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14 dezembro 2006

Teste de honestidade


Cem carteiras com 2,10 US$, mais um certificado com valor de face de US$50 (falso), documentos de identidade e outros itens foram deixados aleatoriamente em Belleville, Illinois, uma cidade de 40 mil habitantes. 74 carteiras foram devolvidas. Mulheres idosas brancas tinham mais chance de retornar a carteira.

Fonte: Liberal Order

Custo de um soldado

Reportagem interessante do Wall Street Journal sobre o custo de um soldado norte-americano:

Caixa, o ponto fraco do Exército americano
December 14, 2006 4:05 a.m.

Por Greg Jaffe
The Wall Street Journal

FORT STEWART, EUA — Apenas seis semanas antes de partir para o Iraque, os 3.500 soldados da 1a Brigada da Terceira Divisão de Infantaria do Exército americano deveriam estar aprendendo sobre Ramadi, bastião dos rebeldes iraquianos onde eles passarão um ano.

Muitos dos soldados nem sabem qual é a mistura de etnias que forma essa cidade de maioria sunita. "Não passamos tanto tempo quanto gostaríamos aprendendo sobre a cultura local, a língua, a política — todas as coisas que demoram para se aprender", diz o tenente coronel Clifford Wheeler, que comanda um dos batalhões de 800 soldados da brigada.

Em vez disso, a tropa está aprendendo a usar equipamentos com os quais deveriam, numa situação ideal, ter começado a treinar no início do ano, dizem seus comandantes. Muitos soldados receberam apenas recentemente os novos fuzis M-4 e as miras telescópicas, que estão em falta porque o Exército dos Estados Unidos passa por um aperto de caixa. Alguns ainda estão sem metralhadoras ou sistemas de vigilância usados para identificar rebeldes colocando bombas nas estradas. Eles foram informados que receberão a maioria desses equipamentos quando chegarem ao Iraque.



As dificuldades aqui em Fort Stewart (Estado da Geórgia) — uma das maiores bases militares dos EUA — aparecem em todo o Exército. Elas confirmam uma situação histórica: a Guerra do Iraque expôs mais de uma década de falhas e cálculos errôneos que agora estão minando a força militar mais poderosa do planeta.

Nos 15 anos seguintes à Guerra Fria, os planejadores militares de alto escalão e os oficiais civis do departamento da Defesa dos EUA não prepararam o Exército para enfrentar conflitos de guerrilha longos e desgastantes, como no Iraque e Afeganistão. Em vez disso, apostaram em guerras rápidas, dominadas por armamento de alta tecnologia.

O resultado é que num período em que a guerra no Iraque está se aprofundando, e o debate sobre a retirada das tropas está se intensificando, o custo crescente de levar a luta adiante está estourando até o enorme orçamento do Exército americano. A falta de recursos está provocando a falta de equipamentos e de pessoal importantes.

De 1990 a 2005, os militares americanos torraram dinheiro em destróieres, aviões de caça e sistemas antimísseis bilionários. Os partidários desses programas dizem que os EUA enfrentam vários tipos de ameaças e devem estar preparados para todas. Armamentos de alta tecnologia contribuíram para a derrubada rápida dos regimes ditatoriais no Iraque e no Afeganistão, mas têm ajudado pouco na tarefa mais difícil de estabilizar os dois países.

Dos US$ 1,9 trilhão gastos pelos EUA com armamentos nesse período, com correção monetária, a Força Aérea recebeu 36% e a Marinha, 33%. O Exército informou que recebeu 16%. Apesar das guerras no Iraque e no Afeganistão, ambas dominadas por tropas no solo, a relação não mudou muito.

Previsões otimistas demais do governo Bush — e do Exército — pioraram o arrocho no orçamento do Exército. Ambos acreditavam que o número de soldados no Iraque iria cair significativamente em 2006 e que o Exército não precisaria de tanto dinheiro como havia pedido inicialmente. Em vez disso, os custos foram às alturas.

