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03 março 2019

História da contabilidade: Ucharia Régia

O jornal A Imprensa traz uma história relacionada com a imperatriz Maria Tereza (provavelmente Maria Tereza da Austria). A rainha, analisando as contas do palácio, verificou com uma conta de velas de sebo e o valor de sete mil rublos. Achou estranho, já que existia no palácio somente velas de cera e de azeite. Mandou investigar e descobriu que por este valor se tinha comprado uma vela de sebo. A explicação seria a seguinte:

Uma noite voltara de uma caçada o grão-duque Constantino, com o rosto cortado e os lábios rachados pelo frio. Que remédio se aplicaria? (...) um pouco de sebo derretido à luz de uma vela. (...) Por todo palácio se procurou uma vela de sebo e não houve meio de achá-la. 
- Pois compre-se, bradou impaciente o grão-duque.
Quantas, senhor?
- As que forem precisas.  

Assim foi feito e a vela foi comprada e usada para o tratamento do grão-duque. O criado que comprou a vela tinha que apresentar a conta de uma vela, mas o valor era irrisório: um libra. Assim, colocou na conta vinte libras. O fiscal, que recebeu a conta, resolveu usar a compra para desviar recursos da contabilidade do palácio e acrescentou mais um zero: 200 libras. O subintendente acrescentou mais um zero: duas mil libras. Finalmente a conta chegou para o intendente que determinou o pagamento da vela de sebo usada pelo herdeiro da coroa, no valor de vinte mil libras.

A história acima ilustra como não existia controle contábil na monarquia no passado (não quer dizer que existe nos dias de hoje). Isto está bem descrito em The Reckoning de Jacob Soll.

(A Imprensa, 11 de agosto de 1858, ano II, n. 64, p. 3. Ucharias regias)
Ucharia = despensa, local onde guardam os mantimentos

08 julho 2014

Brasil é o azarão


Azarão: (a.za.rão)
sm. 1. RJ Cavalo que, numa corrida, tem poucas possibilidades de vitória; AZAR 2. P.ext. Aquele que tem poucas possibilidades de vencer um jogo, uma competição etc. [Pl.: -rões.] [F.: azar + -ão1 .]

A contusão que afastou o atacante Neymar da reta final da Copa do Mundo também tirou da seleção brasileira o favoritismo em algumas das principais casas de apostas europeias. Depois de passar todo o torneio liderando a lista dos candidatos a erguer a taça na William Hill, na Bet365 e na Sportingbet, a equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari virou terceira opção, atrás de Argentina e Alemanha.

Na William Hill, líder no mercado britânico por número de apostas, a favorita é a seleção alemã, com uma cotação de 3,50 para 1 — quem apostar uma libra ganha de prêmio 3,50 libras. A Argentina tem a mesma cotação, mas com menor número de apostas. E o Brasil aparece apenas em terceiro lugar, cotado a 3,75 para 1. A Holanda vem em seguida, pagando 4,33 para 1.

Quanto menor o prêmio, maior o favoritismo do prognóstico.

Na Bet365, um das sites de apostas de maior tráfego na Europa, a favorita é a Argentina, que paga 3,50 euros de prêmio para cada euro apostado. A Alemanha está cotada a 3,60 para 1. O Brasil está cotado a 3,75 para 1, enquanto a Holanda é a que tem menor favoritismo, com a cotação de 4,33 para 1.

Na Sportingbet, empresa do grupo britânico GVC — que atraiu 1,17 bilhão de euros em apostas em 2013 — a seleção de Lionel Messi é também favorita, cotada a 3,40 para 1, seguida por Alemanha (3,60 para 1), Brasil (3,70 para 1) e Holanda (4,50 para 1).

[...]

Fonte: texto, imagem.

12 junho 2012

Vodafone e os Impostos

A Vodafone é uma companhia com sede na Inglaterra e Alemanha, mas que opera em 25 países. No último ano a empresa aumentou o pagamento com impostos, de 300 milhões de libras para 2,3 bilhões. Mas deste total, nenhuma libra irá para o fisco inglês, onde a empresa tem receitas de bilhões libras e 19 milhões de clientes.

