramente que são áreas de interesse do Estado. Permitir que professores da escola pública façam mestrado – sobretudo mestrado profissional, mas também acadêmico – recebendo bolsa é o principal objetivo. Estes, repito, nós consideramos interesse do Estado. O acúmulo, então, é permitido e vai continuar sendo.

5. No caso de servidor público. Quem já é servidor e torna bolsista, como proceder? E para casos em que o aluno que já é bolsista passa em concurso público, ele deve pedir o cancelamento da bolsa?

Não deve ganhar bolsa, essa é uma regra básica, exceto para professores da Rede Pública da Educação Básica. Os cursos têm que considerar o seguinte: tendo vínculo empregatício prévio, não deve ter bolsa de imediato. Essa é uma lógica fundamental sem a qual vamos colocar em risco a credibilidade e o sucesso da pós-graduação brasileira.

A Portaria não foi feita para estimular esse tipo de ação individual, foi feita para premiar os alunos que se destacam, estando na pós-graduação com bolsa do CNPq ou da Capes, venham, em função do próprio desempenho, conversar com seu orientador sobre a possibilidade de conciliar os estudos com o emprego. E não um direito prévio, isso é importante dizer. Portaria a gente faz e também desfaz e, se for seguida de maneira equivocada, poderemos cancelá-la.

6. Quais os desdobramentos possíveis em função dos questionamentos sobre a Portaria?

A Direção da Capes está determinando o cancelamento da citada circular e divulgando na sua página nota de esclarecimento sobre o entendimento a ser aplicado pelos orientadores e cursos sobre como deverão autorizar o bolsista a assumir compromisso de emprego.

A Capes e o CNPq farão um levantamento das situações junto aos cursos para posterior deliberação conjunta, além de, eventualmente, revisar a Portaria, tornando-a mais restritiva em seus objetivos ou, até, mesmo, revogá-la se as duas Agências considerarem que é melhor para o sistema.


Fonte: Capes

Links

Preço do telefone por continente: evolução

O tenista Djokovic e a dieta sem gluten

Carrinhos de supermercados, Ana Maria Braga, foco de bactérias e Carrefour

Depilação, economia e Brasil

Financial Times: Bancos brasileiros em dificuldades

Gráficos: aumento e queda dos commodities

Meio de transporte mais eficiente

Os primeiros alimentos que irão desaparecer numa crise de água

Fluxo de Caixa e Lucro Líquido

Uma das grandes vantagens das alterações na lei 6404 foi a necessidade de publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa. Estão surgindo algumas demonstrações onde é possível constatar situações interessantes.

Veja o caso da empresa Frefer Metal Plus. A empresa teve, em 2010, receitas de 325 milhões de reais, ou 47% a mais que em 2009. O CMV não aumentou na mesma proporção (30%) e isto ajudou a empresa a transformar o prejuízo de 2009 num lucro em 2010. (Na figura, as principais contas, em R$ Mil. Observe o negrito no Lucro Bruto. Reproduzi o valor constante na DRE da empresa. Provavelmente ocorreu aqui um erro de aproximação.) A margem líquida da empresa em 2010 foi de 3,5%.


A demonstração dos Fluxos de Caixa mostra um panorama diferente. Em 2009 a empresa conseguiu gerar caixa com as atividades operacionais. Já em 2010 o fluxo operacional foi de menos 112 milhões de reais. A principal justificativa foram os estoques, que aumentaram em 84 milhões de reais.

Em nota explicativa a empresa explica: “o volume de estoques em 31/12/2010 aumentou significativamente em relação ao saldo de 2009, principalmente pela oportunidade de aquisições a preços favoráveis considerando a crescente demanda do mercado, que se concretizou nos meses subseqüentes a dezembro de 2010”. A empresa comprou estoques com preços favoráveis (motivo especulação de Keynes) e já informa que isto irá gerar um resultado interessante em 2011. Observe que se isto for verdadeiro, a DRE neste caso é mais informativa que a DFC.

Muito interessante.

Por que os atletas ficam em dificuldades financeiras?

Na semana passada ficamos sabendo que o ex-jogador de futebol Muller estava morando de favor (aqui a notícia original; e aqui também). O caso de Muller é somente mais no futebol brasileiro, em que o atleta esbanja todo seu dinheiro e depois, já sem condições de trabalho, vive de favores.

Este fato não é exclusividade do futebol, nem do Brasil. Uma extensa reportagem publicada recentemente na revista Sports Illustrated (How (and Why) Athletes Go Broke), tenta explicar por que os atletas quebram. Os números são impressionantes: 78% dos ex-jogadores da NFL, a liga do futebol americano, faliram ou estão em dificuldades financeiras dois anos após a aposentadoria; e 60% dos jogadores da NBA, a liga de basquete, estão quebrados cinco anos após a aposentadoria.

Respondendo a questão, existem quatro grandes razões para o desastre financeiros das estrelas esportivas.

Em primeiro lugar, os jogadores fazem péssimos investimentos. Restaurantes, filmes, imóveis, concessionárias de veículos, entre outras coisas, são algumas das escolhas preferidas pelos atletas. Algumas são idéias mirabolantes que dificilmente dão resultado. Os investimentos geralmente são realizados em coisas “tangíveis”, deixando de lado ativos de maior liquidez e intangíveis, como ações.

Em segundo lugar, os atletas geralmente não possuem conhecimento básico de finanças pessoais. Para resolver seus problemas, contratam pessoas erradas e delegam demais. Isto inclui deixar seus negócios nas mãos de parentes (pais, irmãos, primos etc) ou conhecidos. Uma pesquisa da NFL mostrou que entre 1999 a 2002 a perda dos jogadores foi de 42 milhões de dólares por confiarem em consultores financeiros questionáveis.

Terceiro, a família. E juntamente com a família, o divórcio: a taxa de divórcio entre os atletas está acima de 60%. O pior é que a maioria das separações ocorre na aposentadoria, quando o atleta já não possui renda suficiente para manter o padrão de vida. E a presença de crianças complica mais ainda pois existem as pensões.

O quarto problema são as expectativas geradas quando o atleta torna-se conhecido e famoso. Os antigos conhecidos ficam à espera de ajuda, de dinheiro ou de emprego. E existe o problema de dizer não. Ou da dificuldade de dizer não.

Em razão disto, o caso de Muller não será o último.

Eletrobrás

"A situação suscita dúvida sobre a continuidade operacional dessas empresas", concluíram os auditores da PriceWaterhouseCooopers sobre a saúde financeira das distribuidoras da Eletrobras. No fim de 2010, elas tinham excesso de passivos sobre ativos circulantes de R$ 554,3 milhões. "O que os auditores estão dizendo é que a holding terá de continuar bancando as operações", diz o presidente das distribuidoras, Pedro Hosken. "O caixa não é suficiente para pagar as dívidas". Desde 2008, quase R$ 5 bilhões em dívidas das distribuidoras do Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima com a holding foram transformadas em capital.