O custo do equipamento básico que os soldados levam para a batalha — capacete, fuzil, colete à prova de balas — passou de US$ 7.000 em 1999 para US$ 25.000. O custo de pagar e treinar as tropas aumentou de US$ 75.000 em 2001 para US$ 120.000 por soldado. Nas tropas reservistas, os custos dobraram desde 2001 para US$ 34.000 por soldado.

Fiesp e a pirataria


Notícia do Estado de hoje:

Fiesp se rende à invasão chinesa

Entidade critica importação, mas distribui brindes feitos na China

Nem a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) consegue resistir à invasão chinesa. Ontem, o presidente da entidade, Paulo Skaf, reclamou que os preços dos produtos chineses são baixos e o volume importado pelo Brasil é muito grande porque a China usa de “banditismo” e práticas desleais de comércio ao manter sua moeda desvalorizado de forma artificial.

No entanto, a organização do almoço de fim de ano da entidade cometeu uma gafe. Depois da reclamação, ofereceu pen drives (pequenos dispositivos de armazenamento de dados para computadores) de origem chinesa, como brinde aos jornalistas. “Eu desconhecia esse fato, mas, certamente, esse produto não é pirata e foi comprado com nota fiscal”, afirmou Skaf, visivelmente constrangido.

Anne Warth
Jander Ramon
SÃO PAULO

Valor de Itiquira


Recentemente coloquei na minha página um comentário sobre um texto do Ipea, onde os autores mensuravam o valor do parque estadual de Itaúnas, no Espírito Santo.

Li uma dissertação de mestrado onde a autora, Arlete de Freitas Botelho, utiliza o método custo de viagem para mensurar o valor do parque municipal de Itiquira ("Método Custo de Viagem na Valorização do Parque Municipal de Itiquira", de 2005, do mestrado em Economia do Meio Ambiente, orientação do prof. Jorge Nogueira).

Este é um exemplo típico da dificuldade de mensurar o valor do meio-ambiente. Como Itiquira fica próximo de Brasília, apesar de ser o segundo maior salto do País, este método irá apresentar um valor muito reduzido. Segundo a autora, R$785 mil.

A imagem é do Salto de Itiquira

Diversas notícias

SEC afrouxa regra

A SEC, órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, afirmou que as empresas não mais precisarão de duas opiniões, por parte de seus auditores, sobre a eficácia de seus controles internos. As companhias argumentam que realizam checagens custosas sobre esses controles, porque as diretrizes da lei Sarbanes-Oxley são vagas, segundo o Financial Times. O aumento dos custos com contabilidade e auditoria tem feito com que as empresas deixem de abrir seu capital nas bolsas de valores americanas. (Valor de hoje)

PwC é multada

A unidade britânica da PwC, a maior firma de auditoria do mundo, recebeu uma multa de 1,5 milhões de libras esterlinas (US$ 2,9 milhões) por ter falhado na identificação de fraudes contábeis na TransTec, em 1999, que levaram ao colapso da empresa. As informações são do Financial Times. (idem)

Siemens declara a descoberta de US$ 554 milhões em pagamentos suspeitos

A gigante alemã Siemens informou hoje que uma auditoria interna detectou cerca de US$ 554 milhões em pagamentos suspeitos na contabilidade da companhia dos últimos sete anos.A auditora interna começou depois que a companhia descobriu um possível desfalque de recursos por parte dos funcionários. Na semana passada, um ex-executivo da área de tecnologia e telecomunicações da Siemens foi preso temporariamente e a procuradoria de Munique investiga também um grupo de cerca de 12 ex-funcionários da empresa que teriam desviado em torno de US$ 265 milhões de recursos da companhia.No mês passado, a Siemens anunciou a republicação de seu balanço anual. Ao invés dos US$ 4 bilhões de lucro líquido declarado em novembro, a companhia revisou o ganho para US$ 3,9 bilhões.(Valor Online, 13/12)

Otimismo


Da Gazeta de hoje (Bolsa terá 5º- ano de alta em 2007)

