15 maio 2025
14 maio 2025
Ilusão do conhecimento e Trump
Do texto de Tim Harford:
Um estudo extraordinário realizado pelos economistas Brad Barber e Terrance Odean, publicado há um quarto de século, analisou o desempenho de mais de 1.600 investidores que abraçaram a revolução da Internet na década de 1990, passando da negociação por telefone para uma das primeiras negociações baseadas na web. Barber e Odean compararam esses investidores a outros semelhantes que mantiveram a familiar tecnologia baseada em telefone. “Aqueles que mudam da negociação por telefone para a negociação on-line experimentam um desempenho incomumente forte antes da mudança, explicaram Barber e Odean, ” aceleram suas negociações depois de ficarem online, negociam de forma mais especulativa e experimentam um desempenho abaixo da média.“
O que aconteceu? A explicação mais plausível é a ilusão “de conhecimento” —, um fenômeno psicológico bem estabelecido de que as pessoas que recebem mais informações não se tornam muito melhores em previsões, mas se tornam muito mais confiantes. A nova plataforma online deu aos investidores falsa confiança e tentou-os a negociar com demasiada frequência, bem como tornou essas negociações especulativas mais baratas e fáceis. Paradoxalmente, se tivessem suportado a aparente desvantagem de se apegarem a um método de negociação mais lento, mais caro e menos rico em informação, teriam tido um desempenho substancialmente melhor como resultado.
Novo papa e doadores
O texto mostra os desafios do novo papa na questão financeira.
O que o Papa Leão XIV representa para os doadores? - Muitos observadores do Vaticano jamais imaginaram que veriam o dia em que um americano seria eleito papa. E então Leão XIV apareceu na sacada da Basílica de São Pedro.
Em retrospecto, a elevação do cardeal Robert Francis Prevost, nascido em Chicago, faz muito sentido — tanto por sua capacidade de mobilizar a vital base de doadores americanos quanto por sua liderança espiritual. (Apesar de, em seu primeiro discurso ontem, ele não ter mencionado os Estados Unidos, nem dito uma palavra em inglês.)
Por que isso importa?: Os americanos podem já não estar indo à missa em massa, mas continuam sendo uma potência quando se trata de doações.
E o novo papa é visto como uma liderança estável, capaz de dar continuidade às reformas contábeis iniciadas por seu antecessor. Francisco nomeou Prevost, de 69 anos, em 2023 para um dos principais cargos do Vaticano, dando-lhe influência sobre os rumos futuros da Igreja. “Ele preenchia todos os requisitos”, disse o veterano analista do Vaticano John Allen ao The New York Times.
As finanças do Vaticano estão em desordem. Embora Francisco tenha ordenado auditorias internas mais rigorosas, o déficit do papado ainda cresceu significativamente na última década, e o fundo de pensão enfrenta passivos de cerca de 2 bilhões de euros (US\$ 2,25 bilhões), segundo o Wall Street Journal.
IA, direito autoral e passivo
Uma das questões polêmicas no desenvolvimento da inteligência artificial refere-se à violação, ou não, de direitos autorais. Sabe-se que algumas das ferramentas que utilizamos atualmente, como a IA da Meta, foram treinadas com materiais protegidos por lei — como reportagens e livros — sem a devida autorização. O resultado disso tem sido uma série de disputas legais entre as empresas de IA e os detentores desses direitos.
Na semana passada, um relatório foi apresentado pelo Escritório de Direitos Autorais dos Estados Unidos, indicando que houve pirataria no treinamento dessas IAs, com o uso indevido de livros, filmes e outras obras, em violação aos direitos autorais. Embora o Escritório não possua poder normativo, seus pareceres são frequentemente utilizados pelos tribunais como base para decisões judiciais. Dois dias após a divulgação do relatório, a chefe do Escritório foi demitida. Eis um dos trechos do documento:
"fazer uso comercial de vastos conjuntos de obras protegidas por direitos autorais para produzir conteúdo expressivo que concorra com elas nos mercados existentes, especialmente quando isso é conseguido através de acesso ilegal, vai além dos limites estabelecidos de uso justo"
Um processo desse tipo irá representar um grande passivo para empresas de tecnologia, que desenvolveram suas ferramentas sem a permissão dos donos da obra original.
13 maio 2025
IFRS 18 será adotada no Brasil?
Quando o Iasb começou a fase final de tramitação e aprovação da IFRS 18 - Demonstrações Financeiras Primárias, esperava-se que o CPC já estivesse começado os preparativos para a tradução e adaptação da nova norma para as empresas brasileiras. Muito tempo depois da aprovação, eis que surge uma pequena notícia: o CPC estaria começando a tratar do assunto. Eis a notícia:
(...) está sob análise do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) para consequente divulgação de um novo pronunciamento técnico. O grupo, criado especificamente para tratar do assunto [1], avalia a tradução oficial [2] da IFRS 18 a partir de um documento inicialmente preparado pelo Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon). A intenção é que o novo pronunciamento técnico entre em audiência pública no fim de 2025 [3].
[1] Acho estranho ser necessário criar um grupo específico para o assunto.
[2] Isso pode dar a entender que o pronunciamento não seria uma tradução somente da IFRS18. Novamente sem entender.
[3] Estamos em maio e já se passaram muitos meses da aprovação final da IFRS 18. Seriam mais 7 meses até a audiência pública. Novamente, parece lento.
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Um pequeno presente para Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta críticas após aceitar um luxuoso jato Boeing 747-800 avaliado em aproximadamente US$ 400 milhões, oferecido pela família real do Catar. A aeronave seria utilizada como substituto temporário do Air Force One.
A decisão gerou preocupações éticas e legais, com críticos argumentando que o presente pode violar as normas dos Estados Unidos sobre funcionários federais de aceitam presentes de governos estrangeiros. Além disso, há temores sobre possíveis conflitos de interesse, dado o histórico de Trump com negócios no Golfo Pérsico e as ligações do Catar com grupos como o Hamas.
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