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29 março 2019

Novela Nissan Renault

A aliança entre a Renault e a Nissan comemorou 20 anos nesta semana. O acordo foi firmado em 27 de março de 1999, com o acréscimo em 2016 da Mitsubishi, após uma crise.

Os sócios fundadores marcaram a “celebração” na quarta-feira com mensagens opostas. Conforme o The Wall Street Jornal, a Nissan, do Japão, divulgou um relatório de governança condenando a concentração de poder do ex-chefe Carlos Ghosn, que veio da Renault. Da Europa, o Financial Times informou que a Renault quer reiniciar as negociações de fusão com a Nissan dentro de 12 meses.

Se os franceses conseguissem o que querem, a Renault e a Nissan reuniriam seu capital acionário na Holanda, onde a administração da aliança está baseada. As montadoras permaneceriam como operadoras independentes, mas sob um único conjunto de contas e ações, que geraria mais economia de custos. Atualmente as despesas só são compartilhadas quando ambos os lados se beneficiam; após uma fusão, as despesas também poderiam ser compartilhadas quando o benefício para um é maior que para o outro.

A Nissan, no entanto, parece ter desejos contrários aos dos franceses, ao enfatizar a necessidade de reequilibrar as participações cruzadas e os direitos de voto. A participação de 43% da Renault na Nissan vem com direito a voto, mas a participação de 15% da Nissan na Renault não.

O relatório de governança da Nissan, escrito por seus três diretores independentes e quatro consultores externos, não abordou participações cruzadas. Mas suas recomendações, se adotadas, enfraqueceriam o controle da Renault sobre a Nissan, incluindo a introdução de mais membros independentes do conselho e a obrigatoriedade de um presidente independente.

Dada a potencial redução de custos, os investidores comemorariam uma fusão: as ações da Renault subiram 3% na quarta-feira em resposta à reportagem do Financial Times reforçando o interesse na fusão. Em março passado, quando o governo francês e Ghosn estavam secretamente pressionando por um acordo e o rumores começaram a surgir, elas subiram 10%.

Frase


A Sophie Turner, atriz que interpreta a Sansa em Game of Thrones, está noiva do Joe Jonas, vocalista da banda DNCE.

Em uma entrevista para a Rolling Stone a atriz destacou que acredita haver um equívoco estranho de que “ser casado é a melhor coisa que vai acontecer com você”. Ela acredita ser lindo estar envolvida, mas a carreira é algo em que ela pode trabalhar, e quando ela consegue algo aí sim tem a sensação de ter acontecido a melhor coisa da vida dela.

Não sou casada então não posso opinar quanto a isso. Mas acho muito inspirador ver mulheres por aí, relembrando que há diversos caminhos a serem escolhidos e que há força na mulher muito além do casamento.

Rir é o melhor remédio


“Venho dizendo isso há anos, meu! Deveria existir um Netflix para livros.”
“Você quer dizer uma biblioteca?”

Fonte: Aqui

28 março 2019

Por que Carlos Ghosn caiu?

O Chairman da Renault, Jean-Dominique Senard (esquerda), e o CEO da Nissan Motor, Hiroto Saikawa
Hoje o The Wall Street Journal publicou uma reportagem falando sobre a possibilidade de a prisão de Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, ter ocorrido para atrapalhar a fusão com a Renault.

Segundo o texto, os executivos nacionalistas da Nissan teriam tomado medidas para que Ghosn fosse preso, na expectativa de atrasar ou terminar qualquer tentativa de fusão da japonesa Nissan com a francesa Renault, que formaram uma aliança em 1999.

O advogado de Ghosn disse que utilizará essa motivação na defesa. Segundo ele, os executivos agiram por causa de disputas em estratégias de negócios e isso pode manchar a parte criminal do caso.

Leia mais sobre o caso: aqui.

Sorte, Sucesso e Tributação

[...]

Frank is interested in this phenomenon because very successful people are in the highest socio-economic sphere, and their beliefs about their own success can have huge political and economic consequences. “When people think they did it all themselves, that seems to kindle a fierce determination to hang on to every nickel that comes their way,” Frank explains. “That often translates into the belief that taxation is theft. That’s not a sensible view for anyone to hold if they really think about it. If you didn’t have taxes, there wouldn’t be a government.”


“There are many people who are smart and work hard and don’t succeed on a big scale, because luck is random,” says Frank, “and this is what people don’t see. …Every career has a thousand steps, and most of them are small and depend on the steps that came before.

Without government there would be no army to defend the country, no roads or infrastructures to get goods to market, and no public schooling to train workers, among other things. These are all necessary for the individual success of entrepreneurs, Frank says, so giving these same entrepreneurs tax cuts hurts the public sector, and that isn’t good for anyone.

The rich don’t realize that everyone in their tax bracket would equally share the effect of higher taxes, resulting in zero impact for them, according to Frank. Those in the highest income bracket have long since purchased everything they need. What are left are the things they want—things that are scarce, such as a sweeping lake view or an elite sports car.

“These are the things you have to outbid others for,” he says. “There’s not enough of them to go around. If everyone in the upper income bracket had their taxes raised, then they may have less money and the highest bidder may not be able to bid as high as before, but neither can anyone else. It’s relative purchasing power that determines who wins those bidding wars.

[...]

Imagem relacionada

Fonte: aqui

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27 março 2019

Aplicações Retidas

O balanço da Kepler Weber apresenta uma conta com um nome interessante:

Na nota explicativa, fica mais claro que se trata de aplicações relacionadas com empréstimos:

Observe que a empresa tem aplicações financeiras “não retidas” que rendem 2%, 10%, 50% e 70,55% do CDI. Isto realmente é muito pouco - mesmo que o valor aplicado não seja substancial. Como se trata de aplicação onde a empresa teve livre escolha, a rentabilidade obtida realmente é baixa. Uma empresa com uma receita de quase 600 milhões de reais deveria ter condições de obter aplicações em condições mais favoráveis. E a rentabilidade destas aplicações é menor que das aplicações retidas. Não seria o contrário o mais usual?

