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25 março 2010

Lehman

O texto a seguir, de autoria de Jennifer Hughes, uma das melhores jornalistas na área contábil, sobre o escândalo. Acho que ela não foi tão incisiva em analisar o papel da Ernst & Young, como o texto de Sorkin e La Merced.


Em 18 de março de 2008, Erin Callan, diretora financeira do Lehman Brothers, disse em uma teleconferência que o banco estava "tentando dar ao grupo [que a ouvia] uma grande dose de transparência sobre as demonstrações financeiras", fornecendo mais detalhes. Os analistas na linha até a agradeceram por isso. 

Mas o que Callan não disse a eles é que o Lehman tinha transferido US$ 49 bilhões de seu balanço do trimestre, usando uma manobra que chamada "Repo 105". Isso foi feito para ajudar a baixar a alavancagem - ou a proporção de ativos sobre patrimônio líquido - informada pelo banco, exatamente a redução que ela estava divulgando aos analistas. 

Essa e outras manobras semelhantes vieram à tona no relatório de 2.200 páginas coordenado por Anton Valukas, administrador nomeado pelo juiz do tribunal de falências. Justificadas por escassa ou nenhuma lógica econômica, essas transferências são simplesmente uma variante da antiquíssima manobra contábil de maquiagem dos números para que o balanço pareça temporariamente melhor. 

O que chama a atenção, dois anos depois, é a maneira objetiva com que os esquemas foram discutidos no banco por altos executivos e aceitos por suas contrapartes - outros grupos financeiros com os quais o Lehman tinha negócios, antes de seu colapso setembro. [1]

No entanto, mesmo no Lehman, nem todo mundo encarou o mecanismo de maneira tão benigna. Num e-mail, Bart McDade, que se tornou diretor operacional em junho de 2008, qualificou a Repo 105 de "mais uma droga da qual estamos dependentes" e planejava reduzir sua utilização, em meio a uivos de protesto de alguns departamentos. Martin Kelly, diretor de controladoria, alertou seus chefes sobre o "risco de manchete" para a reputação do Lehman, se as operações viessem a público. 

O esquema até mesmo custava dinheiro ao banco. Diz um e-mail de outro funcionário: "Todo mundo sabe que a 105 é um mecanismo fora do balanço e as contrapartes estão exigindo níveis absurdos [de preços] para participar". 
Mas a pressão para realizar mais operações desse tipo cresceu, em 2008, assim como a obsessão do mundo exterior com a precariedade das finanças do banco, especialmente sua alavancagem. E-mails internos exortavam gestores a se empenhar mais para remover ativos da contabilidade. Embora Dick Fuld, executivo-chefe até o fim do Lehman, tenha dito por meio de um advogado que não conseguia lembrar-se de discussões sobre a Repo 105, McDade disse ao investigador que havia feito a seu chefe uma apresentação sobre o tema. [2]

Entre as questões suscitadas pelo relatório Valukas sobre a inteireza da contabilidade - e da auditoria feita pela Ernst & Young -, há um tema maior: como é que esse tipo de engenharia financeira chegou a ser considerado uma ferramenta legítima de negócios e o que pode ser feito a respeito? 

Maquiar as contas não é novidade, e pode assumir muitas formas - de relativamente benignas a fraude pura e simples. Nas indústrias, por exemplo, um gerente pode "entupir os canais" despachando produtos pouco antes do fim do trimestre, mesmo que os itens não tenham sido pedidos para ajudar a cumprir metas e incrementar as receitas que aparecem nos relatórios. Isso não é muito diferente do que faz o gerente de uma loja de varejo que, depois de atingir a meta mensal, retarda a contabilização dessas vendas por alguns dias para facilitar o cumprimento das metas do mês seguinte. [3]

Truques para manipular a receita reportada são mais comuns do que as que, como no caso das Repo 105 usadas pelo Lehman, focam o balanço patrimonial. Mas o banco americano não estava sozinho. [4]

De fato, um lembrete veio à tona na semana passada, com a prisão de Sean Fitzpatrick, que também em 2008 renunciou ao cargo de presidente do Anglo Irish Bank, em Dublin, após a revelação de que havia ocultado, durante anos, empréstimos pessoais no valor de até US$ 119 milhões. Ele o fez transferindo os empréstimos para outro banco pouco antes do fim do ano fiscal de seu banco, e trazendo-os de volta após o encerramento do balanço patrimonial. 

