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21 julho 2015

Teoria Econômica + Inteligência Artificial = Machina Economicus

Segue um artigo muito interessante publicado na Revista Science, um dos periódicos científicos mais prestigiados do mundo ( com um fator de impacto de 33,611 ano passado). Em seguida uma entrevista com os autores da pesquisa.

Science

Vol. 349 no. 6245 pp. 267-272
DOI: 10.1126/science.aaa8403  

 Economic reasoning and artificial intelligence

The field of artificial intelligence (AI) strives to build rational agents capable of perceiving the world around them and taking actions to advance specified goals. Put another way, AI researchers aim to construct a synthetic homo economicus, the mythical perfectly rational agent of neoclassical economics. We review progress toward creating this new species of machine, machina economicus, and discuss some challenges in designing AIs that can reason effectively in economic contexts. Supposing that AI succeeds in this quest, or at least comes close enough that it is useful to think about AIs in rationalistic terms, we ask how to design the rules of interaction in multi-agent systems that come to represent an economy of AIs. Theories of normative design from economics may prove more relevant for artificial agents than human agents, with AIs that better respect idealized assumptions of rationality than people, interacting through novel rules and incentive systems quite distinct from those tailored for people.

http://www.sciencemag.org/content/349/6245/267.full


Outros artigos sobre o tema de inteligência artificial podem ser encontrados na mesma revista aqui. Em seguida a entrevista com os autores do artigo.


The unintended consequences of rationality


DAVID PARKES DISCUSSES HOW ARTIFICIAL INTELLIGENCE IS CHANGING ECONOMIC THEORY
July 16, 2015


A century of economic theory assumed that, given their available options, humans would always make rational decisions. Economists even had a name for this construct: homo economicus, the economic man.

Have you ever met a human? We’re not always the most rational bunch. More recent economic theory confronts that fact, taking into account the importance of psychology, societal influences and emotion in our decision-making.

So, are the theories that are predicated on homo economicus extinct? David C. Parkes, the George F. Colony Professor and Area Dean of Computer Science at Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences, doesn’t think so. Humans may not always make rational decisions, but well-conceived algorithms do.

In a paper out today in the journal Science, Parkes and co-author Michael Wellman, of the University of Michigan, argue that rational models of economics can be applied to artificial intelligence (AI) and discuss the future of machina economicus.

 Continua aqui

 

 

Rodízio de Auditores e Ceticismo

Uma das características relevantes do trabalho do auditor é o ceticismo. O profissional que verifica as contas de uma empresa deve questionar sempre, duvidando de todas as informações. Somente assim poderemos ter uma auditoria mais confiável. Acredita-se que um auditor que trabalhe durante anos com uma empresa perca esta característica; por outro lado, um novo auditor será mais cético com respeito aos números apresentados.

Mas parece que isto não é verdadeiro. Uma reportagem da CFO (Auditor Rotation May Actually Inhibit Skepticism) teve acesso a uma pesquisa acadêmica que será publicada no próximo número da prestigiosa Accouting Review. Os autores concluíram que o rodízio dos auditores pode reduzir o ceticismo, não aumentá-lo. Isto é muito importante, pois contraria o senso comum.

Os autores usaram um experimento, reproduzindo a relação entre auditor e executivo da empresa. Para isto, contaram com a ajuda de estudantes de graduação. (Para quem ainda não acredita na pesquisa experimental com estudantes, será que a publicação irá mudar de ideia?) O efeito é comportamental:

“Rotating auditors, aware that they will not be in a long-term relationship, will … likely perceive themselves to be less competent in evaluating the honesty or dishonesty of the [corporate] manager relative to auditors who do not rotate,” write authors Kendall Bowlin of the University of Mississippi, Jessen Hobson of the University of Illinois at Urbana-Champaign, and M. David Piercey of the University of Massachusetts Amherst. As a result, “rotating auditors would find it difficult to garner psychological support for the probability of manager dishonesty, leading them to be less likely to choose high levels of audit effort than non-rotating auditors.”

20 julho 2015

Rir é o melhor remédio


Finanças Pessoais: Não cometa estes erros

Enquanto procurávamos um novo assunto para hoje, encontramos algumas fontes apontando erros que não devem ser cometidos ao se tratar de finanças pessoais. Achamos válido listá-los para que fortifiquemos a nossa educação financeira. Quando decidimos colocar as nossas finanças no lugar, organizar os gastos, cortar supérfluos, podemos ficar um pouco desnorteados. O que fazer? Por onde começar? Será isso suficiente? Conseguirei seguir com essas alterações no meu estilo de vida?

