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21 janeiro 2008

Nova lei

Sobre a questão da publicação das demonstrações contábeis pelas grandes empresas:

A nova legislação contábil e as limitadas
Modesto Carvalhosa
Valor Econômico - 21/01/2008

A questão da obrigatoriedade da publicação dos balanços das sociedades limitadas de grande porte, em virtude da edição da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, tem suscitado certa perplexidade nos meios jurídicos e empresariais.

Esta alteração do vigente diploma societário deveu-se à iniciativa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, em novembro de 1999, apresentou ao Ministério da Fazenda um anteprojeto de mudança parcial da Lei nº 6.404, de 1976, tendo em vista duas questões fundamentais. Uma delas refere-se à harmonização das práticas contábeis adotadas no Brasil com aquelas implantadas nos principais mercados financeiros, levando em conta o processo de globalização e a evolução, em nível mundial, dos princípios fundamentais de contabilidade.

Tudo com base nas recomendações da International Finance Reporting Standards (IFRS) e do organismo internacional que congrega as comissões de valores mobiliários de todo o planeta - a Iosco.

O outro objetivo do anteprojeto de legislação da CVM, agora convertido na Lei nº 11.638, é o de obrigar as sociedades limitadas de grande porte a publicarem seus balanços, tendo em vista a falta de divulgação das informações contábeis e patrimoniais destas empresas e que representava um obstáculo ao desenvolvimento do mercado de capitais e à análise microeconômica de setores fundamentais da economia do país.

Esta exigência da CVM - de publicação dos balanços e de adequação das sociedades limitadas de grande porte aos novos padrões de elaboração das suas demonstrações financeiras rigorosamente de acordo com a nova Lei nº 11.638 - visou sanar uma monstruosidade praticada à larga no Brasil pelas maiores companhias multinacionais.

Estas, a partir dos anos 80, resolveram converter-se em sociedades limitadas, a despeito da enorme dimensão que ostentam, simplesmente para sonegar ao mercado a publicação de seus balanços e, assim, evitar a transparência de suas atividades empresariais no Brasil.

Esta grosseira manobra de conversão de sociedades anônimas em limitadas feita por parte das grandes multinacionais sediadas no Brasil, como se fossem simples padarias de esquina, lanchonetes, papelarias e outros pequenos negócios familiares, tornou-se um verdadeiro escândalo que colocava nosso país em situação vexaminosa por possuir duas classes de grandes empresas: as nacionais que publicavam, como sociedades anônimas, seus balanços, e as multinacionais que na sua grande maioria refugiavam-se na canhestra forma de limitadas para impedir, desta forma, a transparência dos setores que dominavam, notadamente o automobilístico e o farmacêutico, além das grandes distribuidoras de bebidas e outras áreas industriais relevantes da economia brasileira.

Assim, para dar alguns exemplos, tornaram-se limitadas Bayer, Bosch, Firestone, Carrefour, Coca-Cola, Daimler-Chrysler, Dow, Eli Lilly, Ericsson, Ford Motors, Gates, General Motors, Goodyear, Honda, IBM, Intel, Johnson & Johnson, Kimberly Clark, Mangels, Microsoft, Mitsubishi, Monsanto, Motorola, Nestlé, Nortel, Pfizer, Procter & Gamble, Rhodia, Scania, Schering, Siemens, Timken, Toyota, Unilever, Volkswagen e Wal-Mart, em meio a uma lista ainda maior de conversões em massa à arcaica forma societária.

O assunto, embora discretamente tratado pela CVM, afetava até a questão da soberania nacional, pois muitas multinacionais sediadas no Brasil reportavam sua situação financeira unicamente às suas matrizes e aos respectivos mercados, ainda que por via da consolidação de balanço do grupo, sem que no Brasil se tivesse a menor idéia da situação refletida nas suas demonstrações, guardadas a sete chaves.

Ocorre que a CVM, atendendo à globalização da economia, que se acentuou a partir dos anos 90, resolveu, através do referido anteprojeto de lei, eliminar esta constrangedora situação, exigindo que as limitadas de grande porte, vale dizer, aquelas multinacionais que são relevantes nos diversos setores produtivos do país, passassem a publicar os seus balanços, devendo seguir as mesmas regras contábeis determinadas pelo IFRS para as companhias abertas.Para tanto, a Lei nº 11.638 é clara e insofismável, não cabendo sobre ela nenhuma interpretação de caráter histórico fundada meramente nas discussões que ocorreram nas diversas comissões da Câmara dos Deputados. O que ali se debateu não prevalece sobre a interpretação sistemática do diploma sancionado em 28 de dezembro de 2007.

