Segundo os dados compilados por este blog, a partir das informações de emprego formal do Caged (Ministério do Trabalho), a redução dos postos de trabalho na área contábil continua ocorrendo. Desde outubro de 2015 o número de desligados é superior ao de admitidos para contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. No último mês foram 7.731 admitidos e 9126 demitidos, o que significa uma redução de 1.395 postos formais de trabalho.
Tomando janeiro de 2014 como base, o número de admitidos foi de 277.618 e de demitidos atingiu a 298.868, significando uma redução de 21.250 postos de trabalho. Se considerarmos um quantitativo de registro no conselho de contabilidade de 500 mil, a redução de postos de trabalho corresponde a quase 5% dos profissionais de contabilidade.
Como é praxe, o salário médio mensal dos demitidos é muito superior ao dos admitidos. Em maio a diferença foi novamente de quase 20%: enquanto os admitidos tinham um salário médio de 2.147 reais, os demitidos possuíam um salário médio mensal de 2.555 reais, uma diferença superior a 400 reais. O tempo de emprego dos demitidos, que em abril era de 29,4 meses, aumentou para 33,6 meses, indicando que trabalhadores mais experientes estão sendo demitidos no setor. As empresas continuam demitindo os mais idosos (média de 32,1 anos) e contratando mais novos (30,2 anos). As mulheres estão sendo mais prejudicadas, como já ocorreu em abril: a perda de posto de trabalhos para o gênero feminino é mais do que o dobro.
Os trabalhadores com ensino médio completo também foram os mais atingidos, com redução de 820 postos de trabalho, de um total de 1.395.
26 junho 2016
25 junho 2016
Fato da Semana: Oi
Fato: Pedido de recuperação judicial da Oi
Data: 20 de junho de 2016
Fonte: Empresa
Precedentes
2008 - A empresa adquire a Brasil Telecom e com ela 5 bilhões em passivos. Recebe apoio do governo para ser uma campeã nacional.
2013 - Anúncio da fusão com a Portugal Telecom. E mais 30 bilhões de dívidas.
2014 - Quebra da Portugal Telecom.
2015 - Tentativa de fusão com a TIM.
Março de 2016 - Começa uma tentativa de reestruturação de dívida
10/06/2016 -O presidente renuncia já que não obteve o apoio do conselho.
Notícia boa para contabilidade? Trata-se do maior pedido de recuperação judicial. Existem algumas questões contábeis interessantes, como o valor da provisão dos bancos. Além de ser um teste para a legislação brasileira.
Desdobramentos: A negociação com os credores será longa. Mas os financiadores externos irão pressionar para um acordo mais favorável. A reação do governo pode ser fundamental no destino da empresa.
Mas a semana só teve isto? A saída do Reino Unido da Comunidade Europeia e os problemas dos fundos de pensão foram dois eventos relevantes da semana.
Data: 20 de junho de 2016
Fonte: Empresa
Precedentes
2008 - A empresa adquire a Brasil Telecom e com ela 5 bilhões em passivos. Recebe apoio do governo para ser uma campeã nacional.
2013 - Anúncio da fusão com a Portugal Telecom. E mais 30 bilhões de dívidas.
2014 - Quebra da Portugal Telecom.
2015 - Tentativa de fusão com a TIM.
Março de 2016 - Começa uma tentativa de reestruturação de dívida
10/06/2016 -O presidente renuncia já que não obteve o apoio do conselho.
Notícia boa para contabilidade? Trata-se do maior pedido de recuperação judicial. Existem algumas questões contábeis interessantes, como o valor da provisão dos bancos. Além de ser um teste para a legislação brasileira.
Desdobramentos: A negociação com os credores será longa. Mas os financiadores externos irão pressionar para um acordo mais favorável. A reação do governo pode ser fundamental no destino da empresa.
Mas a semana só teve isto? A saída do Reino Unido da Comunidade Europeia e os problemas dos fundos de pensão foram dois eventos relevantes da semana.
