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18 outubro 2014

Risco no mundo

No mapa, os países com maiores potenciais de risco.
Quanto ao Brasil, o principal risco é nuclear (28% de risco para o mundo a sua pose). A desigualdade (19%), religião e problemas étnicos (19%), poluição e ambiente (13%) e AIDS e outras doenças (20%).

16 outubro 2014

Curso de Contabilidade Básica: Risco

Imagine o leitor uma empresa conhecida nacionalmente e que pode perder, nos próximos meses, o direito de utilizar seu nome. Um evento como este é muito importante. Se isto realmente ocorrer, a empresa terá que obter outro nome comercial, fazer uma grande propaganda para que os clientes saibam a nova denominação e até fazer coisas prosaicas, como trocar o endereço na internet, os cartões de visita dos empregados e as placas do prédio do edifício sede. O volume de gastos é muito alto.

É sempre traumática esta situação. No passado uma empresa de sorvete, chamada É Bom, sofreu um processo da toda poderosa Kibom. Perdeu na justiça, mas o caso foi bastante divulgado nos jornais. A empresa mudou o seu nome para SemNome. Mas estamos falando de uma pequena empresa, que teve uma grande divulgação na imprensa. E se a empresa foi a maior do setor?

Nesta situação o investidor deveria esperar duas coisas. Em primeiro lugar, que a empresa já soubesse do risco de perder o nome e destacasse isto na análise de risco. Em segundo lugar, e não menos importante, que a empresa informasse o investidor. Se a empresa possui ações negociadas na bolsa estes dois aspectos são básicos. Afinal, para o primeiro ponto, existe um trecho das demonstrações contábeis onde a empresa é obrigada a listar os principais riscos e medidas para evitá-lo. No segundo ponto, há a obrigação de informar ao mercado através de um fato relevante.

Esta situação está acontecendo agora com a maior empresa de pagamentos do Brasil. Em 2009 a VisaNet celebrou um acordo com o nadador César Cielo. A empresa mudou de nome e o esportista entrou na justiça. Agora, em primeira instância, a justiça deu ganho de causa ao nadador e fixou um prazo para que a empresa deixe de usar o nome Cielo.

Vamos verificar os dois aspectos citados anteriormente. Primeiro, a questão do risco. Se você tiver a paciência para ler o relatório da empresa do final do ano (disponível aqui) não irá encontrar nenhuma informação sobre o risco de perder o nome.

O segundo aspecto, referente a divulgação de um comunicado ao mercado, a Cielo apresentou a seguinte argumentação (clique na imagem para ver melhor):


A leitura indica que a empresa está tranquila com respeito ao fato.

Só para finalizar: no momento que escrevíamos esta postagem o fato relevante da empresa ainda não estava no endereço da CVM, apesar de estar disponível no endereço da Cielo. Culpa de quem?


09 agosto 2014

Gênero e Decisão de Investimento

Pesquisas já mostraram que as mulheres são mais avessas ao risco. Durante a crise econômica este fato foi lembrado; alguns chegaram a afirmar que as empresas de investimento deveriam absorver mais mulheres e que isto evitaria riscos excessivos.

Mas as empresas de investimento são “machistas”. Qual a razão para isto ocorrer?

Uma pesquisa divulgada recentemente talvez tenha uma resposta para isto. Aparentemente o homem usa mais informação para efetuar as transações com ações. Os pesquisadores verificaram que os retornos entre os gêneros são iguais antes da compra, mas depois dela os homens geram um retorno maior que as mulheres. Isto é um sinal de que os homens usam mais informação. 

17 junho 2014

Gestão de Risco

Sobre os modelos de riscos:

Nossa pesquisa recente (Danielsson et al. 2014) considera a precisão das metodologias de previsão de risco de mercado mais comumente aceitos. Nós achamos que o risco dos modelos de previsão de risco de mercado existentes é, na verdade, substancial, especialmente durante a turbulência do mercado e crises. Estes são, presumivelmente, os momentos em que as previsões de risco precisos são mais necessários. Este resultado se aplica igualmente à gestão do risco de mercado no âmbito das instituições financeiras e de métodos de previsão de riscos sistêmicos que dependem de dados de mercado.

Os autores compararam seis metodologias: simulação histórica, média móvel, média móvel ponderada exponencialmente, duas variantes do GARCH e um modelo de valor extremo. Num dos modelos o risco estimado foi de $1, enquanto em outro o risco foi de $10 para o mesmo portfólio.