Dois anos antes da saída de Fitzpatrick, a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) obrigou um grupo de bancos porto-riquenhos a republicar suas contas, corrigidas, após investigação sobre vários delitos, entre eles gestão de lucros mediante uma série de transações de compra e venda simultâneas envolvendo outros bancos. 

A prática nada tem de recente; em 1973, a London and County Securities, no Reino Unido, foi ao colapso depois que um aperto de crédito deflagrado pelo governo contribuiu para tornar realidade as suspeitas generalizadas sobre suas abaladas finanças. Ao destrinchar as contas do L&C, os liquidantes encontraram, entre muitas práticas abusivas, uma sistema de "maquiagem" dos números que envolvia uma "quadrilha" de bancos que depositavam fundos uns nos outros pouco antes do fim do ano para aumentar a liquidez nos balanços. 

As operações com as Repo 105 usadas pelo Lehman chamaram a atenção porque tentativas de esconder ativos movendo-os para fora do balanço são comumente associadas a práticas contábeis nebulosas, famosas por seu envolvimento no emaranhado interminável de veículos financeiros criados pela companhia de energia americana Enron para esconder suas dívidas. 

Mas a razão pela qual esse tópico continua ressurgindo sob tantas formas é que a questão está no cerne da prática contábil, cuja intenção original era dar aos proprietários de uma empresa um retrato legítimo de suas atividades. Por isso, o que é lançado nos livros - e o que fica fora deles -, é uma área de permanente de debate. 

Apesar dos repetidos e cada vez mais exaustivos esforços dos reguladores para esclarecer as questões, contadores e gestores de empresas sabem que permanecem muitas zonas cinzentas. Isso cria um terreno intermediário onde os gestores podem contestar seus auditores - com alguma tranquilidade -, afirmando que apesar da "nebulosidade" implícita no termo "fora do balanço" estão debatendo legitimamente uma área sem regras absolutamente definidas para todas as situações. 

"É sempre mais fácil quebrar uma regra do que propor uma regra geral, nessa área, que diga qual deveria ser o tratamento", diz Allan Cook, ex-diretor técnico do Conselho de Normas Contábeis, no Reino Unido. [5] Ele recorda ter recebido uma série de cartas de contadores e administradores de empresas sugerindo regras específicas para a contabilização de itens extra-balanço, e fornecendo exemplos aos quais elas se aplicariam. "O problema é que não se pode formular uma norma na forma de uma série de boas soluções para situações individuais, as regras têm de ser formuladas em termos gerais", acrescenta ele. 

Antes de a agência britânica ter sido criada em 1990 (17 anos depois de seu equivalente nos EUA, o Fasb, Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira), recordam os contadores da época, houve uma série de brigas com clientes e seus advogados em torno do que deveria, e do que não deveria, ser permitido. 

Sir David Tweedie, que hoje preside o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), descreveu a década de 1980, quando era sócio da KPMG, como uma era em que os clientes testavam os limites. "Banqueiros de investimento 'empurravam' um esquema que, possivelmente, estivesse minimamente dentro da lei, a um cliente, convenciam duas grandes firmas de auditoria a aceitar o esquema - que passava a se tornar uma prática aceita - e [advogados] diziam a um terceiro auditor que ele não poderia apor ressalvas [ao relatório financeiro da companhia]", disse ele em 2008. 

Algumas dessas transações usavam o mesmo tipo de veículos financeiros que esteve fortemente ligado à recente crise. Outros esquemas eram aparentemente mais prosaicos, como permitir aos varejistas "vender" as lojas a seu banco, mas com um acordo possibilitando recomprar as propriedades em qualquer momento. Os contadores mostravam-se - e mostram-se - cautelosos em chamar esse tipo de acordo de uma venda genuína, já que, na realidade, o vendedor mantém o controle. "Lembro-me de executivos de banco de investimento nos dizendo que nunca [conseguiríamos] parar isso", diz um contador. 

