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03 abril 2009

Mudança na MM pelo Fasb 12

ATUALIZA-Conselho dos EUA alivia regras de marcação a mercado
Por Al Yoon
Reuters Focus - 2/4/2009

(Texto atualizado com mais informações e comentários de analistas)

NORWALK, Connec., 2 de abril (Reuters) - Os formuladores de padrões contábeis dos Estados Unidos pressionaram o Congresso do país e o setor bancário nesta quinta-feira e permitiram mais flexibilidade na avaliação de ativos tóxicos que acarretaram bilhões de dólares em baixas contábeis.

Os cinco membros do conselho para padronização da contabilidade financeira (Fasb, na sigla em inglês) decidiu por unanimidade dar maior poder aos bancos para decidir qual a melhor ferramenta para definir o preço para definir o valor de ativos quando tiverem que passar por marcação a mercado.

Mas no assunto que ajudaria muitos bancos norte-americanos a apresentar resultados mais fortes, o conselho aprovou com margem apertada --três votos a dois -- uma orientação que pode permitir aos concessores de empréstimo assumir prejuízos menores dos ativos debilitados disponíveis para venda.

"Eu acho que isso é um avanço", disse o presidente do Fasb, Robert Herz, sobre as mudanças durante a reunião de três horas do conselho em uma sala repleta de dezenas de representantes de instituições contábeis, bancos e companhias de seguro.

Mas Marc Siegel e Thomas Linsmeier, dois dos membros do conselho, votaram contra a nova orientação que diz como as companhias devem apontar seus ativos que tiveram uma queda significativa de valor.

As mudanças teriam efeito a partir do segundo trimestre para a maioria das instituições financeiras norte-americanas, mas a adoção inicial pode ser permitida ainda para o primeiro trimestre.

Muitos parlamentares, bancos e outros defensores das mudanças argumentam que a manutenção dos preços de ativos em níveis irrisórios, durante um longo período de mercados inativos, ampliou a crise financeira por meio das baixas contábeis, que golpearam os lucros, deterioram os níveis índices de proteção de capital e reduziram a capacidade de empréstimos.

Alguns investidores têm uma visão diferente, dizendo que a maior flexibilidade com as regras pode permitir que grandes bancos escondam o real valor de seus ativos tóxicos.

Robert Willens, analista especializado em impostos e questões contábeis, disse que as mudanças vão ajudar os bancos superficialmente e aumentar seus níveis de capital.

"Além disso, estou percebendo que a maior parte dos investidores com quem converso está desapontada porque isso não muda a realidade dos bancos", disse. "Isso pode acabar como um dia negro na história", completou.

CRISE-EUA-MARCACAO-ATUA|LANGPT|BRS

Mudança na MM pelo Fasb 11

EUA: Mudança Em Marcação A Mercado Pode Ter Pouco Impacto P/ Bancos
DJ em Portuguese - 2/4/2009

Nova York, 2 - Analistas do setor bancário estão alertando que as mudanças contábeis aprovadas esta manhã podem ser muito pequenas e terem chegado muito tarde. No início do dia, as ações de bancos dispararam depois que o Comitê de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb, na sigla em inglês) aprovaram mudanças para dar aos bancos maior flexibilidade para estimar o valor de ativos em sua carteira de investimentos. Às 16h20 (de Brasília), as ações do Citigroup subiam 2,61% e as do Bank of America estavam em alta de 3,36%.

As normas que forçaram os bancos a marcarem os papéis a mercado causou muitas dificuldades para as instituições porque não havia compradores e, portanto, não havia preços para as obrigações da dívida colateralizada e outros ativos lastreados em determinadas hipotecas. As mudanças não serão aplicadas retroativamente, e os ativos nos livros dos bancos já sofreram baixas contáveis agressivas. Portanto, boa parte do dano já ocorreu.

Enquanto, os maiores problemas para os bancos agora não são os ativos submetidos a baixas contábeis, mas o crédito inadimplente, o dinheiro que os bancos tiveram de colocar de lado para cobrir os calotes e o poder de gerar lucro destas companhias.

O presidente e executivo-chefe do Bank of America, Ken Lewis, disse nesta quinta-feira à cadeia de notícias CNBC que, no caso do banco, a questão (da marcação a mercado) não era tão importante "quanto alguns pensavam".

Em comunicado, o Citigroup disse que acredita que "as decisões de hoje do Fasb sobre a regra contábil de valor justo (FSP FAS 157-e) não terão impacto nas declarações financeiras do Citigroup ou em nossas práticas existentes de determinar o valor justo".

Robert B. Albertson, estrategista-chefe da firma de serviços financeiros Sandler O'Neill, afirmou que, considerando a "potencial ambiguidade do que (o Fasb) diz" é possível que a polêmica sobre a marcação a mercado continue. As mudanças podem ser boas para os bancos ou não dar em nada, acrescentou.

O analista John McDonald, da corretora Sanford Bernstein, disse em e-mail à Dow Jones que, na sua opinião, "trata-se de uma modesta mudança interpretativa e vem muito tarde no ciclo" para alterar a direção dos bancos.

Robert Willens, ex-analista contábil do Lehman Brothers Holdings que agora atua numa consultoria sobre tributação corporativa em Nova York, estima que a mudança pode aumentar os lucros dos bancos em até 20%. Vários analistas e mesmo alguns banqueiros consideram esta estimativa muito agressiva.

Lewis disse na CNBC que a mudança pode adicionar "um ou dois centavos" ao lucro por ação, "mas não 20%". O executivo-chefe do Bank of America disse que cerca de US$ 700 bilhões dos aproximadamente US$ 2,4 trilhões em ativos do Bank of America estão "marcados a mercado e bastante rigorosamente marcados".

Richard X. Bove, da Rochdale Securities, acredita que a mudança possa adicionar entre 5% e 10% aos lucros de alguns bancos, mas disse que não está claro quem se beneficiaria mais, porque os detalhes sobre quais bancos não deram baixa contábil agressiva em ativos não são claros. Provavelmente os que mais se beneficiarão, disse, são os maiores bancos dos EUA, como JPMorgan Chase, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo, enquanto mesmo os grandes bancos regionais poderão ter pouco ou nenhum aumento nos lucros.

A mudança na norma terá um impacto em baixas contábeis futuras, mas Bove concorda com McDonald que os bancos "reduziram o tamanho das carteiras de ativos nas quais as baixas contábeis futuras podem ser menores" e os preços subiram para "uma boa parte dos ativos". Os grandes problemas que os bancos sofreram estão agora superados, disse Bove.

As mudanças contábeis podem ter outro efeito: os investidores podem olhar para o poder de gerar lucro dos bancos. "Há um reconhecimento crescente de que a maior parte dos grandes bancos é lucrativa", incluindo o Bank of America, disse Bove. As informações são da Dow Jones. (Regina Cardeal)

Mudança na MM pelo Fasb 10

BM&FBOVESPA: Bolsa dispara 4,19% com G20 e marcação a mercado
Gazeta Mercantil News (Tempo Real) -2 /4/2009

SÃO PAULO, 2 de abril de 2009 - Nem mesmo a palavra otimismo pode ilustrar o que aconteceu nos principais mercados acionários mundiais nesta quinta-feira. Uma junção de notícias externas fez as bolsas de valores mundo afora dispararem mais de 4%, inclusive o índice acionário da BM&FBovespa, que encerrou o dia em forte alta de 4,19% aos 43.736 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,89 bilhões.

