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04 janeiro 2018

A posse dos novos conselheiros do CFC


Por Eliedna Barbosa e Elinaldo Barbosa

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) realizou nessa quarta-feira (3) reunião plenária extraordinária para a posse dos conselheiros com mandato até 31 de dezembro de 2021. Do total de 36 conselheiros (34 contadores e 2 técnicos) 44% são do Nordeste, 17% do Norte, 17% do Sul, 11% do Sudeste e 11% do Centro-oeste, ou seja, a maioria (61%) são do norte/nordeste.

Ressalta-se que 33% estão sendo reconduzidos (segundo mandato no CFC). Desses, 5 conselheiros estão assumindo o terceiro mandato (12 anos) no sistema. Oriundos dos Conselhos Regionais (Ex-presidentes, Vice-presidentes, Diretores) são 64% e apenas 3% não se enquadram nesse panorama.

Como a maioria dos conselheiros empossados originam dos regionais, ao mesmo tempo que passaram por eleições locais, acabam por chamar a atenção de traços da Teoria da Escolha Pública, quando políticos por meio de processo eleitoral buscam por poder e prestígio. O fato do CFC não ter definido, claramente, quais são os critérios de escolha desses conselheiros e como é formada a chapa única, que predomina devido as eleições serem indiretas, mantendo a prática de déficit de democracia, corrobora com essa percepção.

Nesse contexto, só resta analisar números, conforme quadro a seguir:
Regiões
Conselheiros
empossados
Contribuições para o CFC (2017)
votos nas eleições locais
Nordeste
44%
13,0%
36.486
Norte
17%
2,0%
5.735
Sul
17%
18,6%
60.287
Sudeste
11%
30,5%
97.531
Centro-oeste
11%
4,5%
13.160

Fonte: Com base em dados disponíveis no site (http://cfc.org.br/).

Levando em conta apenas os Estados dos conselheiros que tomaram posse, pode-se observar, claramente, que cerca de quase 50% da cota-parte do CFC de 2017 (ano de eleição) foi originada do Sul e Sudeste juntos. Contudo, o Nordeste e o Norte, que somam 61% dos conselheiros, participaram com 15% da arrecadação. Só a título de curiosidade, o Sul e Sudeste juntos, formados por 7 regionais, contribuíram em 2017 com 81,61% da arrecadação do CFC.

Assim, é o desenho dos próximos quatro anos desse sistema, que tem inúmeros desafios pela frente, uma classe de profissionais sedentos por mudanças, valorização e uma boa pitada de altruísmo.


O perfil dos novos Conselheiros do CFC

Mas, afinal, quem são esses conselheiros?

Infelizmente, não é possível levantar esse perfil. O CFC não disponibiliza currículo daqueles que compõe sua plenária, apenas um breve resumo do Presidente. Na tentativa de conseguir informações, através do google o máximo obtido foi o currículo lattes de 8 (oito) dos 36 (trinta e seis) conselheiros, ou seja, 22% deles, e, mesmo assim, apenas dois estavam atualizados em 2017. Destaca-se que, desses oito, dois possuem mestrado em contabilidade e um é doutor em contabilidade pela Universidade Nacional de Rosário na Argentina.

Por meio de votação secreta, eles elegeram por unanimidade o novo Presidente para o biênio 2018-2019, o Contador gaúcho Zulmir Ivânio Breda que contou um pouco da sua trajetória no Sistema CFC/CRCs (http://cfc.org.br/noticias/novo-presidente-do-cfc-apresenta-as-metas-da-gestao/), destacando uma participação que já perdura 24 anos. Ele irá administrar em 2018 um orçamento de R$ 74,6 milhões, para cerca de 530 mil profissionais registrados.

Segundo Breda, o principal objetivo nessa gestão que se inicia é o de elevar cada vez mais a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais ao mercado. Assim, esperamos de fato um novo momento para a classe, repleto de mudanças, inclusive no próprio CFC, que sejam estabelecidas as eleições diretas, que dê ao processo a transparência necessária, que invista na valorização e melhoria da profissão e que resgate a representatividade da classe que não foi alcançada nas eleições de 2017. 

Rir é o melhor remédio

Não me arrependo de nada!!!