No ano anterior a empresa pagou 140 milhões de impostos; este ano, zero. Nos dois períodos o lucro antes de juros e impostos foi de 1,2 bilhão e 1,3 bilhão. Mais lucro, imposto menor, em razão da compensação do aumento da despesa de capital.

A empresa atua, obviamente, dentro a lei. Mas a sua situação tem despertado a ira de alguns críticos, que consideram que a Vodafone é somente uma das grandes multinacionais que pagam pouco ou nenhum imposto.

Leia mais aqui

21 fevereiro 2011

Teste 434

O Barclays http://pt.wikipedia.org/wiki/Barclays é uma conhecida instituição financeira mundial. Em 2010 suas receitas foram de 31 bilhões de libras, com um lucro antes de impostos de 6 bilhões. Com este lucro, o banco pagou 3,4 bilhões de remuneração e bônus e 2,6 bilhões de libras de dividendos. Você arriscaria um valor aproximado de imposto pago pelo Barclays?

10 bilhões de libras
1 bilhão de libra
100 milhões de libras

Resposta do Anterior: 25 bilhões Fonte: aqui

27 dezembro 2011

Teste 535

Um dos problemas da crise financeira é o aumento no risco. Isto faz com que uma dívida contratada no passado tenha, hoje, uma taxa de juros mais elevada, refletindo o momento do mercado. Assim, enquanto em termos históricos um passivo tenha parâmetros que refletem o passado, o mercado já considera que isto alterou em razão das mudanças que ocorreram no ambiente econômico. Esta questão é mais verdadeira para as empresas com maiores probabilidades de decretarem default nos seus passivos. Este teste é sobre esta situação.

Um texto do Financial Times (Fundos de crédito ´podre´ estão de olho em companhias problemáticas, Robin Wigglesworth, publicado no Valor Econômico de 19 de dezembro de 2011) indicam que empresas como a Thomas Cook (viagens), Pagine Gialle (´páginas amarelas´ da Itália), Eksportfinans (norueguesa) e La Senza (varejista de lingerie) estão com problemas no seu passivo.

Uma empresa de ´créditos podres´ comprou parte da dívida da empresa Premier Food por um valor de 70 centavos a libra. Ou seja, pagou 70% do valor de face da dívida.

Pergunta-se:
a) usando o custo histórico, qual a influência desta operação na Premier Food?
b) para a empresa de créditos podres, qual a vantagem de comprar a dívida?
c) para a empresa de detinha a dívida, qual a vantagem de vender a dívida?
d) existe alguma alteração na contabilidade da Premier Food usando o valor justo?

Resposta do Anterior: A diferença é de 900. Esta diferença esta na troca do número do milhar pelo número da centena. Por ser 900, o erro ocorreu em números consecutivos. Só existe um caso de número consecutivo no balancete de verificação: 7.600. O erro está em clientes, que deve ser 6.700 e não 7.600. Com efeito, corrigindo isto, temos um valor de 115.300 para o total dos débitos.

06 julho 2010

Viagem em pé


Viagem em pé... no avião
O Globo - 6 jul 2010

LONDRES. A companhia aérea irlandesa Ryanair, conhecida por oferecer voos baratos, anunciou que tem planos de oferecer lugares em pé em seus aviões ao custo de 4 libras (cerca de R$10), segundo a BBC.

A empresa, que já havia gerado polêmica recentemente ao informar que pretendia cobrar 1 libra (cerca de R$2,70) pelo uso do banheiro a bordo, explicou que pretende oferecer as viagens em pé — após a reforma das aeronaves — justamente com recursos arrecadados na utilização dos sanitários. As mudanças permitiriam incluir entre 40 e 50 passageiros a mais em cada aeronave.

De acordo com a BBC, a Ryanair pretende remover as últimas dez fileiras de assentos dos 250 aviões da companhia e substituí-las por 15 fileiras de “assentos verticais”. Dois banheiros da parte de trás também poderiam ser removidos.