Tudo isso significa que, em muitas situações reais, não fica claro quando exatamente se anda sobre uma linha que configura aproveitamento legítimo das regras contábeis, maquiagem financeira questionável ou práticas artificiosas ou fraudulentas. 

"Uma forma de conseguir o menor custo possível de financiamento é conseguir uma apresentação apropriada", diz um contador sênior do Lehman Brothers. "Coloque-se em uma situação em que os analistas constantemente escrevem sobre sua alavancagem e você acredita estar tecnicamente no direito de reduzir o custo do dinheiro apresentando suas contas dessa forma. Não fica, então, tão disparatado dizer, 'bem, eles escreveram as regras e estou dentro delas'." 

Lynn Turner, ex-chefe de contabilidade da SEC, é mais cáustico sobre o uso da Repo 105 pelo Lehman Brothers. "Não creio que seja apenas engenharia financeira, creio que seja fraude contábil. É simplesmente surpreendente que tenhamos voltado a isso", afirma. 

De forma reservada, auditores nos EUA contam sobre encontros com clientes que lhes perguntam diretamente: "Em que lugar está escrito que não posso fazer isso?". 

"Na informação financeira, ninguém quer ficar para trás e ter seus concorrentes antecipando-se a eles. É um pouco como uma corrida armamentista ou uma caçada", diz Jack Ciesielski, editor da Analysts' Accounting Observer, um serviço de análises sobre contabilidade. "A melhor analogia com a vida real poderia ser a restituição do imposto de renda e como algumas pessoas se sentem passadas para trás se não vão até o limite, aproveitando qualquer dedução que consigam."

O relatório de Valukas trouxe a contabilidade e auditoria de volta aos holofotes. A Ernst & Young sustenta ter confiança no trabalho realizado e acrescenta que as últimas contas auditadas do Lehman Brothers, até novembro de 2007, foram "apresentadas de modo correto", em conformidade com os princípios contábeis dos EUA. 

Reservadamente, altos executivos de rivais entre as "quatro grandes" firmas mundiais de auditoria se perguntam o que poderia ser revelado se outras instituições problemáticas, como AIG, Bear Stearns e Royal Bank of Scotland, tivessem sido alvos de análises microscópicas similares, que renderam acesso a três petabytes de informações - o equivalente a 350 bilhões de folhas. 

A profissão vem discutindo internamente há anos como seguir princípios contábeis em um mundo no qual os auditores, cada vez mais, enfrentam o risco de processos. Nos tribunais, regras mais detalhadas possibilitariam uma proteção melhor para os auditores do que princípios gerais. Agora, o G-20, grupo das 20 principais economias mundiais, pediu às autoridades reguladoras para chegar a um acordo sobre um conjunto único de padrões contábeis mundiais até 2011. Na realidade, isso exigiria que os EUA troquem suas regras pelas do Iasb, que usa um sistema mais baseado em princípios. 

Os cínicos, porém, já alertam para o fato de que embora balanços mais gerais podem ajudar a obrigar os gestores a seguir "o espírito", em vez de simplesmente "a letra", da lei, também podem deixar mais espaço para interpretações individuais. Em outras palavras, o tipo de área cinzenta explorada pelo Lehman Brothers nunca desapareceria realmente. [6]

Contabilidade volta a pregar peças nos investidores - Matéria publicado no Jornal Valor Econômico em 23 março. 2010 - Texto de Jennifer Hughes (Financial Times - Londres) – Publicado no Blog de Claudia Cruz

[1] Este aspecto é importante e se provado poderá significar um bom processo judicial contra os executivos.

[2] Tudo indica que será fácil provar a participação do executivo. Ademais, a Sox será um instrumento útil aqui, pois a responsabilidade final do balanço é do executivo.

[3] É bom lembrar que isto é algo básico para um economista: os indivíduos funcionam conforme os incentivos. O sistema de incentivos geralmente induz a comportamentos inadequados.

