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18 setembro 2007

A importância do Setor financeiro

Em escuro, o número de empregos (em mil) e mais claro a percentagem do PIB, dos grandes centros financeiros. Observe a importância do setor financeiro para Nova Iorque (15% da sua economia) e Frankfurt.




A figura seguinte, também da The Economist, compara os dois centros mundiais, em termos de valor das ações negociadas, valor dos títulos e novas empresas.



A figura seguinte mostra o mercado de ações e de derivativos, em termos de volume.

14 setembro 2007

Centros financeiros mundiais

A The Economist de 13/09/2007 faz um extenso relatório sobre o setor financeiro mundial. Uma constatação é a proliferação de centros financeiros mundiais, que nos dias de hoje possuem uma alta dependência entre eles. Apesar do aumento no número de centros financeiros, a revista considera que provavelmente somente Nova Iorque e Londres possam ser considerados centros globais.

Na reportagem Marketplaces on the move, a revista apresenta o seguinte gráfico:

31 agosto 2007

Iliquidez e Crise

Para a The Economist (The long and the short of it, 30/Agosto/2007) a origem da crise recente do mercado de capitais está na iliquidez, ou seja, a dificuldade de vender ativos por um preço razoável.

A revista traduz de maneira simples e clara o problema: apesar do sistema financeiro ter sofrido transformações nos últimos 25 anos, com novos investidores (fundos hedge, por exemplo) e novos produtos (derivativos, entre outros), a essência é a mesma. Investidores vão aos bancos e deixam seus recursos, que são líquidos. Os bancos investem em ativos que não são líquidos, como empréstimos para imóveis.

A iliquidez implica num risco. A The Economist cita dois artigos que sugerem que as crises são inerentes aos mercados financeiros:

“Market Liquidity and Funding Liquidity”, by Markus Brunnermeier and Lase Heje Pedersen, June 2007.

“Collective Risk Management in a Flight to Quality Episode”, by Ricardo Caballero and Arvind Krishnamurthy, August 2007.

22 agosto 2007

Concentração pode mudar o ISE

O processo de seleção para o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa deve sofrer mudanças para incluir apenas as melhores empresas de cada setor da economia. É o que defende o professor Rubens Mazon, coordenador do projeto de criação do índice. A modificação, segundo ele, permitiria pulverizar a composição da carteira. "É preciso incentivar a concorrência entre empresas do mesmo setor", diz.

Criado em dezembro de 2005 para reunir companhias comprometidas com boas práticas socioambientais, o ISE é composto hoje por 43 ações de 34 empresas. No entanto, devido ao critério de ponderação, leva em conta o valor de mercado e a liquidez dos papéis, 40% da oscilação do índice depende do comportamento das ações de bancos. Além disso, só as ações da Petrobras respondem por 1/4 do peso do índice.

Mazon defende um modelo mais parecido com o Dow Jones Sustainability Index (DJSI), índice da Bolsa de Nova York que lista apenas as empresas que se destacam mundialmente em suas áreas de atuação.

Criador do ISE defende benchmarks setoriais - 21/08/2007 - Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4 - Aluísio Alves

Mas será que a amostra é representativa? E o fato de selecionar "setores" não induziria o comportamento futuro do índice?

16 agosto 2007

National Geographic e o Mercado

A National Geographic de julho de 2007 trouxe uma reportagem muito interessante sobre a inteligência coletiva. Para quem estuda finanças ou tem conhecimento sobre o mercado eficiente, o comportamento dos animais pode ser uma réplica adequada para o que ocorre no mercado de capitais.