Se você leva a sério e quer tomar controle das suas finanças e alterar seus hábitos financeiros ruins, então é necessário lidar com algumas questões e ir voltando ao trilho.

Vamos a alguns pontos fundamentais:
1) Pagar apenas o mínimo das suas dívidas: Nunca pague apenas o mínimo exigido nas cobranças e ajude as pesssoas que você conhece a também não cometer esse erro. Junto com o cheque especial, pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito entra como rasgar dinheiro. O filme Shopaholic (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom) é bem engraçado, mas nunca façam nada semelhante, especialmente no Brasil (i. e. ignorar faturas, fugir de cobradores, gastar muito mais do que ganha e se convender de que é um investimento). Não entre em negação e vire as costas para as suas dívidas, não pague apenas o mínimo para resolver depois. Os juros são absurdos e não compensam. Seja proativo, pague as suas dívidas. Se livrar disso te trará paz e te fornecerá um bom ponto de partida financeiro para o resto de sua vida.

Esse pode ser um dos passos mais difíceis de serem tomados, mas a partir do momento em que você se compromete a se livrar das dívidas, tudo é possível.

2) Não guardar o suficiente para a aposentadoria: vários jovens de vinte e poucos anos nem pensam em poupar para a aposentadoria porque concluem que há toda uma carreira a sua frente. Esse é um erro financeiro gigantesco. A melhor coisa de poupar quando se é jovem é que você terá os juros compostos a seu favor. A partir do momento em que você conseguir seu primeiro emprego, comece a separar 10% da sua folha de pagamento para a sua aposentadoria.

Você vai achar que é impossível abrir mão de tanto, mas a verdade é que, quanto mais velho você ficar, mais despesas terá. É simplesmente cada vez mais complicado se separar do seu suado dinheiro.

3) Não possuir um fundo emergencial: se você não possui um fundo para emergências significa que está a uma emergência de um desastre financeiro. O que acontecera se você tiver uma crise de saúde, se for preciso investir dinheiro em um advogado, ajudar alguém que você quer muito bem. O que acontecerá se você não puder trabalhar? Falaremos especificamente sobre fundos de emergência em outra postagem, mas comece a separar algum dinheiro especificamente para isso.

4) Gastar tudo o que você ganha: acho que quase todo mundo sabe que não se deve gastar tudo o que ganha, não é mesmo? Mas e você? Está separando poupando algum dinheiro? Além do seu fundo para emergências, você precisa poupar para objetivos específicos. Independente de o seu foco ser comprar um carro ou viajar... há diversas metas que estabelecemos e que custam muito e precisamos poupar para isso. Comece a alcançar esses objetivos separando algum dinheiro durante o ano.

5) Ostentação: com o advento do Facebook, Instagram e n outras mídias sociais, pode ser uma armadilha tentar acompanhar algumas tendências ou personalidades. Toda vez que você vê a foto de alguém em uma viagem, com um carro novo, com maquiagens novas, em um evento badalado e caro, você se pergunta por que não pode ter essas coisas já que você também as merece, não é mesmo? Mas se afaste disso, se mantenha longe da tentação encontrando dentro de você a confiança no seu estilo de vida, sabendo o que você realmente pode (e quer) comprar. A grama do vizinho pode parecer mais verde, mas você não está vendo as cobranças, dívidas, empréstimo, que vem com tudo isso.

E você? Já cometeu algum desses erros? Pode nos ajudar com alguns outros pontos?

19 julho 2015

História da Contabilidade: Contabilidade reflete seu tempo

É muito comum as pessoas pensarem na contabilidade como algo frio, exato e imparcial. Entretanto, trata-se de uma ciência social, refletindo as características do ambiente onde ocorre. Percebemos bem este ponto ao analisar a história da contabilidade em diversos aspectos: na utilização de tecnologia, nos termos empregados, nos conceitos dos “mestres” entre outros.