As decisões tomadas durante a reunião do G20 (grupo que reúne as principais economias desenvolvidas e emergentes do globo) foi uma das razões para o movimento. Em entrevista coletiva, ao final do encontro, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou que os países membros do G20 concordaram em destinar US$ 1 trilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em uma tentativa de ajudar os países com problemas decorrentes da crise financeira internacional. Além disso, Brown também prometeu esforço fiscal, feito com economia dos gastos públicos e corte de impostos, da ordem de US$ 5 trilhões até 2010 para a criação de empregos - tal cifra reflete o maior investimento já feito em toda a história.

"Mas, na minha opinião, o que deixou os investidores bastantes esperançosos quanto ao futuro foi a flexibilização das normas de marcação a mercado", afirma Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor. O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês) anunciou hoje a flexibilização das normas de avaliação de ativos, que nos últimos meses levaram os bancos a registrar grandes desvalorizações.

Esta norma, chamada "mark-to-market" ou "marcação a mercado", obriga as instituições financeiras a avaliar seus ativos no valor de mercado. Nos casos de ativos "tóxicos" herdados da bolha imobiliária, dificilmente intercambiáveis, este valor é muitas vezes considerado como muito frágil, causando grandes perdas para os bancos. Com a flexibilização permite que as instituições financeiras usem seu próprio julgamento para determinar o "valor justo" de seus ativos.

"Acredito que a flexibilização de marcação a mercado, aliada às medidas anunciadas pelo G20 hoje, pode ser o princípio da volta da confiança dos investidores no sistema financeiro", diz Daoud. Mas o diretor da Global Financial Advisor ressaltou que as medidas não elimina os estragos já feitos nas economias.

Por fim, os indicadores econômicos norte-americanos continuam mostrando sinais de recuperação. Hoje o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou que o volume de encomendas à indústria avançou 1,8% ou US$ 6,1 bilhões em fevereiro, após seis meses de queda. Para amanhã, é aguardado o relatório com os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, indicador ainda considerado bastante frágil diante do contexto econômico.

Por aqui, dentre as maiores altas figuraram JBS ON (+9,34%), Lojas Renner ON (+9,32%) e Cyrela ON (+9,29%). No sentido oposto estiveram as ações da Transmissão Paulista PN (-5,08%), Redecard ON (-2,57%) e Vivo PN (-1,64%).

(Vanessa Correia - InvestNews)

Mudança na MM pelo Fasb 9

Fasb flexibiliza regra para marcação a mercado de ativos
Valor + News - 2/4/2009

SÃO PAULO - O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb) dos Estados Unidos aprovou hoje uma polêmica medida que deve aliviar a pressão sobre o balanço dos bancos norte-americanos.

De acordo com as novas regras, as empresas não serão mais obrigadas a contabilizar o preço de todos os seus ativos a valor de mercado - marcar a mercado, no jargão do setor - caso não haja liquidez suficiente para os papéis. A lógica é: se não há mercado, não há como determinar o preço de mercado.

Os bancos argumentam que possuem ativos, como empréstimos e títulos de atrelados a hipotecas, que continuam gerando fluxo de caixa normalmente, mas que estão com preços muito descontados nos casos em que houve algum tipo de venda dos papéis, por conta da falta de liquidez.

Como pela regra vigente até então as instituições tinham que registrar os ativos a esses preços mais reduzidos, elas vinham fazendo a cada trimestre novas baixas contábeis, derrubando o lucro e seus índices de solvência.

Como poderão agora contabilizar tais ativos pelo fluxo de caixa esperado trazido a valor presente, teoricamente, não haverá novas perdas de valor, a não ser que o risco de crédito do ativo se deteriore no período.

Por outro lado, os críticos da medida argumentam que ao não registrar os papéis pelo seu valor de mercado, em caso de necessidade de venda dos ativos a perda acabará aparecendo de qualquer maneira. Neste caso, o investidor fica sem saber se o balanço publicado realmente reflete números reais, ou apenas a estimativa ou a esperança dos administradores sobre o fluxo de caixa de determinado instrumento.

(Valor Online, com agências internacionais)

Mudança na MM pelo Fasb 8

EUA afrouxam regra para bancos
Patrícia Campos Mello, WASHINGTON
O Estado de São Paulo - 3/4/2009

Na contramão do que decidiu o G-20, instituições terão mais liberdade para lançar valor de ativos nos balanços

Contrariando o comprometimento do G-20 de tornar mais rigorosa a regulamentação financeira, os Estados Unidos aprovaram ontem a flexibilização de regras contábeis de bancos e empresas. O Financial Accounting Standards Board (Fasb), órgão que estabelece padrões de contabilidade, concordou em dar mais liberdade a empresas e bancos para estabelecerem o valor de seus ativos nos balanços.

Com a nova regra, bancos não precisam “marcar em valor de mercado” muitos dos ativos tóxicos - hoje bastante deprimidos - que têm nos balanços. Em vez de registrá-los pelo valor que os ativos atingiriam se fossem vendidos hoje no mercado, eles poderão determinar o “valor justo” dos ativos, em condições mais favoráveis de mercado.

A mudança foi resultado de pressões do Congresso, dos bancos e do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke. Defensores da flexibilização da marcação a mercado argumentam que, atualmente, o mercado está tão tumultuado que não reflete valores realistas dos ativos.

Como os preços de ativos no mercado não param de cair, as empresas estavam constantemente revisando para baixo os valores dos ativos em seus balanços, exacerbando a crise financeira.

A medida, longe de ser meramente burocrática, tem enormes implicações na crise financeira. Às vésperas dos testes de estresse que o Tesouro fará nos bancos, a nova regra pode evitar que muitos bancos sejam considerados insolventes.

As ações de bancos subiram em Nova York por causa da nova medida. Segundo Robert Willens, ex-integrante do conselho do Lehman Brothers, a mudança pode elevar os lucros em até 20% em bancos como o Citibank.

Para alguns analistas, no entanto, a flexibilização das regras de marcação a preços de mercado simplesmente deixa bancos quebrados sobreviverem com uma mudança das regras no meio do jogo. Investidores dizem que a flexibilização vai ajudar os bancos a mascararem as perdas e sobrevalorizarem seus ativos.

“Os investidores não vão querer investir em empresas que escondem o valor real de seus ativos e dívidas”, disse em comunicado o CFA Institute, instituto de análise financeira.

“Estamos muito preocupados com o fato de a Fasb ter se curvado a pressões políticas, que impedem os investidores de entenderem as reais obrigações das empresas financeiras”, disse Arthur Levitt, presidente do Investors Working Group.

A medida que altera as regras entra em vigor nos balanços do segundo trimestre deste ano, mas as companhias podem adotá-la já para o balanço do primeiro trimestre.

Mudança na MM pelo Fasb 7

Bancos poderão elevar valor de ativo podre
Gazeta Mercantil - 3/4/2009

Nova York, 3 de Abril de 2009 - A Comissão de Padrões de Contabilidade Financeira norte-americana (Financial Accounting Standards Board) votou ontem a favor da concessão de maior autonomia aos bancos do país para informar o valor de títulos hipotecários. As mudanças permitirão que os bancos registrem lucros maiores ao assumir que estes papéis valem mais do que qualquer investidor aceitaria pagar por eles nos dias atuais.