"Uma colonia é capza de resolver problemas inconcebíveis para cada formiga, tal como achar o caminho mais curto para a melhor fonte de comida. Individualmente, as formigas podem ser criaturas estúpidas, mas reunidas em formigueiro reagem ao ambiente com rapidez e eficiência. Ao fazer isso, revelam algo que ficou conhecido de ´inteligência de enxame´"

13 agosto 2007

Investimento de longo prazo

Persevere e triunfarás
Por Adriana Cotias - Valor Econômico - 09/08/2007

Um estrangeiro que tivesse trazido para o Brasil US$ 1 milhão em meados de 2002 e aplicado em uma determinada cesta de ações poderia ver seu patrimônio multiplicado por quase 25 vezes de lá para cá. Se esse capital tivesse aportado por aqui em 1992, teria 68 vezes mais o que possuía e, em 20 anos, o seu milhão teria se transformado em mais de US$ 145 milhões. Esses números são um bom indício de que, nestes tempos de fortes sacolejadas no mercado de ações, a melhor resposta para o aplicador pode ser o longo prazo. Se tiver uma carteira composta por papéis de empresas com bons fundamentos, com perspectivas de expansão para o negócio e crescimento de resultados, não há por que a estratégia de investimento não sair a contento, neutralizando as intempéries vividas em intervalos mais curtos.

Foi sob essa perspectiva que a GAS Investimentos fez uma simulação com uma cesta de dez ações em diferentes janelas de tempo: 5,10, 15 e 20 anos, distribuindo uma aplicação hipotética de US$ 100 mil em cada uma das empresas eleitas. A seleção incluiu Petrobras, Banco do Brasil, Itaúsa, Bradesco, Vale do Rio Doce, Cemig, Unibanco, Randon e Gerdau Metalúrgica , papéis de longa data negociados no pregão e com liquidez razoável. Assim, pôde constatar que mesmo que a gestão não seja das mais ativas, se as escolhas estiverem afinadas, a paciência do aplicador costuma ser recompensada.

Nos últimos cinco anos, o aplicador teria obtido uma valorização, em dólares, de 2.342%, acima do Índice Bovespa (Ibovespa), de 913%, ou do Dow Jones Industrial, de 51%. É claro que nesse período, a conta acabou sendo inflada pela fantástica valorização do real em relação à moeda americana. Mas olhando no prazo mais longo, o investidor teria conseguido, em 20 anos, um retorno médio anual consistente, de 28,3%.

Essa é uma lição para os tempos de intensa volatilidade, afirma o sócio da GAS e autor do levantamento, Alexandre Abuleac. "O investidor, quando faz aplicação em bolsa, se ele está calçado em empresas com bons fundamentos, não pode ficar olhando para o que acontece no curto prazo." A gestora tem como política comprar fatias consideráveis de empresas - ocupando até assentos nos conselhos de administração -, que acredita ter potencial de gerar valor para os minoritários, sem mexer muito nas suas carteiras. "É preciso buscar o retorno no longo prazo, evitar ficar comprando e vendendo e isso vale tanto para a gestão profissional quanto para o pequeno investidor", defende.

Com a herança cultural e financeira do pai, Leivi Abuleac, um dos maiores acionistas individuais do sistema Telebrás no período que antecedeu a privatização, ele ensina que o aplicador de bolsa não deve esperar dobrar de patrimônio em um ano. Mas se conseguir, na média, retornos na casa dos 28% (em dólares), como o observado no intervalo de 20 anos do seu estudo, é uma rentabilidade pra lá de excelente.

Quem entende muito bem de longo prazo é Dório Ferman, o comandante à frente do Lógica II, da Opportunity Asset Management, um dos fundos de ações mais antigos do mercado brasileiro. Criado em março de 1986, no limiar do Plano Cruzado, a gestão atravessou toda sorte de crises e planos econômicos. É por isso que se acostumou a olhar o risco de uma forma diferente da convencional, conta Ferman. "A gente não se impressiona com a volatilidade do dia-a-dia e só avalia se há risco de ocorrer uma crise econômica mais à frente", diz.

Para ele, os riscos no mercado hoje são até menores do que há seis meses, quando a bolsa chinesa caiu 8,5% num único dia, chacoalhando os mercados mundiais e a turbulência foi seguida pelos primeiros indícios de que as hipotecas americanas de alto risco ("subprime") trariam problemas. "A diferença é que agora os riscos estão refletidos nos preços e é isso que nos dá oportunidade de usar o caixa livre para fazer compras em condições mais interessantes."