Nas últimas postagens estamos concentrados em estudar os anos de 1830 da história da contabilidade no Brasil. E vamos usar um recém-conhecido nosso, Burnier, um nome que ficou um pouco esquecido na história da contabilidade, mas que foi resgatado por nossas pesquisas. Para mostrar como a contabilidade reflete seu tempo, título desta postagem, vamos usar um pequeno texto escrito por Burnier para O Despertador, em 29 de março de 1838 (edição 3, p 2-3). Neste texto Burnier dirige-se ao Caixeiro, uma profissão que seria a “porta mais acessível e mais comum por onde se entra para a profissão comercial” (1). Além disto, como o comércio daquela época era “pequeno” em relação aos dias atuais, provavelmente o caixeiro fazia outras funções, inclusive a escrituração.

Burnier afirma que com os conhecimentos adquiridos pelo caixeiro e o acúmulo de capital, o caixeiro poderá, no futuro, “negociar por sua conta”. Para isto considera cinco condições essenciais para que o “caixeiro possa chegar a negociante”. A primeira é “conhecimentos para exercer bem o gênero de comércio em que se ocupa”. Este conhecimento, Burnier dividiu em essenciais e acidentais, uteis ou auxiliares. Entre os conhecimentos essenciais temos a língua materna, escrituração e contabilidade, noções especiais do negócio, modo de negociar legitimamente e noções do sistema monetário e do câmbio.

A segunda condição é a diligência e cuidado no serviço e esta qualidade seria mais proveitosa para o caixeiro do que para o dono do comércio. Conseguir esta condição pode significar, em outras palavras, obter um bom nome na praça.

A terceira condição talvez seja polêmica nos dias de hoje: “fidelidade para com o amo”. Segundo Burnier, “é admirável a harmonia que existe entre os interesses do amo e do caixeiro; se a fidelidade preserva o amo de grandes danos e lhe dá a segurança de sua propriedade, dá também ao caixeiro a certeza de sua ocupação, melhoramento progressivo de condição, meios pecuniários, honra, estima pública e todas as facilidades de um estabelecimento independente e próspero”. (2) Para explicar melhor este ponto, Burnier usa uma analogia: “a honra do homem nesta parte é tão delicada como a da donzela; e a violação dessa honra tem nele as mesmas consequências: uma vez postergado esse preceito, as reincidências são quase inevitáveis; a pureza do primeiro estado nunca mais volta; a progressão para o total abandono do pejo e dos sentimentos da virtude é quase infalível”.

A quarta condição é a “economia no emprego de suas soldadas”. Soldada corresponde ao salário do caixeiro. Para que o caixeiro torne-se negociante é necessário que ele faça poupança do seu salário, formando um capital, até se estabelecer com independência.

A quinta condição também seria polêmica nos dias atuais: “o caixeiro deve ter docilidade ou submissão: sem submissão as ordens do amo, não poderá ganhar sua afeição, nem do público comercial; antes, atrairá contra si indisposição geral, será forçado a mudar de casa [mudar de emprego] sucessivamente e sempre com descrédito e piorando de fortuna; será mesmo difícil e muitas vezes impossível encontrar novos arranjos, vendo-se abandonado e reduzido a miséria e a todas as suas consequências.”(Itálico no original)



(1) Ao contrário das postagens tradicionais, fizemos uma modernização no português de Burnier para tornar a leitura mais agradável.
(2) Observe o leitor que esta condição é contrária a Agency Theory, mas isto é outro assunto. Devemos lembrar aqui que as cidades eram “pequenas” e a “fama” de um profissão era um bem valioso.

Rir é o melhor remédio


Ninguém nasce leitor

5 segredos para ser um bom leitor e 5 Livros Para Começar a Gostar de Ler, com a Isabella do canal Ler Antes e Morrer:

Como ler livros difíceis? E sem achar chato? E como não trocar a leitura pelo facebook? Pra você que sempre quis ler mais e não consegue, revelei 5 táticas que eu sempre uso e que vão te ajudar ler mais e melhor!



Você ainda não tem o hábito da leitura? Quer ajudar um amigo, filho ou parente a ler mais? Veja 5 ótimas sugestões de livros para para começar!

18 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Fato da Semana: Editora Atlas é adquirida pelo GEN (semana 28 de 2015)

Fato da Semana: Semana interessante com a falência do rapper 50c, o balanço da Telebras Copa e o escândalo contábil na Toshiba. Mas o fato da semana que escolhemos é a aquisição da Editora Atlas pelo GEN. A Atlas era a maior referência de editora na área contábil. Publicar um livro pela editora é o sonho de qualquer autor.