Presidente eleito da entidade descarta bolha e prevê mais expansão do mercado doméstico. A Bovespa está perto de fechar 2006 com uma sequência de recordes. Quatro anos seguidos de valorização, mais de 70 ofertas públicas de ações e 37 aberturas de capital. Mas para o recém-eleito presidente nacional da Apimec, Álvaro Bandeira, esse ciclo ainda terá novos capítulos. "O mercado de capitais está apenas começando a consolidar sua função de capitalizar as empresas", diz. Para ele, com a ausência de sobressaltos da economia norte-americana, a ampliação da governança corporativa das empresas domésticas e a proximidade de o Brasil conseguir o investment grade das agências de classificação de risco, a tendência é uma entrada cada vez maior de capital externo. Em contrapartida, Bandeira, também diretor da corretora carioca Ágora, diz que ainda há avanços importantes a serem perseguidos pelas empresas em governança corporativa.

E avisa: algumas das novatas na Bolsa estão sobrevalorizadas. "A separação entre o joio e o trigo ainda não aconteceu", afirma.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)


Ao mesmo tempo, ontem os acionistas da Submarino aprovaram a fusão com a Americanas.com, anunciada em 23 de novembro. (As ações da empresa saltaram de 52 para 67)

Erros de auditoria


Segundo notícia da Gaceta de los Negocios, de hoje, a maior empresa hipotecária dos Estados Unidos, Fannie Mae, está cobrando da antiga empresa de auditoria, a KPMG, a responsabilidade por negligência e quebra de contrato. A Fannie Mae considera que a KPMB falhou no seu papel de auditoria e não evitou erros na sua contabilidade cujo valor é de 6,3 bilhões de dólares. A Fannie Mae reclama indenização de 2 bilhões.

Já a KPMG afirma que a própria empresa de auditoria também possui reclamação contra a Fannie Mae.

Em dezembro de 2004 a SEC descobriu que executivos da Fannie Mae cometiam irregularidades desde 2001, maquiando os resultados. A empresa teve que pagar uma multa de 400 milhões

Segundo o jornal espanhol (em conjunto com a Bloomberg)

Ahora, la empresa hipotecaria culpa a KPMG de no haber detectado esas anormalidades. “Fannie Mae ha determinado al menos 30 prácticas contables aprobadas por KPMG que no eran acordes a los principios contables generalmente aceptados”, ha señalado en su acusación. “Es difícil imaginar un caso más claro de mala práctica contable”, ha añadido.

Pis/Cofins


Empresas podem reverter provisões
Valor Econômico - 14/12/2006

O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) mudou sua interpretação sobre a manutenção de provisões em disputas tributárias e abriu caminho para que as empresas melhorem os resultados em seus balanços de 2006. A Interpretação Técnica Ibracon nº 02, de 30 de novembro, flexibiliza a norma contábil e altera diretamente a forma de tratamento, pelas companhias, dos passivos referentes ao alargamento da base de cálculo do PIS/Cofins. O Supremo Tribunal Federal (STF) já deu ganho de causa ao contribuinte, mas a decisão foi tomada em um recurso extraordinário, que vale apenas para ações individuais. Por isso, o Ibracon, referendado em seguida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), proibiu a reversão destas provisões até que cada empresa tenha seu próprio caso julgado no Supremo.

Estes passivos podem fazer uma diferença considerável nos resultados das companhias abertas. Uma breve leitura das notas explicativas dos balanços do terceiro trimestre deste ano das empresas mostra bilhões represados em provisões. A Braskem é um bom exemplo, pois atravessa um ano difícil devido ao alto custo de sua principal matéria-prima, a nafta, e à valorização do real frente ao dólar. De janeiro a setembro, o resultado da companhia ficou em apenas R$ 6 milhões. Segundo a nota explicativa do balanço de setembro, em fevereiro deste ano a companhia teve o trânsito em julgado de seis ações que envolviam o alargamento da base de cálculo do PIS/Cofins e conseguiu reverter R$ 90,9 milhões de provisões. Diz a nota que o impacto positivo, em seu resultado, de ações ainda em curso seria de R$ 106 milhões, o que pode evitar um prejuízo contábil neste ano.

