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10 abril 2022

Onde divulgar a questão ambiental?


As propostas que estão surgindo sobre o processo de divulgação das informações contábeis usualmente possuem como sugestão um relatório junto das demonstrações. Esta tem sido a posição do ISSB, assim como o EFRAG. Talvez seja uma solução intermediária, onde no futuro os valores mensurados sejam de fato incorporados entre os elementos - ativo, passivo, receitas e despesas - das informações contábeis. 

Mas esta posição não é consensual na contabilidade. Há defensores de que exista o reconhecimento das mudanças ambientais no balanço patrimonial da entidade. Esta é a posição da Corporate Accountability Network (via aqui) (irei chamar de Rede esta entidade a partir de agora), que considera necessário uma efetiva integração entre os relatórios. Isto não atenderia, segundo esta posição, a maioria da sociedade. 

O modelo proposto de Rede é que as mudanças ambientais vejam incorporadas através das emissões realizadas pela entidade, através da estimativa do custo para eliminar esta emissões, de forma a atingir o objetivo de alteração climática. Somente com este custo seria possível, segundo a Rede, ter uma preocupação permanente, expresso por um número no balanço de cada entidade. Isto corresponderia a um passivo, que impediria a entidade de pagar dividendos, até que o objetivo da sustentabilidade seja alcançado.

Para que isto seja possível, provavelmente deverá existir uma mudança nos conceitos de passivo que atualmente consideramos. Também seria necessário uma ênfase maior de que o usuário da informação não é o financiador, mas a sociedade. Seria uma revolução na contabilidade financeira. 

Eis o final:

We argue that accounting for these provisions for the cost of adapting to environmental change on an ongoing basis will provide users of financial statements with the data they need to monitor the reporting entity’s success in becoming net-zero compliant. In the process we turn issues relating to environmental change into hard accounting data capable of being recorded within the audited books and records of any PIE. As a result the Board of any such PIE will have to focus its attention on this issue since it has direct impact on its financial reporting.

Rir é o melhor remédio

 

Olhando para a janela

08 abril 2022

Sabedoria do Robinhood

 Resumo:

Robinhood investors increased their holdings in the March 2020 COVID bear market, indicating an absence of collective panic and margin calls. This steadfastness was rewarded in the subsequent bull market. Despite unusual interest in some “experience” stocks (e.g., cannabis stocks), they tilted primarily towards stocks with high past share volume and dollar-trading volume (themselves mostly big stocks). From mid-2018 to mid-2020, an aggregated crowd consensus portfolio (a proxy for the household-equal-weighted portfolio) had both good timing and good alpha.


Welch, Ivo, The Wisdom of the Robinhood Crowd . Journal of Finance. 2022




Divulgando incerteza na contabilidade


Jessica Hullman faz algumas recomendações sobre a comunicação da incerteza por parte do governo. Hullman está falando de informações como o número de mortos pela pandemia, as taxas de desemprego, o PIB e outras informações. Mas muitos comentários são válidos para a contabilidade.

Quando o profissional contábil divulga o valor do ativo, da receita, do resultado e de outros elementos contábeis, o número geralmente é um valor único. Entretanto, muitos valores poderiam ser evidenciados no seu intervalo. O valor de caixa e bancos é um número único, mas a estimativa dos créditos de clientes que podem ser recebidos irá variar dentro de um intervalo. Haveria uma necessidade de comunicar a incerteza no número.

(Não irei entrar em discussão sobre a distinção entre incerteza e risco. Conforme a tradição, incerteza está vinculado àquilo que não sabemos e risco a probabilidade, conhecida, de ganhar ou perder. Um lançamento de uma moeda tem 50% de chance de ser cara e 50% de dar coroa e apostar em cara tem um risco conhecido de perder ou ganhar)

Hullman afirma que uma das várias razões pelas quais se têm o receio de expressar a incerteza é que a pessoa comum não saberá o que fazer com a informação. Penso que o mesmo se aplica para a contabilidade. Já existem dúvidas sobre a qualidade da contabilidade das empresas (vide, por exemplo, a crítica de Lev) e a divulgação da incerteza pode gerar preocupações sobre a falibilidade da contabilidade e do grau de erro existente na informação divulgada. Talvez um usuário consciente saiba que os valores contábeis não são “exatos”, mas prefere ignorar tal problema. Os meteorologistas já lidam com este problema melhor do que a contabilidade. Mas a meteorologia possui algumas vantagens sobre a contabilidade: o número de incerteza e previsões é suficientemente grande para ajustar seus modelos preditivo e reduzindo o viés do conservadorismo , muitas decisões são binárias e você tem um output bastante claro (choveu ou não choveu, ao contrário da contabilidade, que geralmente não tem isto).