O artigo 3º da nova legislação declara que aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que constituídas sob a forma de limitadas, as disposições da Lei nº 6.404 sobre a elaboração e divulgação das demonstrações financeiras. Para tanto, as demonstrações financeiras das limitadas de grande porte devem, doravante, obedecer ao que consta no artigo 176, inclusive no seu parágrafo 1º, que determina que as demonstrações de cada exercício serão publicadas, com a indicação dos valores correspondentes das do exercício anterior. Por sua vez, o artigo 289 da lei societária vigente determina que todas as publicações ordenadas na lei societária serão feitas no Diário Oficial do Estado em que esteja situada a sede da companhia e em outro jornal de grande circulação editado na localidade respectiva.

Em conseqüência, não pode restar qualquer dúvida sobre a obrigatoriedade de publicação dos balanços e demonstrações financeiras das limitadas de grande porte tanto no Diário Oficial como em um jornal de grande circulação, para que, assim, cumpra-se o determinado na referida Lei nº 11.638, que, por feliz iniciativa da CVM, procurou sanar uma situação de vexame nacional, restabelecendo a necessária transparência dos balanços daquelas companhias de grande importância para a nossa economia e que, silenciosamente, refugiaram-se na forma de sociedades limitadas.

20 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Regime de Caixa x Competência 2

Esta questão é fundamental dentro da contabilidade pública. Recentemente o Conselho Federal de Contabilidade propôs uma NBC sobre o setor público. Observa-se um grande avanço entre a proposta e o que é feito hoje no Brasil. Faço aqui algumas observações sobre esta proposta proveniente da minha leitura:

a) Qual a razão desta proposta não passar pelo CPC? Faz sentido neste momento considerar excluir o CPC desta discussão?
b) No item 16.1, campo de aplicação, a norma afirma que “inscrevem, também, como campo de aplicação da Contabilidade Pública (...) todas as entidades que atuem sob a perspectiva do cumprimento de programas, projetos e ações de fins ideais, os serviços sociais, os conselhos profissionais, bem como aquelas sem fins lucrativos sujeitas a julgamento de suas contas pelo controle externo”. Uma leitura do texto indica que as normas de contabilidade pública aplicam-se também uma área muito mais abrangente. É interessante notar que o item anterior deixa isto muito claro: “são aplicadas por todos os entes que recebem, guardem, apliquem ou movimentem recursos públicos”. Isto é muito abrangente.
c) O conceito de ativo apresentado pela norma exclui a noção de controle. Veja: “ativo compreende as disponibilidades, os bens e os direitos que possam gerar benefícios econômicos ou potencial de serviço”. Já o conceito de passivo foge do usualmente concebido na teoria contábil: “obrigações, as contingências e as provisões”.
d) Mantém o sistema de compensação.
e) As características da informação contábil proposta na NBC T 16.5 são diferentes da proposta do CPC. Assim, neutralidade é transformada em “imparcialidade”, por exemplo.
f) A norma afirma que a contabildade pública deve utilizar o “método das partidas dobradas”. Seria isto necessário?
g) A NBC T 16.6 apresenta itens repetidos da NBC T 16.2
h) O proposta usa o termo “Demonstração do Fluxo de Caixa” em lugar de “Demonstrações dos Fluxos de Caixa”. Além disto, na classificação, permite a existência de “pelo menos” três grupos (operações, investimentos e financiamentos). Neste caso, a norma seria mais interessante se tirasse este “pelo menos”
i) Fiquei com muitas dúvidas na Demonstração do Resultado Econômico. Parece difícil de ser implantada na prática

A discussão mais interessante, onde a norma poderia ser mais incisiva, diz respeito ao regime de competência. A proposta fala em observar os Princípios Fundamentais de Contabilidade e de registrar transações com “razoável certeza”.