[4] Segundo o New York Times, o Bofa também está fazendo este esquema. Veja postagem no blog de 25 de março de 2010, "Agora, o Bofa".

[5] Isto aparentemente parece ser um ponto positivo para as normas do Iasb, mais abrangentes e menos detalhadas.

[6] Isto parece ser um ponto positivo para as normas do Fasb, mais detalhadas.

[7] Alexandre Alcântara faz uma associação interessante entre "essência sob a forma" e "alisamento de resultados"

Agora, o Bofa

Depois das denúncias contra o Lehman (e o Repo 105), parece que existe uma suspeita de que o Bank of America também usou um mecanismo parecido. John Bronte Capital Hempton descobriu algumas divergências no valor de final de trimestre dos ativos. O Bofa afirma que não fez nada de errado.

O parceiro das operações do Bofa parece ser o Mitsubishi, do Japão. Um porta-voz do Banco afirmou:

Os esforços para controlar o tamanho do nosso balanço são rotineiras e adequadas.

Para ler mais, clique aqui sobre um texto do New York Times, de 24 de março (Bofa our accounting followed the Rules).

Confusão


 

Contudo, para o relator do recurso no STJ, ministro Massami Uyeda, o consumidor já paga à administradora uma taxa pela utilização do cartão de crédito e a instituição financeira garante ao estabelecimento comercial o recebimento do crédito.

Ele acrescentou que, ao disponibilizar esta forma de pagamento, o comerciante agrega valor ao seu negócio, atraindo, inclusive, mais clientes.[1]

O ministro considerou ainda que há uma relação entre a instituição financeira que emite o cartão e o cliente, que paga uma taxa de administração, e outra entre a instituição financeira e o comerciante, que transfere um percentual da venda em troca da total garantia de recebimento do crédito.

"Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisão dos gastos advindos do próprio risco do negócio, de responsabilidade exclusiva do empresário", afirmou.[2]

STJ condena cobrança diferenciada em pagamentos com cartão de crédito – 24/3/2010


 

[1] Isto só é verdadeiro se nenhum outro comerciante disponibilizasse o pagamento. Entretanto, caberia aqui uma revisão nos conceitos de Teoria dos Jogos

[2] E o valor do dinheiro no tempo, senhor ministro? Parece que o curso de direito não ensina matemática financeira básica.

Objetividade

De vez em quando, Steve Jobs se dá ao trabalho de responder a emails de usuários da Apple. Mas sem perda de tempo, é claro. Sobre a dúvida de um cliente se o iPhone poderia ser usado como um modem para o iPad, a resposta foi um curto e direto "Não". Já quando alguém reclamou que os MacBook Pro e Mac Pro estavam sem atualização há algum tempo, Jobs disse simplesmente "Não se preocupe". E ao criador do produto 'iPodRip', que foi procurado pelos advogados da Apple e mandou um email explicando sua situação, o CEO mandou essa – "Troque o nome do seu aplicativo. Não é tão difícil assim" 

Fonte: aqui

Portugal Rebaixado

Talvez a principal notícia do dia seja o rebaixamento da dívida de Portugal de longo prazo por parte da agência Fitch, de AA para AA-, com perspectiva negativa. Segundo notícia do Brasil Econômico:

"Apesar de Portugal não ter sido muito afetado pela crise mundial, as perspectivas de recuperação econômica são mais frágeis que para os outros 15 membros da Zona do Euro, o que vai influenciar as finanças públicas a longo prazo", afirma em um comunicado Douglas Renwick, diretor da Fitch

Entretanto, o rebaixamento não retirou de Portugal o status de "grau de investimento". Mas pode significar que futuros lançamentos de títulos do governo terão um custo mais elevado. E pode ser uma sinalização de que a crise na Europa ainda não passou.

O ministro das Finanças de Portugal afirmou que já era esperado do rebaixamento. E que os mercados já incorporaram no preço esta nova situação.