A frágil situação financeira das distribuidoras de energia da Eletrobras ficou ainda mais evidente depois da divulgação, com atraso de quase dois meses, do balanço de 2010 da companhia. Pela primeira vez [1], os auditores independentes da empresa foram taxativos: "A situação suscita dúvida sobre a continuidade operacional dessas empresas". O problema a que se referem os auditores da PricewaterhouseCooopers é um rombo de mais de meio bilhão de reais entre passivos e ativos circulantes dessas distribuidoras.

A Eletrobras não só está ciente das dificuldades como o presidente das distribuidoras, Pedro Hosken - que está deixando o cargo para assessorar diretamente o presidente da holding-, diz que é difícil resolver a situação no curto prazo. A distribuidora tem que ter rapidez, produtividade e padrão. "Isso não faz parte de uma empresa pública. Os prazos no ambiente público são mais lentos do que no privado", disse. "Esse tipo de concessão não é para ser pública, a não ser que se crie uma cultura, que toma um longo prazo. Todos do setor sabem disso, o presidente da Eletrobras sabe, o governo sabe e os políticos estão começando a perceber." [2]

As seis distribuidoras do grupo talvez não tenham esse longo prazo para resolver seu rombo. Todas elas têm a concessão vencendo em 2015, e mesmo que o governo se decida pela prorrogação, essa é uma prerrogativa de empresas saudáveis. Além disso, terão que enfrentar um processo de revisão das regras tarifárias que vai reduzir as margens de ganhos e as receitas das distribuidoras no país.

Desde 2008, quase R$ 5 bilhões em dívidas com a holding das seis distribuidoras, que atendem os Estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima, foram transformadas em capital. A dívida que essas companhias ainda têm soma cerca de R$ 1,5 bilhão é em sua maior parte, entre 60% e 70%, subsidiada por recursos da Reserva Global de Reversão (RGR). O fundo RGR empresta a juros de 5% ao ano, mais taxa de administração que não chega a 2%, e sem qualquer correção monetária. [3]

Nem todos esses privilégios, entretanto, foram suficientes para reverter a situação financeira das companhias nos últimos anos. Não é possível comparar os resultados em um período mais longo em função da alteração das regras contábeis. Pelo novo padrão internacional, entretanto, as distribuidoras registram prejuízos de mais de R$ 400 milhões tanto em 2009 quanto em 2010. "As empresas controladas do segmento de distribuição tem apurado prejuízos repetitivos em suas operações", diz o parecer dos auditores.

As novas regras contábeis também foram responsáveis por um prejuízo de mais de R$ 1,3 bilhão da Amazonas Energia, que também tem atividade de geração sob seu guarda-chuva. Segundo explica Hosken, esse prejuízo se deveu a provisões que pelas regras antigas não eram necessárias.

A reavaliação de ativos por conta do fim das concessões em 2015 afetou em R$ 500 milhões o resultado da Amazonas Energia. Além disso, ela teve que fazer uma provisão de créditos de PIS/Cofins de R$ 400 milhões.

"Os números não-recorrentes, em função da nova legislação, levaram ao prejuízo de R$ 1,3 bilhão", disse Hosken. Todos esses números só poderão ser melhor analisados na primeira semana de junho, quando a Eletrobras deve divulgar o balanço anual por empresa do grupo.

A Amazonas Energia tem também outros problemas sérios, principalmente na questão de perdas de energia em sua atividade. Enquanto o índice permitido de perdas pela Aneel é de 22%, o nível da companhia do Estado do Amazonas é de 42%. "Isso significa que R$ 400 milhões precisam ser bancados pelo acionista", diz Hosken. "Da mesma forma que os passivos apontados pela auditoria terão que ser bancados pela Eletrobras."

Segundo dados da empresa, nenhuma das distribuidoras consegue hoje atingir os níveis de gastos exigidos pela empresa de referência estabelecida pelo órgão regulador. Mas Hosken diz que os números foram melhorando ao longo dos últimos anos. Em gestão de material se gastava R$ 5 bilhões, segundo Hosken. Esse valor foi reduzido em 30%. Os processos de serviços que eram contratados por homem/hora foram alterados por unidade de serviço, o que dá grande economia. "Mas esse é um processo lento", disse Hosken. "São desafios que temos nas distribuidoras de médio ou longo prazo."

A companhia vive forte pressão, pois os prejuízos recorrentes afetam os números do grupo como um todo. A Eletrobras teve um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões. O prejuízo das distribuidoras foi de quase meio bilhão de reais. Todos esses desafios serão agora assumidos por Marcos Aurélio Madureira, que foi diretor de distribuição da Energisa e também da Cemig. Ele é o terceiro presidente em três anos. O cargo já foi ocupado por Flávio Decat, que deixou a empresa para assumir a área no grupo Rede Energia e hoje é presidente de Furnas. Hosken, que era diretor financeiro de Decat, assumiu a presidência e agora deixa o cargo para assessorar diretamente o presidente da holding Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto.

A solução para as empresas de distribuição é um desafio para o próximo presidente. As pressões são muitas e de várias direções. O representante dos minoritários da Eletrobras defende uma espécie de privatização branca, que leve essas empresas para o Novo Mercado da BM&FBovespa, com uma diluição de capital. Dessa forma, a Eletrobras poderia recuperar o que já investiu nas empresas.

Outra forte pressão tem sido feita pelos governos estaduais. Com níveis de qualidade de serviço insatisfatórios, reconhecidos pela própria Eletrobras, os novos governantes já ventilam a possibilidade de retomar as empresas. Todas as distribuidoras que estão hoje sob o guarda-chuva da Eletrobras foram federalizadas quando os Estados devolveram às concessões ao governo. E a outra pressão é para a privatização de fato das empresas, que daria mais agilidade na recuperação das companhias. O problema é que elas teriam que ser vendidas em bloco, pois agentes privados têm interesse em apenas alguns ativos.

Para este ano, os investimentos previstos nas distribuidoras é de R$ 1,5 bilhão. Esses volumes terão que ser financiados, boa parte em RGR. Outros R$ 700 milhões serão necessários para o programa Luz para Todos.


Rombo na Eletrobras - Josette Goulart - Valor Econômico - 17/05/2011 - via aqui

[1] É estranho isto, já que uma situação tão grave não surge de repente. E os anos anteriores?
[2] Já é um avanço esta constatação. Mas será que resolve o problema?
[3] Juros subsidiados

Regulamentação bancária

Postado por Pedro Correia



Reportagem especial da The Economist disserta sobre as consequências das novas regras de regulamentação no setor bancário mundial após a crise.Estas novas regras poderão : alterar a rentabilidade dos bancos, aumentar o custo dos bancos e por consequência o custo dos empréstimos. Segundo a reportagem, o aumento de capital que será exigido dos bancos irá melhorar a segurança dos do sistema financeiro,assim como, reduzir a rentabilidade em um terço. Além disso, poderá direcionar o risco para setores obscuros do mercado finaceiro, que podem causar muito mais danos.


Os dois gráficos a seguir apresentam uma série de informações sobre os bancos, como: o número de famílias que têm conta bancária, a população adulta que não têm acesso aos bancos, o tamanho do mercado financeiro, os ativos dos bancos como proporção do PIB etc.