O especialista Ari Carrion, do escritório Polonio Advogados, lembra que toda empresa, ao reverter provisões, melhora seus resultados contábeis e, por consequência, afeta os valores dos dividendos a serem distribuídos. Ele diz ainda que há uma vantagem fiscal na reversão, já que esse resultado diminui o lucro considerado para cálculo do imposto de renda. Além disso, Carrion diz que a nova interpretação também melhora a condição das empresas que não constituíram as provisões para fazer frente à discussão do alargamento. E os próprios auditores sabem que existem grandes esqueletos não representados nos balanços.

O presidente da diretoria nacional do Ibracon, Francisco Papellás, que assina a Interpretação Técnica nº 02, explica que havia muita confusão sobre a Norma e Procedimento de Contabilidade nº 22, aprovada pela CVM na Deliberação nº 489 do ano passado. As normas exigem que as empresas que questionam tributos estabelecidos em leis os tratem como uma "obrigação tributária" e, assim, mantenham provisões até que tenham as ações transitado em julgado. Papellás diz que as empresas poderão fazer uma nova avaliação sobre a necessidade de manter ou não a provisão referentes a essas obrigações tributárias em discussão na Justiça sempre que houver um novo evento sobre o caso analisado.

Esse novo evento, no caso do alargamento da PIS/Cofins, é a publicação, em agosto, do acórdão da decisão do pleno do Supremo, que pacifica a questão, e o trânsito em julgado do caso, em setembro. O tributarista Roberto Haddad, da KPMG, diz que essa nova interpretação do Ibracon esclarece todas as dúvidas que ainda existiam sobre o assunto nas empresas. Alguns advogados chegaram a entender que toda e qualquer disputa tributária teria que ser provisionada. Mas fica claro agora que são apenas aquelas disputas que questionam uma lei. A grosso modo, as causas que, em última instância, chegariam ao Supremo para discussão de inconstitucionalidade de lei. Além disso, Haddad diz que a norma prevê que um especialista tributário faça a análise e não o advogado que patrocina a causa.

A análise para a reversão de provisão ou até mesmo para não se constituir provisão de causas que envolvam uma obrigação tributária deve ser feita com base em três pontos: a existência de jurisprudência pacificada nos órgãos que tenham o poder de deliberar de forma definitiva sobre a questão, a opinião dos advogados patrocinadores sobre a inexistência de falhas processuais e ainda evidências de que não haverá redução patrimonial futura.

A questão do alargamento não só já foi definida pelo Supremo - que já sinalizou transformar a questão em súmula vinculante - como a própria Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) já manifestou diversas vezes a intenção de desistir de recursos sobre essa causa. Só não o fez ainda porque a conta do governo pode ser afetada, já que a desistência significaria o levantamento de bilhões de reais em depósitos judiciais que estão nas contas do Tesouro.

Os contribuintes que travam disputas tributárias com a Fazenda não necessariamente precisam fazer depósitos judiciais, porque muitas vezes a Justiça não exige. As companhias fazem então as provisões para que, quando tiverem que pagar o fisco, caso percam a causa, não tenham seus balanços afetados. Na outra mão, quando ganham, revertem as provisões e melhoram resultados. Das grandes companhias abertas com os maiores valores provisionados relativos à disputa do alargamento estão Ambev, Aracruz, CSN, Embraer, TAM, Votorantim Celulose e Papel (ver tabela acima). Outras companhias, como o Pão de Açúcar, incluem na provisão uma causa já perdida, a majoração da alíquota da PIS/Cofins, também prevista na Lei nº 9.718, de 1998, e que teve sua constitucionalidade afirmada no mesmo julgamento que declarou a inconstitucionalidade do alargamento. Isso significa que boa parte da provisão de R$ 991 milhões não poderá ser revertida. Outro caso diferenciado é o da Petrobras, que pagou o tributo e só depois que o Supremo declarou inconstitucional o alargamento é que entrou com a ação. Por isso terá que esperar o trânsito em julgado da ação para fazer a devida compensação do que pagou a maior com outros tributos, segundo exigência da Receita.