Os autores tentaram duas justificativas para o desempenho ruim dos modelos: as crises financeiras são raras diante dos dados da amostra; e os modelos tendem assumir que as crises são exógenas. (Cartoon adaptado daqui)

22 abril 2014

Iasb e o gerenciamento de risco dos bancos

A entidade internacional que regulamenta as normas contábeis apresentou, na quinta-feira passada, uma proposta de evidenciação do gerenciamento dos riscos por parte das instituições financeiras, informou a Reuters. A questão da gestão do risco tornou-se crucial após a crise financeira de 2007, em particular o problema do hedge feito por estas entidades.


A proposta do Iasb ainda é um documento para discussão. Como o assunto é polêmico, deve-se esperar ainda uma longa maturação, antes do mesmo ser colocado em prática. 

22 março 2014

Risco Brasil


A figura mostra que o nível de risco do Brasil nunca foi tão elevado quanto nos últimos anos. Depois do aumento do risco em 2009 e 2012-2013, o risco do Brasil voltou aos níveis elevados.

07 março 2014

Real é mais sensível a mudanças globais

A moeda brasileira é uma das mais sensíveis às mudanças no mercado financeiro global. A conclusão é de um estudo inédito feito pelo Insper, que analisou o comportamento de 27 moedas de países emergentes e desenvolvidos entre 2001 e 2013.

O estudo conduzido pelo professor e pesquisador do Insper José Luiz Rossi Júnior mostrou, por exemplo, que o real é a moeda mais afetada quando há alteração na política monetária dos Estados Unidos. Para chegar a tal conclusão, Rossi analisou os impactos da mudanças nos títulos de dez anos do governo americano na cotação das moedas (ver mais no quadro).
De acordo com a pesquisa, usando outros parâmetros, a moeda brasileira também é mais afetada quando há alteração no humor dos investidores por apetite ao risco, e a segunda mais prejudicada nos casos de mudanças de volatilidade nos mercados globais - nesse caso, fica atrás somente da Turquia.
"Do ponto de vista de curto prazo, de influência global na taxa de câmbio, o Brasil é um dos países que mais sentem as mudanças dessas variáveis. É possível perceber claramente a fuga do investidor", afirma o professor do Insper. De acordo com ele, os países escolhidos para compor a pesquisa são considerados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como tendo regime de taxa de câmbio flexível.
Desde a recente crise financeira internacional, iniciada em 2008, fundamentos macroeconômicos, como inflação e crescimento, por exemplo, se tonaram insuficientes para explicar a variação das moedas. Por isso, a necessidade de entender qual a sensibilidade das moedas diante de alterações nas finanças mundiais.
Nos últimos 12 meses, com a normalização da política econômica dos Estados Unidos, o real deu mostras de como é sensível aos movimentos da economia global. A moeda brasileira acumula desvalorização de 18,16% no período até sexta-feira.
O mercado tem se mostrado mais desconfiado da condução da economia brasileira, sobretudo na área fiscal. Recentemente, o Brasil foi colocado no grupo dos chamados "Cinco Frágeis", ao lado da África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) também apontou o Brasil como um dos emergentes mais vulneráveis atualmente. No documento enviado ao Congresso americano, o "índice de vulnerabilidade" colocou o País na segunda posição de um total de 15 países. Nesse caso, a economia brasileira também ficou atrás novamente da Turquia.
Lado oposto. O levantamento do Insper também mostra que, do lado oposto do Brasil, estão o franco suíço e o iene (do Japão), o que mostra que nem sempre é possível explicar a variação da moeda brasileira com base apenas na liquidez atribuída ao real. "O franco suíço e o iene também são moedas líquidas e, na tabela, estão do lado oposto do real", afirma Rossi.
Segundo o professor do Insper, o que de fato ajuda a deixar o Brasil mais sensível está em algum fundamento da economia brasileira. "O investidor vê o Brasil como um país arriscado. A gente tem de entender qual é o motivo. É preciso olhar qual fundamento pesa nessa decisão do investidor de colocar o Brasil como o mais vulnerável", diz Rossi. Na avaliação dele, os fatores que pesam para essa forte sensibilidade da moeda brasileira são uma economia fechada e os desequilíbrio que estão aparecendo na área fiscal.
Fonte: aqui

20 fevereiro 2014

Benefícios do inglês

O fato de a língua inglesa ser dominante pode beneficiar, em termos econômicos, os Estados Unidos? Com um grande déficit comercial, problemas relacionados com o declínio do poder econômico, os Estados Unidos ainda são considerados um país seguro para investir.