Clique nas imagens para ampliá-las








O jornal O Globo fez uma análise do 1º gráfico:

No país, 77 milhões não têm conta corrente

Em uma reportagem especial sobre a regulamentação do setor bancário, a revista britânica “The Economist” aponta que o Brasil é o quinto país do mundo em número de pessoas sem acesso a serviços bancários. De acordo com a revista, 77 milhões de brasileiros adultos não têm conta bancária. No ranking apresentado pela “Economist”, o Brasil fica atrás de China, Índia, Indonésia e Paquistão —países altamente populosos. Na China, onde a população já passou a marca do 1,3 bilhão, há 597milhões de pessoas sem acesso aos serviços bancários. Na Índia, são 395 milhões. Na China, apesar do enorme mercado potencial, o governo tem mostrado preocupação com arápida expansão do setor bancário, temendo uma bolha.

A distância dos dois primeiros do ranking para os demais é enorme. Na Indonésia, 97 milhões não têm conta bancária, enquanto no Paquistão o
número fica em 87 milhões. Nos dez primeiros lugares do ranking vêm ainda: Bangladesh (68 milhões), Nigéria (67 milhões),México (54milhões),
Vietnã (42 milhões) e Filipinas (40 milhões).

A “Economist” aponta que a maior parte da população sem banco (62%) está nos países em desenvolvimento: cerca de 2,4 bilhões. Nas nações ricas, este número é de 95 milhões.




Leia a reportagem na íntegra.

Quem está pagando?


Na primeira parte do gráfico os principais países que estão financiando a estabilidade dos países com problemas financeiros. A seguir, o destino do dinheiro.

Café

Fatos interessantes sobre o café:

Dois terços da oferta mundial são provenientes da América Latina, sendo o Brasil responsável por 30% do total

O maior consumidor per capita é a Finlândia, com 10 kg por pessoa.

O café mais caro do mundo é o Kopi Luwak, produzido na Indonésia com por um animal chamado civeta (parece um esquilo), que come os grãos; o animal elimina alguns nas suas fezes, que são usados para fazer o café. Custa até 600 dólares 450 gramas.

Para fazer um expresso utiliza 42 graos de café

Fonte: aqui

Blogs de Economia

Por Pedro Correia


Uma pesquisa feita nos EUA com 299 professores de economia apontou quais são os blogs de economia preferidos dos mesmos. É interessante observar que 52% destes professores não leem blogs com muita frequência.



Os 3 blogs mais preferidos são:Greg Mankiw, Marginal Revolution e Paul Krugman

Os economistas favoritos dos economistas

Postado por Pedro Correia


O mesmo artigo do post anterior mostra quais são os economistas favoritos dos economistas.A escolha foi dividida da seguinte forma:pré-século XX, século XX, mas já falecidos, e os vivos acima de 60 e vivos abaixo de 60.



No pré-século XX os 3 mais favoritos são:Adam Smith,David Ricardo e Marshail Alfred.





No século XX os 3 mais preferidos são: Keynes, Milton Friedman e Paul Samuelson.

Os 3 mais preferidos acima de 60 anos são:Gary Becker,Kenneth Arrow, Robert Solow.


Os 3 mais favoritos com menos de 60 anos são: Paul Krugman Greg Mankiw e Daron Acemoglu.


Clique nas imagens para aumentá-las.


Hat Tip : Greg Mankiw

Marcas de Luxo mais Valiosas

1. Louis Vuitton - $24,31 bilhões
2. Hermès – 11,92
3. Gucci – 6,82
4. Chanel – 6,82
5. Cartier – 5,33
6. Rolex – 5,27
7. Hennessy – 5
8. Moët & Chandon – 4,57
9. Fendi – 3,42
10. Burberry – 3,38

Fonte: aqui

CVM cruza dados em fiscalização

Questionada sobre como checa as informações do Formulário de Referência, que não é auditado, a CVM diz que a área técnica pode, se entender necessário, "solicitar esclarecimentos adicionais para concluir que as informações divulgadas são verdadeiras, completas, consistentes e que não induzam o investidor a erro".

O órgão regulador diz que procura verificar a existência de "eventuais inconsistências no próprio documento ou entre documentos". Isso é possível porque algumas informações que constam do Formulário de Referência são semelhantes a outras que devem ser apresentadas nos balanços, sendo que esses últimos são checados por auditores.

A CVM chama a atenção para a existência da declaração do presidente e do diretor de relações com investidores contida no Formulário, de que as informações ali divulgadas foram revisadas e são verdadeiras.

Perguntada se as empresas podem fazer uma divulgação de maneira diferente, quando consideram que a informação fica melhor ou mais útil daquela forma, a CVM respondeu que as empresas devem "apresentar as informações tal como requeridas". Mas lembra que é possível divulgar dados "adicionais que, em conjunto, produzam um retrato verdadeiro, preciso e completo da situação econômico-financeira do emissor e dos riscos inerentes a suas atividades e dos valores mobiliários por ele emitidos".

Fonte: Valor Econômico

Leilão

Postado por Pedro Correia

Uma das mais antigas formas de comercialização, natural evolução do processo de venda direta. Seu berço se situa na China do século 11 a.C., mais precisamente na cidade Hao. Conta a história que às margens do rio Hoang-Ho morava um camponês chamado Li Hai Wei. Ele dedicava-se às tradicionais culturas chinesas do arroz, trigo, sorgo e, ainda, à criação de cabras.

Certa ocasião, fortíssima enchente levou por água abaixo não só suas cabras mas também as plantações e todas as suas economias. Sem ter como sustentar a família, Li Hai não teve outra saída senão colocar à venda suas ferramentas de trabalho. Ao exibi-las no mercado da aldeia mais próxima, dois compradores surgiram ao mesmo tempo. Para acabar com a disputa que se estabeleceu, Li Hai determinou que venderia as ferramentas àquele que fizesse a melhor oferta. Espantou-se ao perceber que os lances se sucediam, e mais: que, ao final, o preço da venda havia sido muito mais alto que o inicial. Observador, concluiu que com esse sistema poderia obter os melhores preços por mercadoria vendida. De agricultor falido, em pouco tempo Li Hai transformou-se num próspero negociante. Historinha exemplar e estimulante aos que pretendem fazer do limão uma limonada.

Fonte:Márcio Cotrim in Diário do Sul

17 maio 2011

Inovação e mercado

Outra adaptação a seu fiel público [das Casas Bahia] foi o sistema de crédito. A maioria dos clientes da Casas Bahia não tinha como comprovar renda. Em vez de exigir holerite [contra-cheque, para os não paulistas] do consumidor, a empresa usava os motoristas de seus caminhões de entrega para fazer a verificação das informações cadastrais preenchidas pelo cliente no ato da compra.

A técnica não tem a sofisticação de um sistema de credit score de uma multinacional, mas demonstrou ser mais eficiente

Brasil Econômico - 17 mai 2011

Rir é o melhor remédio

 Baygon:

 Google:

 Esportes:


Por que o pagamento através do celular é uma péssima notícia?

O número de transações pagas através do telefone celular, em lugar de dinheiro, cheque ou cartão, aumentou para 78 bilhões de dólares. A projeção é que em 2016 o valor dos pagamentos através do celular deve chegar a 618 bilhões de dólares. A vantagem, anunciada pelos promotores do pagamento através do celular, é que o custo de transação seria 50 vezes mais barato que o método tradicional (Celular ganha espaço na carteira do cliente - 09/05/2011- Valor Econômico - Assis Moreira, via aqui) .

