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31 maio 2018

País pobre patrocinando um clube de futebol

Um caso curioso (?): um dos países mais pobres do mundo, Ruanda, resolveu pagar 39 milhões de dólares por um patrocínio do Arsenal, um dos clubes de futebol mais ricos do mundo. Durante três anos, o Arsenal irá exibir o anúncio "Visit Ruanda". Ruanda ficou conhecida por um brutal genocídio ocorrido em 1994. 

O que ajuda a explicar a escolha: o presidente Kagame (este é o nome mesmo) é fã do Arsenal. Apesar do turismo ser uma importante fonte de renda para o país, o assunto não foi discutido com sua equipe e o valor não constava do orçamento público.

A questão de um time de futebol sendo patrocinado por um país não é algo novo. Anteriormente o Barcelona aceitou o patrocínio do Catar e o Atlético de Madrid do Azerbaijão.

30 maio 2018

Diferença nas normas ainda faz diferença

Eis um caso onde a diferença na forma de tratamento dado pelas normas contábeis pode influenciar o resultado de uma empresa. No caso, trata-se da fabricante de automóveis de luxo Aston Martin. Durante o ano de 2017 a empresa alocou 224 milhões de libras em Pesquisa e Desenvolvimento. Isto corresponde a um quarto das vendas. Somente 11 milhões foram para resultado. O restante foi considerado ativo, sendo capitalizado no balanço da empresa.

Se a empresa seguisse as normas do Fasb, os valores de P & D seriam consideradas no resultados, o que faria com que o resultado fosse negativo. Mas tendo sede na Inglaterra, a Aston Martin usa as IFRS, que permite capitalizar parte do valor, como a empresa fez. Entretanto, conforme nota a Bloomberg, este valor parece ser muito alto.

29 maio 2018

Lucro de 30 bilhões da Oi

Segundo notícia do G1, a Oi teve um lucro líquido de 30,5 bilhões de reais no primeiro trimestre. Em janeiro de 2018, a empresa teve o plano de recuperação homologado, o que permitiu a redução da dívida da empresa.  A dívida líquida reduziu de 47,6 bilhões para 7,3 bilhões entre final de dezembro e final de março. Com o ajuste da dívida, o receita financeira foi superior a 27 bilhões de reais.

O balanço não foi auditado.

26 maio 2018

Poder das Metas

No livro Irresistível, Adam Alter comenta sobre o poder das metas. E apresenta o gráfico abaixo que é bastante interessante:
O gráfico mostra o tempo para completar a maratona pelo número de corredores. Assim, cerca de 500 terminam com o tempo de 3 horas e 59 minutos. Mas somente 390 fazem em 4 horas e um minuto.

terminar em menos de quatro horas. Esse é o poder irresistível das metas: mesmo quando estiver a duas bananas de desabar, você encontra força de vontade para seguir em frente.

O gráfico mostra em destaque os valores imediatamente anteriores aos tempos exatos de 3 horas, 3 horas e meia, 4 horas e 4 horas e meia. Alter revela que a organização da prova coloca "coelhos" com informação do tempo que cada um levará para completar a prova. Assim, se você quiser concluir em três horas, basta seguir o "coelho" com a informação na camisa. 

Rir é o melhor remédio


25 maio 2018

Conselho e poder

Parece existir uma relação entre dar conselhos e poder:

Aqueles que haviam se lembrado de dar conselhos tinham maior senso de poder; quando o conselho foi solicitado, esse sentimento foi impulsionado ainda mais. Um segundo estudo perguntou a 94 funcionários da biblioteca com que frequência eles davam conselhos e com que frequência os outros seguiam esse conselho. Os pesquisadores descobriram que ambos os fatores criaram uma sensação mais forte de poder.

Ou seja, dar conselhos não é algo altruísta, mas sinal de fome de poder. Será que isto pode ser aplicado para a relação orientando e orientador?

24 maio 2018

De olho nas auditorias

AUDITORIAS só são notadas quando as coisas dão errado. Na semana passada, os deputados britânicos emitiram um ataque contundente à KPMG, um auditor, por não ter conseguido evitar o colapso da Carillion, uma empresa contratante. As autoridades sul-africanas estão analisando a auditoria da Deloitte à Steinhoff, uma varejista. PwC, outro auditor, pode enfrentar um veredicto de indenização por centenas de milhões de dólares por não ter detectado fraude no Colonial Bank, um credor americano falido. Também está lutando com uma ação de US $ 3 bilhões na Ucrânia e uma proibição de dois anos na Índia.

Os investidores também estão acordando para auditorias. Quase nunca votam contra a escolha do auditor pela administração. Mas no mês passado, mais de um terço dos acionistas da General Electric, um conglomerado industrial, votou contra a recondução da KPMG. Investidores em Steinhoff estão processando a empresa e a Deloitte por US $ 5 bilhões por suas perdas


(The Economist. Continue lendo aqui)

Remuneração

Boa notícia para o mercado de capitais brasileiro:

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) derrubou a liminar que autorizava companhias brasileiras a divulgarem apenas de forma parcial a remuneração de seus executivos, contrariando o previsto na Instrução nº 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

A listagem de empresas que usavam a liminar incluía os seguintes nomes:  Bradesco, Cielo, Itaú e Itausa (financeiro); Vale (mineração); CSN, Metalúrgica Gerdau e Gerdau (siderurgia); Fibria e Suzano (papel e celulose); Oi e Tim (telefonia); Braskem (petroquímica); CCR e Rumo (infraestrutura); Lojas Americanas, B2W e Via Varejo (varejo); BR Malls e Iguatemi (shopping); Alpargatas (calçados); Cosan e CPFL (energia), Embraer (aeronaves), Duratex e Even (construção); Multiplus (serviços); e Minerva (alimentos).