Microsseguro

Este trabalho tem dois objetivos. O primeiro é precificar o microsseguro compreensivo residencial no Brasil, para algumas coberturas e importâncias seguradas. O segundo objetivo é estimar o potencial de mercado deste produto. De acordo com a definição da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) o microsseguro é o produto voltado para as famílias com renda mensal per capita até 2 salários mínimos. Foi empregada como fonte de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de Dados (PNAD - 2007) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta pesquisa fornece um extenso conjunto de informações referentes aos domicílios (particularmente aspectos construtivos relevantes para a formação do preço do microsseguro residencial) e à população brasileira. Os domicílios elegíveis ao microsseguro (mais de 42 milhões) foram divididos em 4 faixas de renda domiciliar de acordo com múltiplos do salário mínimo. A pesquisa mostra que os prêmios mensais, para as coberturas de incêndio, raio, explosão e perda de aluguel são bastante reduzidos, indo de R$ 1,91 a R$ 4,00. Estes valores são inferiores a 1% da renda domiciliar. Os resultados mostram que esse tipo de microsseguro é adequado para as famílias de baixa renda. O potencial do mercado é bastante expressivo, sendo superior a R$ 1,5 bilhão anual, o que é uma evidência de sua atratividade para as seguradoras.

MICROSSEGURO COMPREENSIVO RESIDENCIAL NO BRASIL: PRECIFICAÇÃO E ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE MERCADO - Maria Pilar Varela Sepulveda; Luís Eduardo Afonso (USP)

Fato Relevante

CVM acusa Petrobrás em processo sobre descoberta no pré-sal em 2007
Adriana Chiarini, da Agência Estado

A diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou proposta de acordo do diretor financeiro e Relações com Investidores (DRI) da Petrobras, Almir Guilherme Barbassa, em processo relacionado à descoberta na camada de pré-sal. Barbassa se propôs a pagar R$ 300 mil para extinguir processo administrativo sancionador.

O diretor é acusado de não ter divulgado fato relevante sobre a existência de petróleo leve na segunda perfuração do campo de Tupi, no pré-sal, no momento em que a informação foi transmitida à Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 8 de agosto de 2007. A Petrobrás divulgou comunicado ao mercado 21 dias depois, em 29 de agosto aquele ano.

A defesa da Petrobrás à CVM mencionou que só após a conclusão da análise do segundo poço de Tupi é que foi possível estimar o volume recuperável de petróleo e gás natural. Por isso, só após esse resultado se poderia divulgar um "fato relevante", o que ocorreu em 8 de novembro de 2007. Já o órgão regulador do mercado diz ter concluído que a informação à ANP era "capaz de trazer reflexos às cotações dos valores mobiliários emitidos pela Companhia".

Segundo entendimento da CVM, essas informações abrangeriam aspectos de extensão do campo (distância de 10 km entre as perfurações) e qualidade do óleo. O parecer de técnicos da CVM cita que, em 24 de agosto de 2007, "um analista do Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) S.A afirmou ter recebido informação, em reunião privada com o Coordenador da Gerência Geral de Estratégia e Portfólio de Exploração e Produção, sobre a existência de óleo em um segundo poço perfurado em Tupi, de qualidade similar ao 1º poço perfurado no campo".

O parecer dos técnicos da CVM registra que o comunicado ao mercado "veio cinco dias depois, às 19h50". Também cita trecho do comunicado em que a Petrobrás informa que a perfuração do segundo poço em Tupi "foi concluída em 24 de julho e comprovou nesse poço dos reservatórios portadores de óleo do poço descobridor".

Segundo a defesa da Petrobrás relatada no documento da CVM, as declarações do analista de mercado são "a expressão da conclusão tirada por ele de forma livre e independente". A estatal também alegou que, na reunião com o analista de mercado, o coordenador teria apenas comentado a conclusão da perfuração do segundo poço, o que já havia sido comunicado à ANP em 8 de agosto de 2007. A área técnica da CVM não vê responsabilidade desse funcionário da companhia, mas considera irregular a informação dada à ANP não ter sido passada também ao mercado por fato relevante.

A Petrobrás argumenta que como já tinha notificado a ANP, na data da reunião com o analista, "já era de conhecimento público que o segundo poço perfurado era portador de hidrocarbonetos, ainda que não se soubesse sobre sua relevância". A Petrobrás diz ainda que comunicados sobre o primeiro poço foram feitos em 2006. A diretoria da CVM ainda não julgou o mérito do processo.