Regime de Caixa x Competência

Para subsidiar esta discussão, acrescento estes dois textos sobre a contabilidade da Austrália e o regime de competência

Accrual accounting: The Australian experience (Parte 1)
Alex Malley FCPA, the National President of CPA Australia
Business Times - 19/12/2007, 46

CASH accounting has played an important role in governments both in Australia and internationally. Under the Australian cash system, statements of receipts and payments, and some limited form of statement of assets and liabilities were prepared. Accounting policies adopted in the financial statements were established by the government - frequently by regulation and/or ministerial direction.
So what changed? During the 1970s and 1980s the government sector in Australia and in a growing number of other countries, underwent a paradigm shift. The emphasis moved away from the stewardship of cash resources towards performance management in government. Influenced by the theory of New Public Management, Australian federal and state governments began to implement reforms that were intended to make the government sector more efficient and effective in the delivery of services. They were also designed to make government more transparent and accountable. With the rise of New Public Management, the use of cash accounting in the government sector was increasingly questioned by professional bodies such as CPA Australia, public servants, ministers, academics and the business community. These groups argued that cash accounting resulted in serious information gaps, impeding good financial decision-making in government. Amid the debate about cash accounting, accrual accounting emerged as a viable alternative. Proponents argued strongly that implementing accrual accounting would provide government with more, and better quality information as it recognises the economics of transactions.
Under an accrual accounting system, cash is distinguished as only one type of a multitude of events occurring in an organisation. Together all these transactions reflect what an organisation does and how it has performed. Proponents argued that while cash information is important, it is only one part of a bigger picture and should not be used as the sole basis for decision-making and strategic planning. The case for the adoption of accrual accounting was overwhelming, so that by the end of the 1990s, accrual accounting and reporting has been adopted in all Australian jurisdictions. Widely acknowledged as one of the most significant financial reforms in Australia's history, accrual accounting paved the way for the eventual adoption of accrued budgeting in all Australian jurisdictions by the end of the millennium. The adoption of accrual budgeting has been acknowledged as another milestone in the Australian adoption of accrual accounting in the government sector. Benefits of accrual accounting CPA Australia believes that accrual accounting has contributed significantly to public sector administration, conferring a range of benefits to Australian government agencies such as improved resource allocation and management, ability to establish the extent of liabilities and improved programme accountability and transparency. Our belief is supported by feedback from our public sector members - we have over 11,000 working in the public sector and the research we have undertaken in this area. For example, in 2000, CPA Australia conducted a research survey to examine how public sector organisations were progressing post adoption of accrual accounting. CPA Australia research findings Some of the significant trends included: * A widespread acceptance of the value of accrual information by CEOs * CEOs and CFOs taking a more dominant role and accountability for financial results * Continuing strong demand for qualified accounting and finance professionals * The emergence of revenue and profit/loss targets in the accrual budget in place of a focus only on expenditure * A significant change in the budgetary control function * The widespread use of integrated financial management systems assisting the devolution of financial management authority to line managers * A significant shift in the focus of internal management accountability from individual budget line items such as travel and salaries, towards a focus on financial results such as operating results and key ratios.
CPA Australia is also due to release a joint paper with the Australian National Audit Office that further examines the financial framework of the Australian Government. In this paper, we argue that the real benefits of the increased information provided under accrual accounting has been at the organisational level, allowing policy advice to be better targeted as the cost, revenue or balance sheet dimension of options are better understood. Accrual accounting has also contributed to more informed policy choices, stronger performance and a more comprehensive basis for accountability. At the government level, there are signs that the government balance sheet is being managed rather than being seen solely as a stewardship report. The recent decisions relating to public sector superannuation by the Federal Australian Government reflect this.