Parte desta percepção pode estar na hegemonia cultural: as séries, as músicas e os filmes que são populares no mundo geralmente são produzidos pela indústria dos Estados Unidos:

Como resultado, os estrangeiros enxergam os EUA como sendo mais familiar do que em outros países. Isto por sua vez significa que, embora ativos americanos carreguem riscos, eles são considerados como carregando menos incerteza ou ambigüidade. E como os investidores realmente odeiam a incerteza e gosta dessa relativa falta de ambiguidade, significa que os EUA podem emprestar mais barato do que os seus fundamentos econômicos expressam.

(Fonte: aqui)

Pesquisas recentes estão descobrindo a importância da língua, seja no desempenho econômico ou no ranking de futebol da Fifa.

03 dezembro 2013

Risco e Retorno

Uma entrevista com Nelson Silva, da empresa de petróleo BG:

Com relação a Libra, o que pesou para a BG ficar de fora?

O fator mais importante foi que o leilão de Libra, por se tratar de uma descoberta, com menos risco exploratório, não está alinhado com nossa estratégia, que é assumir o risco exploratório para entregar o valor da descoberta ao acionista. Já havendo uma descoberta, o ganho de valor é muito pequeno. Mal comparando, é como comprar um bilhete premiado. Você vai pagar o preço do bilhete premiado. Ao passo que, se você comprar antes do sorteio...

A ideia, então, é pagar barato e valorizar depois...

É. Mas o barato pode sair caro se o risco for muito alto. O desafio é achar o equilíbrio entre investimento e risco.

Ou seja, já estaria no preço do leilão o menor risco, o que impediria um maior ganho. Mais adiante ele comenta sobre o risco regulatório

Há, nesse momento, prognósticos não muito otimistas sobre o Brasil, com risco de perda o grau de investimento. Isso afeta o apetite da empresa? 

Não. O que nos preocupa sempre é o respeito aos contratos. Isso é fundamental. A BG chegou ao Brasil em 1994. Em 1999, estávamos participando da segunda rodada de licitações, onde adquirimos os blocos que deram as descobertas de Lula e Sapinhoá. E vocês vão se lembrar que passávamos por uma séria crise econômica. O cenário que falamos aqui não tem nada a ver com o que o Brasil passava. E naquela época a BG veio, participou das rodadas, adquiriu o controle da Comgás e continuou atravessando os altos e baixos da economia brasileira nos últimos anos. Economicamente falando, o Brasil hoje é um país muito mais estável e sólido do que era no final da década de 90. Mas fundamentalmente o que a empresa sempre valorizou e que atrai nosso investimento é o respeito aos contratos. E o Brasil, nesse aspecto, tem tido um comportamento consistente. Os contratos foram sendo respeitados ao longo do tempo, o que permite que a empresa faça a sua parte. A Comgás é um exemplo. Depois que foi passado o controle para a BG, nós quadruplicamos o tamanho da empresa em todos os aspectos. É fundamentalmente um caso de sucesso, no qual todas as partes cumpriram com o acordado. A empresa cumpriu como plano de investimento e o poder concedente cumpriu com a obrigação dele. E devo dizer que, emoutro país muito próximo daqui, onde nós operávamos uma concessão de gás como aqui, tivemos uma experiência diferente (ele fala da argentina Metrogas, cujo controle foi vendido este ano após uma relação conturbada com o governo local). Então, fundamentalmente, essa consistência, essa aderência aos contratos é a sinalização mais importante. É claro que ninguém quer operar em um país em crise, mas esses movimentos econômicos, que a gente considera que são superados ao longo do tempo, acontecem com todo o mundo. Estão acontecendo agora nos Estados Unidos e na Europa. Não é isso que vai definir a estratégia.

25 setembro 2013

Risco Sistêmico

O prêmio Nobel de Economia, Robert Engle, desenvolveu  uma nova medida de risco sistêmico. O risco sistêmico é aquele que não pode ser extinto com a diversificação de uma carteira de ações. A proposta de Engle é estimar quanto uma instituição financeira teria que obter de capital para continuar funcionando numa situação de crise financeira, como a que ocorreu em 2008.