Hullman não esquece do desafio da comunicação. Em alguns casos, esta incerteza é comunicada através de texto, como ocorre nas notas explicativas. Mas há alternativas disponíveis, como comunicar intervalo mais provável dos valores. Isto é um problema realmente, já que muita comunicação na contabilidade é, até certo ponto, “vazia”.

Talvez seja possível começar com algum item. Por exemplo, o percentual de clientes que não irão efetuar o pagamento. Isto é uma informação até certo ponto binária, algo que desejamos para melhor calibrar nossos modelos preditivos, e permite um feedback mais persistente, mais próximo da previsão de chuva da meteorologia.

(A questão do meteorologia está bem discutida no livro O Sinal e o Ruído. Acabo de perceber que nunca fizemos uma resenha deste livro de Nate Silver)

Foto: Michael Shannon

BMJ e respostas rápidas de um artigo

 John Ioannidis publicou um artigo no BMJ e o periódico colocou alguns comentários de leitores e réplica do próprio autor:

Fazendo uma contextualização, Ioannidis é um pesquisador da área de saúde que tem questionado algumas questões científicas. Seu artigo Why Most Published Research Findings are False, publicado em 2005 no PLOS Medicine, já teve três milhões de views.

Recentemente, o cientista esteve envolvido em polêmicas, como chamar de fiasco de evidência a resposta global à pandemia. Para ele, os bloqueios foram respostas exageradas tendo por base dados não confiáveis. Mas a própria pesquisa dele para a questão da pandemia foi criticada por ser uma pesquisa ruim. O artigo recente procurou analisar o discurso científico, usando a popularidade dos pesquisadores no Twitter. Além das críticas publicadas no BMJ, aqui há um texto que inicialmente considerou o texto uma sátira, mas depois reconheceu que não era. 

De qualquer forma, a abertura do periódico para críticas de outros pesquisadores pode ser interessante para contribuir com a melhoria nas pesquisas realizadas. 

Links


Por que queremos que os problemas sejam culpa de alguém? - o ser humano tem uma tendência a "achar" um culpado naquilo que incomoda, mesmo não existindo um "problema" ou um "culpado". 

Adultos incapazes de se orientar - mais um artigo de Fernando Reinach sobre a orientação nas pessoas

Disparam as acusações de plágio musical

IFRS sobre receita para pequenas empresas

Peste negra mudou o eixo da economia da Europa?

EFRAG e um Comitê para área de sustentabilidade


A Europa está persistindo no processo de criar normas sobre sustentabilidade. A criação do SRB, dentro do EFRAG, seria mais um passo na direção. 

The European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG) has published a description of the minimum steps to be taken by the EFRAG Sustainability Reporting Board, (SRB) in developing the European Sustainability Reporting Standards (ESRS). The summary also identifies additional non-mandatory steps to be considered for each project. 

The description of the due process to be followed discusses the objective of SRB standard-setting, the principles to be followed, the due process oversight, agenda-setting, and standard-setting. It stresses transparency (all meetings to be held in public, though closed sessions are possible at the discretion of the SRB Chair, and all papers to be discussed to be provided publicly at least five days before a meeting, although again with caveats) and a robust public consultation process with a minimum comment period of 120 days (which may be shortened to no less than 60 days in case of an accelerated process).

Livro: 75 anos do CFC


Com mais de 300 páginas, o CFC lançou uma obra que conta a história da entidade. Há muitas informações, incluindo sobre os presidentes, a estrutura atual, entre outros. Uma referência interessante para pesquisa. 