Qual a relevância disto? Com um catalogo de dois mil títulos, incluindo obras conhecidas e adotadas em qualquer faculdade de contabilidade brasileira, a Atlas é a referência na nossa área. Além disto, a editora sempre esteve presente nos principais eventos, científicos ou não, na nossa área. De uma empresa familiar para mais uma unidade de um grupo empresarial, a mudança é relevante.

Positivo ou Negativo? Como autor da Atlas tenho dificuldades de responder a esta questão.

Desdobramentos – O fato de o GEN ser um grupo de várias empresas levará a uma tentativa de integração dos seus negócios.

6 truques que os restaurantes usam pra você gastar mais

Vídeo do canal MegaCurioso:

Desafio de leitura


Agosto está ali na esquina e logo já vem dezembro e o fim do ano. Mesmo não sendo ano novo, vim propor um desafio literário, topam? Não é nada oficial, apenas sugestões de leitura.

Alguém entrou no Desafio Goodreads? A minha meta é ler 100 livros neste ano. Livros técnicos não contam!* Atualmente estou atrasada em três livros de acordo com o meu cronograma. Carinha triste.
Apesar deu ler MUITA ficção, fiz uma lista para cumprir e deixar as coisas mais ecléticas. Quando fazemos listas assim fica mais fácil sair da nossa rotina e do caminho que sempre escolhemos. Então vamos lá!

Quem topar, deve ler ainda este ano:
- Um livro de não ficção
- Um livro que a sua mãe adora (ou pai, ou tia... algum “adulto”)
- Um livro de um gênero literário que você não costuma nem chegar perto
- Um livro que “todo mundo” leu menos você
- Um livro de autor brasileiro
- Um livro que você escolheu por causa da capa
- Um livro do seu autor favorito
- Um livro recomendado por alguém com bom gosto
- Um livro que esteja na lista de mais vendidos
- Um livro que você deveria ter lido na escola mas não o fez
- Um livro publicado em 2015
- Um livro que você sempre quis ler, mas fica enrolando

Veja que você pode riscar vários itens de uma só vez, como por exemplo: “autor brasileiro” + “era pra ter lido na escola” + “um gênero que você não costuma ler”. Só não vale roubar e dizer que leu por causa da capa! Também não vale pegar coisa que você leu em anos anteriores. Só vale 2015!

No fim do ano compararemos algumas notas. Se precisar de sugestão, deixe um comentário abaixo! O professor César e o Pedro são ótimos com não ficção e eu posso dar uma ajuda com os “guilty pleasures”.

Beijos e bom fim de semana,

Isabel

* Livros técnicos são os que usamos para estudar ou consultar, tipo "Teoria da Contabilidade", "Contabilidade Básica", ok? "Desafio aos Deuses", "O Cisne Negro" podem entrar na lista. 

Parceiros do blog:

17 julho 2015

Toshiba

A Toshiba é um conhecido grupo japonês bastante diversificado, que atua em tecnologia, comunicações, materiais eletrônicos, equipamentos médicos, logística etc. Em maio deste ano a empresa anunciou que cancelaria o pagamento dos dividendos em razão de uma investigação contábil. A empresa descobriu que o seu resultado nos últimos anos estava superestimado. Consequentemente, seria necessário fazer uma amortização de 300 a 400 bilhões de ienes (em torno de 3 bilhões de dólares). Este valor, anunciado na quarta feira, é muito superior a expectativa anterior, de 50 bilhões de ienes. Uma das consequências será a mudança na administração da empresa.

O atual primeiro ministro japonês está desenvolvendo uma campanha para melhorar a governança corporativa nas empresas daquele país.

Rir é o melhor remédio


Economia: Curso rápido #1 e #2

Começou! Os dois primeiros vídeos do canal Crash Course sobre economia:

No primeiro tem Os Muppets!!! S2 S2 S2




Qual a maior ameaça?

Em cada país, qual a maior ameaça? Brasil é a mudança do clima. Em diversos países é o terrorismo e semelhados.

16 julho 2015

Livro é coisa de rico

Vocês ouviram falar sobre a Lei do Preço Fixo? Com ela, os lançamentos deverão ser vendidos pelo preço de tabela por, no míimo, um ano. Se a livraria quiser fazer promoção está limitada a 10%.