Corte de custos


Da Gazeta Mercantil de hoje:

Investir para vender em 2007

O Pão de Açúcar investiu em corte de custos e conseguiu, neste ano, uma economia de R$ 120 milhões, que serão reinvestidos na rede. O valor é resultado de melhorias de processos, como compartilhamento de serviços, que levou a uma redução de R$ 46 milhões nos custos da empresa, e criação de uma agência interna de publicidade, que trouxe uma economia de aproximadamente R$ 15 milhões. (...)

Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)

13 dezembro 2006

Love Letters


A SEC, órgão que controla o mercado norte-americano, está adotando uma política de transparência muito interessante e que deveria ser seguida pelos demais órgãos. Está evidenciando as cartas que está enviando para as empresas abertas. Estão disponíveis, segundo o sítio footnoted, mais de 14 mil cartas de 2006, com algumas interessantes curiosidades. Dois exemplos:

1) Em junho de 2006 a SEC enviou quatro correspondências para a Ford. A empresa evidenciou a existência destas cartas em outubro!

2) A IBM recebeu duas cartas este ano. A empresa não divulgou nada sobre este assunto.

CPC


O Comitê de Pronunciamentos Contábeis abriu Audiência Pública, a primeira desde sua criação, referente ao Pronunciamento Técnico CPC 01. Esta audiência estará aberta até o dia 31 de dezembro

O pronunciamento diz respeito a Redução no Valor Recuperável de Ativos ("Impairment") e guarda relação com o IAS 36 (IASB).

"O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 01 é definir procedimentos visando a assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade, ou em sua eventual venda. Caso existam evidências claras de que os ativos estão registrados por valor não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a desvalorização, por meio da constituição de provisão para perdas."

O pronunciamento pode ser obtido no sítio do CPC

Enron

Notícia da EFE:

Tribunal ordena prisão imediata do ex-presidente da Enron

Washington, 12 dez (EFE).- Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos negou hoje ao ex-presidente-executivo da Enron, Jeffrey Skilling, seu pedido de ficar em liberdade enquanto aguarda o julgamento de seu recurso, e determinou a sua prisão imediata.

O juiz Patrick Higginbotham escreveu nos autos que "Skilling não levantou dúvidas substanciais que possam resultar numa provável revogação de sua pena". Ele desautorizou assim uma decisão judicial anterior que adiava a prisão e negou o estabelecimento de uma fiança.

Agora, o principal acusado pelo escândalo da Enron deverá ser levado à prisão federal de Waseca (Minnesota) para começar a cumprir a sua pena de 24 anos por 19 acusações de conspiração, fraude e abuso de informação privilegiada.

Skilling foi condenado em 23 de outubro a mais de 24 anos de prisão após ser declarado culpado de conspiração e fraude por participar de uma trama de operações ilegais que levaram à quebra da companhia.

Em maio, o júri também declarou culpado Kenneth Lay, fundador da companhia, quem morreu dois meses depois do julgamento, vítima um problema cardíaco.

A Enron, que chegou a ser a sétima maior empresa dos EUA, quebrou em dezembro de 2001, quando foram reveladas operações não registradas em sua contabilidade, que seus diretores tinham usado para ocultar suas dívidas. EFE

Gol


Notícia da Gazeta Mercantil de hoje:

Governança Corporativa
Exemplo da GOL reforça defesa do guidance por analistas

São Paulo, 13 de Dezembro de 2006 - Na semana passada, em meio à crise no setor aéreo, a GOL, pela segunda vez em 16 dias, revisou para baixo sua previsão de resultados para o ano, em decorrência do cancelamento de vôos e da taxa de ocupação das aeronaves. A medida trouxe impacto imediato. As ações caíram na Bovespa. O Merrill Lynch reduziu a expectativa de alta dos papéis, embora tenha mantido a recomendação de compra.

