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23 setembro 2009

TCU

José Múcio Monteiro Filho é o novo ministro do Tribunal de Contas da União. Foi ministro de Estado e deputado licenciado pelo PTB de Pernambuco. É fidelíssimo ao atual governo (e aos anteriores, também). Sua escolha, confirmada ontem, muda uma escrita recente; três indicados pelo Executivo foram preteridos.

Foi líder do governo na Câmara. Ocupou mais recentemente um cargo crucial, encarregado das relações nem sempre fáceis entre o Congresso e o Planalto, e o fez com competência, aos olhos do Executivo. Merece um prêmio.

O TCU é um prêmio? É isso? Por que alguém é indicado ao TCU? Ilibada reputação conta? Conhecer contabilidade ajuda? Saber tudo sobre administração pública é essencial?

Até é, mas a chave para entender este tipo de processo é outra: ter integrantes "amigos" em organismos como este tribunal é importante para o governo, ainda mais governo em época pré-eleitoral.

O atual tribunal foi bastante crítico, por exemplo, em relação aos projetos apresentados pelo Executivo federal no âmbito do chamado PAC. Isso pode atrapalhar.

O TCU checa papéis. O papel aceita tudo? Não deveria, em se tratando de contas públicas. Há leis, decretos, portarias, regulamentações, regimentos, súmulas e uma imensa parafernália de artigos e artiguetes para impedir que a coisa pública sofra uma metamorfose e se transforme em riqueza privada.

De fato, o que acontece é que os governos -não só este- desde sempre cuidam de incluir nos quadros dos ditos tribunais de contas homens que lhe são fiéis. O descortino e o rigor no controle das contas não parecem ser essenciais nesta escolha, e não vai aqui juízo de valor sobre nenhum dos membros de nenhum tribunal desta espécie.

José Múcio é um homem fiel. Pode ajudar a controlar melhor o destino do dinheiro do Estado? Não se pode afirmar o contrário. Em uma República de aparências, onde juízes não necessitam de "curriculum" e senadores consideram direito natural usar os recursos públicos em causa privada, sua indicação parece a propósito.

Pede-se, afinal, que os amigos das raposas cuidem do galinheiro. Às vezes, esses guardiães até defendem as aves, mas que é estranho, isso é.

Tribunal é um prêmio a homens fiéis ao governo
Folha de São Paulo - 23/9/2009
MARCO CHIARETTI


Ou seja: quando teremos um TCU formado por técnicos?

IPO e Agregação de Valor

A criação de valor ao acionista, e a atenção ao custo do capital são assuntos que vem sendo muito discutidos em teoria das finanças. Partindo-se da premissa de que um dos principais objetivos da empresa é o de gerar riqueza aos seus proprietários de capital, este trabalho tem por objetivo correlacionar o efeito do IPO (Initial Public Offering) com a geração de valor aos acionistas. Para mensurar tais fatos, esta pesquisa utilizou os conceitos de uma medida de desempenho operacional baseada no lucro residual, conhecida por EVA® (Economic Value Added), e o MVA® (Market Value Added), que mede sobre a ótica do mercado, o potencial de geração de valor de uma empresa. O estudo foi realizado utilizando uma amostra que contempla todas as empresas que realizaram um IPO no ano de 2006. Através da análise dos dados publicados no ano anterior e subseqüente a abertura de capital, os resultados mostraram que devido ao aumento demasiado do custo médio e ponderado do capital, estas empresas destruíram valor no ano do IPO e no ano subsequente, porém, estes resultados podem sofrer reversões e no futuro confirmar as expectativas positivas do mercado demonstradas pelos MVAs® positivos.

LANÇAMENTO PRIMÁRIO DE AÇÕES: EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA DE CAPITAL VERSUS GERAÇÃO DE VALOR
- João Paulo de Negri Correa, Maria José de C. M. de Zen & José Francisco Calil - Universidade Metodista de Piracicaba

Links

Oferta e demanda entre os macacos

O Iasb propoe eliminar a exigencia do uso da taxa do titulo de governo. Em seu lugar, as entidades podem estimar a taxa de titulos de empresas de alta qualidade. A ideia pode entrar em vigor ja no final de 2009.