Primeiro leiamos um trecho de uma postagen do blog Amigos do Livro, depois um vídeo do Danilo, do Cabine Literária:
1) Quem é a favor da lei do preço fixo argumenta que onde ela foi instituída estaria ajudando a preservar as pequenas e médias livrarias e a regular o mercado, tornando-o mais justo e saudável. Dizem, ainda, que ela contribui para garantir a diversidade e o plurarismo cultural e que, no final das contas, isso também influiria positivamente nos preços dos livros. 
2) Já quem é contra o preço fixo defende que o que deve prevalecer é a lei do livre mercado. De acordo com esses, as livrarias e os demais pontos de venda (magazines, hipermercados, internet etc.) devem ter a liberdade para dar os descontos que bem entenderem e competirem entre si – é isso que, no final das contas, dizem, beneficia o consumidor.
O trecho é de uma postagem antiga porque este assunto vem sendo discutido desde 2007. Mas o papo voltou com força por causa de alguns debate. Parece ter começado na Flip e ter continuado no Senado no dia 30 de junho. Eu que estou com uma meta de ler cem livros este ano (desafio GoodReads) e ando um tanto afastada da internet, só fiquei sabendo disso hoje. Meros 15 dias de atraso... E levei um &%$# susto! A história está cheia de apoiadores! Aposto que nenhum dele lê! Hunf.

Eu pergunto mas imagino a resposta (e ao mesmo tempo não quero confirmação): Será que os sebos estão sujeitoss? E os sebos online? Se eu quiser vender um livro que é lançamento na Estante Virtual, vou ter que colocar o preço de tabela!? Vou fazer questão de colocar por R$ 1,99. E é por essas e outras que o nosso Brasil não vai pra frente. Livros caros em um país sem o costume de ler só vai fazer com que haja ainda menos leitura. E com todo mundo alienado... nem vou continuar a frase.

Enfim, concordo com o Danilo (no vídeo abaixo). Ele aponta diversos problemas com essa lei e como estou muito brava vou deixar que ele fale também por mim.



Como eu vou viver sem aqueles descontos tão lindos que ocorrem no Black Friday!? Como???

Rir é o melhor remédio

Bolívia conquista acesso ao mar (via Marginal Revolution)

Contabilidade e Automação

Desde que surgiram as primeiras máquinas tem-se afirmado que certas funções seriam substituídas e diversas profissões foram extintas (datilógrafos, por exemplo). A contabilidade foi uma das primeiras áreas das empresas onde o computador foi usado. Desde então, as previsões afirmam que o trabalho na contabilidade poderia provocar uma redução no número de vagas. A história tem mostrado que isto por enquanto não ocorreu.

Uma previsão recentemente divulgada mostra as áreas que seriam afetadas pela automação na área contábil. O percentual de probabilidade da automação seria o seguinte:

Preparadores fiscais - 98,7%
Lançamento contábil - 97,6%
Analistas de orçamento - 93,8%
Contadores e auditores - 93,5%
Analistas de pesquisa de mercado - 61,3%
Analistas financeiros - 23,3%
Examinadores financeiros - 17%
Gerentes financeiros - 6,9%

Mapa da pesquisa no mundo

Este é o mapa da pesquisa no mundo. Apesar da evolução recente, mostra a desigualdade na área, com pouca participação dos países menos desenvolvidos. Pesquisa exige dinheiro...

Links

Uma seleção de links do Quartz, um dos melhores endereços da internet:

Administração do tempo faz nossa vida pior

Uma proposta para economizar (ainda mais) espaço nos aviões (figura)

Dinamarca produz até 140% das necessidades de eletricidade usando o vento

Estudo canadense mostra que viver perto de árvores é bom para saúde

O que ocorre quando editamos os filmes de Hollywood para mostra a participação dos negros

15 julho 2015

Rir é o melhor remédio

Resenha: Quando roubar um banco

Como os autores, vou começar pela dedicatória que é uma graça: “Dedicamos este livro aos nossos leitores. Somos perpetuamente surpreendidos pelo seu vigor e agradecidos por sua atenção”. *.*

E aí começa a história. Há dez anos, quando os autores resolveram publicar o livro Freakonomics, decidiram também começar uma web page associada. Por acaso, o site oferecia uma função para blogs... E aí eles começaram a publicar e no livro “When to Rob a Bank” acompanhamos algumas experiências, além das postagens que eles consideram top hits.