Procurada pela reportagem, a estatal ainda não se manifestou sobre o assunto.

24 março 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Capitalização do Mercado


Fonte: aqui

Links

Estudo sugere que logotipo de fast food modifica nosso comportamento sobre o consumo de alimentos

Cary Grant, ator do passado, e as virtudes das drogas psicodélicas (LSD): reportagem do passado

As habilidades matemáticas dos juízes da Suprema Corte: 5 ou 3 ou 2?

Teste #252

Enquanto a crise financeira avançava, os funcionários de uma "respeitável" entidade dedicavam-se a olhar endereços pornográficos (mais de "8.273 vezes", veja o número exato). Um dos funcionários confessou que gastava não mais que uma hora ou uma hora e meia fazendo esta pesquisa. A entidade onde isto foi descoberto:

Accounting Standards Board, da Inglaterra
International Accounting Standards Board, em Londres
Securities and Exchange Commission, dos EUA

Resposta do anterior: 49 trilhões. O valor chegou a 61 trilhões antes da crise, atingiu 26 trilhões no auge da crise. Fonte: aqui

Corrupção

Croácia, Hungria, China, Egito, Grécia, Indonésia, Iraque, Costa do Marfim, Letônia, Nigéria, Rússia, Sérvia, Montenegro, Tailândia, Turquia, Turquemenistão, Uzbequistão e Vietnã. São os países citados num documento do Departamento de Justiça dos EUA, que acusou a empresa Daimler de pagar milhões de dólares para funcionários de diversos governos, entre 1998 a 2008, para contratos de aquisição de veículos da empresa.

Conforme informação do New York Times (Daimler Accused of Paying Bribes in the Least 22 countries, 23 de março de 2010), pelo Foreign Corrupt Practices Act, que proíbe pagamentos indevidos a funcionários de outros países, a Daimler foi acusada de conspiração e violação da lei.



Mais, aqui

ABC simplificado

Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que objetivou verificar se as vantagens apresentadas por Kaplan e Anderson (2004; 2007), no que tange à implementação e à utilização do time-driven activity-based costing (TDABC) em relação aos demais métodos de custeio, são realmente observadas em estudos empíricos relatados na literatura. Identificaramse,ainda, as dificuldades encontradas pelos pesquisadores para aplicar o TDABC nas empresas. A pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa e exploratória, consistiu da análise de estudos de casos sobre aplicações do TDABC publicados entre os anos de 2004. Como principais vantagens do TDABC identificadas nos estudos analisados, estão sua integração com os ERPs das empresas e o aprimoramento das informações de custos sobre as atividades efetivamente realizadas. Contudo, alguns dos estudos relatados apresentam dificuldades observadas pelos pesquisadores durante a implementação do TDABC, principalmente em relação à formulação das time equations (equações de tempo). Apesar do limitado número de publicações existentes na literatura sobre o tema específico, pode-se concluir que grande parte das vantagens do TDABC apregoadas por Kaplan e Anderson (2004; 2007) são realmente observadas na prática. Contudo, algumas dificuldades aparentemente ignoradas pelos proponentes do TDABC já podem ser verificadas em alguns estudos. Acredita-se que, se as dificuldades e limitações são relatadas, novas pesquisas já poderiam contemplá-las e assim expandir o conhecimento sobre esta nova ferramenta. Entretanto, acredita-se que tais estudos deveriam ser mais críticos, no sentido de analisar o TDABC sob sob diferentes perspectivas, sob pena de se manter uma ferramenta gerencial pouco aplicável.


ANÁLISE DOS ESTUDOS EMPÍRICOS REALIZADOS SOBRE O TIME-DRIVEN ABC ENTRE OS ANOS DE 2004 E 2008 - Antônio Artur de Souza; Ewerton Alex Avelar; Terence Machado Boina;
Cynthia Oliveira Lara (UFMG)

Consignado

A concorrência entre bancos públicos e privados no crédito está deixando os balcões das agências e chegando aos tribunais. O objeto da discórdia é a atuação do Banco do Brasil no empréstimo consignado. Já existem ao menos 11 ações na Justiça questionando a exclusividade que o BB conseguiu para operar o produto em lugares como a cidade de São Paulo e o Estado da Paraíba. Os concorrentes reclamam que o BB acaba com a competição.