O cálculo é feito semanalmente e usa o preço das ações como base para determinar este risco. Em 2008 a posição do risco era a seguinte:

É interessante notar que naquele momento a instituição com maior risco era o Citigroup, mas foi o Lehman Brothers e o Washington Mutual que entraram em bancarrota.

Atualmente, o país com maior nível de risco, segundo Engle, seria o Japão. O Brasil seria o 15º. da lista, com risco maior que o da Grécia. Obviamente esta posição é influenciada pelo tamanho da economia. Assim, a situação da França deveria ser mais preocupante que a Grécia, por exemplo.



Na América, interessa a posição dos Estados Unidos, Canadá e Brasil. Porto Rico é mais expressivo, neste caso, que a Argentina.


No Brasil, a principal fonte de preocupação com respeito ao risco deveria ser o Banco do Brasil, conforme figura a seguir:

Fonte dos Graficos: Aqui

18 setembro 2013

Exemplo de risco

Um exemplo de risco, pede o professor. O aluno responde: isto e deixa o resto em branco. E o professor considerar a resposta correta! Ótimo

14 agosto 2013

Instituições contagiosas

O Banco Central (BC) está identificando e vai divulgar ao público quais as instituições financeiras oferecem maior potencial de contágio para o sistema financeiro nacional. Delas, será exigido mais de capital para garantir suas operações. A ideia é eliminar o risco de falência - caso em que os prejuízos se espalhariam rapidamente, provocando uma crise sistêmica, como ocorreu em 2008 no mercado financeiro internacional. Na lista, além de bancos, podem estar cooperativas e financeiras.

A identificação das "instituições financeiras sistemicamente importantes" é uma exigência da terceira fase do acordo internacional de capitais, conhecido como Basileia III, que começa a ser implantado no Brasil em outubro. O acordo visa prevenir crises e manter a solidez e estabilidade do sistema financeiro internacional.

Estudo dos pesquisadores do BC Benjamim Tabak, Solange Guerra e Sérgio Rubens Souza, realizado durante um ano com metodologia própria, mostra que entre sete e 11 instituições financeiras podem ser consideradas "sistemicamente importantes" no país - e a maioria é de médio porte. "Tamanho importa menos do que as relações de vizinhança", disse Souza, sem contudo revelar os nomes dos bancos.

"Estar na lista é positivo, pois esses bancos serão vistos como os mais seguros do sistema, uma vez que o BC estará mais atento e fará de tudo para preservá-los", disse uma fonte do BC, que preferiu não se identificar. Alto potencial de contágio é diferente de alto risco de falência. Esses bancos podem ter um baixíssimo risco de quebrar mas, se esse baixíssimo risco se materializasse, os estragos seriam enormes. Por isso, a exigência de mais capital e o reforço da vigilância do BC sobre eles visam eliminar a chance de um deles falir de fato. A lista, contudo, ainda não tem data para ser publicada.

O Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, sigla em inglês para Financial Stability Board), identificou uma lista 28 instituições globais com esse potencial (ver quadro). Nela, a maioria é de bancos de peso - e nenhum brasileiro. A lista é revisada anualmente e a próxima sai em outubro. Ben Bernanke, presidente do Fed, banco central dos Estados Unidos, já disse que há 25 bancos sistemicamente importantes nos EUA.

Todos os bancos centrais dos países participantes do acordo de Basileia tem que identificar as instituições locais. Segundo a mesma fonte do BC, os bancos brasileiros que estarão na lista já antecipam isso, e portanto já estão se preparando para aumentar o capital acima dos limites mínimos exigidos. "De 2017 a 2019, somente 2% de todo sistema financeiro nacional precisará de mais capital", disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, durante evento sobre estabilidade financeira e contágio realizado na sexta-feira em São Paulo. Para Tombini, as exigências de capital adicional não devem impactar a oferta de crédito no país: "A implantação ocorrerá com tranquilidade, o sistema financeiro nacional já é bastante conservador e a maioria dos bancos já atua com capital acima das exigências", disse. "Basileia III melhora o custo de captação dos bancos e aumenta o potencial de expansão internacional.

Tamanho não é mais documento em outros sistemas financeiros internacionais, e não só no Brasil. Chen Zhou, economista e pesquisador do Banco Central da Holanda, descobriu em suas pesquisas que existem muitos bancos com menos de US$ 13 bilhões em ativos que podem ser considerados sistematicamente importantes.

