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11 abril 2011

Como gostar de Métodos Quantitativos?

Nos dias de hoje é cada vez mais comum a utilização de métodos quantitativos. Na área acadêmica quase todos os trabalhos, a partir do mestrado, usam métodos quantitativos. Mesmo em algumas áreas onde a parte discursiva é substancial, como história, administração ou direito, é cada vez mais comum o uso de fórmulas, pesquisas quantitativas, etc. Parece inevitável, portanto, a expansão dos métodos quantitativos. Entretanto, existem pessoas que tem bloqueio dos métodos quantitativos. Este bloqueio é decorrente das notas baixas em matemática no ensino médio ou por ter encontrado um professor que teve o prazer que fazer mais uma pessoa detestar qualquer coisa que tem um número ou uma fórmula. Eis alguns conselhos para resolver seu problema:

 1. Pense que você não está sozinho – Muitas pessoas possuem a mesma dificuldade. É muito mais comum encontrar alguém que seja ruim em números do que uma pessoa que seja analfabeta. Mesmo aquela pessoa que parece saber muito sobre o assunto, provavelmente não conhece tudo, tem dificuldades e já teve barreiras. Saber que você não está sozinho é importante para sua autoestima.

 2. Tente vencer o obstáculo aos poucos – Você não conseguirá aprender métodos quantitativos de uma vez. Esqueça isto. Então comece com um passo de cada vez.

 3. Comece com um bom livro ou um bom filme – Métodos quantitativos podem ser interessantes. É verdade, acreditem. Para que você possa ter a mesma opinião, comece com lendo um livro que seja acessível ou assista a um bom filme.

 4. Em geral aulas da pós-graduação tende a ser mais focada do que aulas de graduação (esta dica eu li no Marginal Revolution) e a qualidade depende do instrutor. Por isto, procure o professor que irá ensinar da forma como você gosta. Em métodos quantitativos existem dois tipos de métodos de ensino: os professores que dedicam a ensinar a essência do método, enfatizando deduções teóricas pesadas; e os professores que ensinam a usar um software estatístico ou matemático. (Na realidade, a maior parte dos professores está num meio termo, apesar do segundo tipo ser muito criticado na academia.) Escolha seu professor conforme o estilo dele e seu gosto.

 5. Tente não parar de estudar – Continue o aprendizado. Depois de aprender sobre regressão, você pode estudar programação linear, por exemplo. Continue estudando sempre.

 6. Tenha um bom companheiro de estudo – O seu companheiro poderá dar um incentivo adicional: o material didático. Já existem no mercado excelentes livros. Se você está estudando regressão múltipla e não entendeu os ensinamentos do Hair (um dos bons livros da área), tente o Field ou Stevenson ou outro qualquer. Às vezes a forma de exposição da idéia por parte de um autor pode ser mais clara do que outro.

 7. A melhor forma de vencer o obstáculo é saber que você tem uma necessidade. Lembre-se de que você precisa de métodos quantitativos. Isto pode ser uma motivação adicional para vencer.

 Para quem quer começar a gostar de métodos quantitativos, recomendo o seguinte:

 a) Numb3rs – Trata-se de uma série de investigação que passou na televisão a cabo brasileira e foi lançada no mercado de vídeo. Em cada episódio, o FBI estava diante de um problema e um grande matemático ajudava o Bureau. Em cada episódio, pelo menos um novo método. Nos Estados Unidos a série era acompanhada de um material didático, com aplicações e exercícios. Mas mesmo sem esta ajuda, é muito interessante acompanhar os irmãos Eppes nas aventuras da série.

 b) Último Teorema de Fermat – Este livro, de Simon Singh, conta a história da prova, feita por um inglês, do último teorema de Fermat.

 c) O Teorema do Papagaio – É um livro de ficção, de Denis Guedj, também sobre o Teorema de Fermat. É um pouco longo, mas também é didático.

 d) Uma Senhora Toma Chá – Também um livro didático, sobre a história da estatística.

 e) O Andar do Bêbado – Achei que este livro não deu o devido destaque aos fatos mais recentes. Mesmo assim, é bem escrito e didático

 f) O Homem que Calculava – Já estava cometendo uma injustiça, esquecendo de citar Malba Tahan. O homem que calculava é um livro mais juvenil, mas muito interessante. Quem já leu este livro e não gostou?