Estas medidas foram solicitadas por membros do Congresso dos Estados Unidos e associações de bancos, mas foram veementemente repreendidas por alguns investidores e por um grupo liderado por dois ex-presidentes da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês).

Em resposta às críticas dos investidores, a comissão decidiu exigir que os bancos forneçam mais informações acerca de seus ativos. A comissão aprovou três alterações às regulações - duas delas foram alcançadas em votações secretas e uma após duas divergências. As medidas possibilitarão que os bancos mantenham algumas quedas nos valores de seus ativos fora de seus registros de rendimentos.

"Há um entendimento de que nós estamos nos curvando a pressões políticas", afirmou um dos membros da comissão que votou a favor das mudanças, Lawrence W. Smith. Ele apontou que a recepção hostil dada a Robert H. Herz, presidente da comissão, em uma audiência no Congresso no mês passado, durante a qual parlamentares de ambos os partidos ameaçaram tomar medidas cabíveis caso a comissão não fizesse as mudanças requisitadas pelos bancos. A comissão propôs as mudanças alguns dias depois.

"Nós somos uma entidade independente e é importante que a nossa independência seja mantida", afirmou Smith. "Ao mesmo tempo, como podemos ignorar o que esta acontecendo a nosso redor?" Os bancos têm defendido que os valores de mercado de alguns títulos, particularmente aqueles lastreados em hipotecas, estão, agora, bem abaixo do valor real que será revelado ao longo do tempo. O fato de serem forçados a amargar tais perdas, argumentam eles, prejudica seus ativos e agrava a crise financeira. As instituições bancárias desejam que avaliar alguns ativos de acordo com os valores atuais de mercado.

A American Bankers Association, que havia forçado os legisladores a exigirem que a comissão fizesse mudanças, elogiaram a medida. "A decisão deve melhorar a informação para investidores ao fornecer estimativas mais acuradas de valores dos mercados", disse Edward Yingling, presidente da associação. Uma mudança adotada pela comissão exigiria que os bancos divulgassem o efeito da interpretação modificada, embora a palavra final não tenha sido divulgada e não esteja claro o grau de detalhamento da divulgação.

Para alguns outros ativos, os bancos devem reduzir o valor contábil a valores de mercado somente se concluírem que a queda "não é temporária". A medida que causou dissidência permitirá que os bancos mantenham parte de tais quedas fora de suas demonstrações de lucros e perdas, embora a queda ainda apareça nos balanços das instituições.

Um dissidente, Thomas J. Linsmeier, reclamou que as regras de contabilidade já permitem a "ficção de que todos os bancos estão bem capitalizados", acrescentando que as mudanças "vão fazer com que pareçam melhor capitalizados". A adoção das regras era amplamente esperada, mas alguns analistas vinculam sua aprovação à alta no mercado de ações depois que os votos foram anunciados.

Os reguladores dos bancos já têm o poder de ajustar a contabilidade ao computar capital, e alguns grupos de investidores argumentaram essa seria a melhor alternativa, em vez de dar aos bancos mais liberdade para avaliarem ativos em valores estipulados por eles e não em valores que as pessoas pagariam por eles.

A comissão acrescentou à regra mais recente que o objetivo de refletir o valor de mercado permaneceu o mesmo, mas as regras ainda vão permitir mais julgamento por parte de gerentes e, assim, mais habilidade para controlar os números que eles divulgam. O voto atraiu a condenação de uma organização chamada de Investors Working Group, liderada por dois ex-presidentes da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), William H. Donaldson e Arthur Levitt Jr., e está preparando recomendações para a reforma regulatória.

"Para criar padrões contábeis de alta qualidade, é importante que o processo seja independente e esteja livre de pressão política", disse o grupo, em um comunicado. "Isso vai assegurar que tais padrões sejam neutros e representem de maneira fiel a realidade econômica.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(The New York Times)

Mudança na MM pelo Fasb 6

Pacote empurra bolsas para terceira alta seguida
Valor Econômico - 3/4/2009

As bolsas de valores dos Estados Unidos tiveram um rali ontem pelo terceiro pregão seguido, à medida que mais dados sugeriram que a economia está se estabilizando e mudanças numa regra de contabilidade bancária animaram o setor financeiro.

O tom positivo aumentou após o anúncio de líderes do G-20 de recursos adicionais da ordem de US$ 1 trilhão para reforçar o Fundo Monetário Internacional e impulsionar o comércio.

O índice Dow Jones avançou 2,79%, para 7.978 pontos. O Nasdaq subiu 3,29%, para 1.602 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve valorização de 2,87%, para 834 pontos.

As ações da Caterpillar subiram 8,8% e as da DuPont ganharam 9,17%. Os papéis da General Electric fecharam em alta de 5,60% e os da Exxon Mobil ganharam 1,47% em meio a um aumento de mais de US$ 4 nos preços do petróleo no mercado futuro.

No setor bancário, os papéis do Wells Fargo fecharam com valorização de 5,87% e os da Goldman Sachs avançaram 3,56%.

A mudança no padrão contábil dos EUA em relação à marcação a mercado de ativos com baixa liquidez também beneficiou as ações dos bancos.

Os principais índices de ações europeus também encerraram em alta pela terceira sessão consecutiva. O indicador FTSEurofirst 300, que reúne as principais blue chips do continente, teve valorização de 4,88%, para 781 pontos.

"Claramente, houve alguma melhora dos dados... no geral houve rumores positivos vindos do G-20, e Trichet falou sobre a probabilidade de uma recuperação em 2010", disse Jim Wood-Smith, chefe de pesquisa da Williams de Broe, em referências as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE) , Jean-Claude Trichet.

A alta das ações de bancos voltou a comandar o terceiro dia consecutivo de ganhos para as bolsas europeias. A avaliação é de que o pior da crise no sistema financeiro possa ter ficado para trás continuou influenciando o humor assim como as expectativas em torno da reunião do G-20.

O FTSE-100, de Londres, fechou com alta de 4,28%, para 4.124 pontos. Em Frankfurt, o DAX terminou aos 4.381 pontos, com valorização de 6,07%. O CAC 40, de Paris, avançou 5,37%, para 2.992 pontos.

As bolsas chegaram a retroceder logo após a decisão do BCE de reduzir o custo do dinheiro da região do euro de 1,5% para 1,25% ao ano. O corte foi menor do que o esperado. Muitos economistas projetavam redução de 0,5 ponto na taxa, para 1%, mas os índices voltaram a subir em seguida.

As ações do Royal Bank of Scotland subiram 12,35%, as do HSBC ganharam 11,75% e as do Allied Irish Banks, 22,22%.

Mudança na MM pelo Fasb 5

G-20 surpreende e provoca euforia
3/4/2009 - Valor Econômico
Luiz Sérgio Guimarães

Reunião do G-20, surpreendente pela medidas concretas e pelas cifras envolvidas, provoca euforia nos mercados

A reunião do G-20 surpreendeu o mercado. O encontro não só neutralizou o ceticismo dos que apostavam no fracasso como mostrou ser possível uma coordenação eficaz em torno de propostas concretas. A reação dos mercados foi de euforia. A aversão global ao risco diminuiu, os investidores desmancharam defesas erguidas com o dólar e compraram ações e bônus mundo afora. O petróleo disparou 8,78% em Nova York, para US$ 52,64. Os pregões brasileiros acompanharam. O dólar, em sua terceira queda consecutiva, recuou 1,97%, a R$ 2,2350. E os juros subiram no mercado futuro da BM&F.