Estas passagens seriam, inicialmente, para voos curtos, com menos de uma hora.

Os passageiros em pé continuariam usando cintos de segurança, que passariam sobre o ombro, como os utilizados atualmente pela tripulação durante os voos. Testes para avaliar a segurança dos assentos verticais serão realizados no ano que vem, segundo o presidente-executivo da Ryanair, Michael O'Leary.

A Agência de Segurança de Aviação Europeia (Easa, sigla em inglês) reagiu negativamente à ideia, dizendo que suas regras teriam de ser reescritas, já que todo ocupante com mais de dois anos de idade tem que ter um assento próprio. Para um porta-voz da Easa, a ideia é inédita e improvável de ser aprovada.

Já o porta-voz da Ryanair Stephen Mcnamara disse que a companhia está confiante na aprovação dos assentos em testes de segurança. O projeto prevê a utilização de “assentos verticais” em no máximo dois anos.

A empresa se defendeu das acusações de que suas ideias são apenas uma forma de atrair publicidade. A companhia admite, porém, que a cobrança pelo uso de banheiros e assentos verticais ainda são um plano em “fase bem inicial”.


Foto: Flickr

12 fevereiro 2021

Chefão da KPMG renuncia após mandar equipe “parar de reclamar”


Bill Michael (foto), que comanda a KPMG do Reino Unido desde 2017, renunciou após um revolta dos funcionários contra seu discurso público onde pediu para os funcionários “parar de reclamar sobre a pandemia” e evitar fazer papel de vítima. Ao renunciar, Michael afirmou que sua posição era insustentável

A revolta foi noticiada pelo Financial Times no dia 9 de fevereiro e mesmo o pedido de desculpas do executivo, que já teve Covid, não foi suficiente para colocar fim a controvérsia.  A KPMG abriu uma investigação independente. 

Como a KPMG está fazendo corte de salário e pessoal, as palavras do executivo, que ganhou 1,7 milhão de libra, talvez seja uma decorrência de “uma cultura de trabalho tóxica”. Michael fez o comentário infeliz durante um encontro onde também anunciou redução nos pagamentos e a adoção de uma “curva de distribuição forçada. (Para aqueles que vivem no escuro, o desempenho da equipe é medido em relação à curva; aqueles que estão na extremidade inferior geralmente são solicitados a revisar "suas aspirações de carreira".)

Foto: aqui

12 dezembro 2006

Tata X CSN

Segundo os jornais de hoje informam, a CSN cobriu a oferta da Tata pela Corus.

"Apenas um dia depois da nova proposta do grupo indiano, empresa brasileira eleva oferta para US$ 9,6 bilhões" (Estado de S. Paulo, CSN cobre oferta da Tata pela Corus, Agnaldo Brito)

"A CSN anunciou ontem uma nova proposta de 515 pence (centavos de libra) por ação da Corus, o que dá à empresa um valor total de US$ 9,6 bilhões (R$ 20,5 bilhões). A oferta revisada da Tata, anunciada no domingo, era de 500 pence por ação, ou US$ 9,2 bilhões.

A primeira oferta da Tata, pela Corus, anunciada no final de outubro, era de 455 pence por ação. A CSN entrou na briga no meio de novembro, anunciando que faria uma proposta de 475 pence por ação. Mas antes que oficializasse a proposta, a Tata deu um novo lance, no domingo. Ontem, a CSN voltou à disputa com uma oferta oficial contando, segundo a empresa, com o apoio de bancos internacionais.

O diretor-financeiro da CSN, Otávio Lascano, disse em teleconferência com analistas que, para garantir o negócio, a companhia já assegurou uma linha de financiamento de US$ 8 bilhões com os bancos Barclays, Goldman Sachs e ING.

Além disso, a empresa firmou uma linha de crédito de cerca de US$ 2,5 bilhões com o UBS e o Citibank. Em adição, a Corus teria US$ 650 milhões para fazer frente às necessidades de capital de giro.