Basileia e Crise Financeira

A atual crise financeira começou com dívidas hipotecárias ruins, se espalhou para a dívida bancária ruim e agora engloba a dívida soberana ruim. Cada uma destas categorias foi dada ponderação capital preferencial ao abrigo dos Acordos de Basileia, e agora todos são hemorragias, feridas abertas no sistema financeiro e à estabilidade dos governos excessivamente endividados.
Não só os coeficientes de Basileia promoveram a avaliação de risco pobres, contribuiu diretamente para a capitalização inadequada dos bancos para os riscos que assumiram.
Fonte: aqui

Balanços de 2011

Tomando por base as cem maiores empresas brasileiras, o Valor Econômico (Balanços Globalizados, 11 de abr de 2011) encontrou os seguintes dados:

 = ) As normas internacionais provocaram efeitos sobre o lucro, que variou de empresa a empresa. Em alguns casos, por exemplo a Oi, o prejuízo transformou-se em lucro (de 435 milhões de reais para lucro de 4,27 bilhões)

 = ) O lucro das cem maiores foi de 129 bilhões em 2010, com um crescimento de 37% em relação a 2009, pela regra antiga, ou 28% pela IFRS

 = ) Das cem empresas, 54 melhoraram o lucro e 42 registraram redução

 = ) A receita líquida cresceu 23%, para 990 bilhões de reais

 = ) Entre as regras que foram adotadas, a que causou mais impacto foi a que trata de fusões de aquisições. Neste caso, o conceito de “valor justo”

 = ) “O sistema brasileiro de contabilidade antigo era mais conservador, assim como as normas usadas em países da Europa continental antes do IFRS”

 = ) A rentabilidade, medida pela margem líquida, ficou estável: 13% em 2010 versus 12,5% em 2009

Revisão da SEC

Por Pedro Correia

As empresas americanas que adotarem as normas internacionais pela primeira vez terão suas demonstrações contábeis revisadas pela SEC.Segue a lista com os IFRS que serão revisados neste ano:

1. Instrumentos Financeiros – IAS 39, 32 e IFRS 7

2. Impairment de Ativos – IAS 36

3. Apresentação de demonstrações financeiras -- IAS 1 & 7

4. Segmentos Operacionais – IFRS 8

5. Receita -- IAS 18

6. Impostos sobre renda – IAS 12

7. Terenos, instalações e equipamentos – IAS 16

8. Benefício aos empregados – IAS 19

9. Provisões e passivos contingentes – IAS 37

10. Demonstrações financeiras consolidadas -- IAS 27


Fonte:AICPA National Conference on Current SEC and PCAOB Developments.


Contador do Pan fala

Tenho evitado postar reportagens completas e longas. Mas o texto a seguir é importante pois trata do depoimento do contador do Panamericano:

SÃO PAULO - Relato do contador do Panamericano aponta a rotina do banco nos anos que antecederam o rombo bilionário e revela como ruiu a instituição financeira de Silvio Santos. Marco Antonio Pereira da Silva, que trabalhou 31 anos no grupo, assumiu o papel de colaborador da Polícia Federal. Ele atribui diretamente ao ex-diretor financeiro, Wilson de Aro, a responsabilidade pelo malogro da política de captação e pelas operações que afundaram o banco. 
 O depoimento do contador foi filmado e gravado pela PF em 15 de dezembro. Ocupa dois DVDs. As revelações, transcritas, preenchem 87 páginas. Representam a mais importante prova da PF no inquérito que rastreia um capítulo de desvios no Panamericano. Gestão fraudulenta, crimes financeiros, ocultação de recursos e evasão de divisas são o alvo dos federais. 
 O relato do contador deu base à Justiça para decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal de toda a cúpula do banco e autorizar buscas nos endereços residenciais e comerciais dos investigados. Silva decidiu espontaneamente delatar o que viveu e os procedimentos a que teria sido obrigado a seguir. 
 No auge da crise, quando o Banco Central fez uma devassa nas contas do Panamericano, Aro o teria orientado a resistir. "Tudo que eu passava para o Banco Central tinha de mostrar para ele (Aro). Tinha coisa que ele falava: ‘Não Marco, não mostra isso’. Aí eu falava: ‘Mas vou mudar?’ Ele falava: ‘Não, não muda. Só não passa, é diferente’." 
 Ele não imputa práticas ilícitas a Rafael Palladino, mas cita o ex-presidente do banco. "Parece que eles (diretores) tiveram comissões, bônus altíssimos. O Wilson parece que recebeu R$ 7,5 milhões em 2009. O presidente? Aí tinha lá R$ 10 milhões que eu não sei se era do Sandoval ou se era do Rafael, eu não vi, porque era uma relação que uma pessoa tava falando comigo. Fora o salário deles. Só bonificação." 
 Sandoval, a que se refere o contador, é Luís Sandoval, do conselho de administração. Ele não era diretor executivo do banco, mas presidente da holding. Nessa condição, segundo avalia a PF, era normal receber tais gratificações. Quando eclodiu o escândalo, Sandoval deixou o grupo e 40 anos de parceria com Silvio. No momento mais tenso da demanda, segundo o contador, Sandoval foi para cima de Aro: "Você é um irresponsável". 
 Na casa de Silvio. 
O contador narra como foi a reunião na casa de Silvio Santos. "O Silvio me chamou. Me recebeu muito educadamente e falou: ‘Marco, eu não quero saber quem foi e como foi, eu quero saber qual a proposta de solução, eu preciso saber qual caminho tomar’. Eu dei algumas ideias. A primeira, vender o banco. Aí a ideia era o Bradesco comprar, porque o Bradesco sempre quis comprar o Panamericano e o Silvio nunca quis vender." 
 Sobre as causas do rombo, o Silva diz: "Em 2008, veio essa crise e o banco começou a dar prejuízo. O Wilson, no desespero, falava: ‘Marco, o banco sem caixa não funciona, sem resultado ainda anda, mas sem caixa não. Mas para eu ter caixa eu preciso de resultados. Quem vai botar dinheiro em um banco que não tá dando resultado? Então, você vai fazer o seguinte, você antecipa algumas receitas de cessões de crédito, que lá na frente eu faço e você amortiza depois’". 
 Silva disse a Aro que não sabia fazer esse tipo de operação. "Ele (Wilson) falou: ‘Recompra o contrato, pega na condição de cedido, faz uma recompra e aí você vai ter ativo’. Aí já virou uma prática. A intenção dele era antecipar receita de cessão e recomprar contratos. Só que em 2009 a situação piorou, o banco não produziu. A entrada de caixa continuou dificultosa, começou a criar uma dependência de ficar recomprando contrato e gerando receita, antecipando receita. 2009 foi o pior ano, essa conta do passivo tinha sido usada para outra finalidade. Quando começou a cair o fluxo de pagamento de cessão a outros bancos, eu não tinha mais passivo." 
 O rombo: "R$ 1,4 bi mais R$ 670 milhões, R$ 700 milhões, dessa situação que eu fui usando o passivo para liquidar compromisso da administradora. Aí deu R$ 2,1 bi, R$ 2,7 bi, um negócio assim. Essa foi a diferença do Banco Central. Dos R$ 2,1 bi para os R$ 2,5 bi. A negociação com o fundo garantidor que o Silvio fez foi de pegar um recurso maior para poder também ajustar a situação da administradora". (No final, o rombo do Panamericano chegou a R$ 4,5 bilhões.) 
 Silva reclama de "pressão muito forte". Se diz isolado e teme retaliações. "Tenho preocupação de jogarem isso em cima de mim. Sou fraco perante eles, nem recursos financeiros eu tenho. Nunca trabalhei em outra instituição. De repente, não sei o que aconteceu."

10 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado: Daqui

Neurocontabilidade

Por Pedro Correia

O título deste artigo é interessante:Is Neuroaccounting Waiting in the Wings? .


De acordo com o resumo, o working paper disserta sobre a utilização da neuroeconomia e amplia a discussão para as razões pelas quais esta disciplina emergente, deve ser de interesse para pesquisadores da contabilidade comportamental.