Redundância nas Demonstrações da Eldorado


  • A redundância é um elemento presente no processo de comunicação. 
  • A Eldorado publicou nas suas demonstrações contábeis dois textos redundantes, no relatório da administração e nas notas explicativas

Redudância, ou a repetição/excesso/prolixidade/insistência desnecessária na mesma ideia, é um elemento importante no processo de comunicação. Geralmente não gostamos de pessoas redundantes ou de uma comunicação redudante. Achamos que é perda de tempo.  Ela ajuda a resolver certos problemas de comunicação, como a falha no processo. Quando uma empresa lista seus ativos e coloca no final do balanço um valor para os mesmos e faz a mesma lista para os passivos e patrimônio líquido, somando os valores, o número é redudante, já que sabemos que ativo é igual ao passivo mais patrimônio líquido. Ou quando a empresa começa sua demonstração dos fluxos de caixa pelo método indireto informando o lucro líquido, o mesmo valor que consta na demonstração do resultado, isto também é redundância. Em resumo, a informação contábil é redudante, assim como qualquer outra forma de comunicação.

No balanço da Eldorado a questão da redundância está bastante presente. Em geral o Relatório da Administração é um espaço usado pela gestão para fazer uma descrição daquilo que julga mais relevante das informações que são apresentadas. Há gráficos, figuras, textos menos técnicos e foco positivo na empresa. Já as notas explicativas é um espaço com um estilo mais pesado, com informações mais técnicas. No caso da Eldorado, duas informações similares foram repetidas integralmente tanto no Relatório da Administração como nas Notas Explicativas.

Veja o primeiro caso, sobre o acordo de Leniência e investigação interna, que aparece no Relatório da Administração:

E agora a nota explicativa 30:

Outro exemplo é o contrato de compra e venda de ações. Segundo o Relatório da Administração:

E segundo a nota explicativa 31:
Bom, se você leu o texto até o final deve ter percebido que o mesmo é redundante (o resumo no início repete o que está sendo dito no texto; mas isto é positivo, para os leitores que só querem ter uma ideia do assunto) e as figuras "repetidas" tem o propósito de comprovar aquilo que falamos.

Caixa e Equivalente nas empresas brasileiras

As 208 empresas que já divulgaram o resultado de 2018 apresentava, no final do ano, um caixa e equivalente de 209 bilhões de reais. Em relação ao final de 2017, este número é menor em 6%. Ou seja, as empresas estão menos líquidas. Este número, no entanto, foi fortemente influenciado por uma empresa: a Petrobras. A estatal tinha um caixa e equivalente de 53,8 bilhões no final de 2018, uma redução de 20,6 bilhões de reais. Se a Petrobras fosse retirada, o total de caixa e equivalentes seria de 155 bilhões, 8 bilhões a mais que no final de 2017.

O gráfico apresenta a evolução do caixa e equivalentes no final de cada ano. Para fins comparativos, só está sendo considerada as mesmas empresas em todos os anos. O valor de final de 2015 está bem distante do resultado de 2015.
Mesmo com a redução no caixa, a Petrobras ainda é a empresa brasileira com maior volume de recursos neste ativo. A Ambev, com 11,5 bilhões, está bem distante.

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26 março 2019

Outra explicação

Uma pesquisa conduzida por Michael Perino (via Michaels, Dave, Dow Jones, Insiders lucram pouco com informação privilegiada, Valor 18 de março de 2019, C2) descobriu que a utilização de informação privilegiada rendeu pouco para as pessoas. Poderia se pensar que isto é um bom sinal para o mercado acionário. Entretanto, existe outra possível explicação: o fato do regulador deixar de investigar os casos mais desafiadores. Perino afirma que “a SEC costuma perseguir é o alvo fácil”.

Um funcionário da SEC, consultado na reportagem da Dow Jones, afirmou que a SEC combate “todas as formas de uso privilegiado de informações, independentemente de quão sofisticados o esquema ou os operadores possam ser”.

Como o uso de informação privilegiada é passível de uma acusação criminal, a pesquisa de Perino mostrou que mais da metade dos acusados entre 2011 a 2015 foram processados somente pela entidade, sem um processo criminal em paralelo.

A pesquisa de Perino pode ser encontrada aqui

Por dentro do Insider Trading

Resumo:

How do illegal insider traders act on private information? We address this questionusing a unique sample of illegal insider traders convicted by the Securities ExchangeCommission (SEC). To shed light on the traders’ investment strategies, we analyze,theoretically and empirically, the tradeoff between the risk of information becomingpublic (information risk), and the risk of being subject to enforcement (legal risk).Using a regression model and various shocks to enforcement risk, we find that a sub-set of investors responds to this tradeoff by splitting their trades more and tradingless aggressively in the presence of greater legal risk and smaller information risk.At the same time, a large fraction of traders does not internalize such a tradeoff.The insiders manage their trades’ size according to prevailing liquidity conditions,volatility of returns, noise trading activity, and the precision of the signal. Individ-ual characteristics, such as investing expertise and age, also play an essential role.Insiders facing increasing legal risk concentrate more on information of higher value.Thus, insider trading enforcement could hamper stock price informativeness.

Kacperczyk, Marcin T. and Pagnotta, Emiliano, Becker Meets Kyle: Inside Insider Trading (March 13, 2019). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3142006 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3142006 
 
Resultado de imagem para Insider Trading 

Meritocracia e Política


  • Apesar da maioria dos regimes políticos serem meritocráticos, as conexões familiares ainda são relevantes na política
  • 12% dos líderes mundiais possuem laços de sangue ou de casamento com um político relevante
  • A meritocracia não é o único critério no sucesso político

As dinastias ainda existem no mundo. Farida Jalalzai e Meg Rincker, professoras de ciência política nos Estados Unidos, usaram mais de mil políticos em todo o mundo e concluíram que 12% dos líderes mundiais tiveram origem em uma família de políticos. Isto inclui laços de sangue ou casamento. Entre os exemplos, George Bush, Justin Trudeau, Cristina Kirchner, entre outros.