24 junho 2016
Brexit e a Contabilidade
O Reino Unido decidiu sair da comunidade europeia num plebiscito, num movimento denominado Brexit. Qual seria o efeito deste fato na contabilidade?
A comunidade europeia foi um projeto de transformar países com grandes diferenças num único mercado. Certamente contribuiu muito como fonte inspiradora para a proposta de criar um mesmo conjunto de regras contábeis entre os diversos países, expresso no International Accounting Standards Board. E é importante lembrar que a sede do Iasb encontra-se em Londres. Outro ponto relevante é os membros do Iasb são 14, sendo dois do Reino Unido. Existe também um representante da França, outro da Alemanha, além do chairman, que é holandês. A presença do Reino Unido só é menor que a dos Estados Unidos. A questão relevante é: será que o referendo irá mudar a posição do Reino Unido no Iasb?
Sendo otimista, não. É bom lembrar que o país que tem mais resistência em adotar as normas contábeis é aquele que possui mais representante (estamos falando dos EUA). Além disto, a mudança de sede é muito trabalhosa e envolve custos, algo que deve ser levado em consideração nas decisões futuras do Iasb. Adicione a isto o fato de que o Iasb já resistiu a pressões políticas no passado, como a perspectiva de mudar as normas contábeis de valor justo. E existem fortes interesses em manter a convergência internacional. Para finalizar, é bom lembrar que das quatro principais empresas contábeis, duas estão fortemente vinculadas ao Reino Unido: EY e PwC, que possuem sede em Londres. E estas empresas são importantes financiadoras do Iasb e interessadas diretas na convergência pelos efeitos nos seus ganhos de escala.
Mas existe o outro lado. O Brexit pode ser o início de um movimento de separação e acirramento de isolamento. A saída de outros países da comunidade europeia pode influenciar novos rumos na convergência. Será que os países europeus irão aceitar a excessiva representação do Reino Unido no Iasb? Talvez isto não seja relevante, mas estamos falando de decisões que muitas vezes não são completamente racionais. Outro aspecto é que o Reino Unido tinha uma contabilidade bem desenvolvida antes do Iasb. A entrada na entidade de regulação contábil representou uma redução na qualidade contábil. Já relatamos aqui no blog divergências entre os britânicos e as normas do Iasb. O movimento separatista pode contaminar as entidades do Reino Unido, exigindo a saída do Iasb, numa posição extrema.
Talvez ainda seja cedo para comentar sobre este assunto. Aguardemos os próximos capítulos.
A comunidade europeia foi um projeto de transformar países com grandes diferenças num único mercado. Certamente contribuiu muito como fonte inspiradora para a proposta de criar um mesmo conjunto de regras contábeis entre os diversos países, expresso no International Accounting Standards Board. E é importante lembrar que a sede do Iasb encontra-se em Londres. Outro ponto relevante é os membros do Iasb são 14, sendo dois do Reino Unido. Existe também um representante da França, outro da Alemanha, além do chairman, que é holandês. A presença do Reino Unido só é menor que a dos Estados Unidos. A questão relevante é: será que o referendo irá mudar a posição do Reino Unido no Iasb?
Sendo otimista, não. É bom lembrar que o país que tem mais resistência em adotar as normas contábeis é aquele que possui mais representante (estamos falando dos EUA). Além disto, a mudança de sede é muito trabalhosa e envolve custos, algo que deve ser levado em consideração nas decisões futuras do Iasb. Adicione a isto o fato de que o Iasb já resistiu a pressões políticas no passado, como a perspectiva de mudar as normas contábeis de valor justo. E existem fortes interesses em manter a convergência internacional. Para finalizar, é bom lembrar que das quatro principais empresas contábeis, duas estão fortemente vinculadas ao Reino Unido: EY e PwC, que possuem sede em Londres. E estas empresas são importantes financiadoras do Iasb e interessadas diretas na convergência pelos efeitos nos seus ganhos de escala.