Os autores avaliaram a contribuição e potencial da neuroeconomia para o estudo do comportamento econômico humano. Outrossim, examinaram o que os contadores comportamentais podem aprender com neuroeconomia[1] e se devemos esperar que um sub-campo semelhante surja dentro da contabilidade comportamental num futuro próximo.


No entanto,os autores concluíram que um sub-campo separado dentro da contabilidade comportamental, não é provável num futuro próximo,principalmente, por razões práticas. Assim, os autores sugerem que os pesquisadores da contabilidade comportamental sigam de perto a neuroeconomia, que é ramo da medicina e economia que procura determinar como as decisões são tomadas no cérebro das pessoas.


Em verdade, sugerem uma integração entre contadores comportamentais e neuroeconomistas de modo a examinar questões de interesse mútuo.


[1] George Lowenstein fez um comentário interessante sobre neuroeconomia:


Neuroeconomics is still in its infancy, and many of the existing findings are speculative or contradictory. (…) I believe that there is a danger that the field has been oversold, and perhaps “over-bought,” leading to inevitable disappointment and disillusionment.


Postagens sobre neuroeconomia.

Fractais e Análise gráfica

Por Pedro Correia

"...Em meados de 2005, passei a considerar fortemente a possibilidade de uma ruptura no mercado imobiliário americano, o que poderia gerar uma crise de confiança e afetar as bolsas de valores negativamente. Com receio do que pudesse vir a ocorrer, adicionado ao estigma que muitos me imputam de ser um “pessimista de carteirinha”, procurei estudar teses que pudessem justificar comportamentos de “manada” dos mercados, sobretudo para os momentos de pânico, quando a hipótese de Fama pouco funcionaria. Foi quando descobri a teoria das finanças fractais[1].


De forma resumida, essa teoria contrapõe-se à hipótese de mercado eficiente, ao advogar a tese de que os preços e a experiência passada influem de forma decisiva o comportamento do investidor hoje, exercendo influência também sobre as expectativas futuras. Outro ponto importante a se ressaltar diz respeito ao horizonte temporal do investidor, o que influencia na liquidez. Alguns “operam” com viés de curtíssimo prazo, outros a médio prazo, enquanto os institucionais objetivam mais o longo prazo (cada qual com um interesse distinto). Assim sendo, não teremos necessariamente os preços negociando aos seus valores justos, sem contar que a liquidez, nos momentos de crise sistêmica, “seca”, derrubando os preços de forma dramática.


Sob essa ótica não seria errôneo considerar que a análise gráfica incorpora conceitos dos fractais. Ao tentar antecipar os movimentos de alta ou baixa das cotações, o analista gráfico avalia comportamentos passados (inclusive sob aspectos psicológicos) que tendem a se replicar, através de linhas de tendências, suportes, resistências, que “desenham” figuras geométricas, como triângulos, retângulos, cunhas, ombro-cabeçaombro e tantas mais. Muitos investidores, sobretudo os mais jovens, vêm investindo em cursos de análise técnica para aumentar sua eficiência no mercado..."




[1]Definição do ramo da matemática criado por Mandelbrot :"A geometria fractal é o ramo da matemática que estuda as propriedades e comportamento dos fractais. Descreve muitas situações que não podem ser explicadas facilmente pela geometria clássica". Recentemente foi lançado um livro intitulado:“Finanças e Mercado de Capitais. Mercados fractais: a nova fronteira das finanças.


Aqui mais postagens sobre os fractais e seu criador: o genial Mandelbrot.

Bolsa de Minas Gerais

Por Pedro Correia

"Quando comecei a trabalhar no mercado, em meados dos anos 1980, havia uma carinhosa história sobre a fama de desconfiado dos mineiros. Rezava a lenda que, na bolsa de Minas Gerais, quando um investidor apregoava acompra de uma ação, um outro, com pé atrás, pensava: Uai, se ele quer comprar por que eu vou vender? Se outro apregoasse a venda, o raciocínio seria: Uai, se ele quer vender por que eu vou comprar?


Brincadeiras à parte, é o que sempre digo aos meus alunos: “Sem opiniões contrárias não existe negócio em bolsa”.