O poder é, por natureza, herdado nas monarquias. Mas mesmo nas democracias - onde os cidadãos podem escolher seus líderes em eleições livres e justas - pertencer a uma família política é uma vantagem significativa. Ele dá aos candidatos o reconhecimento do nome, alguma experiência política e melhor acesso a aliados e recursos ao concorrer ao cargo.

Ao todo, 11 dos 88 líderes latino-americanos que ocuparam cargos de 2000 a 2017 estavam relacionados a outros presidentes. Jorge Luís Batlle, do Uruguai, tinha três parentes diferentes que ocupavam a presidência antes dele.

Como a política é dominada por homens, a presença de algumas mulheres é interessante. Dos nomes estudados, 66 eram mulheres.

As mulheres que atingem o mais alto cargo são muito mais propensas a pertencer a famílias políticas do que seus colegas do sexo masculino.

Dezenove das 66 mulheres executivas da nossa amostra tinham conexões familiares com a política - 29%. Cem dos 963 homens que estudamos - pouco mais de 10% - tinham laços familiares.

Isso sugere que os laços familiares são particularmente importantes para as mulheres entrarem na política.

Em nossa análise, o endosso de um poderoso parente do sexo masculino - ele próprio, de preferência, um ex-presidente ou primeiro-ministro - ajuda significativamente as mulheres a estabelecer sua credibilidade junto aos eleitores e membros de política interna.

A principal conclusão:

Este estudo certamente questiona a noção de que a política é apenas uma meritocracia.

Mas considere isto: 71% de todos os líderes mundiais femininos em nosso estudo alcançaram o mais alto cargo sem nenhuma conexão familiar com a política. Isso inclui a croata Kolinda Grabar-Kitarovic [foto] , que é filha de açougueiros. Ela é a primeira mulher a governar a Croácia

Mercado de Trabalho


  • Os números de emprego formal no setor contábil em fevereiro indicam uma criação de 342 novas vagas
  • Os números foram positivos entre aqueles com maior qualificação e os escriturários

Desde março de 2014 o Brasil não tinha criado tanta vaga de emprego formal. Em fevereiro foram admitidos 1.453 mil trabalhadores e demitidos 1.280 mil, um acréscimo de 173 mil novas vagas. É bem verdade que o saldo acumulado de 2014 até fevereiro de 2019 é negativo em 2,3 milhões de vagas.

Se a economia vai bem, a criação de número de vagas no setor contábil também foi positiva. Em fevereiro foram contratados 10.764 novos empregados e demitidos 10.422, um saldo de 342. Este número é menor que janeiro (2387), mas foi o melhor resultado para um mês que não é bom para o profissional contábil. Com isto, o saldo acumulado, de janeiro de 2014 até fevereiro de 2019, aponta uma destruição de 40.278 vagas. Como temos repetido aqui, a recessão foi muito dura com quem trabalha com contabilidade.

Quando analisa as diversas categorias, os dados mostram que o problema do emprego tem sido pior para aqueles com baixa qualificação e para os contadores/auditores e técnicos em contabilidade. No mês de fevereiro de 2019, a exemplo do que ocorreu no ano anterior, as admissões foram maiores que as demissões para os trabalhadores com curso superior completo. Para aqueles com curso médio incompleto ou completo o saldo foi negativo. Entre as ocupações, o saldo foi positivo para os escriturários, mas não para contadores e auditores.

Nos últimos cinco anos, o mês de março apresentou um saldo positivo somente em 2018.

Fonte: Dados coletados pelo Blog a partir do Caged

Rir é o melhor remédio


25 março 2019

A ilusão com a Inteligência Artificial

We are told AI is on an inevitable rise and humans simply can’t measure up. In no time, the headlines say, artificial intelligence will take our jobs, fight our wars, manage our health, and, perhaps eventually, call the shots for the flesh-and-blood masses. Big data, it seems, knows best.

Don’t buy it.

The reality is, computers still can’t think like us, though they do seem to have gotten into our heads. Intimidated by the algorithms, humanity could use a little pep talk.

It is true that computers know more facts than we do. They have better memories, make calculations faster, and do not get tired like we do.

Robots far surpass humans at repetitive, monotonous tasks like tightening bolts, planting seeds, searching legal documents, and accepting bank deposits and dispensing cash. Computers can recognize objects, draw pictures, drive cars. You can surely think of a dozen other impressive–even superhuman–computer feats.

It is tempting to think that because computers can do some things extremely well, they must be highly intelligent. In a Harvard Business School study published in April, experimenters compared the extent to which people’s opinions about things like the popularity of a song were influenced by “advice” that was attributed either to a human or a computer. While a subset of expert forecasters found the human more persuasive, for most people in the experiment, the advice was more persuasive when it came from the algorithm.


Computers are great and getting better, but computer algorithms are still designed to have the very narrow capabilities needed to perform well-defined chores, like spell checking and searching the internet. This is a far cry from the general intelligence needed to deal with unfamiliar situations by assessing what is happening, why it is happening, and what the consequences are of taking action.

Computers cannot formulate persuasive theories. Computers cannot do inductive reasoning or make long-run plans. Computers do not have the emotions, feelings, and inspiration that are needed to write a compelling poem, novel, or movie script. Computers do not know, in any meaningful sense, what words mean. Computers do not have the wisdom humans accumulate by living life. Computers do not know the answers to simple questions like these:

If I were to mix orange juice with milk, would it taste good if I added salt?

Is it safe to walk downstairs backwards if I close my eyes?