Demanda por jogador agressivo no Futebol inglês

22 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Na placa, "Seminário Eterno de Economia"
Fonte: aqui

Valor do Santander

Santander é avaliado em até R$ 96,6 bilhões
Valor - 21/9/2009

SÃO PAULO - O Santander Brasil deve estrear na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com valor de mercado entre R$ 82,8 bilhões e R$ 96,6 bilhões, conforme os intervalos de preço e de papéis a serem vendidos na oferta pública primária de units, marcada para o início de outubro.

A estimativa coloca a filial brasileira do banco espanhol à frente do Banco do Brasil (BB), lado a lado com o Bradesco (na projeção mais otimista), mas ainda bem atrás do Itaú Unibanco.

De acordo com as cotações desta tarde, o valor de mercado do Itaú Unibanco é de R$ 138,5 bilhões, descontando as ações em tesouraria. Em segundo lugar aparece o Bradesco, que vale R$ 94,9 bilhões. O BB tem valor de mercado de R$ 76,09 bilhões.

Ao se observar um critério bastante usado pelo mercado, no entanto, que compara o valor de mercado com o patrimônio líquido, o Santander estaria bastante descontado em relação a seus pares.

O Itaú Unibanco é negociado a 2,93 vezes o patrimônio, ante índice de 2,55 vezes para o Bradesco e de 2,35 vezes para o Banco do Brasil.

No caso do Santander, o índice varia de 1,31 vez a 1,53 vez, a depender de quantas ações serão vendidas na oferta e levando em conta o patrimônio líquido de R$ 63,212 bilhões, estimado para depois do aumento de capital decorrente da oferta pública.

Na operação que ocorrerá no próximo mês, cerca de 15% do capital do Santander Brasil devem ser vendidos aos investidores minoritários. De acordo com as regras do Nível 2 da BM & FBovespa, o banco terá três anos, prorrogáveis por mais dois anos, para atingir um índice de 25% do capital em circulação.

(Fernando Torres | Valor)


Aqui texto do NY Times sobre a operação

Aumenta as ressalvas


O gráfico mostra a percentagem de balanços auditados nos EUA com ressalvas de "going concern" (continuidade). O número mais elevado no início do milênio é consequência dos escândalos contábeis. O número de empresas é significativamente elevado (mais de 15 mil).

Fonte: Aqui

Controle das Organizações

O objetivo deste estudo é avaliar as principais características da tipologia de controle adotado nas organizações. O controle é o meio pelo qual os gestores influenciam as pessoas na direção da realização dos objetivos organizacionais e pode ser classificado em quatro tipos, a partir do seu contexto de atuação e de sua dimensão, segundo Gomes e Salas (2001): Familiar, Burocrático, Ad Hoc e Por Resultados. (...) Foram identificadas 13 empresas com Controle Familiar, 3 com controle Ad Hoc, 20 com controle Burocrático e 12 com controle Por Resultados. Os resultados revelam vários pontos de concordância entre os sistemas de controle das empresas pesquisadas e a literatura, e algumas discordâncias. Entre as características mais citadas destacam-se: controles e decisões centralizadas e o uso de controles internos formais. Os resultados mostram que a tipologia pode ser usada para entender os sistemas de controle das organizações, oferecendo informações de valor para apoio à tomada de decisão.

CARACTERISTICAS DE CONTROLE ORGANIZACIONAL DE EMPRESAS DA REGIÃO SUL DO BRASIL
Carlos Alberto Diehl; Elisangela Santos da Silva Boose; e Ernani Ott (Unisinos)

Remuneração de Executivos

A Tootsie Roll Industries apresentou vendas de meio bilhão de dólares no último ano. Já as receitas da Kraft Foods foram de 42 bilhões de dólares. Ou seja, são empresas completamente diferentes. Mas os executivos da Tootsie não acham isto. Tanto é assim, que eles decidiram usar a Kraft como parâmetro na forma como remunerá-los.