Péssima notícia para o consumidor. Em 2001 dois pesquisadores do MIT, instituição de ensino e pesquisa dos Estados Unidos, fizeram uma experiência com bilhetes de jogos do time de basquete do Boston Celtics. Os ingressos foram leiloados; metade do grupo poderiam pagar com cartão de crédito e a outra metade não. O lance médio daqueles que podiam usar o cartão foi muito superior aos daquele que não podiam usar. Em outras palavras, as pessoas que usam cartão de crédito consomem de forma mais descontrolada.

Em razão disto, uma dica de finanças pessoais para aqueles que desejam economizar é deixar o cartão em casa quando forem sair. É possível pensar numa pessoa saindo de casa sem o cartão de crédito, mas nos dias de hoje é impossível imaginar alguém saindo de casa sem seu celular.

Se você concorda com isto, certamente é razoável supor que o pagamento através do celular significa, para as empresas, que todas as pessoas irão sair de casa com um meio de pagamento que facilita as compras. E as dívidas também. Conforme as palavras de Lehrer (The High Cost of Easy Payments, Wired, 31 de março de 2011), o pagamento através do celular reduz a fricção do pagamento. Ou seja, é mais fácil gastar de maneira irresponsável.

Teste 474

Eis um trecho do relatório de uma entidade divulgada hoje:

"[A nova administração] dada a inviabilidade de se reconstituir, de forma apropriada, as demonstrações financeiras anteriores a novembro de 2010, (...) não encontrou alternativa que não a de estabelecer uma nova base contábil confiável, através da elaboração de um 'balanço patrimonial especial de abertura', com informações obtidas por meio de um levantamento completo de todos os direitos e obrigações da Companha em 30 de novembro de 2010"

A entidade é

o Citibank
o Palmeiras
o PanAmericano

Resposta do Anterior: 128 mil dólares, aproximadamente.

Links

Brasileiro esquece de resgatar 5,37 bilhões

Sistema bancário pode vir a se concentrar

Facebook contrata para denegrir o Google

Abacaxi doce, com casca vermelha comestível, que não precisa ser descascado

As melhores Corretoras do Brasil

Nome, nota e número de avaliações

1. Votorantim – 10 e 112
2. Interfloat – 10 e 22
3. Geraldo Correa – 10 e 24
4. SLW – 10 e 52
5. Banco Máxima – 10 e 11
6. Corval – 9,9 e 69
7. Apregoa – 9,7 e 64
8. Codepe – 9,6 e 50
9. Coinvalores – 9,5 e 56
10. Omar Carmargo – 9,4 e 18

O interessante é que corretoras ligadas aos grandes bancos (tau, Bradesco, Santander, Fator, HSBC) tiveram notas reduzidas.

Fonte: aqui

Contador do PanAmericano

O ex-contador do banco PanAmericano Marco Antonio Pereira da Silva acusou Wilson de Aro, ex-diretor financeiro da instituição, de ser o responsável pela fraude de R$ 4,3 bilhões descoberta no ano passado.

Em depoimento à Polícia Federal em 16 de dezembro de 2010, e que teve trechos exibidos ontem pela RedeTV!, Silva afirma que Aro foi o responsável pela fraude no banco.

O contador afirmou ainda que executivos do banco se beneficiaram da fraude por meio do pagamento de bônus.

A defesa de Aro, segundo a reportagem da RedeTV!, nega que ele tivesse relação com a fraude.

A principal hipótese é que a fraude contábil tenha sido feita para encobrir uma operação deficitária decorrente de custos elevadíssimos com comissões para lojistas e demais distribuidores de crédito associados a uma captação de recursos com taxas elevadas.

O PanAmericano foi comprado em janeiro pelo BTG Pactual por R$ 450 milhões.

A operação de compra do banco, então do apresentador Sílvio Santos, envolveu o empréstimo adicional de R$ 1,5 bilhão pelo Fundo Garantidor de Crédito ao PanAmericano.

Em novembro, o fundo já havia emprestado R$ 2,5 bilhões, recursos necessários para evitar a quebra do banco.

Folha de S Paulo - 17 de mai 2011

O peso do imposto

praticamente 51% do valor pago pelo importador corresponde a essas taxas governamentais. O tributo que mais pesa é o Imposto de Importação, com alíquota de 16%, seguido do IPI, com 15%.

Com a distribuição para as lojas, outros impostos recaem sobre o aparelho. Isso significa que, dos R$ 1.399 pagos pelo brasileiro no modelo mais simples do tablet da Apple, R$ 560 --ou quase 40%-- são impostos.


Fonte: aqui

Qualidade da escrita e a quantidade de vendas

Quem disse que escrever bem não ajuda?

[Anindya Ghose e Panagiotis Ipeirotis] notaram que "a procura de um hotel aumenta se as opiniões online no TripAdvisor e Travelocity são bem escritas, sem erros ortográficos; não importa se a revisão for positivo ou negativa." Ghose e Ipeirotis encontraram tendências semelhantes para produtos na Amazon.com.
(Does Reviewer Quality Matter? - Freakonomics - 12 de abr de 2011. Foto, aqui

Basileia 3

Com as novas regras para alavancagem dos bancos chamadas de Basileia 3, há especialistas que acreditam que mesmo os grandes bancos de capital brasileiro vão passar a vender créditos inadimplentes, o que não acontece hoje. Nessas novas regras o crédito tributário decorrente do crédito corporativo em atraso passará a exigir mais reserva de capital do banco.

Hoje, pelas regras do Banco Central brasileiro, crédito de valor até R$ 5 mil inadimplente por mais de seis meses tem de virar prejuízo no balanço dos bancos. A Receita Federal também aceita que essa perda seja dedutível para Imposto de Renda. No crédito de valor acima de R$ 5 mil, com atraso acima de um ano, os bancos têm de declarar como perda contábil, mas a Receita, no entanto, não aceita que essa perda seja deduzida do IR até que sejam esgotadas todas as tentativas de recuperar o crédito, inclusive judiciais, o que pode levar anos. O banco fica com crédito tributário por muito tempo consumindo o seu capital. Se vender esse crédito da empresa, porém, a perda é imediata tanto pelo BC como pela Receita Federal. Não há credito tributário, portanto.

Os grandes vendedores de crédito podre hoje são Santander, Citi, HSBC, Banco Mercantil, Banco Votorantim e agora também banco Pine. Segundo investidores, há muitos bancos que evitam esse crédito tributário e inclusive o prejuízo contábil ao registrar crédito de empresas em atraso como se fosse renegociação normal de dívida. Há também empresas que vendem carteiras de crédito em atraso de seus clientes, como a Telefônica, a Brasil Telecom, o Ponto Frio, a Lojas Colombo, a Lojas Marisa e o Magazine Luiza.

