05 janeiro 2007
Harmonização é possível?
Artigo de Robert Bruce no Financial Times (04/01/2007) discute o sonho de um sistema contábil uniforme em todo o mundo. Segundo ele, o obstáculo tem sido o mercado norte-americano. Os Estados Unidos foi o primeiro país a ter um conjunto de princípios contábeis e por isso, segundo Bruce, se julgam os melhores. Isso faz com que a Europa e outros cem países usem os padrões internacionais, mas os EUA insistem com seus padrões.
Apesar do esforço de harmonização entre o Fasb e o Iasb, os EUA estão atrasando o processo, na opinião de Bruce. Uma possibilidade seria usar um sistema como o XBRL, que permite aos usuários ter acesso aos demonstrativos financeiros da empresa e reconfigurar a informação da forma com achar melhor.
05 maio 2008
Comentários
Segundo minha visão cordelista o Brasil um país tão rico em recursos minerais, tem uma política voltada para a era da lenha quando nem fogão gás existia. Por isto PD,abre uma discussão em torno dos meios energéticos Brasileiros, acrescentando o caso democracia.
Sobre contabilidade padronizada nas juntas o sempre atento Alexandre Alcantara (grato)
Caro César
O dileto parlamentar talvez não saiba que já está em vigor o Sistema Público de escrituração Digital (SPED), o qual contempla a Escrituração Contábil Digital (ECD).
A contabilidade integral das empresas deve ser transmitida para o Sistema SPED que remeterá às Juntas Comerciais de cada UF para o devido registro.
Em uma primeira etapa esta previsto a obrigatoriedade para as empresas do Lucro Real.
As empresas manterão o seu plano de contas original para uso interno e exportará para o SPED o seu livro diário, BP e DRE dentro de um plano de contas referencial, de forma a uniformizar as escriturações contábeis "depositadas" no Sistema.
Além disto o Sistema SPED Contábil, prevê uma "Central de Balanços" nacional a exemplo do que já existe na Europa e na SEC.
Sites sugeridos:
a)http://www.alcantara.pro.br/sped
b)http://www1.receita.fazenda.gov.br/Sped/contabil.aspx
Sobre central de balanços da SEC:
http://analisedebalanco.blogspot.com/2008/03/demonstraes-contbeis-em-xbrl-nos-eua.html
Sobre a questão do GECON versus ABC recebi um comentário interessante de Siddney Tome (grato)
Existe um trabalho acadêmico sobre a implantação do custeio ABC no Banco Central (Raquel Gonçalves de Moraes - Custeio Baseado em Atividades no Banco Central do Brasil - Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - COPPEAD -Universidade Federal do Rio de Janeiro
) que está publicado em seu site (http://www4.bcb.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=nmsDepesTeses:idvDepesTeses) que é muito esclarecedor sobre a escolha da metodologia e os problemas e dificuldades existentes em uma implantação desta metodologia.
um abraço. Siddney Tome
A questão da centralização versus descentralização recebeu o seguinte comentário de Kátia Francisco:
Interessante esse pensamento.
Sempre escutamos o discurso da descentralização e não pensamos duas vezes antes de implantar.
Postem comentários. É um retorno importante para esse autor.
09 novembro 2013
Teste da Semana
Respostas: (1) Cafezinho; (2) Pirataria; (3) HSBC; (4) Terminar os projetos (5)
03 julho 2008
Links
2. Executivos Superstars
3. Diretores de cinema revolucionários e evolucionários
4. O Brasil já está adotando o XBRL
5. Mercado de trabalho brasileiro está aquecido, sendo o NY Times
6. Estados Unidos pedem trégua ao Iasb na emissão de normas
7. Álcool Brasileiro: produção e demanda
8. Fluxo de Caixa ou Lucro para avaliar a Amazon?
9. Novas regras para a indústria de petróleo
23 maio 2011
Links
Marcas brasileiras mais valiosas
Business Week: moradores de favela do Brasil estão mais endividados
10 mitos sobre XBRL
O problema da dívida da Grécia parece com o da ARgentina em 2005
O país com mais estrangeiros
O que fazer num ataque de zumbis: o que o governo dos EUA diz sobre o assunto
Produtividade, remuneração e pacto social
Grant Thornton tenta crescer em auditoria
20 março 2009
Links
Métodos de Avaliação não ajudam o investidor
Proposta de criação do FAOB, que retira parte do poder da SEC
Transparência, XBRL e excesso de informação
Momentos "estranhos" - Esportes
Iasb e Fasb e novas normas para Leasing
Será o Brasil uma nova Arábia Saudita?
07 julho 2011
Links
XBRL e a contabilidade
Uma página com os melhores livros introdutórios. Em contabilidade é Horngreen
Cantores britânicos respondem por 12% da música internacional
Revolta européia contra as agências de rating
Dez anos para construir Angra 3. E R$10 bilhões
Morales: Todo boliviano deve ter um carro
Bancos em liquidação não terão benefício do custo histórico
Comparou Naomi Campbell ao chocolate
Problema da dívida dos brasileiros
Dívida de Portugal rebaixada
Profissionais de Atuária recebem até 50 mil
01 fevereiro 2013
Leasing
O atual estágio de revisão da norma internacional do leasing faz parte de um projeto criado em 2010 pelas organizações mundiais que cuidam do aprimoramento das regras contábeis: International Accounting Standards Board (Iasb) e Financial Accountig Standards (Fasb). Havia previsão de alteração a partir do ano de 2012, no entanto, em função de uma série de dúvidas e sugestões a norma voltou novamente para discussão. Estima-se que no primeiro quadrimestre de 2013, haverá uma nova emissão do exposure draft.