Dos 11 processos, oito foram abertos por instituições financeiras privadas ou por entidades do setor. A principal reclamante é a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que representa os interesses de 84 instituições, a maioria de pequeno e médio portes.

Na Paraíba, porém, uma ação foi impetrada pelo banco Santander – a queixa não foi feita diretamente contra o BB, mas contra o secretário de Administração. Procurado pela reportagem, o banco informou que "não pode comentar assuntos sub judice".

Grandes bancos

O Estado apurou que outros grandes bancos privados também estudam recorrer à Justiça contra a exclusividade do BB. "Não faz sentido a lei permitir que o cliente possa receber o salário no banco que escolher (a chamada portabilidade da conta salário), mas ser obrigado a fazer um consignado com o BB", argumenta um executivo de um banco privado. "Se a ABBC entra (na Justiça) e ganha, parece lógico que quem está fora também vá atrás. Todos vão buscar seus direitos."

Por trás da briga, está o segmento de crédito que mais cresceu no Brasil nos últimos anos. Embora exista no País desde o fim da década de 90, o consignado expandiu-se fortemente a partir de 2004, depois de ser regulamentado pelo governo federal.

Em fevereiro, o estoque desses empréstimos alcançava R$ 112 bilhões, 61% do total de crédito pessoal no Brasil e cerca de um quarto do crédito concedido às pessoas físicas. A maior parte do dinheiro – R$ 96,5 bilhões – era de trabalhadores do setor público. É por isso que a disputa está concentrada em governos estaduais e municipais.

Para os bancos, o negócio é rentável por causa da baixa inadimplência e do alto volume potencial, sobretudo na esfera pública. Para o cliente, a maior vantagem são as taxas de juros inferiores às de outras modalidades de crédito pessoal – 27,3% ao ano, ante a média das outras, de 57,7% ao ano, segundo dados do Banco Central (BC) relativos ao mês de fevereiro.

Pequenos x grandes

Além da ABBC e do Santander, processos foram abertos pelo banco BMG, pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal, pelo Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) e por funcionários da Assembleia Legislativa da Paraíba. Até sexta-feira, oito liminares haviam sido concedidas a favor dos reclamantes, duas ainda não tinham sido apreciadas e um pedido foi indeferido (a ação era contra o governo do Espírito Santo).

O protagonismo da ABBC na questão é explicado, em parte, pelo papel dos bancos menores no consignado – hoje, eles detêm cerca de 40% do mercado, participação que já foi maior. "No início, os bancos de folha (grandes do varejo) não se interessaram pela modalidade. Aí apareceram os bancos que não eram de folha (pequenos e médios)", diz o presidente da entidade, Renato Oliva, que também dirige o Banco Cacique.

As grandes instituições de varejo só "descobriram" o negócio mais tarde. "Eles perceberam que conseguiam uma rentabilidade adequada, com inadimplência muito baixa", diz o analista de bancos da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu.

Oliva frisa que não se trata de fugir da competição. "Queremos a concorrência mais ampla possível. A exclusividade anula o princípio constitucional da liberdade de escolha do cliente", diz. "A grande discussão, hoje, é justamente a concentração bancária no Brasil."

A lei que institui o consignado não é clara sobre a exclusividade. Daí a disputa na Justiça. Procurado pelo Estado, o Banco Central (BC), que regulamenta a modalidade, enviou a seguinte nota: "A área jurídica do Banco Central está avaliando as implicações da questão do consignado à luz das normas do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central."

Além do aspecto negocial da disputa, há o político. Fontes de mercado avaliam que o BB está pagando caro demais para as prefeituras e para os Estados para ter direito à exclusividade. O Banco do Brasil refuta as insinuações e rebate as reclamações dos concorrentes.