Mas existe o outro lado. O Brexit pode ser o início de um movimento de separação e acirramento de isolamento. A saída de outros países da comunidade europeia pode influenciar novos rumos na convergência. Será que os países europeus irão aceitar a excessiva representação do Reino Unido no Iasb? Talvez isto não seja relevante, mas estamos falando de decisões que muitas vezes não são completamente racionais. Outro aspecto é que o Reino Unido tinha uma contabilidade bem desenvolvida antes do Iasb. A entrada na entidade de regulação contábil representou uma redução na qualidade contábil. Já relatamos aqui no blog divergências entre os britânicos e as normas do Iasb. O movimento separatista pode contaminar as entidades do Reino Unido, exigindo a saída do Iasb, numa posição extrema.
Talvez ainda seja cedo para comentar sobre este assunto. Aguardemos os próximos capítulos.
A década da Índia: 2014 à 2024
India has the potential to be the fastest growing economy over the coming decade, according to new growth projections presented by researchers at the Center for International Development at Harvard University(CID). The researchers use their newly updated measure of economic complexity, which captures the diversity and sophistication of productive capabilities embedded in a country’s exports, to generate the growth projections. The projections reflect the latest 2014 trade data available. The global landscape for economic growth that results shows greatest potential for rapid growth in South Asia and East Africa. Conversely, oil economies and other commodity-driven economies face the slowest growth outlook.
India tops the global list for predicted annual growth rate for the coming decade, at 7.0 percent. This far outpaces projections for its northern neighbor and economic rival, China, which the researchers expect to face a continued slowdown to 4.3 percent growth annually to 2024.
“India has made important gains in productive capabilities, allowing it to diversify its exports into more complex products, including pharmaceuticals, vehicles, even electronics,” said Ricardo Hausmann, Professor of the Practice of Economic Development at Harvard Kennedy School (HKS), the leading researcher of The Atlas of Economic Complexity, and the director of CID.
Hausmann notes these gains in economic complexity have historically translated into higher incomes. “China has already realized many of these gains, doubling per capita income in less than a decade. We expect that India’s recent gains in complexity, coupled with its ability to continue improving it will drive higher incomes, positioning India to lead global economic growth over the coming decade,” Hausmann said.
Como os governos lidam com a dívida pública?
ThE GREAT RECESSION fades from memory, but its effects linger. Nations around the globe still carry its legacy in the form of substantial public and private debt. How governments have dealt with such “debt overhangs” in the past 200 years is the subject of a paper by Carmen Reinhart, Zombanakis professor of the international financial system at Harvard Kennedy School; Vincent Reinhart of the American Enterprise Institute; and Kenneth S. Rogoff, Cabot professor of public policy. The authors say that many observers have forgotten about some of the tools that even advanced economies have used in the past to lessen their obligations.
The aftermath of the recent recession was unusual, Carmen Reinhart pointed out in an interview, in that the levels of debt incurred were more characteristic of the accrued sums confronted in postwar periods like those following World Wars I and II, but the inherent recovery mechanisms typically seen at war’s end—the return of a larger labor force, the deployment of resources to economic goods rather than wartime production—did not apply. The reason that debt levels are now so high has everything to do with context, she explained. In addition to government debt, there was massive private borrowing by individuals and the financial sector in advanced economies around the world before the crisis; they took advantage of low interest rates to finance spending—a process now repeating itself in emerging Asia and elsewhere, she said. When sub-prime borrowers defaulted on their mortgage payments, financial institutions were left with the debt. Pension funds also carry large liabilities on their books, mainly related to demographic pressures associated with an aging workforce.