Apesar das notícias ruins, a atitude da empresa reforçou a opinião dos profissionais que defendem a prática das companhias de divulgar freqüentemente aos investidores suas previsões de desempenho, conhecida como guidance. "Mesmo quando as novidades não são boas, é importante informar o mercado com rapidez, porque isso reduz a possibilidade que os analistas avaliem eventos pontuais como piores do que realmente são", diz Márcio Veríssimo, diretor da MZ Consult. "Quando não tem informação nenhuma, o risco de oscilação das ações é maior", emenda Roger Oey, analista do Banif Primus.

Mais comum nos EUA, o hábito de municiar o mercado com expectativas de desempenho tem ganho força no Brasil nos últimos anos, especialmente entre as novatas da Bolsa. Além da própria GOL, empresas como Localiza, Vivax e Submarino divulgam guidance desde o início. Essa tendência acompanha a evolução do número de empresas listadas nos níveis superiores de governança da Bolsa, em que há maior cobrança por transparência. Esta não é a única explicação. "É mais comum entre as empresas novas, porque muitas estão em crescimento acelerado e o mercado quer projeções", diz Oey.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

12 dezembro 2006

Correlação



Correlação entre os setores em cinco anos de mercado norte-americano

Fonte: Tickersense

Rating mais difícil


SEgundo reportagem do New York Times (através do Calculated Risk) as agêncis de rating estão mais rigorosas com as empresas:

=> Das empresas que receberam seu primeiro rating, somente 10% apresentaram o "investment grade"
=> A mediana das empresas não financeiras dos EUA é agora BB, abaixo da mediana de uma década atrás, de BBB.

Notícias diversas




(1) Petrobras e SOX

(2) A importância da Sustentabilidade

(3) A importância do Tag Along

Tata X CSN

Segundo os jornais de hoje informam, a CSN cobriu a oferta da Tata pela Corus.

"Apenas um dia depois da nova proposta do grupo indiano, empresa brasileira eleva oferta para US$ 9,6 bilhões" (Estado de S. Paulo, CSN cobre oferta da Tata pela Corus, Agnaldo Brito)

"A CSN anunciou ontem uma nova proposta de 515 pence (centavos de libra) por ação da Corus, o que dá à empresa um valor total de US$ 9,6 bilhões (R$ 20,5 bilhões). A oferta revisada da Tata, anunciada no domingo, era de 500 pence por ação, ou US$ 9,2 bilhões.

A primeira oferta da Tata, pela Corus, anunciada no final de outubro, era de 455 pence por ação. A CSN entrou na briga no meio de novembro, anunciando que faria uma proposta de 475 pence por ação. Mas antes que oficializasse a proposta, a Tata deu um novo lance, no domingo. Ontem, a CSN voltou à disputa com uma oferta oficial contando, segundo a empresa, com o apoio de bancos internacionais.

O diretor-financeiro da CSN, Otávio Lascano, disse em teleconferência com analistas que, para garantir o negócio, a companhia já assegurou uma linha de financiamento de US$ 8 bilhões com os bancos Barclays, Goldman Sachs e ING.

Além disso, a empresa firmou uma linha de crédito de cerca de US$ 2,5 bilhões com o UBS e o Citibank. Em adição, a Corus teria US$ 650 milhões para fazer frente às necessidades de capital de giro.

(...) A compra do grupo anglo-holandês, 8º maior do mundo, significaria um enorme salto tanto para a Tata, 52ª maior siderúrgica do mundo, quanto para a CSN, 49ª do ranking: ambas passariam a ocupar o 5º posto na lista das maiores produtoras de aço. Ontem, as ações da Corus subiram 5% por causa do leilão entre as duas empresas.