Benefits of adopting accrual accounting in govt sector
Business Times – 28/12/2007 - 46
Alex Malley FCPA the National President of CPA Australia.
THE move by the United Nations to adopt International Public Sector Accounting Standards and to shift from partial accrual to full accrual accounting is seen as an important step by the organisation toward accounting clarity and better financial management. It may also encourage national governments to follow the footsteps. In this second article on public sector accounting, CPA Australia shares with you the Australian experience in the transition to accrual accounting in governments.
CPA Australia has not been alone in its support of the benefits of accrual accounting in the government sector.
Pat Barrett FCPA, the retired Auditor-General for Australia, pointed out that overall the adoption of accrual accounting in the Australian government sector has been positive because it has enhanced efficiency, effectiveness, accountability and allowed the better costing of government programmes and services.
According to Barrett, accrual accounting has been an important catalyst for other important initiatives, including: * a shift from input to output based budgets and outcomes reporting * turning to market testing/benchmarking and outsourcing for the delivery of government services * recognition of the importance of ownership and management * and the preparation of whole of government financial statements.
Praise for the benefits of the adoption of accrual accounting has also been echoed by the Joint Committee Public Accounts and Audit and the Standing Committee on Finance and Public Administration.
While this committee has acknowledged that the adoption of accrual reporting and budgeting was a significant task, it "has significantly enhanced the management of Commonwealth's finances and has led to improvements in certain aspects of transparency and accountability".
Implementation challenges While accrual accounting has brought benefits to the public sector, it did present some challenges to government agencies at the time. The transition required strong leadership, support, commitment, planning, system changes and considerable staff training. Understandably, it also required a significant financial investment.
Nearly 10 years on, many of the implementation challenges Australian governments experienced have been well documented.
For example, a report published by the New South Wales Government Public Accounts Committee identified that: * The biggest mistake the NSW Government made was launching such a significant change without an analysis of the various options for implementation and a strategic plan for the selected options, with full costs.
* Further, the absence of a budget meant that costs could not be measured against a yardstick.
* The implementation cost has been estimated at US$100 million (RM334 million) as actual costs have not been separated out in agencies account.
Despite these challenges, the report noted that by and large, the process had been a success.
CPA Australia's role in the transition CPA Australia as Australia's largest accounting body, was one of the strongest proponents of the introduction of accrual accounting in the government sector.
We played a key role in the transition to accrual accounting by: * providing information and advice to government * advocacy on behalf of our members * conducting research * issuing regular technical updates and * providing training. CPA Australia also jointly funded a Public Sector Accounting Standards Board with the Institute of Chartered Accountants of Australia. The board later merged with the Australian accounting standard setter, but while operational, released three public sector specific accounting standards.
Lessons So what are some of the key lessons Australia learned following the implementation of accrual accounting in the government sector? * The need for leadership Unless there is commitment and support at the highest levels for reform, change at a grass-roots level is difficult.
* Training A comprehensive training program must be put in place to assist staff to develop their accrual management skills.
* Recruitment To sustain the reforms, the public sector must recruit professionally qualified finance, accounting and business professionals.
* Planning A strong planning framework is required, supported by a comprehensive communications strategy to engage staff and assist in cultural change.
* Line managers Financial management must be recognised as part of the line manager's job responsibility. This should be done through the job description and linking performance pay, where appropriate with financial management performance.
Where are we now? Accrual accounting is now entrenched in the Australian government sector and has assisted us in implementing further financial reforms. For example, Australia is one of the first countries in the world to adopt Australian equivalents of International Financial Reporting Standards in the government sector. The accrual accounting system has made this process easier. A further example is the Australian Accounting Standard Board's current project of harmonising the Government Finance Statistics and Generally Accepted Accounting Principles for the General Government Sector and the Whole-of-Government reporting.
Australia has made considerable progress and the harmonised financial statements for the General Government Sector and the Whole-of-Government are expected to be available for the financial year ending June 30 2009.
This is seen as one of the last few frontiers in Australian government reporting - an achievement greatly facilitated by the adoption of accrual accounting.
The financial management reforms implemented in the Australian public sector over the last 20 years, most significantly the introduction of accrual accounting, have provided the necessary framework for increased accountability, transparency, efficiency and effectiveness.
While there are still challenges ahead, Australia has a strong foundation to work from and we feel confident we will be able to meet these challenges.

19 janeiro 2008

Impacto da baixa contábil nos bancos


A figura mostra o valor da baixa contábil nos bancos mundiais. O valor total deve atingir a quase 110 bilhões de dólares. Fonte: Aqui

Ainda Bobby Fischer

Aqui a sua partida mais famosa, quando era um adolescente.

Alguns fatos sobre Fischer:

- Participou 8 vezes do campeonato norte-americano de Xadrez. Venceu as 8. Num dos torneios fez 11 partidas e venceu as 11
- O mais jovem jogador a participar de uma seletiva para o título mundial
- Venceu por 6 a zero dois dos maiores jogadores do seu tempo
- Criou uma alternativa ao xadrez, onde o jogador não é testado na sua capacidade de decorar aberturas
- Criou um relógio para jogar xadrez

18 janeiro 2008

Morreu Bobby Fischer

Morreu Bobby Fischer, ex-campeão norte-americano de xadrez. Durante a guerra fria, Fischer conseguiu vencer o soviético Spassky. Logo depois, recusou a jogar com Karpov e perdeu o título. Na década de 90 fez amistosos na antiga Iugoslávia com Spassky e por isto os Estados Unidos pediu sua extradição. Recentemente foi detido no Japão e exilado na Islândia.

Coincidência ou não, Fischer morreu com 64 anos de idade, número das casas de um tabuleiro de xadrez.

Rir é o melhor remédio

Já que hoje é o dia da The Economist, a charge também é da revista

O primeiro personagem fala: Uma dica, começa com a letra "R".