The aftermath of the recent recession was unusual, Carmen Reinhart pointed out in an interview, in that the levels of debt incurred were more characteristic of the accrued sums confronted in postwar periods like those following World Wars I and II, but the inherent recovery mechanisms typically seen at war’s end—the return of a larger labor force, the deployment of resources to economic goods rather than wartime production—did not apply. The reason that debt levels are now so high has everything to do with context, she explained. In addition to government debt, there was massive private borrowing by individuals and the financial sector in advanced economies around the world before the crisis; they took advantage of low interest rates to finance spending—a process now repeating itself in emerging Asia and elsewhere, she said. When sub-prime borrowers defaulted on their mortgage payments, financial institutions were left with the debt. Pension funds also carry large liabilities on their books, mainly related to demographic pressures associated with an aging workforce.
[...]
Resumo:
This paper explores the menu of options for renormalizing public debt levels relative to nominal activity in the long run, should governments eventually decide to do so. Orthodox ones for medium-term debt stabilization, the standard fare of officialdom, include enhancing growth, running primary budget surpluses, and privatizing government assets. Heterodox polices include restructuring debt contracts, generating unexpected inflation, taxing wealth, and repressing private finance. We examine 70 episodes across 22 advanced economies from 1800 to 2014 where there were significant and sustained reductions in public debt relative to nominal GDP. In the event, advanced countries have relied far more on heterodox approaches than many observers choose to remember.
“Dealing with Debt,” (with Vincent Reinhart and Kenneth Rogoff), Journal of International Economics, Vol. 86(1), April 2015, 543-555.
Fonte: aqui
This paper explores the menu of options for renormalizing public debt levels relative to nominal activity in the long run, should governments eventually decide to do so. Orthodox ones for medium-term debt stabilization, the standard fare of officialdom, include enhancing growth, running primary budget surpluses, and privatizing government assets. Heterodox polices include restructuring debt contracts, generating unexpected inflation, taxing wealth, and repressing private finance. We examine 70 episodes across 22 advanced economies from 1800 to 2014 where there were significant and sustained reductions in public debt relative to nominal GDP. In the event, advanced countries have relied far more on heterodox approaches than many observers choose to remember.
“Dealing with Debt,” (with Vincent Reinhart and Kenneth Rogoff), Journal of International Economics, Vol. 86(1), April 2015, 543-555.
23 junho 2016
Rombo também no Fundo de Pensão
Apesar das ressalvas do auditor, o fundo de pensão dos funcionários da Petros apresentou um balanço não agradável:
O fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobrás, a Petros, registrou em 2015 um déficit acumulado em R$ 23,1 bilhões em três planos de previdência. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira, 23, aos conselheiros do fundo. Este é o terceiro ano consecutivo de perdas na Petros, o que exigirá um aporte adicional de R$ 8 bilhões da Petrobrás para equacionar o rombo de um dos planos em até 18 anos. Também os pensionistas e participantes da ativa deverão fazer novas contribuições já a partir do próximo ano.
A gestão financeira dos fundos de estatais há muito carece de investigação: má fé ou incompetência. Ou ambos.
O fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobrás, a Petros, registrou em 2015 um déficit acumulado em R$ 23,1 bilhões em três planos de previdência. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira, 23, aos conselheiros do fundo. Este é o terceiro ano consecutivo de perdas na Petros, o que exigirá um aporte adicional de R$ 8 bilhões da Petrobrás para equacionar o rombo de um dos planos em até 18 anos. Também os pensionistas e participantes da ativa deverão fazer novas contribuições já a partir do próximo ano.
A gestão financeira dos fundos de estatais há muito carece de investigação: má fé ou incompetência. Ou ambos.