Faço duas ressalvas relevantes. Eu não gostei do projeto gráfico, com cores roxas, que parecem não funcionar bem (vide acima). Segundo, há imprecisões históricas e ausências de informações relevantes. Uma rápida olhada no texto permite identificar que o mesmo não enfatizou que o primeiro presidente do CFC era filho do senador João Lyra. E uma ausência de ênfase para o papel pioneiro da escola de comércio de Juiz de Fora, o esquecimento dos primórdios da contabilidade brasileira (exemplo: a revista da Associação dos Guarda-Livros não é citada), o esquecimento do papel de Boucinhas, de Valentim Bouças e outros importantes nomes da contabilidade. 

(Uma obra em PDF permite identificar rapidamente estas ausências e os problemas citados)

07 abril 2022

Desonestidade e finanças


Justin Fox escreve, na sua coluna na Bloomberg (via aqui) sobre o julgamento do fundo soberano da Malásia e o papel de Leissner, ex-funcionário do Goldman Sachs. O processo revelou que Leissner falsificou seus documentos de divórcio, criou contas falsas de e-mail, casou com várias mulheres ao mesmo tempo, além de estar sendo julgado por um dos maiores furtos da história.

Leissner declarou culpado, mas a questão, para Fox, é como Leissner chegou na posição de destaque de uma instituição de "prestígio"? Fox lembra de um artigo publicado no, aqui sim, prestigioso Management Science, com o título de Social Preference of Young Professionals and the Financial Industry. O resultado é muito, mas muito, ruim para a área financeira. Basicamente, os estudantes mais "desonestos" escolhem finanças para trabalhar. 

Em 1995 um jogo de "investimento" foi criado por três professores de contabilidade onde um grupo da sala A decide quanto, de zero a 10, será encaminhado para uma outra sala. Para cada unidade encaminhada, o valor será triplicado quando chegar na sala B. As pessoas da sala B decidem quanto  do dinheiro triplicado irão manter e quanto irão devolver para seus colegas da sala A. 

É um jogo de confiança. Quanto mais dinheiro os jogadores da sala A optarem por mandar para sala B, mais confiante que o dinheiro irá retornar. Se não existe confiança, o jogador da sala A não manda nada. Se existe plena confiança, o jogador da sala A irá enviar todo dinheiro, que chegará como sendo $30 para os jogadores de B. A decisão mais egoísta de B seria não enviar nada para A. Uma possibilidade "justa" seria retornar com $15. Mas no chamado equilíbrio de Nash a solução é não enviar nada. 

Na prática os participantes não fazem isto. Eu uma das aplicações, realizadas em 2013, na Alemanha, os participantes enviaram 38,7% de A para B, que devolveu 20,5% do valor triplicado. Ao final, para cada $10 inicial, a sala A ficou com $6,13 (a diferença entre $10 menos 3,87) mais 2,38 - que corresponde a 3,87 x 3 x 0,205 ou 8,51. Os alunos da sala B ficaram com 9,23. Nesta pesquisa de 2013 os investigadores perguntaram qual seu interesse em termos de profissão. Não observaram muita diferença entre as respostas, exceto em um ponto. Nos participantes da sala B, os alunos que escolheram finanças devolveram somente 15,5% do dinheiro. Algum tempo depois, os pesquisadores olharam onde estavam os alunos. Aqueles que trabalhavam com finanças devolveram, em média, 14,8%. 

Isto pode ser um sintoma do "egoísmo" no campo de finanças. Uma possível explicação é o elevado salário da área, que atrai as pessoas mais egoístas. 

O que podemos aprender sobre isto tudo? Ao ler o artigo de Justin Fox eu pensei imediatamente: não confie nos consultores financeiros (de seu banco ou independentes). 

Atividade física e doença

Um artigo da New Yorker sobre a atividade física recupera o nome de Jeremy Morris ou Jerry Morris, como no verbete da Wikipedia. Morris seria o pesquisador responsável por mostrar a importância da atividade física na prevenção da doença cardiovascular.

É muito interessante que Morris conseguiu olhar para a relação entre as duas variáveis – atividade física e saúde – de uma forma prática e simples, conforme descreve o artigo da New Yorker. Olhando os trabalhadores no trânsito de Londres, Morris verificou que os motoristas passavam a maior parte do tempo sentado, enquanto os condutores subiam e desciam as escadas de dois andares, verificando os bilhetes dos passageiros. Isto foi em 1949 e o pesquisador conseguiu perceber que os condutores tinham menos doenças cardiovascular.