As postagens no blog tendem a ser mais informais e casuais quando comparadas a escrita de um livro. Eles acrescentam que “[...] ter o blog nos deu uma boa razão para continuar curiosos e abertos em relação ao mundo”. Durante todos os anos eles continuamente se questionavam porque continuavam a blogar e não havia motivo óbvio já que é uma atividade não remunerada e não havia qualquer evidência que o blog os ajudasse a vender mais cópias do livro. Com o tempo eles perceberam a razão: “nossos leitores adoravam de ler o blog, e nós adorávamos nossos leitores. A curiosidade e inventividade e especialmente a diversão nos mantiveram ali”. E com o livro percebemos todo o espírito disso.


O início do livro, com o primeiro capítulo intitulado “o que blogs e garrafas de água têm em comum?” é super engraçado, com eles explicando como antigamente achavam um absurdo livros vindos de blogs serem publicados porque bastava a pessoa entrar no blog e ler tudo de graça. Mas aí... eles publicaram um.

Alguns textos não me interessaram tanto (especialmente os sobre planos de saúde estadunidenses) , enquanto outros me fizeram gargalhar alto. Eu ri muito quando, por exemplo, ele debateu no blog sobre a possibilidade de aeromoças (ou comissárias de bordo) ganharem gorjeta, já que elas prestavam um serviço similar aos de garçonete, por exemplo. Ele colocou várias justificativas plausíveis, os comentários do blog o deixaram bem animados e ele colocou a ideia em prática: tentou dar a tal da gorjeta. A comissária de bordo ficou ofendida e ralhou com ele. A forma como ele descreve a situação é hilária.

Também ri quando, no capítulo “Estávamos Apenas Tentando Ajudar” – foi a postagem que gerou mais cartas e correspondências desde a história da relação entre crime e aborto publicada no primeiro livro (leia aqui). Na postagem original ele diz que se fosse um terrorista com recursos limitados e quisesse maximizar o terror, organizaria vários ataques simultâneos, em diversos locais do país. Teria que ser aleatório para cada um achar que seria uma possível vítima, de preferência fechando o comércio, porque quando isso acontece as pessoas tem mais tempo para pensar em seus infortúnios e então o medo aumenta, e se possível fazendo com que o governo tenha que publicar diversas leis e gastar um bocado para lidar com a situação. E o que isso causou? Diversas correspondências questionando se ele era um traidor, um imbecil, ou ambos. Também pediram que ele fizesse uma postagem listando formas de combater o terrorismo. Se você ler com desapego, puramente racional e sem considerar as “emoções do absurdo” é um capítulo extremamente inteligente e bem versado.

Então esse é o espírito do livro.

Vale a pena? Você pode dar uma passada no blog e ler algumas postagens se ainda não o fez. Caso goste do que lê, vale sim a pena comprar o livro. Ainda não há a versão traduzida, mas fique atento caso ler em inglês não lhe seja agradável. Eu comprei o e-book e pretendo comprar o livro físico tão logo seja possível (leia-se: quando houver promoção, mais provavelmente no Black Friday).
E a resposta para a pergunta do livro? Simplificando, qualquer dia é um bom dia para roubar um banco, desde que você não resolva agir no mesmo dia que outros ladrões. Isso porque vocês entrarão no caminho um do outro e ainda terão que dividir o produto.


LEVITT, Steven D.; DUBNER, Stephen J. When to Rob a Bank: ...And 131 More Warped Suggestions and Well-Intended Rants. Harper-Collins, 2015.

Se decidir comprar o produto, sugerimos escolher um de nossos parceiros. O blog é afiliado aos seguintes programas:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino
ShopTime
SouBarato.com.br

Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

Telebras Copa

Existe certo consenso de que a Copa do Mundo só deu prejuízo. Exceto para Fifa, seus cartolas e algumas empresas (rede de televisão, patrocinadores etc). No mais, a conta foi paga pelo contribuinte e pelo governo. A Telebras Copa é a prova que isto não é verdade. O seu resultado, divulgado recentemente, quase seis meses após o fechamento do exercício, mostra um lucro respeitável.