I don’t know how long it will take to develop computers that have a general intelligence that rivals humans. I suspect that it will take decades. I am certain that people who claim that it has already happened are wrong, and I don’t trust people who give specific dates. In the meantime, please be skeptical of far-fetched science fiction scenarios and please be wary of businesses hyping AI products.

Forget emotions and poems: Take today’s growing fixation with using high-powered computers to mine big data for patterns to help make big decisions. When statistical models analyze a large number of potential explanatory variables, the number of possible relationships becomes astonishingly large–we are talking in the trillions.


If many potential variables are considered, even if all of them are just random noise, some combinations are bound to be highly correlated with whatever it is we are trying to predict through AI: cancer, credit risk, job suitability, potential for criminality. There will occasionally be a true knowledge discovery, but the larger the number of explanatory variables considered, the more likely it is that a discovered relationship will be coincidental, transitory, and useless–or worse.

[...]

The situation is exacerbated if the discovered patterns are concealed inside black boxes, where even the researchers and engineers who design the algorithms do not understand the details inside the black box. Often, no one knows fully why a computer concluded that this stock should be purchased, this job applicant should be rejected, this patient should be given this medication, this prisoner should be denied parole, this building should be bombed.

[...]

In the age of AI and big data, the real danger is not that computers are smarter than us, but that we think computers are smarter than us and therefore trust computers to make important decisions for us. We should not be intimidated into thinking that computers are infallible. Let’s trust ourselves to judge whether statistical patterns make sense and are therefore potentially useful, or are merely coincidental and therefore fleeting and useless.

Human reasoning is fundamentally different from artificial intelligence, which is why it is needed more than ever.
Fonte: aqui
Resultado de imagem para The AI Delusion,

Profissão respeitada


  • Uma pesquisa sobre a profissão de professor em diversos países do mundo revelou que o contador é uma profissão de médio respeito por parte da sociedade: entre 14 profissões, ocupou o 7o. lugar
  • O foco da pesquisa era o professor. O gráfico é um dos resultados e mostra o respeito pela profissão, por país.

Uma pesquisa da Fundação Varkey realizada em 35 países listou as dez profissões mais respeitadas do mundo, entre 14 ocupações listadas. A nota máxima seria 14. Eis a relação:

10- Professor Secundário
9- Consultor de Gestão
8- Gerente do Governo Local
7- Contador
6- Enfermeira
5- Oficial de Polícia
4- Professor Chefe (ou diretores)
3- Engenheiro
2- Advogado
1- Médicos

Enquanto a nota dos médicos foi 11,6, os contadores receberam 7,3.

Mas o foco da pesquisa foi apresentar um índice global sobre a questão do ensino. Mais especificamente, como a sociedade percebe o trabalho de um professor. Foram mais de 30 países. Eis o resultado de uma das questões pesquisadas:
(Quanto mais à esquerda, menor o respeito)

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22 março 2019

Escola do Trabalhador

No final de 2017, o então Ministério do Trabalho criou a escola do trabalhador. Ao contrário da política de qualificação profissional que predominou nos anos anteriores, com esta escola qualquer pessoa entraria no site da escola, poderia escolher um curso, estudar o seu conteúdo e após um teste, receber um certificado. Tudo isto online, sem tutoria e burocracia.

Antes disto, o Ministério do Trabalho procurava fazer a qualificação através de convênios com diferentes entidades de cada região. Entre 2008 a 2012, por exemplo, em 336 convênios, o Ministério liberou, a preços atuais, 646 milhões de reais, qualificando 223 mil trabalhadores. Ou seja, cada trabalhador qualificado custou para o contribuinte quase 3 mil reais.

Um relatório das entidades que participaram destes convênios mostrou que a principal reclamação ou dificuldade na execução dos convênios era a relação com o Ministério do Trabalho. Esta política de qualificação realizada no período foi extensamente analisada em uma tese de doutorado da USP defendida por Ludmila Melo.

Talvez o grande problema da política pública de qualificação que predominou até 2016 decorre da dependência do jogo político e dos interesses, nem sempre razoáveis, do governo. Com a escola do Trabalhador isto acaba; a entidade convenente - que intermediava o acesso do trabalhador a qualificação - deixa de existir. Assim, através de um pequena parcela do dinheiro que estava indo para estas entidades, construiu-se uma plataforma e elaboraram conteúdos. Os dados da figura permitem comparar as duas políticas públicas: enquanto os convênios atingiram 92 municípios no Brasil, a maioria deles ricos (com elevado IDH e PIB), em um pouco mais de um ano de funcionamento, a Escola do Trabalhador chegou a 3.310 municípios, muitos deles sem condições de ter um convênio com o governo central para qualificação. Os dados apresentados são de um artigo, em fase de publicação, com os cem mil primeiros trabalhadores que conseguiram o diploma de extensão na Escola, a um custo muito menor.

Uma vez que o conteúdo foi criado e os problemas de tecnologia superados, tem-se que para cada novo aluno, o custo unitário diminui, já que o custo fixo foi desembolsado.

Brevemente, a escola estará colocando novos cursos. Por enquanto, são 25 opções. Clique aqui e ajude a divulgar esta iniciativa.

Confiando e desconfiando

  • Uma pesquisa mostrou uma grande diferença na percepção da qualidade das informações de uma empresa
  • Os executivos confiam muito mais nas informações que os profissionais de finanças
  • O erro humano é apontado como uma das causas da desconfiança
Therese Tucker (ao lado), do CFO, comenta uma pesquisa com mais 1.100 executivos e profissionais de finanças. Foi questionado aos dois grupos se confiam

É bom lembrar que as demonstrações contábeis, a partir do escândalo da Enron, passaram a ser assinadas pelos principais executivos, além dos preparadores. Isto inclui o presidente da empresa e os membros dos comitês.

No primeiro grupo, de executivos, 71% afirmaram que confiam a precisão das informações contábeis. Isto significa dizer que estas pessoas estariam dispostas a assinar as demonstrações, como pede as normas de diversos países. Dos profissionais de finanças, muitos deles envolvidos na elaboração das demonstrações, 38% consideram que as informações refletem a realidade.