Fonte: Aqui







31 dezembro 2017

Repatriação reduziu desigualdade tributária em 2016

O programa de regularização de ativos no exterior, também conhecido como repatriação, teve um efeito temporário sobre um dos principais problemas da tributação brasileira. A cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre o patrimônio legalmente mantido por brasileiros no exterior reduziu a desigualdade na arrecadação nacional no ano passado, segundo o relatório da carga tributária de 2016 divulgada nesta semana pela Receita Federal.
[...]

De acordo com os dados oficiais do Fisco da carga tributária de 2016, a tributação sobre bens e serviços, ligada ao consumo, caiu de 15,85% em 2015 para 15,35% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) no ano passado. Em contrapartida, a tributação sobre a renda subiu de 5,88% para 6,47% na mesma comparação.
[...]

A primeira etapa da repatriação, de abril a outubro de 2016, arrecadou R$ 46,8 bilhões em Imposto de Renda e em multas. Na ocasião, os contribuintes pagaram 15% de Imposto de Renda (IR) e 15% de multa em troca da anistia do crime de evasão de divisas. A influência dos tributos progressivos não se repetirá na carga tributária de 2017 porque a segunda fase da repatriação, que cobrou 15% de IR e 20,25% de multa, teve baixa adesão e arrecadou R$ 1,61 bilhão, bem abaixo da expectativa inicial de R$ 13 bilhões. A Receita só divulgará os dados de 2017 no segundo semestre de 2018.

A carga tributária representa o peso dos tributos sobre a economia. Em 2016, 32,38% de tudo o que o país produziu foi pago ao governo, contra 32,11% do PIB registrados em 2015. Sem a repatriação, no entanto, o indicador teria caído para 32,01% do PIB. O aumento da arrecadação de Imposto de Renda teria efeito apenas marginal na redução da desigualdade tributária em relação a outros países.

O relatório de 2016 apresentou um comparativo da carga tributária por segmento de tributação entre o Brasil e países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo dos países mais industrializados ao qual o governo brasileiro está em negociações para ingressar. Por causa das defasagens na divulgação de outros países, a comparação é feita com os dados de 2015.

Há dois anos, o Brasil fazia parte do grupo das menores cargas tributárias, em 11º lugar, num total de 34 países. No entanto, ao analisar a estrutura da arrecadação, o país era o que menos arrecadava com a renda (5,88% do PIB). Ao comparar os dados do Brasil de 2016 (6,47%) com a arrecadação de 2015 dos demais países, o país teria subido para a penúltima posição na tributação da renda, à frente apenas da Turquia. Na Dinamarca, que lidera o ranking da igualdade tributária, os tributos sobre a renda equivaleram a 29,2% do PIB.

Em relação ao consumo, no entanto, o Brasil era o segundo país que mais arrecadava com a tributação sobre bens e serviços em 2015 (15,85% do PIB), perdendo apenas para a Hungria, com 17,2%. Ao incluir os dados de 2016 (15,35%), mantendo a arrecadação de 2015 dos países da OCDE, o Brasil seria ultrapassado pela Grécia e cairia para a terceira posição. O país que onerava menos o consumo eram os Estados Unidos (4,4% do PIB).

Fonte: Aqui

Paródia: Fatos Contábeis

Fatos contábeis com o professor Geovanni Silva:

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

28 dezembro 2017

Fraude na ciência

Um site que acompanho é o Retration Watch, que acompanha os casos de fraudes na ciência. Um notícia recente impressionou: um periódico científico sobre câncer afirmou que descobriu em um artigo de 2014 que uma imagem foi duplicada em sete outros artigos. Ou seja, oito artigos mostraram a mesma figura. O periódico é o Asian Pacific Journal of Cancer Prevention (APJCP). Todos os artigos foram publicados entre 2014 a 2016.

A figura aparece a seguir:

Rir é o melhor remédio


27 dezembro 2017

Mais destruição de vagas em Novembro

Somente hoje o Ministério do Trabalho disponibilizou a base de dados do Caged para consulta referente ao desempenho do setor formal da economia. No geral, após sete meses de desempenho positivo, a economia demitiu mais que contratou.