(...) Além da reunião do G-20, os mercados americanos se alegraram com duas outras notícias. A primeira já era esperada, mas isso não diminuiu o seu impacto. O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, em inglês) dos EUA flexibilizou as regras de marcação a mercado de ativos. O objetivo é facilitar a definição do valor justo desses papéis. Mas os balanços dos bancos perderão em transparência. A segunda veio do Departamento de Comércio dos EUA. Ele informou que o volume de pedidos à indústria cresceu 1,8% em fevereiro, depois de seis meses de retração. O dado surpreendeu duplamente, no sentido e no tamanho, já que os analistas previam queda de 1,1%.

Mudança na MM pelo Fasb 4

Nova regra de avaliar ativos ajuda bancos americanos
Valor Econômico - 3/4/2009

Bancos que seguem as normas contábeis internacionais não receberão a brecha concedida aos seus rivais dos Estados Unidos, conforme informou hoje o órgão controlador de normas internacionais.

O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb, na sigla em inglês) dos EUA concordou ontem com uma alteração feita apressadamente às suas regras, que relaxa a chamada contabilidade pelo "valor justo", permitindo maior liberdade para bancos usarem seus próprios modelos de avaliação, em vez dos preços de mercado correntes, para ativos nos quais os mercados se tornaram ilíquidos.

A mudança na regra deverá reforçar os lucros de primeiro trimestre de muitos bancos, ao permitir que os gerentes recalculem o valor de alguns ativos problemáticos.

O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), que estabelece as regras para mais de 100 países, inclusive a União Européia, havia dito, porém, que preferirá pressionar por uma reavaliação mais completa e ágil da forma como registra instrumentos financeiros. Uma minuta da proposta é esperada em menos de seis meses.

"É muito melhor se propor a assumir uma reavaliação fundamental do que adotar uma abordagem gradual a um padrão que é amplamente reconhecido como desatualizado", disse Gerrit Zalm, presidente do conselho curador que fiscaliza o Iasb.

A súbita alteração da regra pelo Fasb ocorreu após pressão do Congresso no mês passado e de intensas gestões por parte de alguns círculos do setor financeiro. Eles haviam argumentado que a contabilidade pelo valor justo ampliou os problemas causados pela turbulência no mercado, porque os preços que foram obrigados a reportar decorrem de vendas em condições adversas e não constituem um mercado objetivo ou real.

A contabilidade pelo valor justo dividiu o mundo contábil por algum tempo. Muitos executivos de bancos apoiam, ao passo que outros lideraram as iniciativas de lobby para mudar as regras.

Em carta publicada ontem no "Financial Times", um grupo de executivos franceses, que inclui Michel Pébereau, presidente do conselho de administração do BNP Paribas, exigiu uma revisão mais abrangente do seu uso, sustentando que ele "induziu investidores ao erro". Críticos dos pedidos de mudança incluem investidores que são considerados os usuários finais dos demonstrativos financeiros. Eles alertaram que as mudanças do Fasb minarão a confiança do investidor, ao reduzir a transparência dos balanços patrimoniais dos bancos.

Outros criticaram a pressão política que levou à mudança. Numa carta enviada ao membro do Congresso Paul Kanjorski, divulgada ontem, um grupo de dirigentes e analistas do setor de investimentos alertou que a pressão coloca em risco o mercado mais amplo.

Mudança na MM pelo Fasb 3

Mudança contábil deve melhorar balanço dos bancos americanos
Folha de São Paulo - 3/4/2009
TONI SCIARRETTA

Os EUA anunciaram ontem um relaxamento nas regras contábeis que permitirá aos bancos melhorarem a fotografia de seus balanços e elevarem o volume de empréstimos concedidos. A mudança, comunicada pelo Fasb (comitê contábil americano), vale a partir do segundo trimestre de 2009, que começou anteontem.

Visto como uma "mágica contábil", esse relaxamento diminuirá o rigor com que ativos de baixo preço e liquidez são registrados pelos bancos e empresas -permitirá contabilizar valores acima dos de mercado.

Até então, papéis lastreados em hipotecas, por exemplo, deveriam ser contabilizados pelo preço pelo qual encontrassem um comprador. Com a crise, a maioria desses papéis não tinha comprador e acabavam sendo registrados por valores ínfimos, diminuindo a capitalização dos bancos e reduzindo a capacidade de emprestar.

A mudança foi considerada um retrocesso por contadores, auditores e analistas, que viram pressão do Congresso dos EUA. Eles temem estímulo à "maquiagem" de balanço e dificuldades para comparar resultados com períodos anteriores e entre diferentes instituições -a regra foi rejeitada por dois dos membros do Fasb.

A mudança permite uma espécie de "dessazonalização" do valor de um ativo, retirando o impacto que a falta de liquidez teve em seu preço. No caso, parte das perdas não passarão pelo resultado financeiro -que termina em lucro ou prejuízo- da empresa , mas reduzirão o patrimônio dos acionistas. Também flexibiliza a data em que devem ser computados, permitindo o registro em um período mais favorável.

Segundo Alexsandro Broedel, da contabilidade da USP, a mudança pode elevar em 20% o lucro dos bancos nos EUA.

Broedel acredita que, se a regra for adotada pelo Brasil, terá um impacto "imaterial" nos balanços dos bancos. Isso porque altera mais o preço de derivativos de crédito, que quase não existem no país. "O impacto maior será que os bancos americanos poderão voltar a emprestar mais ao Brasil."

Para valer no Brasil, a nova regra deve, primeiro, ser adotada pelo Iasb (correspondente internacional do Fasb americano), que é seguido pelo país. Depois, deve ser aprovada pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e colocada em audiência pública antes de ser regulamentada pela CVM.

O Iasb divulgou ontem nota apoiando o órgão americano, mas pedindo seis meses para se pronunciar sobre o assunto. A tendência é que faça algo semelhante, melhorando a capitalização dos bancos europeus.

Para Edson Arisa, do Ibracon (associação dos auditores), é cedo para dizer se a regra é mesmo um retrocesso.

"Os órgãos que tratam da contabilidade estão buscando a melhor forma para interpretar o que está acontecendo, sem exagerar nem para um lado nem para o outro", disse.

Broedel lembra que há dúvidas se os bancos vão aderir à mudança. "Muitos bancos podem falar que não querem mudar e que vão continuar com regras mais rigorosas", disse.

Mudança na MM pelo Fasb 2

Marcação a mercado "light" reduz pressão
3/4/2009 - Valor Econômico

A administração Obama agiu rapidamente nos últimos dois meses para assegurar aos mercados que está fazendo tudo o que pode para estabilizar o sistema financeiro: testando ao extremo os bancos, planejando leilões para comprar ativos questionáveis, disponibilizando capital para os bancos necessitados. Os formuladores de normas contábeis impediram isso?

