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06 junho 2018

Chance de vencer a Copa

O El País calculou a chance de cada país vencer a Copa. Para o jornal espanhol, os favoritos são, na ordem, Brasil, Alemanha, Espanha, Argentina e Portugal. Mas as chances do Brasil são de 17,9%. Os cinco favoritos devem vencer o título com 68% de chance.

Anteriormente calculamos, com base na bolsa de apostas, as chances e o percentual do Brasil era um pouco menor: 13,9%. A grande diferença entre as apostas e os cálculos do El País estava na França.

Resenha: Kindle

Uma das melhores invenções atuais: livro eletrônico. Mais especificamente: o Kindle, da Amazon.

A primeira vez que comprei um kindle foi na mesma época em que o iPad foi lançado. Algumas pessoas não entenderam porque eu o escolhi ao invés do tablet... Mas eu explico: para mim o atrativo principal foi a chamada “tinta virtual”. Se você leu esta resenha até aqui, há grandes chances de você também gostar de livros, então acredito sim que a e-ink fará diferença em sua vida.

Eu sempre li muito e em algumas épocas fico com dores nos olhos, então simplesmente usar um tablet não era a melhor opção, já que dizem prejudicar a visão. O kindle não tem esse problema, além de não ter a famosa “luz azul”. Ele é tão bem feito que em alguns momentos eu cheguei a esquecer que estava com um dispositivo, e não com o livro.

Mais prós: você pode ajustar o tamanho da letra; ninguém sabe o que você está lendo; não pesa; cabe em qualquer lugar; não reflete a luz do sol.

Eu não deixei de usar papel, mas às vezes é um luxo poder comprar o livro físico, já que para títulos não-técnicos há diferença considerável no preço, ainda mais ao se acrescentar o valor do frete. E essa, para mim, é a maior das vantagens: o preço. Livro virtual é frequentemente mais barato.

Vale a pena: Sim! Pra mim o que poderia melhorar seria permitir presentar e-books, que atualmente não acontece. Mas já é possível emprestar livros. (Você pode emprestar cada título até duas vezes e cada empréstimo fica válido por 15 dias, salvo engano.)

Em tempo:
Já dei essa dica aqui, mas acho que vale repetir: sugiro colocar os livros que você pretende comprar na “lista de desejos”, que há na Amazon, e esperar por promoções. Na “semana do consumidor” (e estão sempre inventando alguma “data comemorativa” – Amazon Day é o melhor) eu comprei mais de dez livros em uma média de R$ 15 cada. Eu já tentei me aventurar em outros aparelhos como o kobo, mas aqui no Brasil ainda não há uma loja que eu tenha percebido ter preços que possam competir com o que a Amazon oferece pro kindle.

E também: não compre o aparelho pelo valor cheio. Sempre há promoções da Amazon com ao menos R$80 de desconto, ou há outros sites que vendem o aparelho mais em conta. Nesta semana, por exemplo, está havendo esse desconto por causa do Dia dos Namorados.

via GIPHY

Em tempo - comentário do Alexandre que acrescenta muito ao texto:
Tenho muitos livros técnicos e de assuntos variados. A sua leveza possibilita levar sua biblioteca virtual para qualquer lugar, isso é ótimo.

Além dos recursos já destacados no post tem a vantagem de poer ler o acervo em aplicativo instalado no celular, tablet ou notebook.

No notebook ainda dá pra copiar e colar o texto, o que facilita muito quando estamos usando o livro como referência em alguma pesquisa.

Tem dicionário agregado para inúmeros idiomas e possibilidade de compartilhar trechos diretamente para o Twitter e Facebook.
 
Outro recurso legal bem legal é o marca texto. Depois de ler e destacar trechos é possível ler só o destacado... em uma lista destaques... dessa lista é possível clicar no trecho e ir direto para o contexto do trecho.
Muito bom para estudar e rever coisas importantes.. isso não tem como fazer com a mesma rapidez em livro em papel.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

05 junho 2018

Big Data e custo de Capital

Uma relação interessante entre Big Data e custo de capital:

Exploramos a hipótese de que o uso de big data nos mercados financeiros reduziu o custo de capital para grandes empresas, em relação às pequenas, permitindo que as grandes empresas crescessem. Grandes empresas, com mais atividade econômica e uma história mais longa da empresa, oferecem mais dados para processar. À medida que os processadores mais rápidos processam cada vez mais dados - anúncios de macro, demonstrações de lucros, métricas de desempenho dos concorrentes, demanda de exportação etc. - as grandes empresas tornam-se alvos mais valiosos para essa análise de dados. Uma vez processados, esses dados podem prever melhor o valor da empresa, reduzir o risco de investimento de capital e, assim, reduzir o custo de capital da empresa.