Fonte: Cristiane Perini Lucchesi, Valor Economico

16 maio 2011

Rir é o melhor remédio

Um homem nunca será tão bom quanto Cadbury. Um comercial de chocolate muito interessante sobre expectativas:

O que estamos pesquisando 2

O que estamos pesquisando 2 – por Isabel Sales

Ano passado publicamos aqui a imagem criada no Wordle com base nos resumos dos trabalhos aprovados no 10º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade:



Esse ano nós criamos outra imagem bem semelhante com os resumos de todos os trabalhos aprovados na 11ª edição do evento:



Podemos observar as palavras utilizadas nos resumos não sofreram muita alteração. A diferença que achei mais marcante foi a palavra “custos” que está mais presente em 2010 do quem em 2011.

Em 2010 encontrei a palavra “internacionalização”, mas não encontrei “IFRS”, só em 2011. E você?

Boa visão definitivamente não é um dos meus atributos! Então me ajude. Você observou alguma divergência interessante?

Clique na imagem para observá-la em uma resolução melhor.

Teste 473

Um dos maiores sucessos da Amazon em livros digitais são as obras vendidas a US$0,99. Dos 60 livros mais vendidos, 17 tinham este preço e cinco eram de John Locke, escritor amador com ficção sobre um ex-matador da CIA, que edita suas obras. Para preços das obras de 0,99, a Amazon repassa 35% de royalties. Em março Locke vendeu 369 mil downloads somente na Amazon. Qual o lucro que ele teve no mês de março?

Resposta do Anterior: Deloitte. Fonte aqui

Foi a depreciação mesmo?

Veja a seguinte notícia:

A Triunfo Participações e Investimentos (TPI), holding que controla concessão de rodovias, porto privativo e hidrelétrica, teve lucro líquido de R$ 8,58 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 37,4% em relação ao mesmo intervalo de 2010. O recuo foi causado por uma reavaliação dos ativos da companhia em razão das mudanças de normas contábeis (adoção do IFRS), o que acabou aumentando a depreciação. (...) [Depreciação reduz em 37,4% lucro trimestral da Triunfo, Valor, 13 de maio de 2011, p D4, grifo do blog]

Mais adiante o texto afirma:

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) chegou a R$ 89,46 milhões, crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2010. Já a margem Ebitda, calculada sobre a receita líquida, caiu de 60,9% para 55,3%, ocasionada pelo aumento dos gastos no segmento portuário, devido à volta da operação da trading Iceport e aos gastos com o início do negócio de cabotagem

A depreciação parece não  ter nenhuma relação com o desempenho da empresa, correto?

Mais capital

Os maiores bancos do mundo deverão ser afetados por uma exigência maior de capital, que cresce progressivamente conforme o porte da instituição, a extensão de suas conexões com outros bancos e o grau de facilidade com que pode ser substituída numa crise, revelaram autoridades reguladoras mundiais ao "Financial Times". As propostas terão efeitos benéficos para os enormes bancos chineses e japoneses voltados para o mercado interno, e para os bancos europeus e americanos de segunda linha. (...)

Os maiores bancos europeus e americanos deverão ser atingidos por grandes exigências adicionais devido à sua complexa estrutura e ao seu alcance mundial, enquanto os bancos chineses e japoneses deverão enfrentar exigências menores. As autoridades reguladoras nacionais aplicarão as exigências às Sifis em suas próprias jurisdições.

Grandes Bancos serão prejudicados por uma exigência maior de capital - Financial Times , via Valor

Valor da Moeda

No fim das contas, uma nota de 100 trilhões de dólares vale mesmo é US$ 5.


É o valor atual da nota mais alta do Zimbábue, o maior valor já impresso em papel-moeda — e também símbolo nacional de uma política monetária fora de controle. Num determinado momento de 2009 a nota de 100 trilhões de dólares não conseguia comprar uma passagem de ônibus na capital do país, Harare. (...)


A nota de 100 trilhões circulou durante poucos meses antes de o dólar do Zimbábue ser oficialmente abandonado como a moeda oficial do país, em 2009. (...)


Mas fora do país as inúteis notas do Zimbábue passaram a ser valiosas. O fato de ser nomeada como dólar aumenta ainda mais o apelo das notas, dizem operadores cambiais e colecionadores, especialmente depois da crise financeira mundial e das dívidas públicas crescentes motivarem temor de inflação nos Estados Unidos. (...)


"As pessoas as usam para fazer piadas sobre o que vai acontecer aqui", diz David Laties, dono da Educational Coin Company, que vende notas e moedas no atacado e é sediada em Highland, no Estado de Nova York. (...)

Ele pagou entre US$ 1 e US$ 2 por cédula em várias operações no decorrer de um ano e agora as vende por US$ 5 a US$ 6 cada.(...)


Como transformar 5 trilhões de dólares em 5 e ser feliz - Wall Street Journal - 12 de maio de 2010

Eis um caso interessante. Como seria o registro contábil da compra das notas do Zimbabwe? Pelo valor de custo, entre 1 a 2 dólares.

Evidenciação

Na sexta-feira a ECT divulgou, em jornal de grande circulação e no Diário Oficial, suas demonstrações contábeis. Mas se o leitor pesquisar no endereço da empresa irá encontrar somente as demonstrações de 2009. É interessante notar que publicar num jornal de grande circulação tem um custo muito elevado para a empresa; o custo de divulgar na página da empresa é praticamente zero.

Cinema

Alem de comprar os direitos de um filme, muitas vezes o distribuidor precisa pagar também pelas oportunidades de entrevistas com o diretor e o elenco. Uma entrevista de televisão com Brad Pitt, que promoverá este ano “A Árvore da Vida”, custa €4 mil por veículo. E a duração é de apenas sete minutos.


“Muitas vezes vale a pena pagar. Principalmente pela visibilidade que a entrevista terá na mídia”, diz Marcio Fraccaroli, executivo-chefe da Paris Filmes. (...) As produtoras responsáveis pelo filma [Meia-Noite em Paris] estão cobrando da distribuidora € 3 mil por vaga. Esse é o preço por veículo impresso que participara das entrevistas com Woody Allen em Cannes, com duração de 30 minutos. O mesmo tempo com os atores (entre eles, Owen Wilson, Marion Catillard e Rachel McAdams) sai por € 2,5 mil.


Para entender como funciona, quem paga é sempre a distribuidora. A idéia é que a entrevista reforce a divulgação do filme no país para os quais a empresa comprou os direitos de distribuição. Por isso, é a distribuidora quem escolhe a publicação que fará a entrevista. Quem recebe são os produtores. Os atores não vêem a cor desse dinheiro – geralmente, em seus contratos já estão previstas jornadas de divulgação e encontros com a imprensa. (...)

Em Cannes, até falar com estrelas custa caro – Valor Econômico – 12 mai 2011 p. B2

Empregados

Os carteiros são obrigados a caminhar até 15 quilômetros por dia, carregando sacolas com 11kg nas costas - um sistema da década de 70. Um grupo pequeno usa motos, mas a estatal não paga seguro nem da frota nem individual, o que obriga o trabalhador a arcar com as despesas do próprio bolso se for comprovada sua culpa em um acidente. Só em São Paulo, 628 funcionários têm um passivo a pagar de quase R$ 1 milhão.

Com salário bruto de R$ 850, os trabalhadores da chamada área fim (70% do quadro) recebem quase o mesmo (R$ 741) com o auxílio-alimentação, benefício que não conta para aposentadoria nem FGTS.