Bancos privados abrem guerra contra o BB por exclusividade no consignado
Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo

23 março 2010

Rir é o melhor remédio


A piada final

Links

Programa de envio de demonstrações contábeis para contabilidade XBRL

Título do tesouro dos EUA possui mais risco que a Berkshire Hathaway

Teorema de Modigliani e Miller e a crise

Lei de Responsabilidade orçamentária

Várias maneiras de mostrar a propaganda e a série House em forma gráfica

Atuação de bancos estrangeiros decepciona no Brasil

Teste #251

Uma forma de mensurar o poder do mercado é através da capitalização. Em outras palavras, quanto vale as empresas que são negociadas na bolsa de valores. Atualmente os três maiores mercados mundiais são EUA, Japão e China. O Brasil é o nono mercado, após Grã-Bretanha, Hong Kong, França, Canadá e Índia, mas antes da Alemanha, Austrália e Suiça, por exemplo. Você saberia o valor da capitalização mundial?

61 trilhões de dólares
49 trilhões de dólares
27 trilhões de dólares

Resposta do Anterior: 80 milhões. Fonte: aqui

Vale do Rio Doce

Eurofer quer investigação europeia contra Vale
Brasil Econômico - Por Foo Yun Chee/Reuters - 22/03/10 09:41

A associação europeia da indústria siderúrgica, Eurofer, pedirá aos reguladores anti-truste da União Europeia para que avaliem se a maior produtora mundial de minério de ferro, a Vale, está abusando de sua posição dominante, afirmou o diretor-geral da organização, nesta segunda-feira (22).

A Eurofer, cujos membros incluem ArcelorMittal e ThyssenKrupp, pode encaminhar reclamação formal à Comissão Europeia ainda esta semana, disse o diretor geral da Eurofer, Gordon Moffat.

A Vale está negociando atualmente com as produtoras de aço europeias os termos de aumento do preço do minério.

"Encaminharemos uma queixa contra a Vale por abuso de domínio de mercado. Nosso argumento não é tanto sobre o aumento de preços, mas a mudança nos termos e propostas para uma alteração no valor anual para preços de mercado à vista", disse Moffat.

"Mudar unilateralmente os termos em contratos sem negociação pode ser considerado abuso de posição de mercado", afirmou ele.

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Capital humano em Contabilidade

O presente estudo objetiva analisar as percepções dos egressos em Ciências Contábeis da UNOESC quanto à influência do bacharelado no desenvolvimento profissional e da sociedade sob o enfoque da teoria do capital humano. Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva utilizando-se dos procedimentos da pesquisa de levantamento de dados com abordagem quantitativa e qualitativa. A amostra consistiu de 144 egressos do curso de ciências contábeis da UNOESC – Campus de São Miguel do Oeste-SC e Pinhalzinho-SC. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário estruturado com perguntas fechadas. A coleta de dados ocorreu nos meses de julho a setembro de 2008. Os resultados da pesquisa indicam que a maioria dos egressos exerce atividade remunerada ligada a área contábil e são empregados no setor privado. Observou-se ainda que, para maioria, a contribuição da universidade foi fundamental para o aperfeiçoamento do capital humano e melhoria da qualidade da vida em sociedade. Com relação às alterações na vida pessoal e profissional com o título de Contador, um dos aspectos mais evidenciados foi o amadurecimento pessoal. Conclui-se de uma forma geral, que os egressos obtiveram melhoria de capital humano por meio da titulação, melhorando nível de renda, oportunidades de trabalho, competitividade profissional e influenciando positivamente a vida em sociedade, contribuindo para que se tornassem pessoas mais responsáveis e confiantes para lidar com situações do dia-a-dia. Os resultados corroboram a relação entre o capital humano adquirido por meio do curso universitário, na ampliação dos conhecimentos e das técnicas profissionais obtidas pelos profissionais egressos do curso de ciências contábeis da UNOESC.


EGRESSOS EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS: ANALISE DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL SOB O ENFOQUE DA TEORIA DO CAPITAL HUMANO - Ieda Margarete Oro; Juliana Jacintha Lazarotto Naue; Adelaide Lenir Sturmer; e Antonio Maria da Silva Carpes – Universidade do Oeste de Santa Catarina