(...) A compra do grupo anglo-holandês, 8º maior do mundo, significaria um enorme salto tanto para a Tata, 52ª maior siderúrgica do mundo, quanto para a CSN, 49ª do ranking: ambas passariam a ocupar o 5º posto na lista das maiores produtoras de aço. Ontem, as ações da Corus subiram 5% por causa do leilão entre as duas empresas.

A disputa acirrada pela Corus, apesar de o mercado não considerar a empresa um ativo de primeira linha, segue a lógica da corrida por fusões e aquisições na siderurgia mundial. As siderúrgicas buscam ganhar escala principalmente para aumentar seu poder de pressão para negociar o preço do minério, cujo mercado está nas mãos de poucas mineradoras.

(...) A CSN, apesar de enfrentar a desconfiança do mercado (as ações da empresa caíram ontem 2,32%), tenta mostrar os ganhos que terá com o negócio. As sinergias somariam US$ 750 milhões até 2009. Deste valor, US$ 450 milhões viriam da elevação do fluxo de caixa da Corus quando a empresa receber minério-de-ferro da Mina Casa de Pedra, da CSN.

Isso permitiria, segundo o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, 'destravar' os ativos de minério-de-ferro e elevar a produção para 50 milhões de toneladas por ano. A outra parte dos ganhos (US$ 300 milhões) viria das economias de uma operação global.

A ponderação mais ouvida entre analistas sobre a elevação do preço pela Corus é a de que essa disputa pode 'destruir valor', ou anular esses ganhos que a CSN imagina obter depois de fechar o negócio. 'Há um limite para estas ofertas, não sei se a CSN chegou nele, mas há um limite', diz Pitchon. O Banco Merrill Lynch distribuiu avaliação de que o limite da siderúrgica brasileira seria de US$ 9,9 bilhões.

Rodrigo Ferraz, analista de siderurgia da Brascan Corretora, diz que os ganhos obtidos pela CSN não se resumem aos US$ 750 milhões. O controle da Corus dará à CSN acesso ao mercado europeu e norte-americano, algo que o Brasil só tem acesso parcialmente. A CSN poderá, no médio e longo prazo, segundo ele, criar novas usinas de chapas no Brasil e mandar para laminação nas plantas da Europa."



Na Folha de hoje (Financiamento da compra é complexo, PETER MARSH, do "FINANCIAL TIMES") informa:

"Tanto para a Tata Steel quanto para a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), descobrir a maneira correta de obter financiamento para suas propostas de adquirir a Corus foi um processo complicado.

O grupo indiano e o brasileiro estão tentando adquirir uma empresa que produz três vezes mais aço do que eles, e era necessário descobrir um mecanismo que permitisse financiar pouco mais de US$ 10 bilhões.

A oferta inicial de US$ 10 bilhões que a Tata Steel apresentou pela Corus praticamente naufragou devido à complexidade do pacote de empréstimos proposto, de acordo com uma pessoa envolvida na transação. O maior problema era criar um conjunto de empréstimos levando em conta a complexa mistura de passivos das usinas da Corus na Holanda e no Reino Unido.

O banco de investimento Credit Suisse foi convocado para especificar um mecanismo que permitisse obter um empréstimo de 3,3 bilhões de libras, que formou a base da proposta da Tata Steel. A dívida seria registrada como parte da contabilidade da Tata Steel e seu ressarcimento seria coberto pelo fluxo de caixa futuro.

O Deutsche Bank e o ABN Amro também forneceram parte do dinheiro envolvido no empréstimo de 3,3 bilhões de libras. Outros 2,2 bilhões de libras foram investidos pelo grupo industrial Tata, principal acionista da Tata Steel. O mesmo pacote básico de financiamento estava em jogo na nova oferta da Tata Steel, no valor de 5,5 bilhões de libras, anunciada no domingo.