(Correios têm um chefe para cada dois servidores e 9 mil estão em licença-médica - O Globo)

Reguladores

O Valor Econômico trouxe duas reportagens sobre a guerra de preços entre as corretoras (Corretoras sob pressão e Programa de qualidade pode limitar a guerra de preços).

O cenário é o seguinte:

a) As corretoras estão numa guerra de preços através da redução das taxas de corretagens
b) O Banco Central estaria preocupado com isto, pois poderia levar a problemas financeiros
c) O Banco Central fez um pedido de estudo para a FGV sobre o setor de corretoras
d) O Banco Central estaria reforçando a fiscalização e investigando práticas desleais
e) Uma das propostas é não divulgar mais o ranking das corretoras. Outra é exigir um programa de qualidade operacional da bolsa; para cumprir seriam necessários investimentos em qualidade e controle

A intervenção do órgão regulador pode ser conservadora. Mas por outro lado é prejudicial ao investidor, que estaria sendo favorecido neste momento pela guerra de preços. O mais interessante é a típica medida do governo: para responder a uma crise, contrate a FGV. Ela provavelmente fará um estudo com os dados que foram produzidos pelo próprio governo, que será entregue após o problema já não ser tão relevante, e as decisões que serão tomadas serão políticas.

Mais provisões

Os balanços do primeiro trimestre dos grandes bancos de varejo divulgados até o momento apontam para uma tendência de elevação da inadimplência. A expectativa de executivos do setor é que o avanço não deva ser grande, mas as instituições financeiras já se previnem, seja aumentando as provisões para devedores, seja privilegiando operações de crédito de menor risco [1].

De forma geral, o índice de atrasos superiores a 90 dias no primeiro trimestre de 2011 até melhorou em relação ao desempenho verificado no quarto trimestre de 2010. É em intervalos inferiores a 90 dias que a alta aparece, o que de certa forma antecipa o movimento de perdas futuras. [2]

A expectativa da administração do Itaú Unibanco é de um aumento nos próximos trimestres entre 0,2 e 0,3 ponto percentual no índice de atrasos superiores a 90 dias, que fechou março em 4,2% - estável na comparação com dezembro. "Todos os segmentos de atuação devem ter algum nível de aumento ao longo dos próximos trimestres", afirmou Rogério Calderón, diretor de controladoria e relações com investidores do Itaú Unibanco, em teleconferência com jornalistas. "Isso normalmente é decorrente do aumento da inflação."

Em decorrência do aumento da inadimplência entre 31 e 90 dias, de 2,3% para 2,9% nesse mesmo período, houve um acréscimo de R$ 270 milhões na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa do Itaú em relação aos percentuais mínimos exigidos pelo Banco Central (BC), elevando o saldo da provisão complementar do banco para R$ 5,1 bilhões.

Mas, apesar de o Itaú Unibanco ter voltado a aumentar as provisões complementares, o montante requerido pelo BC foi reduzido no trimestre em R$ 306 milhões. Conforme notou Jayme Alves, economista sênior da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o saldo de provisões para devedores em relação à carteira de crédito do banco recuou para 7,3%, menor patamar desde o quarto trimestre de 2008. "Os níveis atuais de cobertura foram reduzidos, sobretudo nas operações vencidas acima de 60 dias", destacou em ele no informativo semanal da entidade.

No Banco do Brasil (BB), o índice de atrasos superiores a 90 dias caiu de 2,3% em dezembro de 2010 para 2,1% em março de 2011 - abaixo da média do sistema financeiro nacional, de 3,2%. No curto prazo, porém, a tendência de repique já pode ser constatada. Atrasos superiores a 15 dias, por exemplo, passaram de 3,7%, em dezembro, para 4%, em março.

Mas, ao contrário do Itaú, o BB tem preferido agir em outra frente que não a de provisões. A estratégia do banco tem sido dar prioridade produtos de menor risco, a exemplo do crédito consignado e do imobiliário, para pessoas físicas, e das linhas de investimento para empresas. "O fato de termos avançado a carteira [de crédito] durante a crise, focando em operações de baixo risco, nos permite colher os benefícios agora que o ambiente é de mais incerteza [3]", explica Ivan de Souza Monteiro, vice-presidente de finanças do BB. "Para o outro grupo de bancos que volta a atuar agora e encontra esse ambiente, é natural provisionar mais." As despesas com provisões para devedores do BB apresentaram decréscimo de 13,1% nos doze meses encerrados em março. As projeções do banco apontam para um crescimento entre 3,3% a 3,7% em 2011, mas Monteiro acredita que a performance do banco tende a ficar abaixo disso.

No Bradesco, o índice de atrasos superiores a 90 dias se manteve estável em março na comparação com dezembro, em 3,6%, mas os atrasos superiores a 60 dias mostram um leve repique - de 4,3% para 4,4%. "Não é nada que nos preocupe", disse Domingos de Abreu, vice-presidente executivo do Bradesco, por ocasião da divulgação de resultado. O saldo de provisões para devedores teve acréscimo de 2,8% entre dezembro e março, para R$ 16,7 bilhões.


Banco vê sinais de inadimplência - Valor Econômico - 12 maio de 2011

[1] Nem sempre mudança na provisão é sinal de aumento de risco. A provisão tem sido usada para gerenciamento de resultado nas instituições financeiras.
[2] Falta uma análise geral. Perder num segmento e ganhar no outro não significa que os bancos estão perdendo no âmbito geral.
[3] Esta afirmação é contraditória. Durante a crise a instituição escolheu minimizar o risco e agora o ambiente é de maior incerteza?

Nota Fiscal Eletrônica

Apesar de a NF-e (Nota Fiscal Eletrônica) agilizar a imigração de dados entre empresa, cliente e Receita Federal, a implantação do sistema é onerosa, segundo micro e pequenos empresários.Além de ter computadores de última geração e internet em alta velocidade, o empresário precisa adquirir sistema de certificação digital, que legitima o documento virtual.

O software para enviar a NF-e é oferecido gratuitamente pela Secretaria da Fazenda do Governo de São Paulo e por prefeituras mas também pode ser adquirido de empresas desenvolvedoras de programas para gestão empresarial.Para Otávio Alberecht, sócio do Palópoli Advogados, a NF-e exige gastos altos de negócios de pequeno porte.

Segundo ele, é preciso cautela ao utilizar o sistema. “A empresa que cometer erros [como deixar de emitir a nota ou preenchê-la com um valor errado] poderá se dar mal no futuro, quando a Receita Federal cruzar os dados”, diz.A multa gira em torno de R$ 100 por nota não emitida, segundo as secretarias e as prefeituras consultadas pela Folha. O valor é limitado a R$ 1.000 por ação fiscal.

O empresário tem ainda a Certidão Conjunta da Receita Federal (que confirma a regularidade do pagamento de tributos) travada _não poderá ser utilizada enquanto os débitos não forem quitados.O custo é alto, mas não é o principal problema das empresas, pondera Bruno Quick, gerente de políticas públicas do Sebrae Nacional (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Segundo ele, o período dado para que elas se adaptem às exigências é o maior empecilho. “Uma transformação estrutural desse porte demanda, no mínimo, três anos de preparação”, opina Quick.Na implantação da NF-e, as empresas obrigadas a emitir o documento tiveram dois anos e meio para se adaptar.