09 abril 2011

Rir é o melhor remédioF

Fonte: aqui

Proteção do setor financeiro em excesso é ruim

Por Pedro Correia


Arcand, Berkes e Panizza autores do paper: Has finance gone too far?mostraram que sistemas financeiros excessivamente protegidos se tornam grandes demais para falir, mas acabam falindo de qualquer maneira. O que implica que, a proteção do sistema financeiro em excesso é ruim.


Segue alguns trechos:


We build a simple model finding that, even in the presence of credit rationing, the expectation of a bailout may lead to a financial sector that is too large with respect to the social optimum...


Our results show that the marginal effect of financial development on output growth becomes negative when credit to the private sector surpasses 110% of GDP. This result is surprisingly consistent across different types of estimators...


All the advanced economies that are now facing serious problems are located above our “too much” finance threshold.

08 abril 2011

Rir é o melhor remédioA

Adaptado, daqui

Teste 459

O congresso brasileiro deve julgar as contas dos membros do executivo. Da listagem abaixo, você seria capaz de dizer qual ainda não foi julgada pelos nossos congressistas?

O último ano do Fernando Henrique Cardoso
O ano de 1992 do Fernando Collor de Mello e de Itamar Franco
Os últimos oito anos do governo Lula

Como deve ser o título do meu trabalho?

Se você pretende fazer uma pesquisa para ser publicada no Brasil a resposta é simples: faça um bom resumo do seu trabalho, com o menor número de palavras possíveis. Assim, escreva algo como “O Valor Justo e a Influência sobre os Resultados das Empresas de Capital Aberto no Brasil: uma análise de 2007 a 2010”. Em diversos periódicos e fichas de análise para congressos somos solicitados a responder se “o título do artigo é adequado e representa o menor resumo do seu conteúdo” (retirei esta frase de uma ficha de um periódico da nossa área). E se o parecerista não concorda, solicita-se que o mesmo apresente uma sugestão de título. 

Entretanto, caso você queira publicar no exterior a sugestão acima talvez não seja a melhor. Pelo contrário: parece que os periódicos estrangeiros gostam de títulos menores como “Valor Justo e Resultados das Empresas”. Observe que o título não faz referência a uma possível relação causal, nem a amostra (isto é sempre uma limitação da pesquisa e deve ser discutido num pequeno trecho do artigo) ou no período de tempo (idem). O fato de o título ser reduzido faz com que lembremos mais rapidamente do conteúdo do artigo.

 Em alguns artigos, os autores fazem a pergunta da pesquisa, tentando despertar a curiosidade do leitor: “O Valor Justo influencia o Resultado?”. O artigo tentará responder isto. Mas não tenho encontrado muito isto no Brasil. E já escutei pessoas não recomendando esta prática, mas confesso que não entendi. Alguns tentam despertar curiosidade, usando trocadilhos, frases interessantes ou outros. Lembro aqui de um artigo do professor Paulo Lustosa sobre valor justo: “A (In?) Justiça do Valor Justo: SFAS 157, Irving Fisher e Gecon”. Fantástico e provocante ao mesmo tempo. Black escreveu um artigo famoso para o Journal of Finance, um pouco antes de sua morte, com o nome “Noise”. Extremamente criativo, mas que não passaria no crivo dos nossos pareceristas.

Alguns tentam ser espirituosos no título. Aqui o título tem a função de despertar a atenção e atrair um pesquisador mais de bem com a vida. Pelo que sabemos, geralmente não funciona pois os leitores dos artigos científicos são geralmente sérios demais e não gostam de piadas. Evitem isto, inclusive em artigos escritos em outra língua.

Para aqueles que sonham com a popularidade através de uma pesquisa científica na área contábil, o título não deve ter: letras cedilhas, acentos de qualquer tipo, pontuação e outros itens. A explicação tem sua origem nos mecanismos de busca: em geral estes mecanismos foram desenvolvidos em outros países que não possuem estes caracteres. Isto pode prejudicar a colocação do seu artigo quando outro pesquisador digitar aquilo que procura.