O segundo tenta várias alternativas, menos o mais óbvio, "Recessão" (que é o monstro atrás dele)

Contabilidade baseada em Princípios

Aqui a apresentação das grandes empresas de auditoria defendendo a Contabilidade Baseada em Princípios. A princípio, as normas do Iasb adotam esta postura. Mas Jack Ciesielski, que participa de um dos comitês do Fasb, faz algumas perguntas interessantes: por que as empresas de auditoria gastam tanto tempo nos princípios contábeis em geral? Elas não deveriam estar trabalhando nos princípios de auditoria?

Economia e Sexo

Segundo a The Economist (Selling sex, 17/01/2008), o encontro da American Economic Association deste ano foi dominado por uma sessão onde de discutiu o mercado de sexo pago (prostituição).

O trabalho foi desenvolvido por Steven Levitt, co-autor de “Freakonomics”, e Sudhir Venkatesh. Eles pesquisaram as transações de prostitutas nas ruas de Chicago.
Os resultados:
=> A indústria está concentrada em termos de locais pelo fato das prostitutas e seus clientes necessitarem de um “ponto de encontro”
=> O lucro é alto, quando comparado com outros trabalhos (de 25 a 30 dólares por hora, ou quatro vezes o salário normal)
=> Risco é elevado pois o sexo sem proteção é algo normal.
=> A chance de assalto é elevada (média de uma vez por mês)
=> O risco de problemas legais é baixo (a chance de serem presas é menor que terem sexo com policiais)
=> Estratégia de preço é igual a outros tipos de negócios. Os preços são segmentados e o valor varia conforme a percepção da habilidade de pagamento do cliente
=> O mercado absorve um aumento de demanda (através de um evento nas proximidades de um ponto) por conta da flexibilidade de oferta.

Economia Brasileira

A seguir, uma análise da economia brasileira pela The Economist

This time it will all be different
Jan 17th 2008 | SÃO PAULO
From The Economist print edition
Why Brazil is better placed than it used to be to cope with a world slowdown

BRAZILIANS know about economic and financial crises. The squalls afflicting America and threatening Europe look like a gentle breeze when compared with the frequent and violent blow-ups that litter Brazil's economic history. Much of the problem has been Brazil's vulnerability to shocks imported from around the rest of the globe. So what might happen if the economies in the rich world stumble again this year?
Recent precedents do not look good. Since the introduction of a new currency, the real, in 1994, which serves as the year zero for economic policy, growth has picked up to a reasonable rate three times. Each time, points out Eduardo Giannetti da Fonseca, an economist, people have speculated that Brazil was at last on the road to a bright new future. And each time something has come along to puncture this optimism: in 1998 it was the Asian financial crisis, in 2001 Argentina's bond default and in 2005 a rapid rise in inflation.
Now bullishness is abundant once again. The economy grew at an estimated annualised rate of 6% in the final quarter of last year (which is probably too fast). The Bovespa, Brazil's stockmarket, jumped by 60% in value during 2007. And yet even though recent history counsels caution, there are reasons to believe that the economy should cope better with whatever the world throws at it.
“Brazil has never been so well placed to face a downturn,” says Mailson da Nobrega, finance minister from 1988 to 1990, a period that coincided with an inflation crisis. He now works for Tendencias, a consultancy. Arminio Fraga, who was in charge of the central bank during the Argentine collapse and the bond market's swoon at the prospect of Luiz Inácio Lula da Silva's election as president, cautiously agrees. “A lot has been driven by favourable winds,” says Mr Fraga, who now runs Gavea, an investment fund. “If they stop then we are not in a position to blow up, but it won't be irrelevant.”
What changed? First, domestic demand is strong. Brazil's headline real interest rate is just below 7% which, as Alexandre Bassoli of HSBC bank points out, would tip most countries into recession, but is low by Brazilian standards. The result has been a flowering of credit, which helped domestic demand grow by an annualised rate of almost 7% in the third quarter. It would take a sharp rise in rates to kill this off, and that looks unlikely.
Second, Brazil is fairly well integrated into world markets. It is not overly dependent on America, which accounts for less than a fifth of exports. The remaining four-fifths are reasonably well spread between Europe, Asia and the rest of Latin America. Admittedly, most of what Brazil produces for foreign consumption is in the form of primary goods (from orange juice to footballers), which means that export growth correlates strongly with commodity prices. But exports are not made up of any single commodity (unlike oil-rich Venezuela's, for example). “Even if China buys less Brazilian iron ore, the hope is that Chinese people will keep eating Brazilian protein,” says Jose Mendonca de Barros of MB Associados, a consultancy.
Third, Brazil is less vulnerable to financial shocks than it once was. A large part of this is due to a combination of a central bank that acts independently and transparently, publishing minutes of meetings promptly on its website; and a floating exchange rate, adopted in 1999. Before then, whenever the current account deteriorated, the central bank was forced to hike rates, killing growth.