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Acelerando a cura do câncer com engenharia financeira
Resumo:
Advances in financial engineering are radically reshaping the biomedical marketplace. For instance, new methods of pooling diversified drug development programs by placing them in a special purpose vehicle (SPV) have been proposed to create a securitized cancer megafund allowing for debt and equity participation. In this study, we perform theoretical and numerical simulations that highlight the role of empirical validation of the projects comprising a cancer megafund. We quantify the degree to which the deliberately designed structure of derivatives and investments is key to its liquidity. Research megafunds with comprehensive in silicoand laboratory validation protocols and ability to issue both debt, and equity as well as hybrid financial products may enable conservative investors including pension funds and sovereign government funds to profit from unique securitization opportunities. Thus, while hedging investor's longevity risk, such well-validated megafunds will contribute to health, well being and longevity of the global population.
Advances in financial engineering are radically reshaping the biomedical marketplace. For instance, new methods of pooling diversified drug development programs by placing them in a special purpose vehicle (SPV) have been proposed to create a securitized cancer megafund allowing for debt and equity participation. In this study, we perform theoretical and numerical simulations that highlight the role of empirical validation of the projects comprising a cancer megafund. We quantify the degree to which the deliberately designed structure of derivatives and investments is key to its liquidity. Research megafunds with comprehensive in silicoand laboratory validation protocols and ability to issue both debt, and equity as well as hybrid financial products may enable conservative investors including pension funds and sovereign government funds to profit from unique securitization opportunities. Thus, while hedging investor's longevity risk, such well-validated megafunds will contribute to health, well being and longevity of the global population.
22 junho 2016
Oi
Dados da empresa – A Oi possui 34% do mercado de telefonia fixa, com quase 15 milhões de linhas em operação. Em telefonia móvel a empresa possui quase 50 milhões de clientes. Além disto, a empresa está presente na banda larga (6 milhões), TV (1 milhão) e Wi-fi (2 milhões). É 18º maior empresa brasileira. Por tudo isto, este é o maior processo de recuperação judicial de uma empresa no país.
Negociação – a proposta da Oi no início de junho era trocar 32 bilhões de títulos por 8,8 bilhões, quase 30% do valor. Metade seriam títulos de dívida e outra metade em ações. A contraposta era 9 bilhões em novas dívidas e ações que garantiriam o controle do capital da empresa.
História
2002 – A Telemar cria a marca Oi para a telefonia celular.
2005 – Compra a Gamecorp, numa operação polêmica com o filho do presidente e que até hoje não foi esclarecida.
2006 – Andrade Gutierrez é a principal doadora do presidente reeleito.
2008 = adquiriu a Brasil Telecom, que trouxe 5 bilhões em passivos. Neste momento, recebe forte apoio do governo, que queria criar uma “campeã” nacional na área de telefonia.
2013 = anuncio da fusão com a Portugal Telecom. Mais 30 bilhões de novas dívidas.
2014 = O Grupo Espirito Santo, da Portugal Telecom, quebra.
2015 = Tentativa de fusão com a TIM Brasil.
Março de 2016 = contra uma empresa para fazer a reestruturação da dívida
10 junho = presidente não obtém o apoio do conselho
Bancos – Recuperação judicial é sinônimo de dívida. Na Oi não é diferente. A empresa deve mais de 16,9 bilhões para vários bancos, sendo R$2,4 bilhões de crédito rotativo. Com o BNDES a empresa tem dívida de R$3,5 bilhões, mas esta dívida está atrelada a garantias, o que seria uma vantagem do banco oficial (os credores com garantia real possuem prioridade). Os bancos oficiais seriam responsáveis por 17% da dívida, segundo o ministro da Fazenda. Só o Banco do Brasil tinha 4,4 bilhões de empréstimos para a empresa. Mas os credores são inúmeros e rendem quase 400 páginas.
Reação do Mercado – Apesar dos problemas já serem conhecidos, a queda do preço da ação foi de quase 20%. Ou seja, o mercado de capitais tinha uma leve esperança que a empresa não pediria recuperação judicial. As ações dos bancos que forneceram empréstimos a empresa também tiveram queda.
Contaminação – Permanece a dúvida se este seria o ápice da crise econômica nas empresas brasileiras ou somente o início. Falava-se na Sete Brasil.