O especialista sueco Stefan Invés, presidente do comitê de Basileia, também vê na interconectividade entre os bancos o principal fator de contágio. Para ele, não se deve menosprezar a possibilidade de novas crises: "É inevitável". Mas está convencido de que o reforço de capital é uma forma de reduzir a probabilidade e a gravidade das crises no futuro. "Há uma longa lista do que fazer. Regulamentação é só uma parte - supervisão forte é fundamental.


BC divulgará instituições financeiras “contagiosas” - Léa De Luca - Brasil Econômico

OS 28 MAIS NO MUNDO
Grupo 1
■ Citigroup
■ Deutsche Bank
■ HSBC
■ JP Morgan Chase
Grupo2
■ Barclays
■ BNP Paribas
Grupo3
■ Bankof America
■ Bankof NewYorkMellon
■ Credit Suisse
■ Goldman Sachs
■ Mitsubishi UFJ FG
■ Morgan Stanley
■ Royal Bank of Scotland
■ UBS
Grupo4
■ Bank of China
■ BBVA
■ Groupe BPCE
■ Group Crédit Agricole
■ ING Bank
■ Mizuho FG
■ Nordea
■ Santander
■ Société Générale
■ Standard Chartered
■ State Street
■ Sumitomo Mitsui FG
■ Unicredit Group
■ Wells Fargo
FONTE: Financial Stability Board ( FSB); Bancos no Grupo 1 precisam reforçar o capital em 2,5% além da regra básica de Basileia III; no Grupo 2, 2%; Grupo 3, 1,5% e Grupo 4, 1%. A lista será atualizada em outubro

26 junho 2013

OSX

Dois textos, em dois jornais diferentes, sobre a OSX.

O Estado de S Paulo (Caixa da OGX só suporta mais um ano, diz banco, Irany Tereza e Mariana Durão,
25/06/2013) destaca:
A OGX dispõe atualmente de recursos que sustentam a operação da empresa por, no máximo um ano, segundo relatório do banco HSBC, distribuído a clientes. "A posição de caixa e o consumo trimestral de caixa de US$ 500 milhões são uma preocupação: a atual posição de caixa de US$ 1,1 bilhão sustenta apenas mais três trimestres ou quatro", diz o relatório, que considera imprescindível o aporte de US$ 1 bilhão na empresa, prometido por Eike Batista. (...)

"A OGX vive uma crise de fluxo de caixa. Mas, tem projetos interessantes, ativos a vender. Acredito que, em algum momento, deva mudar de dono", diz o economista Edmar Almeida, do Grupo de Economia de Energia da UFRJ. Para ele, a intensa crise financeira da companhia não corresponde exatamente à sua situação. "Produção de petróleo é um negócio de alto risco. O problema é o enorme descompasso entre a expectativa vendida pela empresa e o que está sendo entregue."

Já o Valor Econômico (OSX não paga fornecedores desde abril - Cláudia Schüffner e Marta Nogueira- 25/06/2013) afirma:

O Valor apurou que centenas de donos de caminhões que transportavam brita por 460 km diariamente de uma pedreira em Muriaé até o porto do Açu estão sem receber de empresa terceirizada de Campos, que também não foi paga. Os valores são variados. "Infelizmente tivemos prejuízo, ligamos, e nos responderam que não existe data para o pagamento porque a OSX não paga", disse Armando Teixeira, de Manhuaçu, que tem R$ 18 mil a receber.

"Ninguém fala nada, não tem proposta de renegociação, de parcelamento, nada", reclama Jacimar Macedo, de Muriaé, que não recebe os R$ 15 mil que lhe são devidos desde abril. O rol de fornecedores com problemas de recebimento não para por aí. A informação é de que também existem dívidas não pagas com empresas que operam as pedreiras em Minas e até postos de combustível.

12 outubro 2012

Evidenciação

Aparentemente melhorar a evidenciação traz benefícios para o mercado acionário de diversas formas. A quantidade de pesquisas sobre o assunto é enorme. Observe o leitor o gráfico abaixo:


Este gráfico foi construído a partir de milhares de observações obtidas em quarenta países, inclusive o Brasil. Em cada país foi calculado o nível de evidenciação do mercado (dados do Global Competitiveness Report) e o risco do mercado, obtido pelo desvio padrão anualizado do mercado acionário. É possível perceber que mercados com níveis elevados de risco possuem baixa evidenciação: a correlação estatística é de -0,43, significativa a 5%. Dos países que participaram da amostra, o Brasil é o sétimo de maior risco no período analisado e o 31o em evidenciação.