A nova oferta da CSN, no valor de 5,7 bilhões de libras, emprega alguns dos mesmos mecanismos que o pacote de financiamento desenvolvido pelo Credit Suisse, a fim de ressarcir parte das dívidas contraídas pela CSN por meio do fluxo de caixa futuro do grupo. A maior parte do dinheiro foi obtida em forma de empréstimo por três bancos -Barclays, ING e Goldman Sachs-, enquanto outra parcela dos recursos viria de um pacote de empréstimos separado no valor de 1,6 bilhão de libras, com dinheiro fornecido pelo Citigroup e pelo UBS.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

18 fevereiro 2014

Seleções vendida por 1 libra

A Readers Digest, empresa que publica a revista Seleções, foi vendida por £ 1. A empresa foi fundada em 1922 e por muitos anos foi a revista mais vendida nos Estados Unidos. Atualmente possui 40 milhões de leitores em mais de 70 países, com 49 edições em 21 línguas, inclusive português.

Mas nos últimos anos a empresa tem enfrentado dificuldades financeiras, com prejuízos constantes. A revista possui uma conhecida seção chamada "Rir é o melhor remédio" (inspiração para nossa postagem diária com mesmo nome).

13 março 2009

Os mais ricos

Na lista dos bilionários da Forbes divulgada recentemente uma presença interessante: Joaquín El Chapo Guzmán, de 54 anos, que possui uma fortuna de 1 bilhão, estimada. Guzmán é mexicano e seu principal negócio é narcotráfico. Em 2001 ele escapou de um prisão de segurança "máxima".

Por sua captura existe uma recompensa de 5 milhões de dólares.

O presidente Calderón, do México, considerou a inclusão como uma apologia ao crime.

"La opinión pública y ahora hasta las revistas no sólo se dedican a atacar, a mentir sobre la situación de México, sino a exaltar a los criminales. En México lo consideramos incluso un delito, que es (la) apología del delito", denunció Calderón, sin citar el nombre de la revista, durante una conferencia organizada por la 'America Society and Council of the Americas'.

Ante un auditorio de empresarios estadounidenses, Calderón lamentó "profundamente que se haya escalado una campaña que parece que es una campaña contra México (...). Pero eso ni nos arredra a nosotros ni modifica un ápice nuestra firme determinación de fortalecer el Estado de Derecho en México".


El cártel de Sinaloa libra una guerra sin cuartel contra el de Juárez de los Carrillo Fuentes por el trasiego de drogas hacia Estados Unidos desde la fronteriza Ciudad Juárez (norte), donde 1.600 personas fueron asesinadas sólo en 2008, de un total de 5.300 en todo el país.

El contrabando de drogas hacia Estados Unidos, el mayor mercado del mundo de consumo de cocaína, permitió a los narcotraficantes mexicanos y colombianos lavar recursos por entre 18.000 y 39.000 millones de dólares en 2008, de los cuales 20% los movió Guzmán, según la estimación de Forbes.



Narcotraficante más buscado de México en la lista de millonarios de Forbes
12 March 2009
Agence France Presse

05 fevereiro 2017

História da Contabilidade: livro “Elementos do Commercio” (1867)

Para fazer uma postagem sobre a história da contabilidade, este autor passa algumas horas pesquisando o acervo da Biblioteca Nacional, especialmente a sua hemeroteca digital, na seção dos jornais. O volume de informação é tão expressivo, que resolvi fazer uma pesquisa por década. Usando palavras como “contabilidade”, “guarda-livros”, “escripturação”, entre outras, podemos encontrar inúmeras referências sobre o assunto nos jornais antigos. Só para que o leitor tenha uma ideia, pesquisando “contabilidade” na década de 1860 é possível encontrar milhares de referências; somente o jornal Amazonas foram mais de quarenta vezes que o termo foi capturado pelo instrumento de busca. A grande maioria dos casos a pesquisa é desapontadora: são legislações, algumas específicas (e minha experiência mostra que a legislação pode ser um marco de referência para a evolução das estruturas jurídicas do país, mas muitas delas foram normas que não foram efetivamente aplicadas; além disto, creio que já explorei demais este assunto), termos fora do contexto, situação de pouco interesse ou repetições de pontos já abordados nas postagens. Às vezes é possível descobrir temas interessantes, como foi o caso da postagem de 23 de janeiro passado, sobre a Mucuri.