Fonte: Folha de São Paulo

15 maio 2011

Rir é o melhor remédio







Livros personalizados

Livros personalizados – Por Isabel Sales

Que tal um livro personalizado? E não, você não precisa pedir pra sua irmã fazer uma colagem na capa nem nada do tipo. Segundo uma reportagem do Estadão (indicada por Glauber Barbosa, a quem agradeço) para combater a pirataria, as editoras estão investindo em livros personalizados. Você precisa de apenas um capítulo de um livro? Ao invés de copiar, a editora supre a sua demanda.

A editora Saraiva já apresenta em sua página uma opção para livros personalizados para empresas ou instituições de ensino (e não, não estamos ganhando comissão!). Segundo o site, funciona de uma forma similar a como quando vamos montar um livro para fotocópia (tirar alguns capítulos do livro, incluir capítulos de outras fontes, acrescentar uma mensagem personalizada), com o custo também similar, o que eliminaria as cópias ilegais. Interessante. Alguém já utilizou essa ferramenta? Para que o custo seja análogo a de fotocópias, a entidade terá que fazer um pedido considerável, o que não é atraente a usuários individuais. Ao menos não pra mim. Não sei até que ponto isso altera a pirataria, mas a ideia não deixa de ser interessante.

Será que só utilizam livros da própria editora? Imagino que sim, o que, por sua vez, diminui a atratividade da ideia. Pergunto-me como ficará a questão dos direitos autorais recebidos por escritores a cada exemplar vendido. Vou indagar a empresa, se me responderem posto aqui no blog.

Ainda segundo a reportagem do Estadão, o grupo universitário Estácio vai distribuir tablets aos seus alunos (quanto será a mensalidade dessa instituição?) para a leitura de textos, com base em um programa que está sendo desenvolvido em conjunto com a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.

Bem... para assimilar algumas novidades eu preciso “ver com as minhas mãos”. Se eu não tocar num desses tablets com o tal do software contra pirataria, sou cética. Acredito que existem tantos gênios da computação que qualquer bloqueio é quebrado ou amolecido. E a partir daí o que vale é a honestidade de cada um, inclusive das editoras que tem cobrado preços absurdos livrarias afora...

Queridos leitores, hoje percebi que as minhas conversas com meu querido amigo, mestrando e professor voluntário da UnB Glauber Barbosa rendem muitas postagens para esse blog. Espero que quando ele terminar a dissertação se torne um blogueiro, pois com certeza terá muito a acrescentar! (Isso me lembrou duma postagem antiga, mas muito legal em que o professor César questiona “por que temos tão poucos blogs no Brasil?”).

Postagens relacionadas:

Por que não faz sentido controlar o preço do livro eletrônico? Aqui.
Plágio: aqui.
Livro eletrônico: aqui.
E-book: aqui.
Dicas de leitura: aqui.

Parceiros do blog:


Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

IFRS 13

Postado por Pedro Correia



O International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB) emitiram novas orientações sobre a mensuração do valor justo e os requisitos (exigências) de divulgação para as IFRS e o GAAP americano.A orientação, está estabelecida na IFRS 13 e na atualização do Topic 820 in the FASB’s Accounting Standards Codification (anteriormente conhecido como SFAS 157) .A harmonização das exigências de mensuração e divulgação do valor justo constitui importante elemento de resposta, de ambos os órgãos, para a crise financeira.

A crise enfatizou a importância de objetivos comuns na mensuração do valor justo e requisitos de divulgação com redação idêntica em IFRS e EUA GAAP. Segundo o comunicado do IASB, a débâcle de 2008 exigiu a necessidade de: esclarecer como mensurar o valor justo quando o mercado para um ativo ou passivo se torna menos ativo e melhorar a transparência da mensuração e divulgação deste valor em cenários de incerteza. [1]

A IFRS 13 não estende o uso do valor justo, mas ajuda as empresas a decidirem como o fair value deve ser aplicado nos casos em que já é exigido ou permitido pela IFRS e padrões americanos. Esta norma não introduz novas exigências quanto à mensuração de um ativo ou passivo pelo valor justo. Em suma, a IFRS 13 fornece uma definição mais precisa do valor justo e uma única fonte de mensuração do valor justo e seus requisitos de divulgação. A norma entra em vigor em janeiro de 2013, no entanto, é permitida a adoção antecipada.

As orientações e requisitos para a mensuração do valor justo e divulgação de informações sobre estes valores estavam dispersas em muitas normas e, em muitos casos, estas não articulavam uma clara mensuração ou objetivo de divulgação. Desse modo, algumas IFRS’s continham informações limitadas sobre como mensurar o valor justo, enquanto outras continham informações extensivas, que nem sempre eram consistentes entre os padrões contábeis.

A conclusão deste trabalho dos Board’s resulta no alinhamento das normas internacionais e americanas neste importante tema da contabilidade. A presença das mesmas exigências para a mensuração e divulgação do valor justo diminuirá a diversidade das aplicações, e por consequência, provavelmente melhorará a comparabilidade das demonstrações financeiras que usam o IFRS e o US-GAAP.

O IFRS 13 ajudará a aumentar a transparência quando as entidades usam modelos para mensurar o justo valor, particularmente, quando os usuários precisam de mais informações sobre mensuração em condições de incerteza, por exemplo, quando o mercado para um ativo ou um passivo torna-se menos ativa.

Outrossim , aumenta a transparência da mensuração do fair value, exigindo informações pormenorizadas sobre os valores justos calculados com base em modelos.Isto irá proporcionar um aumento da confiança na mensuração do valor justo ,pois a IFRS 13 exige que as entidades divulguem informações sobre as técnicas de avaliação e os inputs utilizados para mensurar o valor justo no nível 3.

Os objetivos do IFRS 13 são: reduzir a complexidade e melhorar a coerência na aplicação da mensuração do valor justo, ter um único conjunto de requisitos para a mensuração de todo valor justo, clarificar a definição do justo valor, melhorar a transparência e aumentar a convergência das IFRS e os US-GAAP.


Leia mais: aqui, aqui,aqui


[1]Como afirma Lustosa (2010): “...a justiça de uma medida de valor está mais na capacidade de ela expressar os conceitos corretos de mensuração do que na exatidão da medida”.

O mundo das finanças, as esfirras e o efeito contágio

Postado por Pedro Correia


O mundo tem acompanhado com atenção o desenrolar da situação política no Egito. Após anos de ditadura, a população finalmente decidiu dar um basta ao governo de Mubarak. Inspirados pelos acontecimentos na Tunísia, porém seguindo uma dinâmica política, econômica e social distinta, os egípcios tomaram as rédeas de seu futuro.

Muito bom, certo? Afinal, ninguém deseja que uma ditadura como essas continue. Porém, aparentemente, para os mercados, não. Basta ver as fortes quedas dos principais ativos de risco, principalmente, os associados a mercados emergentes e, sobretudo, os árabes. Informações concretas, como o fato do Egito não ameaçar a oferta global de petróleo ou de que o canal de Suez pode ser facilmente contornado sem ameaçar a distribuição dessa commodity, parecem não ser muito importantes.