Após intensa pressão dos legisladores e algumas facções do setor financeiro, o Financial Accounting Standards Board (Fasb) decidiu ontem tornar mais fácil para as empresas avaliar os ativos de seus balanços com uma consideração menor aos preços de mercado. O conselho, que estabelece as políticas de contabilidade dos Estados Unidos, foi encorajado pelo setor bancário e pressionado pelo Congresso. A American Bankers Association apoiou as disposições, mas diz que as propostas poderão não ser suficientes em certos pontos.

A decisão poderá facilitar a vida para as instituições financeiras, permitindo a elas enfrentar os humores dos mercados com um risco menor das autoridades reguladoras virem a exigir que elas captem recursos ou sejam fechadas. Mas ao mesmo tempo, ela poderá muito bem atrapalhar o discernimento dos investidores sobre como os bancos estão se saindo. E alguns observadores temem que as novas regras também venham a proporcionar menos incentivos para que os bancos limpem seus balanços, livrando-se dos ativos arriscados através do novo programa de leilões do Tesouro, anunciado no fim do mês passado.

A questão está centrada numa discussão prolongada mas normalmente obscura sobre a contabilidade do "valor justo" - anteriormente território do mundo das finanças, mas hoje o foco de um lobby furioso e audiências acaloradas no Congresso.

Em essência, os princípios do valor justo dizem que os números dos ativos e responsabilidades do balanço de uma empresa devem refletir seu valor no mundo real. Isso normalmente significa marcá-los acima ou abaixo dos preços de mercado sempre que possível, na tese de que os mercados proporcionam a melhor medida de valor.

Mas os bancos afirmam que a crise financeira destruiu essas regras da marcação a mercado: muitos títulos estão sendo pouquíssimo negociados - especialmente aqueles atrelados a hipotecas residenciais e outros empréstimos agora vistos como arriscados.

Os negócios que ocorrem a preços de liquidação não refletem realmente o verdadeiro valor dos ativos, afirmam eles. A solução dos bancos: deixar que a administração dos bancos ofereça avaliações mais acuradas. E numa inflamada audiência realizada na Câmara dos Representantes no mês passado, legislador após legislador tocou no mesmo ponto para as autoridades reguladoras e o presidente do Fasb.

"Não nos faça dizer a vocês o que vocês precisam fazer", alertou Michael E. Capuano, representante Democrata por Massachusetts, ao presidente do Fasb.

Os investidores reagem afirmando que, por mais imperfeitos que os preços possam ser, eles são mais confiáveis - e certamente mais transparentes - do que as estimativas sigilosas feitas pela administração. Eles afirmam que as mudanças técnicas do Fasb dão muita liberdade às administrações dos bancos, especialmente com os grandes incentivos que eles têm para chegar a estimativas favoráveis.

A conclusão, segundo os críticos: os investidores vão perder ainda mais a confiança nas demonstrações financeiras dos bancos, aumentando as mesmas dúvidas que ajudaram a derrubar o setor financeiro nos últimos meses.

"É uma coisa absolutamente orwelliana proteger o público. Esse 'órgão supervisor' vai deixá-los cegos aos erros cometidos pelas instituições financeiras ao tornar a contabilidade menos transparente", afirma Jack Ciesielski, editor da publicação "Analyst's Accounting Observer".

Esta poderá ser uma tempestade breve se a administração Obama conseguir leiloar até US$ 1 trilhão em ativos podres que estão sobrecarregando a contabilidade dos bancos. Assim que os bancos estiverem limpos e os mercados de crédito retomarem seu funcionamento normal, os preços no mercado se normalizarão e supostamente serão mais favoráveis aos bancos.

Mas isso poderão não acontecer se os bancos subitamente tiveram um incentivo para reter seus ativos, na esperança de que os mercados irão se recuperar antes que eles tenham de vendê-los. As novas regras "também poderão resultar em entidades não dispostas a vender ativos financeiros porque poderão ter prejuízo, uma vez que será mais vantagem carregar ativos pelo valor 'mark-to-model', mais alto", alerta o Center for Audit Quality, um centro de estudos de auditoria sem fins lucrativos.

Em outras palavras, se as regras permitirem aos bancos ficar com os ativos sem levarem um golpe nos lucros por causa das condições do mercado, eles poderão ter uma disposição menor em vender agora.

Afinal, vender no mercado em queda, significa perdas - não importa a maneira como o Fasb ajustar a contabilidade pelo valor de mercado.

"A preocupação é que isso realmente tem o potencial de minar o que o Tesouro está tentando fazer, que é tirar os ativos dos balanços", afirma Jay Hanson, diretor nacional de contabilidade da firma de auditoria McGladrey & Pullen.

(Tradução de Mario Zamarian)

Mudança na MM pelo Fasb 1

Regras mais brandas de marcação de títulos e G-20 animam mercados
3/4/2009
Valor Econômico

As ações americanas ultrapassaram ontem as altas do mês passado, levando o índice Dow Jones Industrial acima dos 8.000, depois que o Financial Standards Boars (Fasb) relaxou as regras de marcação dos ativos aos valores de mercado na contabilidade das empresas, que vinham sendo apontadas como responsáveis pelo agravamento dos problemas de capital dos bancos.

As mudanças significam que os bancos poderão marcar os ativos tóxicos de acordo com seus próprios modelos, em vez do valor desses ativos no mercado aberto. Alguns analistas calculam que a mudança poderá reforçar os lucros trimestrais de alguns bancos em até 20% .

A decisão desencadeou uma onda de comprar no setor bancário, com a ação do Citigroup subindo 4,1%, para US$ 2,79; Bank of America ganhando 4,7%, para US$ 7,38; e Wells Fargo avançando 6,5%, para US$ 15,42. "Essa decisão significa que haverá mais confiança nos bancos quando eles divulgarem seus lucros, o que vai encorajar indivíduos e empresas a começarem a gastar e investir", disse Roy Williams, sócio sênior da Prestige Wealth Management Group.

Houve outras boas notícias para o setor bancário depois que o Credit Suisse disse que o Goldman Sachs tem uma "forte" posição no mercado e elevou sua classificação para a instituição para "outperform" (desempenho acima da média do mercado). O Barclays também se mostrou otimista com o Goldman, elevando suas perspectivas de lucro para o primeiro trimestre de US$ 0,80 por ação para US$ 1,70. A ação do Goldman subiu 3,8%, para US$ 114,44.

O mercado também foi ajudado por sinais de entendimento no fim do encontro do G-20 em Londres, com os líderes das 20 maiores economias do mundo triplicando os recursos disponíveis para o Fundo Monetário Internacional (FMI) para US$ 750 bilhões, e pelas expectativas de uma estabilização da economia mundial.

Embora o quadro tenha ajudado a melhorar a confiança nos mercados de ações ao redor do mundo, a falta de um acordo sobre uma nova rodada global de estímulos financeiros limitou seu efeito. "Quando fomos para a cama na noite passada, não estávamos pensando que os acontecimentos em Connecticut [onde o Fasb tem sua sede] iriam movimentar os mercados mais que os acontecimentos em Londres, mas foi isso o que aconteceu", disse Wasif Latif, vice-presidente assistente da USAA Investment Management.

O índice referencial Standard & Poor's chegou a subir 3,6%, para 840,05 pontos por volta do meio-dia em Nova York, enquanto o Dow Jones chegou a ganhar 3,4%, para 8.023 pontos, e o índice da Nasdaq 3,9% para 1.612,77 pontos. O S&P 500 está agora sendo negociado acima da média em movimento de 100 dias pela primeira vez em mais de nove meses, e o índice da Nasdaq entrou em terreno positivo no acumulado do ano.

