Translate

13 dezembro 2025

Sustentabilidade Made in Japan


A Agência de Serviços Financeiros do Japão (FSA) iniciou uma consulta pública sobre propostas para introduzir requisitos de relato de sustentabilidade em documentos corporativos. O prazo para comentários da minuta é até dia 26 de dezembro. As grandes empresas listadas no mercado deverão divulgar informações sobre sustentabilidade pelos padrões geralmente aceitos para o assunto. Esses padrões foram publicados pelo Comitê de Padrões de Sustentabilidade do Japão em março de 2025. As informações incluem dados de emissões. 

Mais informações aqui e aqui

IA e Bolhas


Do colunista Tim Harford

(...) O economista e ganhador do Prêmio Nobel William Nordhaus certa vez tentou estimar qual fatia do valor das novas ideias ia para as corporações que as possuíam e quanto ia para todos os outros (principalmente consumidores). Ele concluiu que a resposta — nos EUA, entre 1948 e 2001 — era de 3,7% para as empresas inovadoras e 96,3% para todos os outros. 

Dito de outra forma, os benefícios indiretos (ou spillover benefits) eram 26 vezes maiores do que os lucros privados. Se os benefícios da IA forem distribuídos de forma semelhante, há uma grande margem para que os investimentos em IA sejam socialmente benéficos, ao mesmo tempo em que são apostas catastróficas para os investidores.

Foto: aqui

IA: "pessoa" do ano

Todo ano a revista Time escolhe a Pessoa do Ano. É sempre algo controverso escolhas como essa e no passado Hitels e Stalin foram escolhidos. Ou seja, nem sempre é uma honra ser escolhido. 

Para esse ano, o mercado de apostas acreditava que os favoritos seriam a IA, papa Leão e Trump:

Mas a escolha real foi "Arquitetos da IA". Talvez o favoritismo da IA no mercado de apostas tenha influenciado na escolha real feita pela revista. No passado, a Time chegou a eleger o computador, que não é uma pessoa, como "a pessoa do ano". Realmente foi estranha a opção da revista.  

09 dezembro 2025

Rir é o melhor remédio

Warner, Netflix e Paramount


Comentamos aqui sobre a compra, pela Netflix, dos negócios de filme e streaming da Warner Bros Discovery, por US$ 72 bilhões.

Agora, veio a público uma manobra Paramount que, segundo oValor, vem ressaltando aos acionistas da Warner a dificuldade que será para a Netflix obter aval dos reguladores e que, mesmo se recebido, o processo ainda levará tempo. O principal ponto de atenção seria o risco de a junção da Warner com a Netflix afetar consideravelmente o mercado competitivo, o que poderia ser amenizado caso o acordo ocorresse com a Paramount.

Segundo o Valor, a Paramount apresentou um lance de U$ 108 bilhões, U$ 18 bi a mais que a Netflix. Todavia, esse mesmo valor já havia sido oferecido e recusado pela Warner, que preferiu optar por um comprador de resistir ao escrutínio regulatório, assinar imediatamente e concluir os negócios nos termos exigidos.

O lance da Paramount vem acompanhado de garantia de capital pelos Ellison (família do cofundador da Oracle), pelo fundo de investimento RedBird Capital Partners e por fundos soberanos da Arábia Saudita, Abu Dhabi e Catar. Segundo a própriaParamount, esses investidores concordaram em renunciar a direitos de governança, o que evitaria uma revisão por motivos de segurança nacional.

07 dezembro 2025

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: aqui

Quem irá lecionar contabilidade?

Há alguns anos, escrevemos aqui no blog sobre um dado que me deixava inquieta: “um país com quase três mil cursos de contabilidade… e pouco mais de 250 doutores formados. Quem está lecionando?” 

Na época, atualizei os números por conta própria e cheguei a algo próximo de 2.693 mestres e 251 doutores, que achei pouco. Porém, foi considerada também uma vitória, já que os programas no Brasil focados em Ciências Contábeis são relativamente recentes. 

Destaquei ainda, naquela postagem, a dissertação do Glauber Barbosa (2011) que concluiu “ocorrência de disfunções no ensino superior das universidades federais, especialmente na sobrecarga de funções para os professores mais titulados e na supervalorização da pesquisa em detrimento do ensino, quando o ideal seria que este e aquela fossem indissociáveis.” 

Conforme um texto publicado no The CPA Journal, esse problema não só continua, como em alguns lugares, piorou. 

Nos EUA, o alerta agora é de crise aguda de professores de contabilidade com doutorado. O número de estudantes em PhD caiu mais de 40% desde 2007/2008, muitos programas não conseguem formar sequer um doutor por ano e uma boa parte dos formados não tem interesse na vida acadêmica. Some a isso o envelhecimento do corpo docente, a pressão por publicações e o fato de que a carreira fora da universidade muitas vezes é mais atraente financeiramente. Ou seja, lá e aqui, a pergunta continua ecoando: quem está, e quem estará, na frente da sala de aula? 

Por lá uma das opções sugeridas foi criar doutorados profissionais em contabilidade, voltados para a prática, para casos reais, para a formação de professores que vêm do mercado e querem ensinar sem precisar passar por um programa tão rígido, teórico e de longa duração quando o acadêmico. Mas, na minha percepção pessoal, se programas profissionais realmente ganharem foco, teremos que discutir critérios claros de qualidade, mecanismos de avaliação, supervisão prática, padrões mínimos de formação e até como garantir que a experiência profissional não substitua, mas sim complemente, a reflexão crítica e a base conceitual que a docência exige.