Provisão – um aspecto importante, segundo o Estado de S Paulo, é que a provisão que alguns bancos fizeram para Oi era muito baixa. Fala-se em 10%; outros em 3%, como é o caso do Banco do Brasil (vide texto de Felipe Marques, Banco do Brasil deve ter maior impacto em despesas de provisão). De qualquer forma, com a recuperação judicial, esta provisão deve ser aumentada para 30%.
Legislação – A recuperação judicial é um instrumento para preservar a empresa e possibilitar que os credores não percam tanto. A questão de lidar com empresas em dificuldades é antiga no Brasil, mas existe pouca segurança jurídica. Isto é expresso na garantia dos direitos dos credores (todos e não somente de uma parcela privilegiada). É importante saber se quem irá ganhar com esta recuperação será somente a família Jereissati e a Andrade Gutierrez. Estes dois acionistas tiveram certas vantagens em situações passadas. (Vide para isto o artigo Preocupe-se, antes de tudo, com o acionista controlador, de Fernando Torres)
Negociação – a proposta da Oi no início de junho era trocar 32 bilhões de títulos por 8,8 bilhões, quase 30% do valor. Metade seriam títulos de dívida e outra metade em ações. A contraposta era 9 bilhões em novas dívidas e ações que garantiriam o controle do capital da empresa.
História
2002 – A Telemar cria a marca Oi para a telefonia celular.
2005 – Compra a Gamecorp, numa operação polêmica com o filho do presidente e que até hoje não foi esclarecida.
2006 – Andrade Gutierrez é a principal doadora do presidente reeleito.
2008 = adquiriu a Brasil Telecom, que trouxe 5 bilhões em passivos. Neste momento, recebe forte apoio do governo, que queria criar uma “campeã” nacional na área de telefonia.
2013 = anuncio da fusão com a Portugal Telecom. Mais 30 bilhões de novas dívidas.
2014 = O Grupo Espirito Santo, da Portugal Telecom, quebra.
2015 = Tentativa de fusão com a TIM Brasil.
Março de 2016 = contra uma empresa para fazer a reestruturação da dívida
10 junho = presidente não obtém o apoio do conselho
Bancos – Recuperação judicial é sinônimo de dívida. Na Oi não é diferente. A empresa deve mais de 16,9 bilhões para vários bancos, sendo R$2,4 bilhões de crédito rotativo. Com o BNDES a empresa tem dívida de R$3,5 bilhões, mas esta dívida está atrelada a garantias, o que seria uma vantagem do banco oficial (os credores com garantia real possuem prioridade). Os bancos oficiais seriam responsáveis por 17% da dívida, segundo o ministro da Fazenda. Só o Banco do Brasil tinha 4,4 bilhões de empréstimos para a empresa. Mas os credores são inúmeros e rendem quase 400 páginas.
Reação do Mercado – Apesar dos problemas já serem conhecidos, a queda do preço da ação foi de quase 20%. Ou seja, o mercado de capitais tinha uma leve esperança que a empresa não pediria recuperação judicial. As ações dos bancos que forneceram empréstimos a empresa também tiveram queda.
Contaminação – Permanece a dúvida se este seria o ápice da crise econômica nas empresas brasileiras ou somente o início. Falava-se na Sete Brasil.
Provisão – um aspecto importante, segundo o Estado de S Paulo, é que a provisão que alguns bancos fizeram para Oi era muito baixa. Fala-se em 10%; outros em 3%, como é o caso do Banco do Brasil (vide texto de Felipe Marques, Banco do Brasil deve ter maior impacto em despesas de provisão). De qualquer forma, com a recuperação judicial, esta provisão deve ser aumentada para 30%.