As aquisições para a carteira do Lógica nunca são para giro rápido, embora seja comum a gestão movimentar todo o portfólio em intervalos de um ano. A posição mais antiga, carregada por mais de 15 anos, conta Ferman, foi de ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras. "Compramos os papéis quando valiam metade do preço das preferenciais e vendemos quando passaram a custar 20% mais." Não há preconceitos na escolha do portfólio, composto por "blue chips" e ações de segunda linha. O mix atual é formado por bancos (34%), incluindo os de menor porte recém-chegados à bolsa; energia elétrica (23%); mineração e siderurgia (15%), o setor imobiliário (8%), também cheio de novatas, com Agra, Abyara, Even, MRV , Tecnisa e Rossi, além de ter uma pequena exposição em tecnologia, com Bematech e Positivo.

Sentar e esperar os resultados frutificarem com uma paciência de Jó é a cultura que vem sendo transmitida pela Geração Futuro aos investidores do seu fundo de ações, que acaba de completar dez anos. Na carteira, há papéis com igual longevidade, caso de Plascar ON, do setor de autopeças. Nesse período, a gestão se defrontou com episódios tão diversos como a mudança do controle da empresa ou a recente incursão no Novo Mercado. "O que temos reafirmado para o cotista é para ele não se desfazer do seu projeto de investimento e manter uma programação de aportes mesmo quando a bolsa cai", diz o diretor Wagner Salaverry. "Nos últimos anos, o aplicador se acostumou a um longo período de alta e ele acabou esquecendo que a volatilidade é inerente ao mercado."

Outras veteranas da carteira da Geração são as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Randon, também da cadeia do setor automobilístico, e a fabricante de armas Forjas Taurus. A baixa liquidez desses ativos é balanceada com papéis de primeiríssima linha como Petrobras, Usiminas, Gerdau e VCP. Nos momentos de baixa da bolsa, a gestão aproveita para aumentar a participação em certas empresas. O desinvestimento, em alguns casos, tem sido feito por meio de ofertas públicas secundárias, como foi em Guararapes e Randon.


Enviado por Ricardo Viana

09 agosto 2007

Correlaçao entre mercado e economia


Qual a relação entre o mercado e a economia? Esta figura diz muito sobre estas duas variáveis. (Aqui para fonte) Na linha vermelha, o crescimento da economia norte-americana. Na linha azul, o comportamento da Dow Jones.

27 julho 2007

Infraero

Sobre o lançamento de ações da Infraero (aqui também), uma notícia do Valor Econômico faz um apanhado das dificuldades que serão enfretadas pelo governo:


Hoje, há um enorme desconhecimento sobre os resultados da empresa, além de muita desconfiança quanto à gestão atual da companhia, tida como ineficiente, sujeita a pressões políticas e vulnerável à corrupção. No entanto, se o governo conseguir mudar esse quadro - e, principalmente, se convencer o mercado de que as mudanças são para valer -, os analistas acreditam que a operação poderá ser bem-sucedida. O ponto é que os investidores são, acima de tudo, pragmáticos.Para ter sucesso na abertura de capital, o governo terá de deixar claro que a gestão será profissional e não haverá ingerência política na empresa, diz o presidente da Associação dos Investidores do Mercado de Capitais (Amec), Luiz Fernando Figueiredo.

(...) Figueiredo lembra, porém, que as ações de empresas estatais muitas vezes são negociadas com desconto, porque o grau de independência não é o mesmo de uma companhia privada, devido ao risco de ingerência política . Como o governo não pretende, ao que tudo indica, abrir mão do controle da Infraero, há uma possibilidade não desprezível de que os investidores imponham um deságio aos papéis da Infraero, avaliam participantes do mercado.

(...) O timing da operação também é um ponto delicado. O setor aéreo passa por crise grave e a credibilidade da Infraero está baixíssima. A empresa é vista como ineficiente e vulnerável à corrupção.