O gráfico seguinte relaciona o índice M/B pela evidenciação.

O índice M/B traduz a relação entre o preço da ação ordinária no mercado e o valor contábil. Mercados que evidenciam melhor tendem a ter uma valorização maior dos papéis: neste caso, a correlação foi de 0,569, também significativa. O Brasil, que ocupa a 31o posição na evidenciação é 47º no índice.
Os dados foram obtidos do artigo Why Are US Stocks More Volatile?, publicado no Journal of Finance de agosto de 2012, de autoria de Bartram, Brown e Stulz. 

05 outubro 2012

Você sabe a diferença entre Incerteza e Risco?

Texto escrito por Rodolfo Araújo

À primeira vista estes conceitos parecem tão intimamente ligados que, escrever sobre eles, soa redundante ou mesmo inútil.

Como veremos, entretanto, há pequenas porém importantes diferenças entre Incerteza e Risco e, desconhecê-las, pode levar a decisões incorretas.


Risco é quando todas as variáveis de uma situação são conhecidas e você consegue calcular as probabilidades de cada uma delas acontecerem. Depois, ao combinar os resultados, você tem uma medida precisa das chances de aquilo resultar em algo bom ou ruim.

Mas quando uma ou mais variáveis são desconhecidas - ou quando não se sabe o impacto real que cada uma delas pode ter - então estamos tratando de uma situação de Incerteza.

Isto posto, já dá para perceber que, na vida real, a maioria das situações nas quais avaliamos Riscos estamos, na verdade, falando de Incertezas - especialmente no mercado financeiro.

Ocorre, no entanto, que cada um dos termos causa reações diferentes em quem os escuta.

Num cenário de "Incerteza", parece que alguém não sabe o que está fazendo. A falta de certeza não sugere um ambiente complexo demais ou um problema matematicamente intratável. Ao contrário, parece demonstrar incompetência - o que, vimos, não é o caso.

Já "Risco" é visto como algo controlado e previsível - como de fato é. Mas quando você tem uma visão de Risco sobre algo que é Incerto, estará sendo levado ao erro de trocar o quase certo pelo totalmente duvidoso.

21 setembro 2012

Perfil do Investidor e Risco

Já se passaram mais de 30 anos [1] desde que os primeiros trabalhos de finanças comportamentais surgiram. A cadeira cresce em aceitação e o número de publicações voltadas ao tema revela como tem obtido centralidade no debate econômico e financeiro [2]. No entanto, são raros os exemplos de aplicações práticas de tais ensinamentos no dia a dia dos investidores [3]. Veja, por exemplo, o caso do perfil de risco de investidor. Para qualquer conselheiro financeiro ou aplicador não há pergunta mais óbvia e, ao mesmo tempo, desconcertante que "Qual o nível de risco que o senhor(a) está confortável em assumir na sua carteira?". O usual constrangimento com a pergunta tem sido amenizado por meio do uso de questionários de avaliação de tolerância ao risco, que no Brasil recebem o nome de API (análise do perfil do investidor), obrigatório de ser respondido desde 2010 por quem deseja fazer investimentos em fundos que envolvam ativos de risco. Com base em suas respostas, você será colocado em um de três grupos: Conservador (basicamente 100% renda fixa), Moderado (um pouquinho de fundos multimercados e ações são adicionados à carteira) ou Agressivo (mais multimercados e ações que o anterior e menos renda fixa). E voilá! Sua carteira está pronta e balizada às suas necessidades, desejos e medos. 

Algumas perguntas podem evidenciar o absurdo da tarefa em questão. Por exemplo, é possível um ser humano ter um único nível de tolerância ao risco que pode ser mensurado como se estivéssemos na loja de calçados em busca de um sapato do tamanho certo? Além disso, caso de fato possamos determinar por meio de teste a tolerância ao risco de um indivíduo, diferentes questionários deveriam gerar consistentemente o mesmo perfil. Será que isso é verdade? Levantamos o questionário disponível na internet de três grandes bancos e pedi a 60 pessoas que respondessem aos três testes. Curiosamente, apenas 56% dos resultados coincidiram. Ou seja, para 44% das respostas um questionário resultou em Conservador enquanto os outros dois deram Moderado ou Agressivo. Em outras palavras, a probabilidade de que dois questionários gerem para uma pessoa o mesmo diagnóstico de perfil são pouco melhores que ganhar um jogo de cara ou coroa [4]. O seu suposto nível de tolerância ao risco depende menos de quem você é e mais de qual questionário você responderá. 