A pesquisa também verificou as razões pela desconfiança nas informações. O erro humano foi considerado a principal causa da desconfiança, já que muitas informações são manuais. Outro aspecto apontado é a grande quantidade de fonte originárias das informações. Além disto, foram apontados competência e treinamento, processos desatualizados, problemas nas verificações e nos controles automatizados, competência e treinamento. Tucker lembra que muitas pessoas tomam decisão com base em dados incorretos ou desatualizados.

Talvez a discrepância entre os dois grupos se devam ao conhecimento de como a informação é elaborada. Enquanto os profissionais sabem das grandes limitações, os executivos talvez não compreendam o processo contábil e confiam nas pessoas que estão conduzindo a contabilidade, sem saber direito como funciona.

Rir é o melhor remédio


Via Camila Gregorino, a quem agradecemos.

21 março 2019

Estoque de restos a pagar

O Tesouro Nacional publicou o Relatório de Avaliação dos Restos a Pagar de 2019. 

O documento mostra que foram inscritos para este ano R$ 189,5 bilhões em restos a pagar (RAP), um estoque 22% maior que o de R$ 155,3 bilhões inscrito no ano passado.

A mudança na sistemática de pagamento de despesas anunciada no fim do ano passado pelo Tesouro Nacional – que resulta na transferência financeira no mesmo dia em que a ordem bancária correspondente é gerada – responde por R$ 34 bilhões, ou 99,6%, de todo esse aumento.

Sem essa mudança, o crescimento do estoque de RAP teria sido de apenas R$ 0,1 bilhão em 2019 na comparação com 2018, em termos nominais, e a proporção de RAP em relação às despesas do orçamento do exercício seria de 6,3%, um dos menores valores da série histórica iniciada em 2008.

Corrigindo pelo IPCA e desconsiderando a mudança da sistemática de pagamento das ordens bancárias, o estoque de RAP inscritos diminuiu em R$ 5,6 bilhões, ou 3,5%, em 2019 em comparação com 2018.

[...]

A publicação mostra também que, na divisão por função de governo, o maior aumento do estoque de RAP em relação ao ano passado veio da Previdência Social (121%). O estoque de RAP referente a emendas parlamentares cresceu 5,09% na comparação com 2018, para R$ 13,973 bilhões. Como anexo, o relatório apresenta ainda os dados de RAP divididos conforme a estrutura administrativa dos ministérios que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2019, ao lado de um quadro com a estrutura em vigência no governo anterior.

Fonte: Aqui

Mentiras na propaganda

Do Quora, Gupta mostra como a propaganda usa a “criatividade” para destacar certas qualidades dos produtos. Selecionei algumas:

Usar óleo de motor na propaganda de xarope de açúcar
Passar graxa no hamburger
Papelão dentro do bolo
Sabão líquido criando espuma de cerveja
Creme de Barbear no lugar de Chantilly
Colocar anti-ácido no refrigerante para parecer mais gás

Rir é o melhor remédio


20 março 2019

O Incrível Poder do Desconforto

Não concordo com tudo o que ele disse, mas há muita coisa legal.



Conselhos para o empreendedor

A tecnologia pode estar alterando o mercado de contabilidade no Brasil. E isto pode significar menos emprego, como temos verificado mensalmente no Contabilidade Financeira, a partir dos dados do mercado formal. Uma reportagem sobre Empreendedorismo, da Exame, mostra que por 100 reais é possível contratar uma plataforma.

Escritórios tradicionais de contabilidade cobram em média meio salário mínimo para prestar o serviço. A boa notícia é que já existem opções mais baratas oferecidas por empresas de contabilidade online, como Agilize (agilize.com.br), Contabilizei (contabilizei.com.br), Contabilivre (contabilivre.com.br), Conube (conube.com.br) e Meu Contador Online (meucontadoronline.com.br). O preço é de 100 reais mensais, em média.

Vale dizer que a modalidade na internet é uma boa alternativa para negócios menores, sem funcionários e sem necessidade de gestão de estoques e fluxo de caixa. “Quando a empresa começa a crescer e precisa cuidar de planejamento tributário, é recomendado contratar um contador”, afirma Hugo, do Sebrae.


É interessante que o título do texto é "escolha um serviço de contabilidade confiável" e inicia com o texto citado acima. Juntando o título com o texto, a reportagem parece dizer que as opções baratas são confiáveis para negócios menores. "Para bom entendedor, meia palavra basta"

O Voz de Holmes


  • A Theranos era uma empresa que prometia progressos na área de dignóstico médico
  • Liderada por Elizabeth Holmes, revelou-se uma grande fraude
  • Um documentário da HBO fala sobre como Holmes usou sua voz "falsa" de barítono 

Elizabeth Holmes fundou e tornou-se executiva da empresa Theranos. Nascida em 1984, filha de um ex-executivo da Enron, Holmes foi considerada em 2015 pela Forbes a bilionária feminina mais jovem, com uma fortuna de 9 bilhões de dólares. No mesmo ano, Holmes passou de inspiração para frustração quando investigações mostraram que a tecnologia prometida pela Theranos era uma ilusão. No ano passado, a SEC acusou Holmes e Theranos de fraude. A trajetória da empresa e da executiva encontra-se no livro Bad Blood. Entre as acusações, informações que o Departamento de Defesa dos EUA estava usando a tecnologia da empresa em situações de combate e que a receita, em 2014, era de 100 milhões de dólares (o valor real seria 100 mil).

Elizabeth Holmes era admiradora de Steve Jobs e incorporou o jeito de vestir do executivo da Apple. Esta transformação, aparentemente, foi planejada.