BEGENAU, Juliane; FARBOODI, Maryam; VELDKAMP, Laura. Big data in finance and the growth of large firms. National Bureau of Economic Research, 2018.

Basicamente a relação seria:

Grandes empresas = mais dados para processar = prever melhor o valor da empresa = reduzir o risco de investimento de capital = reduzir o custo de capital da empresa.

Café para não dormir

Uma pesquisa, publicada em um periódico de sono, mostrou que é possível construir um algoritmo para determinar a quantidade ideal de cafeína a ser ingerida por uma pessoa para mantê-lo em alerta. A pesquisa foi realizada pelo exército dos Estados Unidos, que tem interesse que os soldados fiquem em um grau máximo de alerta em situações de combate.

A tecnologia não está disponível, embora parece existir interesse do exércio em licenciar. Aqui tem um site sobre o assunto.

Golpe do artigo a ser publicado

O site Retraction Watch revela uma série de golpes contra pesquisadores interessados em publicar suas pesquisas. Os pesquisadores geralmente recebem um e-mail fraudulento de alguém anunciando serviços para aqueles que estão com problemas. Um dos e-mails era de alguém que se dizia amigo do editor. Outro, cobrando uma taxa de submissão e publicação. Em outro, comentários de revisores falsos e em seguida um e-mail de aceitação com um contato.

Os problemas são agravados pelo fato dos pesquisadores não revelarem que caíram no golpe: vergonha ou medo de uma retaliação de um comitê de ética. Muitos dos problemas ocorreram no Irã, China, Rússia ou Ucrânia. A solução para o problema, segundo o site, é “os editores forem mais explícitos sobre o que acontecerá durante o processo de submissão e revisão por pares, os autores terão uma melhor compreensão de quando as promessas são boas demais para ser verdade.

04 junho 2018

Jensen e o milagre da multiplicação

O economista Michael Jensen, um dos grande nomes de finanças e fundador do SSRN, foi acusado de usar o mesmo artigo três vezes em diferentes periódicos. A publicação ocorreu em 2001 e 2002, com “more or less simultaneously vetting versions of the Jensen article.” Segundo o denunciante

In my view, duplicate publications harm researchers by creating inefficiencies. Time is wasted when researchers wade through various iterations of the same work. Duplicate publications also take valuable space in journals, displacing original work by others that might otherwise have been published. This practice can create an illusion of productivity for authors, distort future meta-analyses, and violate copyright, in addition to wasting the time of manuscript reviewers and resources of publishers. When editors of journals issue retractions or EOCs for duplicate publications, they correct the scholarly record and let readers know that undisclosed duplicate publication is professionally unacceptable.


Jensen tem trabalhos conhecidos sobre remuneração com opções e a teoria da agência. Seus artigos possuem mais de 37 mil citações, sendo que “Theory of firm – managerial behavior, agency costs and ownership structure,” foi citado mais de 14 mil vezes.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

03 junho 2018

Discriminação alfabética na ciência

A ordem dos autores de um artigo pode ser relevante. Em alguns casos, a decisão é por ordem alfabética. Mas segundo Matthias Weber existe evidências que esta decisão é ruim, pois discrimina os autores com letras no final do alfabeto, com implicações para as futuras pesquisas.

No geral, uma variedade de estudos mostra de forma convincente que a discriminação alfabética existe. As magnitudes encontradas são bastante importantes. Por exemplo, estima-se que a probabilidade de ganhar mandato em um dos dez departamentos de economia seja cerca de 26 pontos percentuais maior para professores com um sobrenome A do que com um sobrenome Z.

A conclusão que pode ser tirada é simples: os autores das peças escritas não devem ser listados alfabeticamente, mas de acordo com sua contribuição para o trabalho.

02 junho 2018

Orçamento público e preço do petróleo na Nigéria

O processo de elaboração do orçamento público parte de algumas premissas. Muitas vezes, a definição destas premissas pode fazer com que o orçamento esteja muito acima ou muito abaixo do seu valor real. Aqui no Brasil tivemos / temos esta experiência com, por exemplo, as projeções de inflação usada para elaboração da proposta orçamentária. O governo pode jogar com esta estimativa, para, por exemplo, reduzir as despesas e aumentar as receitas.