O caso da Tootsie é só um exemplo de como algumas empresas fazem para definir a política de remuneração. Geralmente favorável aos executivos e contrários aos interesses dos acionistas.

Esta questão é tratada, teoricamente, na teoria da agência. Por esta teoria, existirá uma divergência entre os interesses dos acionistas – geralmente agregação de valor – e os interesses dos executivos – melhores salários.

Uma forma de melhorar os seus salários é usar como parâmetro empresas onde os salários são naturalmente maiores. Um estudo comparou um parâmetro esperado (baseado no setor de atuação, no desempenho e outros fatores) e os parâmetros escolhidos pelas empresas na definição salarial.

Veja mais em: Theory & Practice: Picking Big 'Peers' to Set Pay --- Executive Compensation Is Often Skewed by Comparisons, Cari Tuna, The Wall Street Journal, 17/8/2009, J, B7

Realização de prejuízos

Palavra do gestor: A relutância dos investidores em realizar seus prejuízos
Jan Karsten

No Quinto Congresso Anbid de Fundos de Investimento, tivemos o prazer de ouvir os ensinamentos do Prêmio Nobel de Economia doutor professor David Kahneman. Em virtude da excelente apresentação realizada por ele, me pareceu oportuno trazer um tema comentado pelo professor e tão atual: a relutância que os investidores têm em realizar prejuízos.

O primeiro estudo para testar o efeito disposição, ou seja, a tendência a realizar ganhos antes de perdas, foi realizado em 1999 por Terrance Odean, professor de finanças da Universidade da Califórnia ( Berkley), várias vezes mencionado pelo Dr. Kahneman.

Em 2005, resolvemos realizar o mesmo teste efetuado pelo professor Odean aqui no Brasil. Para tal investigamos o padrão de comportamento de 12 mil investidores entre pessoas físicas, pessoas jurídicas institucionais e não-institucionais que transacionaram na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Este trabalho foi possível graças à BM&F Bovespa, que nos forneceu gratuitamente uma amostra aleatória de investidores que realizaram mais de 600 mil transações entre 2001 e 2004.

O efeito disposição foi encontrado em todos os anos e para todos os investidores, com exceção dos investidores institucionais no ano de 2004. Para validar esse resultado isolamos alguns fatores como: vendas motivadas pela tributação e vendas motivadas pelo rebalanceamento do portfólio. Para quem não acompanhava o mercado financeiro naquela época, três ações apresentaram expressivas perdas entre 2001 e 2004: Embratel, Telesp Celular e Globo Cabo. Esta última, por exemplo, veio de R$ 16 para algo próximo a R$ 1.

A expectativa que tínhamos é que isolando as transações com tais ações a disposição em realizar mais perdas iria subir, afinal a tendência do investidor com papéis que sofreram expressivas perdas é mantê-los até que retornem ao nível de aquisição. O fato é que essas ações não eram as únicas que sofreram perdas neste período e pudemos assim comprovar que a aversão a realizar perdas cria uma inércia, ou seja, um desejo muito forte em manter o portfólio de investimentos intacto.

O desejo de evitar o sentimento de arrependimento gera essa inércia dos investidores. Eles têm a expectativa de que a ação com perdas retornará ao preço de aquisição e portanto, preferem realizar pequenos lucros com algumas ações a realizar um grande prejuízo com uma única ação. Mesmo que a ação que acumula prejuízo tenha perspectivas inferiores às demais ações do portfólio.

O professor Kahneman também citou que psicólogos e neurocientistas estão convergindo na descrição de como o nosso cérebro funciona. Essa descrição faz distinção entre dois tipos de pensamento, um que é intuitivo e automático e outro que é refletivo e racional. O primeiro é muito comum entre os investidores pessoas físicas, o segundo é consistente entre os investidores institucionais que conseguem alocar a sua atenção de forma mais eficiente. Na sua visão existem dois tipos de investidores pessoas físicas: os que procuram montar um portfólio mais de longo prazo e os que são operadores ativos, comprando e vendendo frequentemente. No trabalho de Odean, ficou evidente que os investidores mais ativos tomam decisões de investimentos equivocadas, pois, na média, as ações de empresas que eles vendiam subia 3,4% a mais do que as ações de empresas que eles compravam.