Brazil has retired its dollar-denominated debt, which has been a source of trouble in earlier financial crises. In the past, when the currency depreciated this debt ballooned, causing further problems. Now that government debt is denominated in reais, a similar move in the exchange rate reduces government liabilities. This was tested in August last year, when the real lost 11% of its value in a couple of weeks, and the government debt effectively shrank. Foreign direct investment is strong, and Brazil now holds more dollars than it owes, a happy development that has led to misguided suggestions of setting up a sovereign wealth fund.
Even so, Brazil is clearly far from immune to what happens in the rest of the world. The economy also seems to be moving into a less benign phase. After years of big surpluses, the current account looks set to run a small deficit this year. Inflation, which had been falling, picked up toward the end of last year to give an annual inflation rate in December of 4.5%. That is right on the central bank's target, and forecasters expect inflation to increase only slightly this year. But markets have been wrong on this before.
Moreover, the economy still suffers from problems that make growth above 5% look like a stretch. Government debt is still too high, Brazil invests too little, and the government takes too much for itself, spending it on things that do little to raise the economy's potential. “The easy part of growth is over,” says Mr da Fonseca. But if Brazil is able to sustain steady growth without being blown off-course by events elsewhere, the country will look very different in ten years' time.

Responsabilidade Social

A The Economist traz uma série de análises sobre a responsabilidade social corporativa (CSR). Em “A stich-in-time” a revista afirma que a CSR representa uma gestão de risco, que envolve limitar o risco de um notícia ruim ou um boicote afetar a marca (e consequentemente o valor) da empresa. Esta questão é tão relevante hoje que existe uma indústria de CSR.

Um problema é que não existe uma receita de bolo. Cada setor possui especificidades.
O gráfico a seguir mostra que a CSR visa essencialmente a reputação (mais da metade das respostas)



As empresas têm descoberto que a CSR é um caminho árduo.

Em “Just good business” aparece a seguinte figura onde se mostra o grau de prioridade da responsabilidade. Há três anos, a CSR era algo moderado. Nos dias de hoje (segunda barra) a prioridade da CSR está entre alta e moderada.



Finalmente, nos próximos três anos a CSR deve oscilar entre muito alta e alta.

Isto não significa, Segundo a The Economist, que a CSR tornou-se subitamente uma grande idéia. Mas a prática hoje nas grandes empresas recomenda não ignorar este conceito. A internet, que multiplica rapidamente uma má notícia, tem sido um complicador.
Isto é bom para as consultorias. E para os consultores. E para os grande autores. Em dezembro de 2006 a Harvard Business Review publicou um artigo de Michael Porter e Mark Kramer sobre o assunto.



No texto “Do it right” analisa-se a relação entre economia e CSR. Particularmente achei este texto um pouco confuso, ao contrário dos textos desta revista.

Outro texto possui o título de “Going Global” Segundo a revista, o que dá certo na Europa pode não ser apropriado para Índia. Estas diferenças podem ser notadas na figura a seguir.



No Brasil o aspecto mais relevante é o meio-ambiente e produtos seguros. Já benefícios para saúde, prioritários para os norte-americanos e alemães, estão em 8º. No nosso país.
O texto cita expressamente o Ethos:

Among the BRICs, Russian companies seem the least interested in the idea of corporate citizenship, but Brazil has a lively CSR scene. Some 1,300 companies are members of Instituto Ethos, a network of businesses committed to social responsibility. “We are developing a unique process in Brazil,” says Ethos's founder, Oded Grajew. Ethos tries to influence public policy and corporate behaviour “to establish a socially responsible market”. A few Brazilian firms—such as Natura, a cosmetics company, and Aracruz, a pulp and paper producer—are widely known for their CSR efforts.



Já o texto “The next question” destaca que pesquisa da The Economist mostrou que somente 4% consideram CSR uma perda de tempo e dinheiro. Ou seja, CSR é uma realidade.

As outras respostas estão na figura a seguir.



Ou seja, CSR é um custo necessário para fazer negócios. Entretanto, uma comparação entre os preços das ações de empresas que buscam a CSR e outras empresas não é muito animadora, conforme pode ser visto na figura.