Morris também percebeu que os carteiros eram mais saudáveis que os sedentários vendedores ou telefonistas. Somente em 1958 ele publica um artigo sobre a relação entre atividade física e doença cardíaca.

Outra figura de interesse que o artigo trata é Kathrine Switzer. Ela está na fotografia a seguir, clicada em 1967. Na época era proibido – isto mesmo – a participação da mulher em prova de maratona. Switzer fez sua inscrição com o sobrenome e foi aceita. Durante a prova, os organizadores tentaram retirá-la da competição, mas ela continuou na competição graças a uma barreira de amigos, namorado e parentes. Seu melhor tempo é 2 horas e 51 minutos, obtido em 1974.

Links


Filhos e Filhas: agora é o filho de Joe Biden que está com problemas

Como escapar das sanções ocidentais - navios russos estão trocando bandeiras (gráfico acima) e bilionários estão desligando o sistema de identificação automática dos navios/iates

JP Morgan pode perder US$1 bi por exposição à Rússia

Escutar música triste o torna mais sensível

Monty Python e Contabilidade


O grupo britânico Monty Python é um dos mais famosos do mundo. Ainda hoje é visto e revisto, tanto é que os episódios da série que gravaram para BBC está no catálogo da Netflix. Em um dos episódios da primeira temporada, há uma cena onde uma senhor procura ajuda de um Conselho de orientação Vocacional. Eis parte do diálogo:

(...)

- O senho pediu, Sr. Anchovy, que o aconselhássemos sobre qual carreira seguir. Estou com o resultado das entrevistas e do teste de aptidão da semana passada e, de acordo com isso, visualizamos o tipo de pessoa que o senhor é. E acho que posso dizer, sem qualquer medo, que a profissão ideal para o senhor é contabilidade.

- Mas eu sou contador

- Que beleza. De volta ao escritório, então.

- Não, o senhor não entendeu. Sou contador há 20 anos. Quero um novo emprego. Algo excitante para viver

- Contabilidade é bem excitante, não é?

- Não. É maçante. É tão desesperadamente maçante, tedioso, sufocante, chato e desesperadamente maçante.

- Sim, Sr. Anchovy, mas o relatório diz que o senhor é uma pessoa extremamente maçante. Nosso especialistas o descreveram como um camarada espantosamente maçante. Sem imaginação, tímido, sem iniciativa, fraco, facilmente controlável, sem senso de humor, uma companhia tediosa e irreprimivelmente monótono e horrendo. Considerando que em grande parte das profissões seriam defeitos, na contabilidade são pontos positivos.

(Monty Python’s – Flying Circus – “Sem Título” – Temporada 1)

06 abril 2022

Rir é o melhor remédio

 

Horário flexível. Parece muito o meu trabalho

China recua e problema da auditoria pode ser resolvido


Os reguladores dos Estados Unidos ameaçaram excluir as empresas chinesas de negociar ações caso a auditoria não esteja de acordo com as regras que inclui uma maior fiscalização do trabalho por parte do PCAOB. Eis uma notícia que pode alterar este cenário:

A China vai emendar as suas leis de sigilo de auditoria, visando impedir que cerca de 270 empresas chinesas sejam excluídas do mercado de capitais dos Estados Unidos, numa concessão significativa à pressão exercida por Washington.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC, na sigla em inglês), que regula os mercados financeiros do país, disse este fim de semana que vai mudar as leis de confidencialidade que impedem as empresas chinesas listadas no exterior de fornecer informações financeiras confidenciais a reguladores estrangeiros.

Isto vai facilitar a “cooperação regulatória transfronteiriça, incluindo inspeções conjuntas (…) para proteger os investidores globais”, segundo a CSRC.

O país asiático proibia reguladores estrangeiros de inspecionar a contabilidade das empresas locais, citando preocupações com a segurança nacional.

A CSRC disse que as regras existentes, que foram atualizadas pela última vez em 2009, estão desatualizadas.

A decisão visa impedir que empresas chinesas cotadas na Bolsa de Nova Iorque sejam excluídas em 2024.