Mercado vê empresa como grande incógnita - Valor Econômico - 27/07/2007

15 julho 2007

Novas tecnologias e empresas

"Uma vez cometi a temeridade de entrar numa aposta com o economista John Kay. Ele queria saber o que teria acontecido se alguém tivesse comprado ações da Great Western Railway, a mais famosa empresa ferroviária britânica, empresa que foi pioneira nas viagens por estradas de ferro. Ele especulou que se alguém tivesse comprado as ações na oferta pública inicial, e as mantivesse por um bom tempo, o retorno sobre o investimento teria sido bem modesto, algo como menos de 10% ao ano. Eu não pude admitir que uma das empresas de maior sucesso da revolução imposta pelo advento das ferrovias pudesse ter retornos tão magros. Então fui manusear edições empoeiradas do século XIX da revista The Economist para ver quem estava certo. Claro que Kay estava certo. Depois que a empresa vendeu suas ações a 100 libras por unidade em 1835, houve uma grande especulação no setor. As ações chegaram a ser vendidas a 224 libras em 1845. Depois elas foram caindo e nunca atingiram o nível inicial duratne a vida da empresa, que durou cerca de cem anos. O investidor a longo prazo teria recebido dividendos e teria um respeitável (mas não impressionante) retorno de 5% ao ano no seu investimento inicial. Quem comprou as ações no seu ponto mais alto perdeu dinheiro, mas não tanto quanto os que investiram em dezenas de outras empresas ligagas Às ferrovias, que simplesmente foram à falÊncia sem sequer completar suas linhas."


Fonte: HARFORD, Tim. O Economista Clandestino, p. 185

Apesar de interessante, a análise acima deixou de levar em consideração um aspecto importante. Qual?

13 julho 2007

Executivo da Vale é multado

Postei anteriormente sobre punições no mercado de capitais brasileiro. Deixei de fora o caso da Vale:

CVM multa diretor da Vale
Executivo ocultou informações sobre venda de ações
Mônica Ciarelli RIO
O Estado de São Paulo - 11/07/2007

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em R$ 100 mil o diretor-executivo de finanças e relações com investidores da Companhia Vale do Rio Doce, Fábio Barbosa, por não divulgação de fato relevantes durante as negociações de venda de parte das ações da mineradora na Usiminas.

Esse é o segundo diretor da Vale condenado este ano pela mesma falha. O primeiro foi Tito Martins, diretor de assuntos corporativos. Em janeiro, a CVM aplicou a pena máxima de R$ 500 mil ao executivo pela não divulgação de comunicado ao mercado à época em que ainda era presidente e diretor de relações com investidores da Caemi, subsidiária da Vale.

A autarquia entendeu que Barbosa infringiu a lei ao não comunicar ao mercado as negociações para a venda de parte das ações da Usiminas após a notícia ter sido veiculada em jornais. A CVM chegou a questionar a empresa, que respondeu não haver nada a informar sobre o tema. Apenas 10 dias após o questionamento, a Vale anunciou a venda de suas ações. Em seu voto, o relator Eli Loria citou até uma informação dada pela empresa de classificação de risco Fitch Rating a um jornal, de que estaria mantendo a nota de risco da Vale após a compra da canadense Inco por ela ter informado que iria reduzir seu endividamento com venda de participações em siderúrgicas não relevantes, citando nominalmente a Usiminas. Barbosa foi, porém, absolvido de uma segunda acusação. A CVM a aceitou a alegação da defesa de que dois empréstimos tomados com a subsidiária Caemi não eram objeto de fato relevante. O valor de R$ 400 milhões, diz a CVM, é pequeno se comparado ao patrimônio do grupo e representava menos de 1% do valor de mercado da mineradora à época. Mas, como o executivo ocultou a existência do segundo empréstimo à autarquia, o colegiado considerou melhor encaminhar a questão para a Procuradoria Especial da Fazenda para analisar se há indício de crime doloso. Se forem confirmadas as suspeitas, o caso pode ser levado ao conhecimento do Ministério Público. Entretanto, o presidente da CVM, Marcelo Trindade, fez questão de ressaltar em seu voto que todos os questionamentos da CVM à empresa tratavam apenas do primeiro empréstimo, por isso, em sua avaliação, o executivo não teria obrigação de mencionar o outro financiamento.

12 julho 2007

Multas e multas

Algo está mudando no mercado de capitais do Brasil!

