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12 agosto 2008

IFRS no Mundo

A implantação das normas internacionais no mundo, segundo texto da Gazeta Mercantial:

Processo de adesão ao IFRS está adiantado no grupo Bric

São Paulo, 12 de Agosto de 2008 - Os processos de implantação do padrão contábil internacional, o Internantional Finance Reporting Standard (IFRS) para a apresentação de demonstrações contábeis das empresas, estão adiantados nos países emergentes do grupo Bric ( Brasil, Rússia, Índia e China). No Brasil, o IFRS já está sendo implantado pelas companhias abertas, que a partir deste ano deverão cumprir a lei 11638, que estabelece uma convergência com o padrão internacional. A partir de 2010 todas as companhias abertas estão obrigadas a divulgar seus balanços em IFRS. Na Rússia, o prazo de adoção do IFRS é semelhante ao do Brasil, na Índia deverá estar concluído até 2011 e na China as normas contábeis estão em processo de revisão para ficarem consistentes com o IFRS, conforme pesquisa feita pela empresa de consultoria e auditoria Ernst & Young.

A implantação do novo padrão contábil também está adiantada em outros regiões. Na América Latina, o IFRS é seguido pelas companhias uruguaias desde 2004 e foi adotado pelo Perú. O Equador tem transição confirmada a partir de 2009 e na Colômbia em 2010. Na Argentina, o prazo é 2011 e no Chile há prazos diferenciados por setor: capital aberto de grande porte 2009, bancos em 20120 e demais companhias em 2012. Na Turquia, as companhias abertas já tem a opção de adotar o IFRS. Na Austrália e na Nova Zelândia estão em vigor normas consideradas equivalentes ao IFRS. Em Hong Kong é mandatório para as empresas multinacionais; em Israel é mandatório para todas as empresas exceto bancos. O Japão e o Canadá tem transição confirmada a partir de 2011.

Nos Estados Unidos, onde vigora o US GAAP - um rigoroso padrão contábil de uso obrigatório para todas as companhias que atuam no mercado de capitais americano - a adoção do IFRS ainda está em discussão. Os EUA discutem porque usar o IFRS se o padrão americano sempre foi considerado o melhor do mundo. Outro problema que aflige os reguladores americanos é qual o melhor padrão contábil quando se enfrenta uma crise de bancos, como a do subprime.

Na avaliação de Paul Sutcliffe, sócio da Ernst & Young, o IFRS permite mais interpretação e sua utilização seria melhor para o investidor nestes tempos de turbulência. Ele não espera mudanças na contabilidade americana este ano por tratar-se de um ano de eleições presidenciais. O consultor acredita, porém, que a adoção do IFRs os EUA já não é mais uma questão de "se", mas de quando a mudança virá.

A própria internacionalização das companhias vai forçar uma convergência para um mesmo padrão contábil ao redor do mundo. No início deste mês, a comissão de valores americana, Securities Exchange Commission (SEC), organizou uma mesa redonda para discutir as diferenças entre o IFRS e o US GAAP. O objetivo foi avaliar em que pontos um e outro permitem que as demonstrações contábeis sejam mais transparentes para o investidor. Um dos pontos discutidos foi o reconhecimento de receitas. Alguns participante do encontro argumentaram que as normas do IFRS permitem distorções na receita de companhias de setores como exemplo, petróleo e gás, devido à volatilidade dos preços dos commodities nas atuais condições do mercado. Representantes dos investidores, por sua vez, defenderam que o efeito desta volatilidade sobre os preços pode ser facilmente incluída nas análises de companhias que adotam o IFRS já que a maior parte das empresas utiliza a mesma metodologia para avaliação do valor do estoque. No US GAAP é necessário um esforço adicional para computar esta volatilidade.

Segundo o consultor da Ernst Young, a principal mensagem do encontro foi que apesar de algumas dificuldades que surgiram em relação a certas normas do IFRS, há uma demanda por parte das empresas americanas para adoção do padrão internacional, principalmente por parte de empresas cujas principais concorrentes são européias, onde vigora o IFRS, como é o caso da indústria farmacêutica, avalia Sutcliffe.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4) 12/08/2008 (Lucia Rebouças)

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