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) disse, no mês passado, que as empresas da China tinham três anos para fornecer documentos de auditoria detalhados, o que levou a uma forte queda das suas ações.

Existem cerca de 270 empresas chinesas listadas nos EUA, com uma capitalização de mercado combinada equivalente a mais de 2 biliões de euros.

O índice Nasdaq Golden Dragon China, que reúne ações dos principais grupos chineses, perdeu cerca de metade do seu valor no ano passado.

A decisão de Pequim poderá levar à criação de uma estrutura para os reguladores dos EUA obterem acesso aos arquivos de auditoria das empresas.

A proposta, que foi colocada em consulta pública até 17 de abril, elimina a exigência de que a inspeção da contabilidade das empresas chinesas cotadas no exterior seja conduzida principalmente por reguladores chineses.

Pequim está a tentar recuperar a confiança dos investidores, depois de uma campanha regulatória lançada pelo Governo chinês ter atingido as principais empresas privadas do país, incluindo Alibaba, Didi, Evergrande ou Meituan, abalando os mercados financeiros globais.

A CSRC disse que o seu presidente, Yi Huiman, e o presidente da SEC, Gary Gensler, realizaram três reuniões, desde agosto passado, sobre “cooperação de supervisão de auditoria” e que houve um “progresso positivo”.

Gensler disse, na semana passada, que apenas o cumprimento total das regras de inspeção de auditoria dos Estados Unidos permitiria que as empresas chinesas continuassem cotadas na praça financeira de Nova Iorque.

Nos últimos anos, os empresários do setor privado da China, que estão em grande parte excluídos do sistema financeiro estatal chinês, acederam a milhares de milhões de dólares no exterior.

A relação entre os EUA e a China deteriorou-se rapidamente, nos últimos anos, principalmente devido a disputas no comércio, tecnologia, Direitos Humanos ou o estatuto de Taiwan e Hong Kong.

Fundação IFRS divulga seu relatório anual

 A Fundação IFRS divulgou seu relatório anual de 2021. Com um resultado negativo, conforme sua demonstração do resultado:

O ano de 2021 mostrou que a Fundação recebeu menos contribuições e suas receitas foram menores. Entretanto, as despesas operacionais foram superiores, parte resultante da troca de gestão - explico a seguir, assim como a entidade teve um reconhecimento de imposto diferido que não se repetiu em 2021. 

O prejuízo é muito pequeno e a entidade ainda tem uma posição financeira invejável: o ativo circulante é mais da metade do ativo, sendo que 15 milhões são caixa e equivalentes de curto prazo; e mais de 80% da estrutura de capital é próprio. 

Sobre o impacto da troca de gestão no resultado há um fato curioso. Hans Hoogervorst, o ex-chairman recebeu 618 mil libras em 2021, mesmo tendo o mandato encerrado na metade do ano. O atual chefão, Andreas Barckow, recebeu outros 518 mil. É importante que a Fundação divulgou os salários dos principais membros:
É importante notar que são pessoas com elevada qualificação e dedicação exclusiva à Fundação. 

Noto que a Fundação precisa fazer um esforço maior para ser mais inclusiva. Das 12 figuras de destaque do Board, quatro são mulheres. E não há informação sobre a etnia, mas as fotografias dizem um pouco sobre isto:
(Como a Fundação não está trabalhando em nada sobre a questão "S" (de Social) - embora tenha um grande esforço no sentido do "E" (de Ambiente em inglês) - pode ser que seja cobrado no futuro em um esforço nesta direção)


Tributação e Inovação


A tributação elevada parece afetar a inovação de uma região. Diante de uma elevada tributação, os inventores mudam de local. Aqui uma versão resumida e o resumo abaixo:

Using an almost century-long dataset, we find that higher taxes negatively affect inventive activity and that inventors are geographically mobile in response to changes in tax incentives. As such, tax policy can exert a powerful effect on both the level and location of innovation. This has several important policy implications. It means, for example, that changes in the relative generosity of state-level tax incentives could shift the national distribution of innovation. It also means that general tax policy has to be set with an eye on its effects on innovation and that policy makers may need to consider providing other amenities to attract innovation.