Voz - Agora, a HBO lançou um documentário sobre Elizabeth Holmes denominado The Inventor. O documentário mostra como Holmes conseguiu convencer investidores que a Theranos tinha uma tecnologia em diagnósticos. O documentário levanta a hipótese que Elizabeth Holmes usava sua voz para atingir seus objetivos. Alguns ex-funcionários dizem que a voz dela era falsa, existindo depoimentos onde ela “esqueceu” disto e falou com sua voz verdadeira. Em um ambiente dominado por homens, a voz falsa de barítono, presente em vídeos como o que consta desta postagem, seria uma forma de “ardil”. E parece que funcionava, já que diversas pessoas relatam um “fascínio” por sua voz.
 

Rir é o melhor remédio

Ou sorrir...

19 março 2019

A métrica que importa

De 1985 a 2009, o tamanho médio da rede social de um americano - definido pelo número de confidentes que as pessoas sentem que tem - diminuiu em mais de um terço. Podemos ter centenas de amigos no Instagram, mas há evidências que essas conexões não são as que nos fornecem o bálsamo social que precisamos, que é o contato humano. Em vez disso, quanto mais “conectados” nos tornamos, mais parecemos deixar nossos relacionamentos sociais atrofiados, deixando de conversar com um velho amigo, convidando um vizinho para um café ou participando de alguns dos rituais banais diários da vida - conversando com alguém a caminho do metrô, tomando café em um café onde você conhece o nome do barista - que acalma nossas necessidades sociais.

"Os seres humanos precisam de outros para sobreviver", diz Julianne Holt-Lunstad , professora de psicologia da Universidade Brigham Young. "Independentemente do sexo, país ou cultura de origem, ou idade ou origem econômica, a conexão social é crucial para o desenvolvimento humano, a saúde e a sobrevivência".

Em 2010, Holt-Lunstad publicou uma pesquisa mostrando que pessoas que tinham laços sociais mais fracos tinham uma probabilidade aumentada de 50% de morrer mais cedo do que aquelas com filhos mais fortes. Estar desconectada, mostrou, representava perigo comparável ao consumo de 15 cigarros por dia e era mais preditivo de morte prematura do que os efeitos da poluição do ar ou da inatividade física.


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(Permita-me uma digressão pessoal: Hoje eu visitei o local onde trabalhei entre final 2013 a 2016. Encontrei as pessoas e percebi como fui feliz ali. Eu já sabia disto. Mas é muito bom saber desta "conexão social" que une e é fundamental para nossa felicidade)

Comércio Eletrônico

Os dados de receitas oriundas do comércio eletrônico nos Estados Unidos mostram uma tendência importante. As vendas trimestrais no final de 2018 foram de 132 bilhões de dólares, já ajustados pela sazonalidade. Em 2018 as receitas foram de 514 bilhões ou 14% maior que no ano de 2017. Isto representa 11,2% do total de vendas no varejo, segundo dados do Departamento do Comércio.

Como mais de 50% da receita do varejo ocorre em postos de gasolina, concessionárias de automóveis, produtos alimentícios e bebidas, onde o comércio eletrônico ainda é fraco, o percentual de vendas via internet é muito expressivo. Alguns varejistas tradicionais, como Sears, Toys R US e outros já perceberam isto.

O impacto tem afetado inclusive os templos do consumo, os shoppings centers. O gráfico compara as vendas dos shoppings versus comércio eletrônico:

Homenagem a Gileno

Hoje a Universidade de Brasília estará concedendo o título de professor emérito a Gileno Marcelino (foto). Uma proposta que partiu do PPGCont, programa do qual participo, e da FACE, a faculdade no qual estamos vinculados.

Para quem deseja conhecer um pouco da obra do Gileno, aqui um livro publicado pelo Gileno.

Parabéns para o prof. Gileno.

Como fazer auditoria

É melhor fazer pouca auditoria, mas imprevisível, ou ter muita frequência na auditoria, mas previsível. Parece meio óbvio. Pesquisa feita no Chile, na área da pesca, mostra o resultado. Eis o resumo:

Attempts to curb illegal activity through regulation gets complicated when agents can adapt to circumvent enforcement. Economic theory suggests that conducting audits on a predictable schedule, and (counter-intuitively) at high frequency, can undermine the effectiveness of audits. We conduct a large-scale randomized controlled trial to test these ideas by auditing Chilean vendors selling illegal fish. Vendors circumvent penalties through hidden sales and other means, which we track using mystery shoppers. Instituting monitoring visits on an unpredictable schedule is more effective at reducing illegal sales. High frequency monitoring to prevent displacement across weekdays to other markets backfires, because targeted agents learn faster and cheat more effectively. Sophisticated policy design is therefore crucial for determining the sustained, longer-term effects of enforcement. A simpler demand-side information campaign generates two-thirds of the gains compared to the most effective monitoring scheme, it is easier for the government to implement, and is almost as cost-effective. The government subsequently chose to scale up that simpler strategy

Rir é o melhor remédio

Quando usamos o Google para fazer pesquisa ele tenta nos ajudar completando aquilo que geralmente as pessoas perguntam. Veja o que encontramos quando perguntamos sobre "porque a contabilidade":
A grande angústia é o aspecto de "ciência" ou "ciência exata". Agora com o tema "contador é"

Gostei do "contador é doutor", "contador é formado em que" e "contador é necessário".  Mas o mais engraçado é o último:
Usam?

18 março 2019

Maiores marcas do mundo (2000-2018)

Via aqui

Fim do Hanko?

  • O carimbo de madeira Hanko é um elemento essencial nas transações financeiras no Japão
  • Pouco a pouco as instituições financeiras começam a substituir o Hanko por smartphone ou tablet

Texto bem interessante do Jornal de Negócios sobre o Hanko. Trata-se de um carimbo pessoal exigido para fazer transações no Japão desde o século XIX. Podem ser usados no lugar da assinatura. A tradição japonesa mandava que toda transação deveria usar o carimbo feito de madeira.

Agora, as instituições financeiras estão começando a permitir que transações econômicas sejam feitas pelo smartphone ou tablet.