Os ganhos acontecem apesar dos números sobre o desemprego para a semana passada, que mostraram que o número de pessoas que estão requisitando auxílio-desemprego pela primeira vez cresceu inesperadamente para 669 mil, o maior patamar em 26 anos. Houve ontem umas raras boas notícias para o setor automobilístico, depois que as montadoras americanas disseram, na noite de quarta-feira, que suas vendas de veículos novos caíram menos que o esperado, com a demanda crescendo visivelmente na última semana de março.

As abaladas ações da General Motors e Ford avançaram ontem, com a GM ganhando 10,9%, para US$ 2,14, e a Ford ganhando 6,3%, para US 2,91. A ação da Johnson Controls, que fabrica acessórios para automóveis, também subiu com a notícia: 16,4%, para US$ 15,38. Mas a ação da AutoZone, varejista de autopeças, caiu 1,6%, para US$ 164,08, depois que o Citigroup disse que ela está supervalorizada.

A ação da Monsanto, companhia de produtos agrícolas, subiu depois que a empresa anunciou um lucro por ação de US$ 2,16, que ficou acima das estimativas dos analistas, de US$ 2,07. A companhia também elevou sua estimativa para os lucros do ano como um todo de US$ 4,23 por ação para US$ 4,33, e assim sua ação ganhou 1,5%, para US$ 82,98.

A Dow Chemical foi outra que saiu ganhando ontem, com alta de 11,2%, para US$ 9,80, depois de ter vendido sua unidade Morton Salt para a K&S, a maior produtora de sal da Europa, por US$ 1,7 bilhão para ajudar a concluir sua aquisição da Rohm & Haas, a companhia de materiais e ferramentas de uso doméstico.

As ações do setor de energia seguiram os preços do petróleo, que subiram bastante durante a noite e foram negociados acima de US$ 50 o barril em Nova York por volta do meio-dia. As ações do setor de commodities também foram alavancadas pela alta dos preços, com as companhias siderúrgicas registrando a segunda sessão consecutiva de ganhos.

Novos Pronunciamentos do CPC

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca em audiência pública hoje, 02/04/2009, minutas de deliberação referendando os Pronunciamentos CPC 15, sobre "Combinação de Negócios"; CPC 21 sobre "Demonstração Intermediária"; CPC 22, sobre "Informações por Segmento"; CPC 27, sobre "Imobilizado", e CPC 28 sobre "Propriedade para Investimento".

O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 15 é reger os registros contábeis das operações de combinações de negócios e as divulgações pertinentes nas demonstrações contábeis, sempre tendo por base que as transações de combinação de negócios devem ser contabilizadas a partir da essência econômica, independentemente da forma elegida para concretizá-las. Uma combinação de negócios pode envolver diversas operações como aquisição de participações societárias, fusão, incorporação, incorporação de ações, cisão e alteração de controle.

Esse Pronunciamento, previsto inicialmente para regulação em duas fases, sendo que a primeira chegou a passar pela Audiência Pública, não foi emitido em 2008 por ter sido eliminadaa obrigação de regulação para os exercícios findos naquela data, pela MP 449/08. Como amplamente divulgado, pela Deliberação CVM 565/08, que aprovou o Pronunciamento CPC 13 – Adoção inicial da Lei 11638/07, o CPC decidiu por emitir nesse momento o Pronunciamento numa única fase e integralmente convergente ao IFRS 3 (revisado).

É importante ressaltar que este Pronunciamento Técnico corresponde à norma internacional IFRS 3 – Business Combinations (edição de 2008), cuja vigência prevista é para as combinações de negócios com data de aquisição a partir dos exercícios sociais anuais iniciados em ou após 1º. de julho de 2009.

A minuta de deliberação da CVM em audiência, a exemplo das demais deliberações ora em audiência pública e em linha com a Agenda de Regulação Conjunta CVM/CPC, estabelece que o CPC 15 será aplicável aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2010 e às demonstrações financeiras de 2009 apresentadas em 2010, para fins de comparação. No entanto, considerando a natureza e a complexidade da matéria e o disposto no IFRS 3 , a CVM está especialmente interessada em receber comentários sobre a conveniência da aplicação da norma para demonstrações financeiras de 2009 apresentadas em 2010 para fins de comparação.

O Pronunicamento Técnico CPC 21 tem como objetivo principal tornar evidente nas demonstrações contábeis intermediárias as atualizações e novidades ocorridas entre a data da última demonstração contábil anual e a data da intermediária. As demonstrações contábeis intermediárias focam em novos eventos, atividades e circunstâncias, portanto não duplicam informações previamente reportadas. O Pronunciamento, convergente com o IAS 34 e a interpretação IFRIC (The International Financial Reporting Interpretations Committee ) 10, prescreve um tratamento diferente do adotado no Brasil quanto às demonstrações contábeis intermediárias. A principal diferença refere-se ao fato de as demonstrações contábeis intermediárias terem conteúdo informacional razoavelmente diverso do que atualmente ocorre na prática no Brasil.

Esse Pronunciamento não contempla qualquer adaptação para atender a eventuais necessidades específicas dos órgãos reguladores brasileiros. No caso da CVM, a apresentação de informações trimestais está regulada pela Instrução CVM nº 202, que deverá ser substituída, conforme Edital de Audiência Publica Nº 07/08. Portanto, algumas disposições previstas no Pronunciamento, especialmente quanto ao período intermediário e prazo para apresentação (itens 1 "a" e "b") não deverão alterar essas normas específicas.
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 22, convergente com o IFRS 8, é especificar como a entidade deve divulgar informações sobre seus segmentos operacionais, assim como sobre seus produtos e serviços, áreas geográficas em que opera e principais clientes. Os segmentos operacionais são componentes da entidade que possui informação financeira individualizada que seja avaliada pelo principal gestor das operações para a tomada de decisões sobre a alocação de recursos e avaliação de desempenho.

A estrutura de divulgação apresentada é de extrema relevância, pois apresenta a visão gerencial da administração da companhia quanto à forma como segmenta seus negócios/produtos para fins de tomada de decisões estratégicas. Assim, o usuário pode acompanhar o desempenho econômico-financeiro de produtos/negócios sob a perspectiva gerencial da companhia.
O objetivo deste Pronunciamento Técnico CPC 27, convergente com o IFRS 16, é prescrever o tratamento contábil para ativos imobilizados, de forma que os usuários das demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre os investimentos de uma entidade em seu ativo imobilizado, bem como as mutações ocorridas nesses ativos.
Os principais pontos a serem considerados na contabilização dos ativos imobilizados são o reconhecimento desses ativos, a determinação dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e perdas por desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos.

A minuta do Pronunciamento CPC 27 - Ativo Imobilizado contém referências a outros pronuncimentos do CPC que não foram ainda emitidos ou mesmo colocados em audiência pública. A exemplo dos outros pronunciamentos colocados em audiência em 2009, ressaltamos que esta é uma situação transitória e que não irá afetar a aplicação deste Pronunciamento, tendo em vista que o CPC irá emitir e a CVM irá referendar, ainda em 2009 para vigência em 2010, todos os pronunciamentos citados na minuta. Além de outros Pronunciamentos necessários para que seja alcançada a plena convergência com as normas internacionais de contabilidade.