Apesar de o Ibovespa ter acumulado mais de 27% de rentabilidade acumulada no período de 2001 a 2004, os investidores individuais acumularam mais perdas do que ganhos. Também mantiveram em suas carteiras, na média, uma ação por 100 dias úteis versus investidores institucionais, que seguraram uma ação por 213 dias úteis. O estudo do efeito disposição mostra que os investidores não têm a disciplina de analisar as ações que acumulam perdas e reavaliar se é o momento de se desfazer dessas ações em detrimento de novas com perspectivas melhores para o futuro. Isso foi comprovado por esse estudo com as ações de Embratel, Globo Cabo e Telesp Celular e, mais recentemente, com as empresas que realizaram aberturas de capital.

Usando as palavras do professor Kahneman, os investidores individuais operam demais e na média tomam decisões de investimento equivocadas. O professor reforçou que os assessores profissionais têm uma responsabilidade muito importante no aconselhamento de investidores, como: impor uma disciplina para investir para o longo prazo; não ficar monitorando excessivamente a carteira de investimento e evitar que os investidores desenvolvam um excesso de confiança.

Jan Karsten ,diretor de investimentos do Citibank Brasil
Valor Econômico – 20/8/2009

Links

A percepcao feminina de que «todo homem bom já está comprometido é igual a noção de que é impossivel bater o mercado da Hipótese Eficiente de Mercado

O que é liquidez?

Contabilidade Governamental nos tempos passados

Economia de escala em viver junto

21 setembro 2009

Rir é o melhor remédio

Na seção de horror, entre livros como O Exorcista, o déficit do orçamento


Fonte: aqui

Uso de fontes na graduação

Dentre as fontes de referência bibliográficas tradicionalmente utilizadas e recomendadas para o desenvolvimento de pesquisas e trabalhos científicos estão os textos que, antes de sua publicação, tenham sido submetidos a uma avaliação prévia sob a forma de peer-review ou blind-review. Esses sistemas geralmente consistem na utilização de dois ou mais pareceristas especializados que avaliam aspectos diversos do texto (tais como bibliografia utilizada, metodologia adotada e interpretação dos resultados obtidos). Essas formas de avaliação, usualmente utilizadas pelas revistas científicas, têm como objetivo garantir a qualidade dos textos publicados, constituindo em importante subsídio aos autores e editores, face às recomendações e sugestões efetuadas. Em que pese essa recomendação, verifica-se um uso cada vez mais freqüente, por parte dos alunos, de fontes não convencionais. Este trabalho buscou caracterizar o uso dessas fontes pelos alunos dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia, tanto em relação ao nível de utilização (comparativamente à literatura científica), quanto a alguns atributos qualitativos. Para isso, investigou-se o uso da literatura cinzenta (tendo como base o conceito adotado pela Ciência da Informação) e textos jornalísticos especializados pelos alunos de graduação dos cursos mencionados, fornecendo elementos que possibilitem estabelecer um maior entendimento e compreensão sobre o tema. Desenvolvida sob a forma de um survey, com 145 alunos de graduação que opinaram sobre 12 fontes de informação classificadas como literatura cinzenta, utilizou um instrumento de coleta de dados composto de nove assertivas que foram respondidas utilizando uma escala Likert. A partir dos dados coletados, foram obtidos parâmetros estatísticos descritivos, reunidos em quatro grupos, os quais foram comparados ao uso da literatura branca pelos mesmos alunos.

ESTUDO SOBRE O USO DE DOCUMENTOS NÃO CONVENCIONAIS PELOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS, ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS E ECONOMIA - Pedro Luiz Côrtes - USP



O resumo, infelizmente, não expressa de forma adequada a qualidade do artigo (e os seus resultados). Mas o trabalho é muito interessante. O autor encontrou que os alunos de graduação preferem (em uso e qualidade percebida) os jornais e revistas aos artigos científicos publicados. São considerados de pior qualidade as informações oficiais e de provedores privados de notícias.