Primeira notícia

Rinaldo terá de pagar R$ 1 milhão à Usiminas
Mônica Ciarelli - O Estado de São Paulo - 12/07/2007

O presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, se comprometeu a pagar R$ 1 milhão aos cofres da siderúrgica para revogar um inquérito administrativo aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O inquérito foi aberto para investigar as suspeitas de irregularidades em pagamentos feitos pela siderúrgica à SMP&B Propaganda, do empresário Marcos Valério. O termo de compromisso entre a CVM e o presidente da Usiminas foi assinado ontem e o valor estabelecido supera os prejuízos aos acionistas da companhia pelos pagamentos irregulares constatados pela CVM. O processo investigava o pagamento à agência publicitária sem a devida comprovação dos serviços prestados e sem a formalização da aprovação prévia dos custos e escopos do trabalho.

Além do pagamento, o acusado se comprometeu a contratar uma empresa de auditoria externa para efetuar a revisão dos procedimentos utilizados pela Usiminas para a contratação e pagamento dos serviços.
Segunda Notícia

Pactual faz acordo e paga multa à CVM
Gazeta Mercantil - 12/07/2007

São Paulo, 12 de Julho de 2007 - André Esteves e Aldo Santos Laureno, dois dos principais executivos do banco Pactual (hoje UBS Pactual), firmaram ontem um termo de compromisso comprometendo-se a pagar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma multa de R$ 8,1 milhões para pôr fim a um processo que investigava operações feitas entre a instituição e a Romanche Investment Corporation LLC, no mercado de câmbio entre 2002 e 2004.

O processo tinha como objetivo investigar a ocorrência de operações conhecidas no jargão do mercado como "esquenta-esfria", engenharia financeira aplicada na operação que permite a um banco remeter para o exterior lucros obtidos no País, reduzindo impostos. (...)

06 julho 2007

U nderwrite

O que o underwrite pode ou não fazer
Gazeta Mercantil - 05/07/2007

5 de Julho de 2007 - Historicamente, períodos de aquecimento do mercado de capitais têm sido seguidos por escândalos e fraudes a investidores. No início dos anos 2000, com o mercado de IPO em ebulição nos Estados Unidos, firmas de grande reputação como Credit Suisse First Boston, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Salomon Smith Barney, Prudential Securities, Goldman Sachs e JP Morgan Chase foram alvo de escrutínio da SEC e da Nasd por seu comportamento inadequado como underwriters. A maioria foi punida e intensificou-se um processo de moralização das atividades de underwriting.

O processo evidenciou como underwriters podem receber lucros anormais em operações de oferta pública. Durante o período de bookbuilding, o underwriter pode perceber que a demanda pelos papéis a serem emitidos ultrapassará a oferta - os casos de IPO quentes. O underwriter poderá eventualmente subscrever significativa porção de valores mobiliários para si, explorando informação não pública para seu próprio benefício. Poderá vender partes da sua quota para terceiros com quem mantenha relações comerciais. Poderá vender grandes blocos de ações no aftermarket. Numa IPO quente, poderá cobrar comissões de outros investidores dispostos a pagar um prêmio para adquirir os valores mobiliários escassos. O preço da oferta inicial poderá ser inflado artificialmente no book-building ou no mercado secundário. O underwriter poderá auferir compensação excessiva ou incorrer em conflitos de interesse entre atividades de investment banking e research analysis.

Tanto a SEC quanto a Nasd rejeitaram essas práticas. Na visão dos reguladores, se significativa porção dos papéis emitidos ficar retida para underwriters e insiders a ele ligados, a oferta pública não gozará de boa fé e poderá ser caracterizada como materialmente falsa. No mercado americano, a Regulation M da SEC proíbe que underwriters comprem papéis da companhia cuja oferta eles estão distribuindo, até que tenham terminado completamente sua participação no processo de colocação - o chamado "período restrito" de negociações. Segundo essa regulação, com exceção das práticas de estabilização de preço, underwriters devem se abster de realizar ações ou comunicações que possam induzir à realização de ofertas durante o período de distribuição - mesmo que estas não resultem em incremento de atividades de mercado -, evitando dar aos compradores a impressão de que existe excesso de demanda dos valores mobiliários.