O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 28, convergente com o IAS 40, é prescrever o tratamento contábil aplicável às propriedades para investimento. Essas propriedades são dadas pelos imóveis destinados à obtenção de renda, à valorização comercial ou ambas, podendo, segundo a minuta, ser avaliadas ao custo ou pelo valor justo. As propriedades para investimento não fazem parte do Imobilizado, mas do subgrupo Investimentos, dentro do Ativo Não-Circulante.

De uma maneira geral, a legislação contábil brasileira já contemplava os procedimentos de registro e divulgação desses ativos e, até, parte do critério de mensuração, mas o aspecto mais relevante introduzido pelo CPC 28 é a possibilidade de avaliação das propriedades para investimentos pelo seu valor justo.

02 abril 2009

Rir é o melhor remédio

Tenho acompanhado de perto as postagens de um blog chamado PhotoshopDisasters. Sua última postagem é uma foto de uma modelo (?) Kim Kardashian com um "vampiro" (vide foto abaixo):



A penúltima postagem foi mais interessante ainda. Mostra uma nota de dois dólares em 1998 e 2009, com uma sutil diferença na cor de uma das pessoas que compõe a pintura. Veja a fotomontagem:


P.S. Não sei se é preciso comentar que se trata de uma brincadeira de primeiro de abril.

Rir é o melhor remédio

Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta:

Qual a diferença entre Político e Ladrão?

Chamou à atenção a resposta de um leitor:

Caro Millôr , após longa pesquisa cheguei a esta conclusão: A diferença
entre o ladrão e o político é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou
certo? Fábio Viltrakis, Santos-SP.


Eis a réplica do Millôr:

Puxa, Viltrakis, você é um gênio... Foi o único que conseguiu achar uma
diferença! Parabéns!!!


Enviado por Denise, grato.

Supersimples

Receita descobre fraude no Supersimples
Valor Econômico - 2/4/2009

"Para que você acha que temos uma família grande?" Foi o que ouviu o diretor de uma indústria de máquinas em Bauru, no interior de São Paulo, de empresários do mesmo ramo em que atua. Eles subdividiram suas empresas de grande porte em cinco ou seis unidades "filhote" - que ingressaram no Supersimples, sistema simplificado de recolhimento de tributos destinado a micro e pequenas empresas que garante a elas uma carga tributária reduzida. A prática começou agora a ser investigada no país em Bauru, em uma operação batizada de "Simples Incompatível", organizada pela delegacia local da Receita Federal do Brasil.

A operação teve início a partir da queixa de algumas indústrias da região, que viram seu faturamento reduzir a ponto de cogitarem o encerramento de suas atividades por conta da concorrência com as novas pequenas empresas que surgiram de uma hora para outra oferecendo preços melhores pelos produtos. No fim do ano passado, a delegacia da Receita em Bauru começou a fiscalização em seis empresas de pequeno porte optantes pelo Supersimples que estariam apresentando uma discrepância entre o faturamento declarado e sua movimentação financeira. Neste ano, outras 134 empresas optantes do Supersimples foram selecionadas para investigação por estarem na mesma situação.

De acordo com o delegado da Receita Federal em Bauru, Maurício Antônio Bento, que comanda a operação, dois tipos de situações foram detectadas entre as empresas selecionadas. Na primeira delas, empresas de grande porte se travestem de pequeno porte por meio de subdivisões para poderem ingressar no Supersimples. Na segunda, empresas de pequeno porte que cresceram e extrapolaram o limite anual de renda bruta permitido no Supersimples, de R$ 2,4 milhões, deixam de declarar parte de sua receita para não terem que deixar o sistema simplificado e passar a recolher seus tributos pelo sistema do lucro presumido, cujo limite de renda bruta anual é de R$ 48 milhões. "Não tenho conhecimento de outras operações similares pelo país, mas penso que a iniciativa de Bauru pode se tornar uma estratégia nacional", diz Bento. Procurada pelo Valor, a Receita Federal dio Brasil preferiu não se manifestar a respeito.

Criado em 2006 pela Lei Complementar nº 123, o Supersimples passou a vigorar em 2007 permitindo que micro e pequenas empresas que ingressem no sistema apurem e recolham outro tributos de forma unificada, a uma alíquota global que varia de 4% a 17,42% sobre sua receita bruta, conforme o setor de atuação e o faturamento da companhia. Com uma carga tributária menor, elas conseguem oferecer preços competitivos aos seus produtos e concorrer com empresas de maior porte.

Em Bauru, a vantagem competitiva se tornou atrativa também para grandes empresas, que, impossibilitadas de ingressarem no Supersimples, se tornaram "menores" para serem também beneficiadas pela tributação diferenciada, segundo a investigação do fisco. Carlos Alberto Keidel, diretor da Indústria de Máquinas Miruna, que atua no ramo de arames e grampos para uso industrial, calcula que perdeu 90% do faturamento no mercado do interior de São Paulo nos últimos dois anos em função dessa prática. Segundo Keidel, a empresa, localizada em Bauru há 60 anos, tem sobrevivido de exportações, hoje afetadas pela crise. "Desde a existência do Supersimples nos tornamos mais competitivos nos Estados Unidos do que no Brasil", diz. Keidel afirma que as vendas mais atingidas foram as realizadas para clientes de pequeno porte, que passaram a preferir comprar de optantes do Supersimples pela menor carga de tributos embutida no preço dos produtos - os impostos diretos no ramo de grampos para a fabricação de sofás somam uma carga tributária de 22%, pagos por empresas que recolhem tributos pelo sistema do lucro real. Já uma empresa optante do Supersimples do mesmo setor é tributada em 9% sobre seu faturamento, percentual que praticamente não é embutido na venda dos produtos.

A empresa Ciclotron Indústria Eletrônica, também com sede em Bauru, passa pela mesma situação. A carga tributária para o setor, incluindo impostos diretos e destinados à Previdência, é de 42% para as empresas não-optantes do Supersimples e de 12% para as incluídas no sistema. Assim, de acordo com Edson Gandolfi Torres, diretor da empresa, diversas indústrias do ramo eletrônico passaram a se dividir para poderem optar pelo sistema simplificado. O problema, segundo ele, é que tratam-se de empresas com mais de 100 produtos em linha, rede de assistência técnica em todo o país e maciço investimento em propaganda. "O governo não levou em conta que a lei do Supersimples seria transformada em uma lei de Gérson", diz Torres.

Contabilidade e Ambiente

O colapso dos sistemas financeiro e climático
Gazeta Mercantil - 2/4/2009

Eu não espero muito da reunião do G20 desta semana, mas se pudesse valer meu desejo, os líderes das 20 principais economias do mundo assumiriam o compromisso de adotar um novo modelo de contabilidade - que pode ser chamado de contabilidade "Mercado-Mãe Natureza". Por quê? Porque é agora óbvio que o motivo de experimentarmos derretimento simultâneo no sistema financeiro e no sistema climático é por termos calculado erroneamente o risco nessas duas áreas - produzindo um enorme excesso tanto de ativos tóxicos quanto de ar tóxico que agora ameaça a estabilidade do planeta inteiro.