Um exemplo interessante ocorre na Nigéria. Lá o principal ponto de estimativa é o preço do principal produto do país, o petróleo. Mais especificamente, o preço do barril de petróleo no mercado mundial. Recentemente, o orçamento apresentado pelo governo, de 8,6 trilhões de nairas (nome da moeda local), quando voltou do legislativo apresentou um acréscimo de 500 bilhões, para 9,12 trilhões de nairas. O preço base do barril de petróleo foi de 45 dólares; usando como justificativa a mudança recente no preço do barril, o legislativo passou a trabalhar com um valor de 51 dólares. (Atualmente está entre 65 a 70 dólares o barril) ]

Ao mudar o parâmetro, o legislativo da Nigéria permitiu o aumento da despesa pública. Conforme uma reportagem da Quartz, esta manipulação não é recente e existem interesses nebulosos nesta manipulação.

Brazil

O gráfico mostra o interesse dos internautas pela palavra Brazil. Os recentes acontecimentos, a crise política ou a recessão não despertaram a atenção das pessoas no exterior. Os dois picos onde a pesquisa do termo Brazil ocorreram em meados de 2014 e meados de 2016. Ou seja, durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas. (O gráfico acima vale para os Estados Unidos, mas o resultado para todo o mundo não é muito diferente)

01 junho 2018

O escândalo financeiro que ninguém fala

Um texto essencial publicado no The Guardian, de Richard Brooks, sobre as Big Four. Um resumo a seguir:

Depois da queda do Lehman Brothers, que fez as economias se ajoelharem em 2008, ficou aparente que as auditorias da Ernst Young àquele banco tinham sido praticamente inúteis. Fracassos semelhantes no outro lado do Atlântico provaram que balanços em todos os lugares estavam cheios de escória assinada como ouro. (...)

Apesar dos riscos econômicos apresentados pela contabilidade enganosa, os contadores cumprem suas obrigações com relativa impunidade. As grandes empresas persuadiram os governos de que o litígio contra elas é uma ameaça existencial à economia. As vantagens incomparáveis ​​de um mercado garantido (...) são os pilares sobre os quais as empresas big four, de bilhões de dólares, são construídas. Eles são livres para lucrar sem temerem graves consequências de seus abusos, seja a exploração das leis tributárias, conselhos enviesados de consultoria ou a negligência do crime financeiro.

Conscientes de sua extrema sorte e desesperados para protegê-lo, os contadores às vezes gostam de protestar contra a dureza de suas condições de negócios. “O ambiente com o qual estamos lidando hoje é desafiador - seja a economia global, as questões geopolíticas ou a forte concorrência”, afirmou o presidente global da PwC, Dennis Nally, em 2015, ao revelar o que era a receita mais alta de todos os tempos da empresa de contabilidade: US $ 35 bilhões. No ano seguinte, o número subiu - como nas outras três grandes firmas, apesar da forte concorrência - para US $ 36 bilhões. Embora sejam muito tímidos para dizer quanto lucro sua receita mundial significa, os números dos países onde são obrigados a divulgá-la sugerem que a PwC estaria se aproximando de US $ 10 bilhões.

(...) Como profissionais, os contadores geralmente são confiáveis ​​para se autorregularem - com resultados previsivelmente auto-indulgentes. (...) Quando se trata de definir as próprias regras críticas da contabilidade - como a indústria e as finanças são auditadas - as quatro grandes são igualmente dominantes. Seus ex-alunos controlam os padrões internacionais e nacionais, assegurando que as regras do jogo sejam adequadas às principais firmas de contabilidade e seus clientes.

As principais firmas de contabilidade também evitam o nível de escrutínio público que sua importância justifica. Grandes escândalos em que eles estão implicados invariavelmente vêm com vilões mais coloridos para a mídia se destacar. Quando, por exemplo, os Paradise Papers chegaram às manchetes em novembro de 2017, a grande novidade foi que o piloto Lewis Hamilton (...) O fato mais importante de que uma das maiores firmas de contabilidade do mundo e um suposto vigilante do capitalismo, EY, havia projetado o esquema para ele e outros, incluindo vários oligarcas, passou em grande parte despercebida. Além disso, abrangendo todas as áreas de negócios e serviços públicos, as quatro grandes empresas tornaram-se as amigas do repórter.