Dois dos mais conhecidos indices - Dow Jones Sustainability e o FTSE4Good—possuem um desempenho abaixo do Mercado. Isto significa que sustentabilidade não possui relação com desempenho financeiro.


A new, exhaustive academic review of 167 studies over the past 35 years concludes that there is in fact a positive link between companies' social and financial performance—but only a weak one. Firms are not richly rewarded for CSR, it seems, but nor does it typically destroy shareholder value. Might cleverer approaches to CSR in future produce better returns?
“There is no evidence that ESG [environmental, social and corporate governance] or SRI investing on their own add value,” say analysts at Goldman Sachs. But they reckon that by incorporating an ESG perspective into their long-term industry analysis they can beat the market. Their model, called GS SUSTAIN, includes ESG analysis as “a good overall proxy for the management of companies relative to their peers”, hence indicative of their chances of long-term success. But these factors need to be put into the context of companies' financial performance and the circumstances of individual industries. A company's attention to environmental, social and corporate-governance issues is only one factor among others in determining its long-term success.


O texto “The good consumer” lembra uma pesquisa por Michael Hiscox e Nicholas Smyth com produtos com o logotipo de fabricação sob condições humanitárias. O resultado mostrou que não somente as vendas aumentaram, como aumentaram cada vez que o preço aumentou.



Para o varejista britânico M&S, os seus clientes estão divididos em quarto grupos. Dez por cento são apaixonados pelo verde e farão compras conforme esta paixão (vide figura) Ou seja, é uma oportunidade de negócios. Mas, lembra a revista, é um trabalho difícil.
Já o texto “A Change in Climate” destaca a questão da emissão de carbono e outros poluentes. Os exemplos estão centrados nas empresas e seus esforços ambientais.
Finalmente aqui uma breve resumo de algumas questões.

Vinho e Prazer

Postei anteriormente sobre isto (AQUI) Mais aqui sobre a pesquisa

Queda no mercado

Uma possível explicação para o comportamento do mercado nos últimos pode ser encontrada nas finanças comportamentais, segundo este endereço . A argumentação é que os problemas do Citigroup (e da economia e de mercados imobiliários) já eram conhecidos. O problema seria o fato de que o mercado possui um viés de otimismo, que impede de ver os problemas de lucro ou recessão.

Aversão a Perdas

É conhecida a teoria de Kahneman e Tversky de que as pessoas preferem evitar perdas a fazer ganhos. Esta teoria seria aplicável a questão do céu e inferno? Aqui um link com esta discussão

Iasb e novas regulamentações

a)Emenda do IFRS sobre Pagamento baseado em ações – será aplicada a partir de janeiro de 2009
b)O International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) com uma interpretação do IFRIC D24 Customer Contributions.
c)O International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) com um rascunho da Interpretação D23 Distributions of Non-cash Assets to Owners.

17 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio

Neste link você tem a possibilidade de criar jargão na área educacional em inglês. É muito divertido. Basta escolher uma palavra de cada três colunas e se tem o jargão do termo. Experimente.

Exagerado

SÃO PAULO, - A aprovação da nova Lei 11.638, em dezembro último, que altera as disposições da legislação societária, é bem vista por especialistas no que se refere a impactos positivos para a economia brasileira. Henrique Campos, diretor de auditoria da BDO Trevisan, e especialista em mercado de capitais, afirma que a aprovação da lei, após sete anos tramitando no Congresso Nacional, é um grande passo para elevar o Brasil ao investment grade (excelente local para investir).

- A obrigatoriedade de balanços auditados vai proporcionar às companhias mais transparência; vantagens na hora de conseguir financiamentos junto a bancos; aumento da arrecadação tributária e até, provavelmente, a possibilidade de desoneração dos tributos de pessoa física - afirma.

Nova lei societária será passo para grau de investimento
O Globo - 16/1/2008

Segredo dos custos

A informação de custos geralmente é sigilosa. Exceto para a área pública, onde planilhas de custos são importantes para a transparência. A seguir uma pequena reportagem sobre os custos do transporte coletivo.

A sete chaves
Gazeta do Povo - 17/01/2008

Depois que o terceiro segredo de Nossa Senhora de Fátima foi revelado, as contas do transporte coletivo de Curitiba passaram a ser o mais bem guardado mistério da espécie humana. Eis que, no janeiro corrente, a Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo da capital, colocou seu site no ar. A máquina de propaganda oficial alardeou, enviando texto à imprensa: está lá a planilha, detalhada, para quem quiser ver.