Outro lado que precisar ser analisado é o fato de o arrendador manter o ativo objeto do leasing em suas demonstrações contábeis por um valor residual e também de um valor recebível registrado em função do contrato firmado.
Esse assunto chegou a ser debatido em setembro de 2012 pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, e na ocasião foi esclarecido que o novo modelo proposto influencia muito mais as demonstrações contábeis das empresas que hoje utilizam operações de leasing classificadas na norma atual como operacional. Isto ocorre com algumas empresas, em especial companhias aéreas, pois muitas de suas aeronaves não são registradas atualmente como ativos, e o contrato firmado não é reconhecido atualmente como passivo e suas consequências devem ser consideradas no mercado.
Outro ponto importante muito discutido no Brasil é a questão da linguagem XBRL e sua aplicação ao redor do mundo, com destaque aos Estados Unidos, onde a utilização é obrigatória para as empresas abertas e foi imposta pela Securities and Exchange Commission (SEC). Os formatos das demonstrações exigidos pelo conjunto de normas brasileiras diferem do formato dos International Financial Reporting Standards (IFRS) imposto pelo IASB, impossibilitando a aplicação da taxonomia no Brasil.
"Isto pode ser observado através do uso de grupos de contas no Balanço Patrimonial no Brasil que não existem nos IFRS, tais como a subdivisão de Ativo Não-Circulante em quatro grupos: Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível, o que obriga, por exemplo, à inclusão de Propriedade para Investimento no Brasil dentro do grupo de Investimentos".
Outro exemplo de divergência refere-se ao conjunto de demonstrações. No Brasil existe a obrigatoriedade da DVA, demonstração não prevista pelo IASB; desta forma, não existe taxonomia para essa demonstração nos IFRS. Foi criado um comitê no Brasil dentro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para o desenvolvimento da taxonomia brasileira, com vistas à convergência internacional e que já tem agendada para o início de 2013 uma segunda audiência pública. Seu desenvolvimento conta com o apoio de órgãos regulamentadores, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e da área acadêmica por meio do Laboratório de Tecnologia e Sistemas de Informação (Tecsi) da FEA.
O leasing nos balanços financeiros - 31 de Janeiro de 2013 - DCI - Marta Pelucio
29 outubro 2020
Normas são negócios e ESG é um bom exemplo
Um texto da Accounting Today, chamado PwC working with SASB on XBRL taxonomy while developing ESG app (de Michael Cohn, 19 de outubro de 2020) me pareceu bastante revelador de como funciona o mecanismo de pressão para criação de normas para as empresas e como isto interessa de perto não ao usuário, mas algumas empresas com fins lucrativos. É bom lembrar que normas são negócios antes de qualquer coisa.
Talvez o leitor tenha notado como surgiram, nos últimos dias, uma grande quantidade de textos defendendo a criação de normas relacionadas com a sustentabilidade, a questão social e a governança. O tema ficou tão popular que ganhou uma sigla: ESG. Chegamos a postar aqui no blog que dezenas de entidades estão em uma competição para criar um padrão de norma que abranja este campo. Isto pode ser interessante, mas se muitas entidades criarem suas normas, não haverá uma “padronização” mínima, que permita vender projetos de consultoria. É de interesse que exista somente alguns poucos reguladores, o suficiente para que as empresas que prestam serviço na área possam vender suas “soluções”.
Neste ponto entra a Fundação IFRS. Sendo patrocinado em um terço do seu orçamento pelas Big Four, a entidade que padroniza as normas internacionais de contabilidade abriu uma consulta sobre o assunto: será importante ter uma norma internacional sobre o tema? Isto é estranho por dois motivos: há uma agenda, onde a Fundação define estas prioridades; e existem diversos temas pendentes para serem resolvidos pela Fundação, como o término da Estrutura Conceitual.
O texto citado no início da postagem afirma que a PwC, uma das Big Four, estaria trabalhando em desenvolver um app sobre o assunto. O porta-voz da empresa de auditoria é nada menos que Wes Bricker. Bricker trabalhou na PwC entre 2011 a 2015, quando foi ser contador-chefe da SEC. Recentemente, Bricker saiu da SEC e voltou para a PwC, no movimento de porta giratória contábil, uma tradição da SEC.
Mesmo com o interesse de Bricker, o texto da Accounting Today afirma que a SEC, em anos recentes, era cética com respeito a materialidade da informação ambiental, social e de governança. Existiria um sentimento de que este tipo de informação seria muito mais um propaganda falsa na promoção da empresa para investidores. Mas Bricker, mesmo já não sendo mais da SEC, opina que como a entidade que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos tem interesse na qualidade da informação, a informação relacionada com a sigla ESG teria que ser divulgada.
Para as Big Four, a ESG representa, antes de qualquer coisa, um negócio de venda de soluções. Não importa se o padrão seja originário dos Estados Unidos ou da Fundação IFRS. Quanto maior o número de empresas que forem obrigadas a fazer esta evidenciação, melhor será. O grande obstáculo são as empresas: as novas informações possuem um custo. Quem sabe as empresas poderão se opor a este movimento?
O texto da Accounting Today dá a clara sensação que estão construindo uma necessidade de uma informação ambiental, social e de governança de forma artificial. Negócios. (Foto aqui)