Chama a atenção o papel primordial que a Nasd (National Association of Securities Dealers), uma associação privada cujos membros são underwriters, brokers e dealers, assume na regulação do mercado americano. A Nasd regula operações e condutas desses agentes financeiros, emitindo normas, fiscalizando seu cumprimento, e aplicando sanções aos infratores. Suas normas sobre compensação de underwriters em ofertas públicas requerem que o underwriter se abstenha de auferir formas de compensação consideradas não razoáveis, como: 1) adquirir valores mobiliários do emitente a um preço inferior ao praticado na oferta por um prazo de doze meses antes da oferta; 2) receber warrants para comprar os valores mobiliários em quantidade superior a 10% dos papéis ofertados; 3) revender warrants ou ações recebidas como compensação da companhia emissora até um ano após a oferta estar completa. Essas regras vedam a compensação adicional conhecida como "cheap stock" - isto é, ações adquiridas abaixo do preço de mercado. Nota-se que práticas semelhantes a estas vedadas em outros sistemas vêm atualmente ocorrendo no mercado brasileiro.

A regulação das atividades de underwriter entre nós é ainda incipiente. A Instrução 400 da CVM enfatiza a divulgação de informações quanto ao contrato de distribuição e remuneração, sem adentrar no mérito destas questões. Apesar de a CVM estar mais rigorosa com informações discriminadas no prospecto sobre financiamentos de bancos coordenadores a companhias emissoras, existe muito espaço para aperfeiçoamento. É desejável que existam regras mais claras sobre condutas impróprias, a exemplo da normatização empreendida pela SEC e pela Nasd. É necessário fiscalizar mais, já que casos de punição de conduta irregular de underwriters ainda são raros na jurisprudência administrativa.

A Anbid editou em 2006 o seu "Código de Auto-Regulação Para as Ofertas Públicas de Distribuição". Porém, suas regras também precisam ser aprimoradas. Apesar de o código dispor que as instituições participantes deverão "zelar para que os serviços relacionados com as Ofertas Públicas sejam remunerados de forma adequada e compatível, com a observância das condições de mercado", a falta de critérios claros para avaliar o que é "adequado e compatível" torna o tema ainda nebuloso, sendo difícil caracterizar o que seria compensação reprovável.

Com o aquecimento do mercado de capitais brasileiro e com parcela crescente da remuneração de bancos de investimento advinda de processos de colocação de valores mobiliários, os temas aqui discutidos devem merecer maior atenção, tanto de agentes de mercado como das instituições reguladoras. Devemos buscar evitar problemas já ocorridos em outros países para aumentar a confiança no nosso mercado.

Érica Gorga - Professora da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e da Cornell Law School dos Estados Unidos

21 junho 2007

Correlação entre mercados




As duas figuras (fonte aqui) mostram a existência de uma forte correlação entre o mercado brasileiro e o mercado norte-americano. Esta correlação era de 0,6 há dez anos e hoje atinge a 0,73. Maior correlação significa menos diversificação para o investidor ao compor uma carteira.

21 maio 2007

Apple e o poder da internet


Um notícia, falsa, vazou na internet sobre um novo produto da Apple. Falava do atraso no seu lançamento e nas dificuldades que a empresa estava encontrando para fechar seu cronograma no prazo. O gráfico registra a reação do mercado.

Fonte: Data Mining

29 março 2007

Efeito da Tempestade sobre o Mercado de Capitais

A pesquisa é antiga (2003), mas ainda desperta o interesse. Dois pesquisadores, Anna Krivelyova e Cesare Robotti, do Boston College e do FED de Atlanta, associaram o desempenho do mercado financeiro a tempestade geomagnética (clique aqui para ler mais sobre esse assunto em inglês)

Segundo o artigo Playing the Field: Geomagnetic Storms and the Stock Market existe um longa bibliografia documentando o impacto da tempestade geomagnética na vida das pessoas, em especial ao comportamento humano. Essa influencia sobre o comportamento acaba afetando os julgamentos e decisões das pessoas conm respeito ao risco.

Eles encontraram uma forte evidência empírica do efeito da tempestade sobre o mercado, sendo que os maiores retornos ocorrem durante os períodos de baixa atividade geomagnética.