Legislação – A recuperação judicial é um instrumento para preservar a empresa e possibilitar que os credores não percam tanto. A questão de lidar com empresas em dificuldades é antiga no Brasil, mas existe pouca segurança jurídica. Isto é expresso na garantia dos direitos dos credores (todos e não somente de uma parcela privilegiada). É importante saber se quem irá ganhar com esta recuperação será somente a família Jereissati e a Andrade Gutierrez. Estes dois acionistas tiveram certas vantagens em situações passadas. (Vide para isto o artigo Preocupe-se, antes de tudo, com o acionista controlador, de Fernando Torres)
21 junho 2016
Sabedoria do Twitter: previsão dos retornos via tweets
Resumo:
With the rise of social media, investors have a new tool to measure sentiment in real time. However, the nature of these sources of data raises serious questions about its quality. Since anyone on social media can participate in a conversation about markets -- whether they are informed or not -- it is possible that this data may have very little information about future asset prices. In this paper, we show that this is not the case by analyzing a recurring event that has a high impact on asset prices: Federal Open Market Committee (FOMC) meetings. We exploit a new dataset of tweets referencing the Federal Reserve and shows that the content of tweets can be used to predict future returns, even after controlling for common asset pricing factors. To gauge the economic magnitude of these predictions, the authors construct a simple hypothetical trading strategy based on this data. They find that a tweet-based asset-allocation strategy outperforms several benchmarks, including a strategy that buys and holds a market index as well as a comparable dynamic asset allocation strategy that does not use Twitter information.
With the rise of social media, investors have a new tool to measure sentiment in real time. However, the nature of these sources of data raises serious questions about its quality. Since anyone on social media can participate in a conversation about markets -- whether they are informed or not -- it is possible that this data may have very little information about future asset prices. In this paper, we show that this is not the case by analyzing a recurring event that has a high impact on asset prices: Federal Open Market Committee (FOMC) meetings. We exploit a new dataset of tweets referencing the Federal Reserve and shows that the content of tweets can be used to predict future returns, even after controlling for common asset pricing factors. To gauge the economic magnitude of these predictions, the authors construct a simple hypothetical trading strategy based on this data. They find that a tweet-based asset-allocation strategy outperforms several benchmarks, including a strategy that buys and holds a market index as well as a comparable dynamic asset allocation strategy that does not use Twitter information.
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As decisões de um piloto de avião são irracionais
Efeito Dunning-Kruger explica os votos para Trump
Fundo de Pensão de Kentucky: parece um país terceiro mundo, com dois governos reivindicando o poder
6 mil anos de vida urbana em 3 minutos num mapa
KPMG abandonou a FIFA por não acreditar que a entidade estivesse comprometida com a governança
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20 junho 2016
Custos e Segurança
O que você acharia se seus representantes aprovassem despesas secretas, de valor obviamente desconhecidos? Foi o que ocorreu nos Estados Unidos. Este país está contruindo um avião B-21. Recentemente os membros da comissão do senado aprovaram, por 19 a 7, não saber sobre o valor de aquisição do primeiro lote do avião.
A razão alegada: segurança. A informação do custo do B21 poderia fornecer informação sobre o projeto para o inimigo.
Fiquei pensando como isto seria possível na contabilidade pública. Exceto se existirem outras despesas secretas, não seria difícil descobrir este custo; mas temos um problema: o custo deve estar diluído ao longo dos anos.
A razão alegada: segurança. A informação do custo do B21 poderia fornecer informação sobre o projeto para o inimigo.
Fiquei pensando como isto seria possível na contabilidade pública. Exceto se existirem outras despesas secretas, não seria difícil descobrir este custo; mas temos um problema: o custo deve estar diluído ao longo dos anos.
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Uber, Taxi e corrida num dia de chuva em Nova Iorque
3 tendências que estão ocorrendo hoje e que afetarão a contabilidade
Buster Keaton e a arte do cinema
Inglês nativo e economista: vantagem na publicação
Comendo pizza com a mão, Gauss e Teorema Egregium
Cristiano Ronaldo e a criatividade da internet (foto)
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