No setor contábil, composto pelos contadores, auditores, escriturários e técnicos em contabilidade, o desempenho seguiu o padrão dos meses anteriores. E isto significa notícia ruim: afinal, em 2017, somente em janeiro o resultado foi positivo.
O gráfico acima mostra que a linha vermelha, dos demitidos, tem estado acima da linha azul, de contratação, nos últimos meses. Em termos acumulados, o mês de novembro suplantou a barreira das 40 mil vagas destruídas desde janeiro de 2014. Isto representa quase 10% do total. Um ponto positivo é que a diferença salarial entre demitidos e admitidos foi de 15%, o meno´r nível desde início de 2016. Isto pode ser um sinal que o ciclo de demissão para contratar profissional com menor salário pode estar reduzindo. Ou talvez seja uma situação atípica.

Com a grande quantidade de demissões desde 2014, os trabalhos que estão sendo mandados para rua possuem cada vez mais experiências. O trabalhador demitido em novembro tinha em média 37 meses de emprego, um número similar aos dos meses anteriores.

Em novembro o problema do emprego atingiu todo perfil de empregado. Assim, o saldo negativo independente do gênero do trabalhador, seu nível de escolaridade ou o tipo de emprego.


O gráfico é um comparativo que temos feito nos últimos meses para mostrar que enquanto a economia parece ter revertido a tendência de queda no emprego formal (linha vermelha) o mesmo não se pode dizer do setor contábil (linha azul).

O que esperar de dezembro?  - Tradicionalmente dezembro tem sido bom para a contratação de trabalhadores no setor contábil. Em 2016 foi o segundo pior mês, mas em 2014 e 2015 foi de longe o pior. Em novembro de 2016 o saldo foi menos 1824, perto dos menos 1731 deste ano; já em dezembro o saldo foi 3.274, negativo. 

O Blog em números


Estamos com quase 5 milhões de visualizações no blog! Contamos com 5 mil seguidores em nossa página do Facebook e quase 2 mil no Twitter. No Pinterest temos 276 seguidores e estamos muito satisfeitos com o resultado! No Instagram, com uma pegada um tanto mais informal, contamos com 21 mil seguidores.

Aqui no blog, 71,3% chegam por meio do computador, 27,4 pelo celular, 1,3% por tablet. 87,5% das sessões foram brasileiras, 5,7% portuguesas, 1,8% estadunidenses, 2,7% de Moçambique e da Angola.

A maioria dos nossos usuários acessa o site entre as 14h e as 16h, de segunda a quinta. Segunda-feira, entre 20h e 21h, também observamos mais acesso (entre 4,5 e 6 mil acessos), assim como na terça no horário das 10h (4,5 mil).

Somos gratos de uma forma imensurável por tudo isso. Obrigada pela companhia!

Reuniões privadas com executivos

Qual a razão de algumas pessoas gastarem tempo e dinheiro com reuniões privadas com os gestores de uma empresa? Um pesquisa mostrou que as pessoas que pagam por estas reuniões "pedem" informações que podem violar as regras do mercado de capitais. As empresas dos EUA e Europa fazem em média 100 dessas reuniões por ano, segundo uma pesquisa.

Outra pesquisa analisou mais de mil perguntas feitas nestas reuniões, entre 2015 e 2016, para um total de 66 reuniões privadas.

Em reuniões privadas, descobriram que os investidores faziam mais perguntas e que eram mais agressivos e focados do que nas discussões públicas.

Leia mais aqui.

Como o FASB pretende simplificar a transição do Leasing

Muitas vezes o regulador faz regras difíceis de serem adotadas. E depois penam para convencer que isso melhorou a contabilidade. E que a adoção não é tão complicada assim. Uma das acusações dos projetos conjuntos Iasb-Fasb é a complexidade. Segundo uma notícia divulgada agora, o Fasb tem uma alternativa para a transição: 

Luckily, the FASB plans to give companies some relief to ease their transition to the new accounting rules. They will change the lease rules to permit companies to adopt the new accounting beginning in 2019 without requiring restatement of historic periods. The FASB is also proposing to simplify the accounting for lessors, dropping a requirement to separately recognize lease and non-lease components in rental agreements

Amigo secreto dos blogs de contabilidade em infográfico


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