Da mesma forma que a AIG vendeu derivativos de seguros a preços que não refletiam os custos reais e os riscos verdadeiros de inadimplência em massa (pelos quais nós, os contribuintes, acabamos pagando a diferença), as empresas petrolíferas, as mineradoras de carvão e geradoras e distribuidoras de eletricidade hoje vendem produtos energéticos a preços que não refletem os custos verdadeiros para o ambiente e os verdadeiros riscos de mudanças climáticas adversas (assim os futuros contribuintes acabarão pagando a diferença).

Nossas maiores empresas de serviços financeiros, algumas das quais chegaram a ser vistas como grandes demais para quebrar, envolveram-se em esquemas complexos de negócios financeiros que não avaliaram adequadamente os custos e os riscos de uma reversão do mercado. A AIG, por exemplo, vendia seguros para todos os tipos de instrumentos financeiros e não tinha nem perto das reservas adequadas para cobrir as reclamações se os negócios dessem gravemente errado, como ocorreu. E nossas maiores empresas de energia, empresas de serviços públicos e automotivas tornaram-se dependentes dos hidrocarbonetos baratos que geram os gases que causam o efeito estufa e a mudança climática, e nós claramente não as temos pressionado, por meio da implantação de um imposto sobre a emissão de gás carbono, a calcular os verdadeiros riscos e custos para a sociedade decorrentes desses combustíveis que causam a mudança climática.

"Quando o balanço de uma empresa não captura os custos e os riscos verdadeiros de suas atividades empresariais", e quando essa empresa é grande demais para quebrar, "temos uma empresa que privatiza seus lucros e socializa suas perdas", como Nandan Nilekami, co-chairman da empresa de tecnologia indiana Infosys, comentou comigo. Ou seja, todos começam a acumular seus lucros privados e os distribuem na forma de bonificações e dividendos. Mas quaisquer perdas catastróficas - se a empresa for grande demais para quebrar - "são socializadas e pagas pelos contribuintes".

É por esse motivo que necessitamos de novas regras bancárias que controlem aos negócios alavancados e especulativos que os grandes bancos e seguradoras podem empreender, de forma que nunca se tornem de novo simultaneamente temerárias demais para regular e grandes demais para quebrar e os contribuintes sejam obrigados a pagar pelos ativos tóxicos que acumulam.

E é por isso também que necessitamos de um imposto sobre as emissões de gás carbono - para que nós e nossas empresas elétricas não nos tornemos permanentemente dependentes do carvão barato que produz preços menores de eletricidade hoje, mas emite gases tóxicos que causam o efeito estufa que terá de ser pago pelas gerações futuras amanhã.

É disso que se trata a contabilidade "Mercado-Mãe Natureza". Começa com a premissa de que a distinção entre o G20 e as negociações de mudança climática de Copenhague é totalmente artificial. São só dois lados do mesmo problema global - como nós podemos, em termos globais, continuar elevando os padrões de vida para cada vez mais pessoas, sem que o Mercado e a Mãe Natureza produzam quantidades imensas de ativos tóxicos, como um subproduto. O velho sistema, que alcançou seus limites financeiros e ambientais, funcionava dessa forma: "Construímos mais lojas nos EUA para vender mais produtos, que foram fabricados em mais fábricas chinesas energizadas por toneladas de carvão e que acumularam mais dólares para comprar mais notas do Tesouro americano que voltaram recicladas para os Estados Unidos na forma de crédito barato para a construção de mais lojas e mais casas que originaram mais fábricas chinesas. ..."

Esse sistema foi um motor poderoso da criação de riqueza e tirou milhões de pessoas da pobreza, mas dependia que os riscos para o Mercado e a Mãe Natureza fossem avaliados por baixo e que os lucros fossem privatizados e as perdas socializadas nos tempos difíceis. O motor capitalista não tem de ser descartado; ele necessita de alguns consertos. Para os iniciantes, temos de voltar aos princípios básicos - empréstimos responsáveis, reservas prudentes, capitalização sensata e, mais importante, mais criação de produtos de consumo do que de produtos financeiros.

Algumas de nossas maiores empresas financeiras se afastaram de seus propósitos originais - patrocinar a inovação e financiar o processo de "destruição criativa", pelo qual novas tecnologias que aprimoram a vida das pessoas substituem as antigas, disse Jagdish Bhagwati, economista da Universidade de Columbia, numa entrevista publicada na revista bimensal The American Interest. Em vez disso, ele acrescentou, bancos demais envolveram-se em inovações financeiras exóticas e incompreensíveis - para só gerar dinheiro a partir do dinheiro - que acabou sendo uma "criação destrutiva".

"A criação destrutiva" prejudicou tanto o Mercado quanto a Mãe Natureza. A regulamentação inteligente e a tributação do carbono podem curar ambos.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Thomas L. Friedman - The New York Times)

Ponzi e Filipetas

(...) No Rio de Janeiro, década de 1950, certo tenente da Aeronáutica, Felipe de tal, comprava carros a prazo e imediatamente os revendia à vista. Por menos. Na contabilidade de cada transação tinha prejuízo. Mas saía dela com dinheiro no bolso, enquanto deixava, no do otário, um maço de promissórias, as felipetas. (O trocadilho combina "Felipe" com "petas", que, na gíria da época, significava "mentira".) A princípio, aplicava parte do dinheiro apurado para resgatar felipetas no vencimento. Ampliava assim o eixo de crédito, em torno do qual fazia girar uma espiral de valores ascendentes.

O tenente pode ter aprendido o truque com Carlo Ponzi, vigarista italiano que, na década de 1920, fez efêmera fortuna com esse golpe nos EUA. Ponzi passou 13 anos na cadeia e, da Itália para onde o deportaram, veio passar seus últimos anos no Rio; morreu ali, como indigente, em 1949.

Nos esquemas Ponzi e Felipeta, o golpista honra vencimentos e resgates -e embolsa seu ganho- enquanto número crescente de investidores continuar afluindo ao "empreendimento". Pela impossibilidade matemática de essa condição persistir indefinidamente, cedo ou tarde a bolha estoura.

A desmemória coletiva favorece a recorrência episódica do golpe. Quem se lembra de que há apenas dez anos a construtora de pirâmides Encol o aplicou a 42 mil sofisticados otários? Com outros nomes, o esquema Ponzi se repete, se repete, se repete.

Nada aqui, nada aqui - zás!
Folha de São Paulo - 2/4/2009
ALDO PEREIRA

Contabilidade no G20


Según explicaron fuentes de la delegación española tras la cena de los dirigentes de anoche en el número 10 de Downing Street, hay acuerdo general en la necesidad de eliminar los paraísos fiscales, de controlar las agencias de calificación y establecer una contabilidad más transparente.

Líderes G20 tratan de superar sus diferencias en recta final
Dow Jones en Espanol - 2/4/2009

O risco do G20

Argentina = 3752.8
Indonesia = 568.8
Russia = 500.0
Turquia = 395.7
México = 381.5
África do Sul = 361.2
Brasil = 325.8
Árabia Saudita = 227.5
China = 160.0
Itália = 152
Austrália = 130
Grã-Bretanha = 122.5
Japão = 92.8
França = 62
Estados Unidos = 59.7
Alemanha = 58.4

Sem cotação: Canadá, Índia, Coréia do Sul e EU

Fonte: Aqui