Não foi raro ouvirmos recentemente em entrevistas, relatórios, análise em comitês de investimentos e conversas informais, que a situação poderia se alastrar para outras nações do mundo árabe e aí sim afetar fortemente a produção e o transporte de petróleo. Isso seria um risco enorme para a frágil recuperação mundial. A estabilidade dos regimes na Argélia, Marrocos e até Arábia Saudita estariam em risco.

O fato desses comentários serem feitos por profissionais que jamais pisaram em qualquer um desses países e de que teriam muita dificuldade em dizer se são governados por presidentes, reis ou primeiros ministros (nem ouse perguntar o nome dos governantes dessas nações...), parece ser de pouca importância. O mais próximo que chegaram de algo minimamente relacionado ao mundo árabe muito provavelmente foi uma esfirra ou um quibe cru. Dizer que o regime saudita corre risco de ruir, atualmente, equivale a falar que a rainha da Inglaterra deveria ter ficado alarmada com os tumultos políticos de 2005 na Ucrânia.

Mas por que isso ocorre? Afinal, os mercados não são racionais? Os agentes não usam toda a informação que possuem para tomar a melhor decisão? A cadeira de finanças comportamentais denomina esse tipo de análise superficial e o processo decisório resultante de efeito disponibilidade. Segundo esse conceito, os indivíduos se valem de elementos simples, de fácil acesso e assimilação para construir previsões e estimativas, que são fortemente influenciadas por informações que estejam imediatamente disponíveis.

Registrada pela primeira vez na literatura acadêmica por Amos e Tversy (1974), o efeito disponibilidade está ligado ao princípio de que as pessoas avaliam a probabilidade de um evento ocorrer baseadas na facilidade com a qual encontram exemplos similares ou na facilidade com que tais exemplos vem à mente.

Em um estudo criativo, os dois pesquisadores pediram a uma amostra representativa da população americana que estimasse o que é mais frequente, palavras em inglês que começam com a letra K ou palavras em inglês onde a letra K aparece em terceiro lugar (terceira letra da esquerda para a direita)? 70% dos respondentes estimou que as palavras que começam com a letra K são mais numerosas. Na verdade, as palavras onde a letra K aparece em terceiro lugar são 2 vezes mais frequentes! O fato de ser mais fácil pensar em palavras que começam com K explica porque um percentual tão elevado errou feio a estimativa.

Outros exemplos da vida cotidiana também são capazes de evidenciar tal tendência. Por exemplo, um motorista que acabou de sofrer um acidente tende a dirigir com mais cautela nas semanas seguintes à colisão, ainda que a probabilidade objetiva de que sofra um novo acidente não tenha sofrido alteração. O que aumentou momentaneamente foi a probabilidade subjetiva que a vítima do acidente atribui à possível repetição de tal evento.

No mundo financeiro, em que o dinamismo e a velocidade das transações e, consequentemente, das análises, só aumenta, o efeito disponibilidade, bem como o efeito contágio resultante, tem origem na insuficiência de informação ou na simples ignorância quanto a determinado tema. Dessa forma, os indivíduos recorrem e atribuem um peso maior ao raciocínio por analogia e pouco ou nenhum peso ao raciocínio lógico no momento de fazer um julgamento e tomar uma posição. E mais uma vez, lá se vai a hipótese de racionalidade por água abaixo.

Aquiles Mosca é estrategista de investimentos pessoais e superintendente executivo comercial do Santander Asset Management. É autor dos livros "Investimento sob medida" e "Finanças Comportamentais".

Fonte: Valor Econômico

Origem do Caixa

Postado por Pedro Correia

Recentemente, a Microsoft anunciou a compra do Skype por US$ 8,5 bilhões, em uma das maiores aquisições da história da companhia de Bill Gates.O negócio foi fechado com o pagamento em caixa. No entanto, um ponto crucial não foi muito comentado:Qual é o origem deste caixa?

Therese Poletti do sítio Market Watch mostra que no dia 31 de março deste ano, a Microsoft informou que 42 bilhões de dólares de seus 50,2 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo eram mantidos por subsidiárias no exterior e que esta quantia estava sujeita à "tributos de repatriamento de caixa."

O problema para as empresas dos EUA é que a repatriação de dinheiro para os EUA tem elevados custos tributários. Em 2004, o presidente George W. Bush declarou um "feriado fiscal" permitindo que as corporações trouxessem dinheiro de volta para os EUA sem o pagamento de tributos.

No caso deste negócio, alguns analistas acreditam que,provavelmente a Microsoft usará o caixa das subsidiárias no estrangeiro,pois o custo de oportunidade em utilizar esses recursos é menor que usar o caixa oriundo dos EUA.

Quer dicas de leitura?

Quer dicas de leitura? Por Isabel Sales

Os livros de negócios mais vendidos em abril (lista do jornal The New York Times):

The Big Short, de Michael Lewis. Discursa sobre a crise dos últimos anos e mostra como alguns investidores fizeram a sua fortuna apostando contra os títulos de crédito imobiliário.

Drive, de Daniel H. Pink. Já comentado no blog, fala sobre o que nos motiva. Relembre: aqui e aqui.

Finding the Uncommon Deal, de Adam Leitman Bailey. Um livro que ensina a comprar imóveis, negociar e encontrar as melhores opções.

The Tipping Point, de Malcom Gladwell. O livro é uma análise refinada das epidemias sociais e há versão em português: “O Ponto da Virada”, publicado pela editora Sextante. Na postagem “sete livros que recomendo”, escrita pelo professor César, Gladwell está na 3ª posição.

The Checklist Manifesto, de Atul Gawande. Uma forma simples de gerenciar a complexidade.

Freakonomics, de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner. Livro que dispensa apresentações e está em 4º na postagem “sete livros que recomendo”. A versão em português tem o mesmo título e é publicada pela editora Campus. Algumas postagens anteriores sobre o livro no blog: aqui, aqui e aqui.

Unfair Advantage, de Robert T. Kiyosaki. O autor de Pai Rico, Pai Pobre fala sobre estratégias financeiras as quais nomeia de “unfair advantage”. As estratégias são aplicadas a diversas situações que lidam com impostos, dívidas, risco.

The Black Swan, de Nassim Nicholas Taleb. A Lógica do Cisne Negro, no Brasil, publicado pela editora Best Seller. Cisne negro é um evento imprevisível, impactante e que é a base de quase tudo sobre o mundo, da ascensão das religiões à vida pessoal.

The Quants, de Scott Patterson. O livro fala sobre como uma nova geração de matemáticos conquistou Wall Street e quase a destruiu. Mais no blog: aqui.

10˚ The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. Livro que fala sobre como dois alunos de Harvard criaram o Facebook.


Mais dicas de leitura publicadas anteriormente no blog:

Como gostar de métodos quantitativos? Aqui. Fique atento para as dicas de leitura no fim da postagem.

Sete livros que recomendo: aqui.

5 grandes livros de finanças em língua portuguesa: aqui.

10 melhores livros de negócios de 2008: aqui.

Mais uma lista: os melhores livros: aqui.