Jornalistas correram para ver, ávidos pela novidade esperada há anos. A planilha era detalhada, dizia o texto. Ou seja, não era nem publicada de forma hermética. Ao abrir o site, encontraram uma engazopação. O site traz uma planilha que, de detalhe, não tem nada. Informa qual a porcentagem dos custos com impostos, com manutenção, com salários, etc.

“Quero cifrões”, disse um jornalista que abriu o site. Quanto se paga pelo litro de diesel? Qual é o salário dos diretores das empresas que prestam o serviço? Há subsídio público no processo? Quanto custa a renovação de frota pela qual as atuais empresas serão indenizadas se perderem a futura – e mais do que tardia – licitação para prestar o serviço?

O que interessa não está disponível. As informações seriam fundamentais para que a gestão de R$ 700 milhões – um terço do orçamento de Curitiba – fosse feita às claras. Hoje, o prefeito Beto Richa deve sancionar a nova lei do setor. Logo, teremos a escolha das novas empresas – se é que as velhas não vão levar tudo de novo na licitação. E a população não tem nem como saber como o seu dinheiro, seu R$ 1,90 de todos os dias, está sendo gasto.

No texto de divulgação do novo site da Urbs, há uma declaração do prefeito. “A transparência e a participação popular são premissas da nossa gestão. A internet é uma ferramenta para abrir as portas da administração pública à comunidade”, diz Richa. A prefeitura tem divulgado, via internet, bem menos do que deveria. Enquanto isso não mudar, a frase de Richa é só enrolação. É uma manobra política, assim como o ovo frito de Requião. Só que menos útil. Fritar ovo ajuda a matar a fome. Ouvir tagarelagem sobre transparência só cansa os ouvidos.

Contra a Vale

Procurador prepara ação contra mineradora
Valor Econômico - 17/01/2008

O procurador geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin, informou que pretende entrar com ação civil pública contra a Companhia Vale do Rio Doce. O objetivo é pedir ressarcimento pelos prejuízos provocados durante dois anos nos quais foi descumprida determinação de abrir mão do excedente de minério de Casa de Pedra ou vender o controle da Ferteco. O plenário do conselho terá de aprovar a recomendação. Se isso acontecer, será a primeira vez que a autoridade antitruste promoverá ação desse tipo.

"Há sobrepreço pela falta de concorrência, retração da oferta de minério e aumento de custos para toda a sociedade", explicou Badin. Além disso, o procurador criticou o que chamou de "alocação ineficiente de recursos" imposta ao mercado pela conduta da Vale, com reflexos no emprego e na renda. "Monopólios e abusos prejudicam pessoas de carne e osso, geralmente os mais pobres", lamentou, citando o impacto na construção civil.

Ele comentava decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, que mandou arquivar reclamação da empresa contra ato do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que suspendia liminar dada a favor da companhia.

Para Badin, a decisão do STF foi a "pá de cal" na longa disputa judicial iniciada em 2005 contra o Cade. Sobre esse confronto, também disse que se trata de "alma penada" e "morto insepulto". Citou que, durante a briga, 13 magistrados, em todas as instâncias, confirmaram a legalidade da decisão do Cade e deram um "puxão de orelha" na Vale. "Há um consenso nessas decisões: não é possível demorar tanto para cumprir uma decisão tão importante para a economia", comentou.

Ele ainda criticou duramente o fato de a Vale respeitar decisões antitruste em outros países - deu o exemplo do Canadá - mas, no Brasil, resistir por dois anos recorrendo ao judiciário. A Vale não quis comentar as declarações de Badin. O procurador também informou que o Cade levou à Justiça execução fiscal para cobrar multa de R$ 41 milhões contra a empresa. A Vale reagiu e propôs ação pedindo a anulação desse ônus. Badin disse que outra multa está sendo apurada pelo descumprimento da cláusula que regulava a venda do excesso de minério. O Cade ainda terá de travar outra batalha nos tribunais para cobrar o ressarcimento de despesas exigidas pela longa disputa judicial iniciada pela Vale. Na avaliação de Badin, a estratégia escolhida pela empresa foi marcada pela "litigância de má-fé".De acordo com Badin, Vale e CSN (controladora de Casa de Pedra) foram intimadas pelo Cade, na terça-feira da semana passada, a acabar com a exclusividade sobre o excesso do minério. Isso porque a Vale já tinha comunicado oficialmente que não venderia o controle da Ferteco. Segundo ele, a CSN garantiu que vai obedecer. (AG)




Será que isto irá aparecer nas demonstrações da Vale?