Custos das Eleições

Em termos absolutos, as eleições brasileiras são apenas a segunda da América em termos de custos, e em relação à renda nacional pode excedê-las por uma larga margem. Em 1996, Clinton gastou US $ 43 milhões para assumir a Casa Branca; em 1994, a previsão de [Fernando Henrique] Cardoso foi de 41 milhões dólares para chegar ao Palácio do Planalto, em um país com um PIB per capita inferior a um sexto do que os EUA.
Fonte: Marginal Revolution. Veja os comentários, com algumas justificativas.

Professor do Ensino Superior

De maneira geral, temos quatro estágios na docência: o início da carreira (até os 3 primeiros anos de docência), o crescimento (de 3 a 12 anos de docência), a estabilidade (de 12 a 20 anos de docência) e a aposentadoria (após 20 anos de docência).
Dilemas de um Professor de Ensino Superior, por Jorge Scarpin. Continue a leitura no link.

Pra que serve algoritmos em finanças?

Por Pedro Correia


O artigo que abre a edição do Journal of Finance de feveireiro de 2011 é Does Algorithmic Trading Improve Liquidity?, de Hendershott, Jones e Menkveld. Eles procuraram observar se o uso de algoritmos no mercado de capitais influenciou a liquidez e a melhora das transações, entre outros fatores.Um das conclusões é que de fato houve uma melhora na liquidez do mercado.


Uma excelente reportagem do Valor disserta sobre o assunto.O jornal afirma que as operações automatizadas têm crescido bastante - nos EUA, em 2009, as operações de alta frequência representaram 73% do volume negociado. Na Bovespa, estas ainda estão engatinhando, representam cerca de 6% do volume transacionado.


Segue o abstract:


Algorithmic trading (AT) has increased sharply over the past decade. Does it improve market quality, and should it be encouraged? We provide the first analysis of this question. The New York Stock Exchange automated quote dissemination in 2003, and we use this change in market structure that increases AT as an exogenous instrument to measure the causal effect of AT on liquidity. For large stocks in particular, AT narrows spreads, reduces adverse selection, and reduces trade-related price discovery. The findings indicate that AT improves liquidity.

Equivalência Ricardiana para alunos que não suavizam o estudo ao longo dos meses e deixam a matéria acumular

Por Pedro Correia


Excelente texto do Shikida:


Seja um aluno convexo, racional (bem, quase) e que deve fazer duas provas de 40 pontos no semestre. Suponha que o aluno não estuda como deveria e, portanto, não conseguirá mais de x pontos no total, sendo x < 80. Assim, enuncia-se a Equivalência Ricardiana do Aluno: “Os pontos ganhos (perdidos) na primeira prova serão perdidos (ganhos) na segunda prova”.


Obviamente, a Equivalência pode não valer. Por exemplo, quando o aluno não estuda nada, pode perder tudo e ficar com zero. Quando estuda muito, aí pode conseguir 80 pontos porque quebrou-se a hipótese de “SDE (Síndrome de Déficit de Estudo, também conhecida como SSF – Síndrome de Superávit de Frescura) suposta inicialmente.

Livre Mercado

Por Pedro Correia

O Brasil é o segundo país (de uma amostra de 25) em que os entrevistados mais concordam com a noção de que um sistema de livres mercados é o melhor. Nós somos os primeiros se considerarmos somente os que "concordam fortemente". Inacreditável,né? Por estas e por outras não acredito muito em pesquisas de opiniões.

Como disse o diplomata Paulo Roberto de Almeida:


"Os brasileiros adoram o capitalismo, ou pelo menos pensam que adoram.Provavelmente, tanto quanto adoram o Estado e as políticas públicas."



Fonte: The Economist

Expansão monetária e a genialidade chinesa

Por Pedro Correia

Six Lufthansa employees, including four flight attendants, have been arrested after sneaking in more than 63,000 pounds of out-of-circulation, €1 and €2 coins from China back to Germany over the last four years.


Euro coins have two color tones, gold and silver, and when the German Central Bank takes the coins out of circulation, the two colors (see picture to the left) are separated then sent to China to be melted down into scrap metal.


A wily group in China reassembled the coins rather melting them, then sent them back to Germany with four LH flight attendants serving as “mules.”…


Fonte:Upgrade