A CVM divulgou um comunicado sobre o assunto. Em um dos trechos:

A decisão proferida hoje pelo TRF2 foi tomada por 3 votos a 0, com manifestação favorável do Ministério Público Federal durante a sessão. Os argumentos da CVM foram acolhidos por unanimidade. O Tribunal reconheceu que a regra estabelecida pela Autarquia não representa afronta à Lei 6.404/76, e que o respeito aos direitos à intimidade e privacidade não tem caráter absoluto, podendo ceder ao interesse público, presente no caso.

Levou-se também em consideração que, ao adotar a forma de companhia aberta para o exercício de qualquer atividade empresarial, as companhias devem seguir a legislação e a regulamentação correspondentes, especialmente focadas no regime informacional de maior transparência, tendo em vista o interesse do público investidor em geral.

Sobre a questão da violência, também exposta pelo IBEF, o Tribunal entendeu que a preocupação aflige a população brasileira de forma geral e que a experiência com a divulgação da remuneração dos servidores públicos demonstrou que não houve acréscimo do risco associado à violência para essa parcela da população.

Os desembargadores ainda observaram que a regra editada pela CVM foi precedida de amplo debate público, com a incorporação de práticas que já vêm sendo adotadas internacionalmente.



Óbvio, não? Mas qual a razão da demora para julgar?

Mesmice

Um texto para muitos pareceristas de periódicos e congressos:

Por volta de meados do século 20, um modelo sombrio para seus escritos começou a se espalhar pelas ciências: Primeiro uma Introdução, seguido pelos Métodos usados ​​para o experimento, depois um resumo dos Resultados e uma seção para Discussão. Na década de 1970, esse formato “IMRaD” era quase universal na literatura.

(...)"Estamos agora em um sistema que incentiva a mesmice", diz Melinda Baldwin, autora de Making Nature : A História de um Periódico Científico. “Estamos em um sistema que não incentiva as pessoas a escreverem artigos científicos bonitos.” 

Os analistas estão mais preocupados em dizer que "não pode fazer citação no resumo", "é necessário retomar a discussão nos resultados", "deve deixar claro de onde surgiram as variáveis", "as referências estão defasadas", "faltou a pergunta da pesquisa" entre outras coisas.

Rir é o melhor remédio


Formas de me contactar, ranqueadas:

1. Mensagem de texto
2. E-mail
3. Mensagem direta (mídias sociais)
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.
98. Mensagem de fumaça escrita no céu
99. Sinal de fumaça
100. Ligação telefônica

Fonte: Aqui

23 maio 2018

Como reduzir a diferença de gênero

No livro Lo que importa es el porqué, Uri Gneezy e John List percorrem diversos lugares do mundo tentando descobrir a razão para a existência da desigualdade entre homem e mulher na sociedade. Os autores conhecem desde a sociedade mais matriarcal existente até o extremo oposto, onde predomina, no extremo, o homem. Nestas sociedades, eles fizeram um experimento competitivo nas aldeias da Tanzânia e da Índia - onde predominava os dois extremos citados - para tentar entender a razão da desigualdade. Publicaram também um anúncio oferecendo emprego e descobriram que as mulheres evitam, na sociedade moderna, os anúncios onde a recompensa depende da competição.

As pesquisas realizadas por Gneezy e List levaram os autores a uma conclusão: a desigualdade de gênero poderia ser explicada pelo componente cultural. Se a nossa sociedade se preocupar com a socialização das crianças, e isto inclui a volta das escolas separadas por gênero (!?) (1). Isto parece estranho, mas os dois são pesquisadores respeitados, com ampla experiência em comportamento humano.

Uma pesquisa mais recente, de dois professores da Paris School Economics, usou também uma situação prática, o chamado experimento natural. No caso, a Alemanha. Lippmann e Senik olharam especificamente a matemática. Este é um campo da ciência onde prevalece o homem entre os estudantes e os pesquisadores. Na antiga Alemanha Oriental, o lado comunista, as mulheres tinham uma educação mais igualitária do que na Alemanha Ocidental, o capitalista. Usando esta divisão, os autores descobriram que a diferença entre gênero na matemática é reduzida nas regiões da antida Alemanha comunista. Os autores chegam a uma conclusão parecida com a narrada por Gneezy e List no livro.

Nós mostramos que esta diferença Leste-Oeste é devido a meninas atitudes, confiança e competitividade em matemática, e não a outros fatores (...). Também fornecemos evidências ilustrativas de que a diferença de gênero em matemática é menor nos países europeus que costumavam fazer parte do bloco soviético, em oposição ao resto da Europa. A lição é dupla: (1) uma grande parte da lacuna generalizada de gênero na matemática se deve aos estereótipos sociais; (2) as instituições podem modificar de forma duradoura esses estereótipos.