Vários estudos comportamentais mostram que nosso humor, inerentemente maleável e, portanto inconstante, é o principal fator por trás da capacidade de um indivíduo avaliar e tolerar riscos [5]. Se suas emoções mudam, sua propensão ao risco se altera e isso pode ocorrer com diferenças de minutos, as vezes segundos. Vejamos alguns exemplos. 


Em um estudo efetuado em Israel, alguns estudantes do sexo masculino foram expostos a fotos de várias mulheres que estavam em um site de relacionamento. Na sequência, eles podiam escolher receber diferentes pagamentos seja no dia seguinte ou em uma data mais distante. Os homens que viram fotos de pessoas mais atraentes se mostraram 70% menos propensos a esperar para receber os pagamentos.

Em outra pesquisa, estudantes foram colocados diante de uma opção segura, com 70% de chance de ganhar US$ 2,00 e outra mais arriscada, com 4% de chance de ganhar US$ 25,00. Um grupo de estudantes foi então colocado em uma sala e assistiu a um seriado de TV cômico (no caso desse estudo, o seriado Friends). O restante dos estudantes assistiu a um concerto instrumental de gaita de fole com o som levemente distorcido e a eles foi pedido que cantasse uma letra de música predefinida. Nesse segundo grupo, 87% escolheu a opção mais arriscada, como se estivessem buscando neutralizar a chateação e o constrangimento com a possibilidade de obter um ganho financeiro elevado. 


Em um experimento realizado na França, um grupo de voluntários recebeu um caneta de marca famosa e assistiu a uma cena sangrenta de assassinato de um filme de terror, enquanto um outro grupo ficou observando um aquário com peixes tropicais. Na sequência, precisavam responder por quanto venderiam a caneta que ganharam e quanto pagariam para comprar a caneta de outra pessoa. Quem assistiu a cena de crime ficou mais propenso a pagar mais para comprar a caneta de outra pessoa. Psicólogos interpretam isso como uma resposta instintiva para lidar com a tristeza. Ou seja, a tristeza está associado à perda de algo que valorizamos, e por isso ficamos mais dispostos a pagar alto para compensar ou nos recuperarmos da sensação de perda. 

Estes são apenas alguns exemplos de que alterações de humor afetam nossa postura frente ao risco. Não há evidência acadêmica, ou suporte em pesquisas aplicadas, de que seja possível definir com um mínimo de precisão a propensão ao risco de uma pessoa. Os estudos evidenciam grande maleabilidade desse comportamento e grande suscetibilidade de alteração com base em informações a que somos expostos no momento da avaliação. 

Quando responder ou aplicar um questionário de avaliação de perfil de risco, esteja ciente de suas limitações, tendo a noção de que se trata apenas de um "fotografia" do humor do investidor no momento em que foi respondido. Atribuir muito mais à capacidade de diagnóstico de tais questionários seria equivalente a desconsiderar por completo a maleabilidade do humor humano.

Tolices que não questionamos - 20 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Aquiles Mosca



[1] Considerando que surgiu com Kahneman e Tversky, já são 40 anos.

[2] Acho exagero considerar como tema central da economia. Alguns ainda não consideram as contribuições relevantes.

[3] Talvez o melhor seria "são raras as aplicações dos conhecimentos"

[4] A comparação é infeliz: no jogo de moedas temos dois resultados esperados e nos questionários três.


[5] Mas parece que isto não explica o resultado da pesquisa realizada, já que os questionários foram respondidos um após o outro.

11 julho 2012

Risco de Fraude

Uma empresa de consultoria, AGR, classifica as empresas dos Estados conforme o nível de risco de "fraude" contábil. Isto é bastante curioso, já que as consultorias geralmente olham aspectos como rentabilidade ou risco da ação. A classificação da AGR parece levar em consideração valores contábeis assim como características de governança. Empresas com notas baixas são mais propensas a ter eventos negativos - como litígios com acionistas, reapresentações de demonstrações contábeis, com influencia no retorno e na volatilidade das ações.

O relatório da AGR está restrito aos EUA, mas no mais recente apresentava as seguintes empresas, por ordem de risco:

1. Pfizer
2. Medtronic
3. Netflix
4. Kraft