A disputa acirrada pela Corus, apesar de o mercado não considerar a empresa um ativo de primeira linha, segue a lógica da corrida por fusões e aquisições na siderurgia mundial. As siderúrgicas buscam ganhar escala principalmente para aumentar seu poder de pressão para negociar o preço do minério, cujo mercado está nas mãos de poucas mineradoras.

(...) A CSN, apesar de enfrentar a desconfiança do mercado (as ações da empresa caíram ontem 2,32%), tenta mostrar os ganhos que terá com o negócio. As sinergias somariam US$ 750 milhões até 2009. Deste valor, US$ 450 milhões viriam da elevação do fluxo de caixa da Corus quando a empresa receber minério-de-ferro da Mina Casa de Pedra, da CSN.

Isso permitiria, segundo o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, 'destravar' os ativos de minério-de-ferro e elevar a produção para 50 milhões de toneladas por ano. A outra parte dos ganhos (US$ 300 milhões) viria das economias de uma operação global.

A ponderação mais ouvida entre analistas sobre a elevação do preço pela Corus é a de que essa disputa pode 'destruir valor', ou anular esses ganhos que a CSN imagina obter depois de fechar o negócio. 'Há um limite para estas ofertas, não sei se a CSN chegou nele, mas há um limite', diz Pitchon. O Banco Merrill Lynch distribuiu avaliação de que o limite da siderúrgica brasileira seria de US$ 9,9 bilhões.

Rodrigo Ferraz, analista de siderurgia da Brascan Corretora, diz que os ganhos obtidos pela CSN não se resumem aos US$ 750 milhões. O controle da Corus dará à CSN acesso ao mercado europeu e norte-americano, algo que o Brasil só tem acesso parcialmente. A CSN poderá, no médio e longo prazo, segundo ele, criar novas usinas de chapas no Brasil e mandar para laminação nas plantas da Europa."



Na Folha de hoje (Financiamento da compra é complexo, PETER MARSH, do "FINANCIAL TIMES") informa:

"Tanto para a Tata Steel quanto para a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), descobrir a maneira correta de obter financiamento para suas propostas de adquirir a Corus foi um processo complicado.

O grupo indiano e o brasileiro estão tentando adquirir uma empresa que produz três vezes mais aço do que eles, e era necessário descobrir um mecanismo que permitisse financiar pouco mais de US$ 10 bilhões.

A oferta inicial de US$ 10 bilhões que a Tata Steel apresentou pela Corus praticamente naufragou devido à complexidade do pacote de empréstimos proposto, de acordo com uma pessoa envolvida na transação. O maior problema era criar um conjunto de empréstimos levando em conta a complexa mistura de passivos das usinas da Corus na Holanda e no Reino Unido.

O banco de investimento Credit Suisse foi convocado para especificar um mecanismo que permitisse obter um empréstimo de 3,3 bilhões de libras, que formou a base da proposta da Tata Steel. A dívida seria registrada como parte da contabilidade da Tata Steel e seu ressarcimento seria coberto pelo fluxo de caixa futuro.

O Deutsche Bank e o ABN Amro também forneceram parte do dinheiro envolvido no empréstimo de 3,3 bilhões de libras. Outros 2,2 bilhões de libras foram investidos pelo grupo industrial Tata, principal acionista da Tata Steel. O mesmo pacote básico de financiamento estava em jogo na nova oferta da Tata Steel, no valor de 5,5 bilhões de libras, anunciada no domingo.

A nova oferta da CSN, no valor de 5,7 bilhões de libras, emprega alguns dos mesmos mecanismos que o pacote de financiamento desenvolvido pelo Credit Suisse, a fim de ressarcir parte das dívidas contraídas pela CSN por meio do fluxo de caixa futuro do grupo. A maior parte do dinheiro foi obtida em forma de empréstimo por três bancos -Barclays, ING e Goldman Sachs-, enquanto outra parcela dos recursos viria de um pacote de empréstimos separado no valor de 1,6 bilhão de libras, com dinheiro fornecido pelo Citigroup e pelo UBS.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

11 dezembro 2006

As Estatais


Segundo dado do Valor Econômico de 29/11/2006:

Em 2005, as estatais lucraram R$ 35,702 bilhões, mas 65% desse resultado foi gerado por apenas uma empresa - a Petrobras (R$ 23,450 bilhões). Houve prejuízos também - 45 empresas apresentaram resultados negativos, totalizando perda de R$ 1,540 bilhão. O que o governo quer fazer agora é introduzir, na gestão das suas empresas de capital aberto, conceitos modernos, como o de "governança corporativa", já adotados, com sucesso, em duas das estatais - a Petrobras e o BB. (...)