"Dá muito trabalho levar o hanko e tratar da papelada só para levantar dinheiro nas agências", disse Tomoyuki Shiraishi, um operário de 24 anos em Kurashiki, no oeste do Japão. (...)

As pequenas empresas usam o hanko para muitos contratos, e esses carimbos continuarão a ser exigidos para coisas como casar e comprar uma casa.

(...) No ano passado, o banco Resona Holdings passou a permitir que os clientes abram contas sem hanko em cerca de 600 agências. A mudança para o formato digital conta com o apoio do governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, que redigiu um projeto de lei para disponibilizar mais serviços públicos online. (...)

Muitos pais compram um hanko feito à mão para os filhos quando eles atingem a maioridade, e os turistas levam-nos como lembranças, disse Keiichi Fukushima, escultor licenciado e membro da quarta geração de proprietários de uma loja que vende os carimbos no histórico distrito de Ueno em Tóquio. O fabrico de hanko é um setor que gera 1,5 mil milhões de dólares por ano, disse Fukushima, vice-presidente da associação nacional do setor.

"Ainda há muitas ocasiões em que precisamos usar o hanko", disse Fukushima.

Quem vai auditar o Novo Banco?


  • O Novo Banco, de Portugal, teve um grande prejuízo em 2018
  • O grande responsável foram os empréstimos de baixa qualidade
  • A Deloitte é a única Big Four que poderia auditar a instituição

Uma discussão acalorada em Portugal é sobre o Novo Banco (ex-Banco Espírito Santo). Já mostramos aqui que esta instituição financeira teve um grande prejuízo, parte devido ao “crédito malparado” [ou devedores duvidosos].

Diante da situação, há quem defenda a realização de uma auditoria para verificar como foi o processo de concessão de crédito. O presidente da República, Marcelo de Sousa, defende uma ampliação temporal desta auditoria recuando a quadro presidentes ou ex-presidente da instituição.

Um problema surge de imediato: nos anos recentes, o Novo Banco teve duas empresas de auditoria. Em 2017 era a PwC e no ano seguinte a EY. Já a KPMG era auditora antes disto e está sendo acusada de falhas na sua auditoria.

Sobra quem? Das quatro grandes empresas, a Deloitte.

A Deloitte só esteve envolvida na avaliação do impacto para os credores comuns da resolução versus liquidação que foi pedida pelo BdP a seguir à resolução do BES. O objectivo é garantir que os credores não perdem mais dinheiro com a resolução de um banco do que numa liquidação.

Não poderia ser outra empresa fora das Big Four? Vai ser preciso coragem.

Avaliando uma propriedade

  • Em 1987 Michael Jackson comprou Neverland por 20 milhões de dólares
  • Agora o rancho está à venda por 31 milhões, abaixo do custo histórico corrigido e do valor inicialmente pretendido
  • Parte da perda do valor se deve a má fama do cantor e ao otimismo do atual dono

Em 1987 o cantor Michael Jackson pagou quase 20 milhões de dólares - algumas fontes dizem que chegou perto de 30 milhões - por um terreno de 1,1 mil hectares em Los Olivos, Califórnia. Junto com ele, uma casa de 1,2 mil metros quadrados. Originalmente era chamado de Zaca Laderas Ranch, depois Sycamore Valley Ranch e em 1988 foi renomeada de Neverland, em homenagem a terra onde morava Peter Pan, um garoto que nunca cresce.

Era realmente a casa de Jackson e tinha um parque de diversões privado, estátuas no jardim e um zoológico. A partir de 2006 as instalações foram fechadas e a maioria dos funcionários demitida já que Jackson não morava mais no rancho. Há uma associação entre o rancho e acusações de abuso sexual do cantor. Em 2008 a propriedade passou para a Colony Capital em razão da inadimplência de Jackson com alguns credores. O valor da transação foi de 22,5 milhões. Provavelmente Jackson ainda tinha uma participação na propriedade.

Em 2009 acabou o parque de diversões e o zoológico. Em 2015 é anunciado que o rancho seria vendido por um preço inicial de 100 milhões de dólares. Por conta da falta de interessados, o preço cai para 67 milhões no início de 2017. Em fevereiro deste ano o preço pedido caiu para 31 milhões.

Parte da queda no preço se deve aos problemas envolvendo Jackson narrados em Leaving Neverland. Mas alguns especialistas, consultados pela Forbes, discordam do fato. Quando a propriedade foi colocada para venda no valor de 100 milhões acredita-se na possibilidade de um “prêmio” pelo fato de ter sido a casa de Michael Jackson. O potencial comprador poderia usar a casa para construir um museu do cantor, a exemplo do que Elvis Presley possui. Entretanto, a localização isolada do rancho e a imagem ruim do cantor são problemas para este uso.

Os avaliadores acreditam que o pedido de 100 milhões é elevado demais para a propriedade.

As celebridades geralmente pedem um valor premium por suas propriedades, mas normalmente essa “taxa” não é adicionada quando a propriedade é vendida. Um estudo da corretora de imóveis Redfin, de 2016, que analisou 60 propriedades de celebridades no sul da Califórnia, constatou que, em média, elas permaneceram no mercado por cerca de 36 dias a mais do que as outras, e a maioria foi vendida por menos do que o preço pedido.

A Forbes avaliou Neverland em 28 milhões tendo por base as entrevistas realizadas. Este valor é próximo aos 31 milhões pedidos hoje, mas abaixo dos 19,5 milhões pagos na compra corrigidos pela inflação. O custo corrigido seria aqui 44,1 milhões de dólares em 2019. Assim, o novo preço pode atrair compradores.