O tema de hoje é um anúncio publicado justamente no Amazonas, em 12 de outubro de 1867 (ano II, número 71) onde João Baptista de Figueiredo T. Aranha oferece o livro Elementos do Commercio, para “juventude estudiosa dedicada a profissão mercantil e da syntelologia”.

A primeira coisa que intriga é o termo syntelologia. No livro “Principios de Syntelologia”, de 1831, José Ferreira Borges explica que é a ciência que trata dos meios de prover as necessidades do estado político com recursos do estado social. Corresponderia ao que denominamos de finanças públicas, pelo que entendi da explicação de Borges. De qualquer forma, o termo não vingou e caiu no esquecimento.

O segundo aspecto que me interessou no anúncio é o fato de ser uma obra editada por um professor do Liceu paraense. Em 1872 o Brasil fez o primeiro censo demográfico e tinha quase 10 milhões de habitantes. Mas boa parte desta população não era alfabetizada, o que limita o potencial de venda de uma obra como esta. Mais ainda, trata-se de uma obra escrita e impressa no norte do país, onde o número de habitantes sempre foi, historicamente, reduzido. Mesmo assim, é interessante saber que uma obra como esta tinha um autor que se aventurava em publicá-la e isto pode ser uma demonstração que também existia pessoas interessadas em comprar o livro.

Arrisco a considerar duas justificativas para a publicação desta obra, e a existência de leitores. Em primeiro lugar, como já destacamos várias vezes nas postagens históricas do blog, a contabilidade era ensinada desde os primeiros anos de estudos na época do Império. Assim, todas as pessoas que estivessem em processo de alfabetização poderiam adquirir o livro. Em segundo lugar, o que se entendia por contabilidade era algo bem mais amplo; além das partidas dobradas, ensinava-se conversão do câmbio e de outras medidas, alguns aspectos jurídicos de empresas, noções de comércio, entre outros assuntos. Assim, um texto como este poderia ser de interesse do comerciante, quando necessitava fazer uma conversão cambial entre a moeda do império e a libra esterlina, por exemplo.

Ao final da minha leitura do anúncio fiquei imaginando como podemos pesquisar a riqueza do ensino de contabilidade no passado em cada província ou cidade. Como seria importante que os trabalhos de conclusão de curso também se interessassem em saber os primórdios da contabilidade em Sergipe, Goiás Velho e outras tantas localidades existentes no país. Material é que não falta. Fiquei imaginando que esta postagem teria um imenso valor para seu autor se soubesse que o texto provocou o interesse de professores e alunos em se dedicar ao passado. Afinal,

“o que foi feito é preciso conhecer, para melhor prosseguir” (Brandt e Nascimento)

19 agosto 2018

PwC, lobby e carne

Enquanto entra no mercado de fraude de carne e ganha uma montanha de dinheiro fazendo lobby para uma reforma tributária, a empresa de PwC parece não ter o mesmo sucesso no seu negócio principal: a auditoria. Recentemente, o regulador inglês, o FRC, multou a PwC por falhas no seu trabalho na empresa BHS. A auditoria não apontou risco de continuidade na empresa BHS, que depois foi vendida por uma libra. A multa, de 6,5 milhões de libras, é recorde.

Segundo um relatório da FRC, o auditor sócio da PwC, responsável pela conta, dedicou duas horas ao trabalho. E o restante do trabalho foi feito, aparentemente, por subordinados.

Sobre o mercado de fraude, a PwC estaria desenvolvendo uma tecnologia para rastrear o que o animal comeu, como ele foi criado e onde foi processado. O negócio de lobby já é mais polêmico, pois parece envolver conflito de interesse entre o trabalho de auditor e a matéria tributária.