Do governo Collor à gestão Fernando Henrique Cardoso, a União vendeu dezenas de estatais, apurando receita de US$ 56,2 bilhões e transferindo ao setor privado dívidas no valor total de US$ 11,3 bilhões. No mesmo período, os Estados apuraram US$ 27,9 bilhões com suas privatizações e se livraram de dívida de US$ 6,7 bilhões. Àqueles que alegam que essa dinheirama, usada para o abatimento da dívida pública, não impediu que o país quebrasse em 1999 e mesmo em 2002, fica a pergunta: onde estaríamos hoje, sem aqueles recursos?"



(Os planos do governo para as estatais - Cristiano Romero)

Governança Corporativa


Da Gazeta Mercantil de 29/11/2006:

Governança Corporativa - A próxima fronteira na transparência das empresas abertas

São Paulo, 28 de Novembro de 2006 - Atender as exigências dos diferentes níveis de governança da Bovespa já não é suficiente para satisfazer a demanda do mercado por transparência. Entre outras informações, fundos de investimentos e corretoras agora estão cobrando das empresas a divulgação mais freqüente das variações do fluxo de caixa, estratégia de crescimento e avaliação setorial. Essa é uma das conclusões de um worshop sobre a percepção do investidor, realizado ontem pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). Um exemplo desa tendência é o fundo norte-americano Alliance Bernstein, colosso norte-americano que tem mais de US$ 2 bilhões investidos em ações de companhias domésticas, e que vem cobrando delas informações sobre estratégias de crescimento, capacidade do corpo administrativo, e dinâmica setorial. "A necessidade de fazer projeções de investimentos para prazos longos faz com que as informações não financeiras que recebemos das empresas sejam as mais importantes", avaliou Ana Paula Lanzana, analista da instituição.Já analistas de bancos e de corretoras, que têm no horizonte cenários menos longos, a cobrança por mais detalhes dos dados financeiros tem crescido. "As companhias deveriam publicar trimestralmente o quanto conseguiram de valor adicionado, prática até hoje só adotada pela Petrobras", disse Fábio Anderáos, da Geração Futuro.
De olho nesse movimento, empresas mais ativas em matéria de governança começam a se antecipar para tentar descobrir as matérias de maior interesse do mercado. As elétricas CPFL e Cemig, por exemplo, adotaram ferramentas de gestão que mapeiam as questões que chegam com maior freqüência à área de relações com investidores. "Assim, conseguimos saber mais rapidamente o que nossos acionistas querem saber", afirmou o presidente-executivo da CPFL, Wilson Ferreira Jr. "É um instrumento importante para eliminar o gap de percepção da companhia por parte dos investidores", emendou o diretor financeiro e de relações com investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

Governança Corporativa 01

Da Gazeta Mercantil de 29/11/2006:

"Governança Corporativa - Vendo as outras perspectivas

29 de Novembro de 2006 - Os jornalistas acham que a culpa é das empresas. As empresas acham que a culpa é dos advogados. Estes acham que é em parte das empresas e em parte dos jornalistas. O fato é que muitas empresas em processo de abertura de capital estão tendo seus processos adiados devido a suspensões temporárias da CVM para esclarecimento de dúvidas referentes a declarações feitas para jornais e revistas.
Isso está gerando um clima de terror entre as empresas que estão passando a se recusar a conversar com a imprensa nesse período." (Marcio Verissimo)