O uso alternativa da propriedade - como terra agrícola - é descartado pelo tamanho do terreno e o retorno produzido por este tipo de uso:

Eric O’Keefe, editor da revista especializada “Land Report”, define que os compradores normalmente gastam centenas de milhões de dólares apenas em propriedades que julgam ter a capacidade de proporcionar um retorno significativo sobre o investimento: terras agrícolas produtivas, extração madeireira ou vinhedos, por exemplo. Duas propriedades em uma área total de 1,4 mil hectare em Santa Bárbara, Califórnia, que foram colocadas à venda por US$ 110 milhões, contam com uma fazenda de gado em funcionamento e dois pomares.

Mas talvez uma explicação para esta questão seja o fato de que Jackson tenha pago um valor muito elevado quando adquiriu Neverland. E o cantor não era conhecido pela qualidade dos seus investimentos.

Rir é o melhor remédio


17 março 2019

Sinalização, Informação Assimétrica e Triagem

Katy Perry teve, em 2018, um faturamento de 80 bilhões de dólares, o maior da música no ano passado. Estima-se que sua fortuna seja de quase 1 bilhão. O ator Orlando Bloom tem uma riqueza estimada em 160 milhões. Os dois estão noivos.

No noivado, Bloom deu para Perry um anel de 5 milhões de dólares (figura ao lado). O casamento será precedido por um acordo pre-nupcial. Um bom exemplo de sinalização, informação assimétrica, triagem ...

História da Contabilidade: Wedgwood

Wedgwood, nascido em 1730 e falecido em 1795, é conhecido pela sua contribuição para fabricação de cerâmica. Mas sua contribuição foi muito mais ampla. Wedgwood é considerado como criador do marketing moderno, incluindo a mala direta, garantia de devolução do dinheiro, entrega gratuita, atendimento ao cliente na língua nativa, catálogos com os produtos, entre outras “invenções”.

Mas Wedgwood teve uma importante contribuição histórica para contabilidade gerencial. Ele calculava o custo das máquinas, do trabalho, dos materiais e das vendas. Quando ele fez estes progressos, a contabilidade ainda era “mercantil”, originária de Pacioli e outros autores originários do comércio. Este tipo de contabilidade não era útil para o novo setor que estava surgindo, com a fábrica demandava uma contabilidade mais evoluída, mensurando os custos de produção. Mais do que isto, ele calculava a depreciação e até o juros do capital.

A época de Wedgood é também a época de Watt, que sabia que a contabilidade era uma vantagem competitiva. Watt, um inventor conterrâneo do mestre da cerâmica, entendeu que os métodos contábeis poderiam ser um segredo industrial. Mas Wedgood não somente calculava seus custos; ele usava as informações para ter uma posição competitiva melhor que seus concorrentes. Se sabia os custos de produção, Wedgood também conhecia que o trabalho infantil era mais barato e mais eficiente. Em lugar de pagar por dia, ele adotou o pagamento por peça. Ele entendia que a qualidade da contabilidade não dependia somente do cálculo dos custos, mas também o trabalho do auditor, que poderia tornar os números contábeis mais confiáveis.

Se Datini foi o caso prático de aplicação da contabilidade mercantil, Wedgood é a essência da aplicação da contabilidade gerencial. Com esta, ele conseguia produzir cerâmicas caras para nobreza e produtos acessíveis para aqueles que queriam seus produtos, mas que talvez não tivessem dinheiro se o preço não fosse baixo.

Para ler mais: O capítulo 8 do livro The Reckoning, de Jacob Soll, é um bom começo para termos uma dimensão da importância de Wedgood para contabilidade gerencial.

Caplan, segundo Demo

Pedro Demo publica um longo comentário do livro de Caplan, que já fizemos uma resenha e recomendamos. O comentário de Demo pode ser acesso aqui e colocamos a conclusão abaixo:

É provocativamente ousada a proposta de Caplan, embora, olhando mais de perto, exale o contexto do mercado por todos os poros. Isto não admira em contexto americano, porque educação sempre foi vista – cruamente – como serva do mercado. A relação assumida é dura e reta: avalia-se o que educação traz para o mercado; não se fala de “formação”, cidadania, convivência, a não ser quando empregadores veem nisso algum benefício para a empresa. Podemos acentuar consciência, elegância, comunicação, mas o que vale é a empregabilidade, que fica por conta do empregado – a empresa não tem nenhum compromisso. Sob este ângulo, a maior parte do que se faz na escola/faculdade é olimpicamente inútil. Entretanto, Caplan deixa de lado que o próprio mercado tem preferido graduados com formação geral mais visível, que a seleção é feita em entrevista para ver se o candidato tem projeto de vida interessante, mostra maturidade, sabe argumentar e expressar-se... Embora a indicação de “espírito crítico” seja uma farsa escabrosa, porque totalmente unilateral, indica, a seu jeito, que formação ampla é trunfo importante. Mas, como autores mais diretos e críticos constatam, a maior qualidade é conformidade inteligente!

Caplan descasca a inutilidade dos conteúdos – muitos são inventados e apenas enchem a cabeça. Mas há outra inutilidade: ficar na escola para não aprender nada, anos a fio, saindo, por exemplo, sem saber matemática ou sem redigir uma página. O exagero da hipótese tem finalidade provocativa, instigadora, e dificilmente “prova” que educação é apenas sinalização. Mas é muito interessante esta perspectiva, iluminando muito da relação empregador/empregado – uma encenação ostensiva, onde a aparência vale mais que qualquer realidade.

Palestra

Análise de grande volume de dados de gasto público para identificação de corrupção - oportunidades para agendas de pesquisa

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (PPGCont/UnB) convida a comunidade acadêmica para a Aula Inaugural do 1.º período letivo de 2019, a ser ministrada pelo Prof. Me. Rafael Antonio Braem Velasco, da FGV-RJ, no dia 18 de março de 2019, a partir das 14 horas, no Auditório Azul (subsolo) da FACE (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas), na Universidade de Brasília. O referido docente participou da equipe da força-tarefa da Lava-jato e da 4.ª edição do Congresso UnB de Contabilidade e Governança (CCGUnB), ocorrido em novembro de 2018.

Rir é o melhor remédio