Em primeiro lugar, a empresa é um caso raro onde o lucro líquido, de R$125 milhões de reais, é superior a receita bruta de serviços, de R$124 milhões. A razão disto está (a) na ausência de tributos; (b) no custo muito baixo (R$1,9 milhão); e (c) na receita financeira maior que a despesa financeira (R$2,6 milhões versus R$8,5 mil). Em segundo lugar, as demonstrações estão assinadas pelo contador e pelo “representante legal da empresa”.

Outro fato interessante é que esta empresa foi criada por “tempo determinado”, conforme nota explicativa 1, "constituída em 07 de março de 2013, funcionará por tempo determinado, desde a data de sua criação até a data do término dos eventos da Copa do Mundo de 2014”. Ao analisar as demonstrações da controladora, a Telebras, temos a seguinte nota: Ocorre que, do ponto de vista da Controlada, os eventos ainda não terminaram, em virtude de possuir direitos a receber, discutidos administrativamente, portanto, o seu encerramento ainda não foi efetivado. As Atas da 1ª (primeira) Assembleia Geral Ordinária de Acionista (AGO) e da 1ª (primeira) Assembleia Geral Extraordinária de Acionista (AGE) de 31/10/2014, justamente pelo que aqui fica esclarecido, introduziram alteração do artigo 2º do seu Estatuto Social, que trata da “Duração da Sociedade”. Uma vez encerrada, a Controlada será incorporada pela Companhia, o que deve acontecer ainda em 2015.

Para entender a lucratividade da empresa seria interessante verificar sua finalidade. Ainda na nota explicativa 1: “tem por objetivo a prestação de serviços de telecomunicações à Fédération Internationale de Football Association – FIFA e seus parceiros e conveniados.” Mas isto torna o resultado incoerente. Se sua finalidade é a prestação de serviços de telecomunicações, o mesmo deve ter algum custo. E a DRE é clara em mostrar que este é irrisório. Como que uma empresa presta serviço de telecomunicações sem custo?

Observe agora a DVA da empresa:

Ocorreu uma aquisição de “materiais, energia, serviços de terceiros e outros” no valor de 1,9 milhão. Outro ponto interessante é que a empresa distribuiu R$125 milhões de dividendos para seu controlador. Isto é mais do que a receita gerada pela empresa em 2014.

14 julho 2015

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Cópias Avançadas de Livros

A página “Epic Reads” no YouTube tem um quadro que gosto muito intitulado “Problemas de Leitores”. São algumas situações que quem gosta muito de ler passa, tal como não ter mais onde guardar livros, ir a uma livraria com um “não-viciado”, não achar um marcador de páginas, gastar o dinheiro que era para outras coisas com livros... Um dos mais recentes se chama algo como “Inveja da Cópia Avançada”.



As editoras geralmente publicam um pré-livro, geralmente chamado de “boneco” ou “ARC” (Advanced Reader Copy – algo como Cópia Avançada para Leitura). E o que é isso? É um rascunho que alguns premiados têm a sorte de ler para ver se há algum erro de digitação, se a capa ficou atraente. Caso problemas sejam encontrados, serão modificados na impressão definitiva. As cópias avançadas também são enviadas para escritores famosos, celebridades, críticos, e até blogs especializados no assunto. Isso ajuda a divulgação. Se um autor famoso, geralmente do mesmo gênero literário do livro sendo publicado, acha a história legal, ele escreve “Uma história espetacular com um enredo encantador que te fará terminar o livro em uma sentada” e frases similares... e o que acontece? Essas frases vão parar na capa de trás do livro.

O mais legal é que, com o boom das redes sociais, eles sorteiam esses livros entre os fãs também. Sorteiam mesmo! Tipo cem cópias de um livro! E é claro que quem mora longe não pode concorrer. Eu já tentei. Há também quem sorteie as versões digitais. (Eu faço parte do NetGalley, mas nem acho tantos livros legais na nossa área...).

Eu tive a sorte de receber uma cópia avançada do Curso de Contabilidade Básica. \o/ Quem acompanha o blog há algum tempo, também teve a chance de acompanhar a produção dos capítulos de Teoria da Contabilidade que o professor César ia deixando para serem baixados e receber opiniões. Bem à frente do tempo!

Todavia, não acho que seja muito comum no Brasil, especialmente em livros de contabilidade. E então estou me manifestando aqui para que você, autor, editor, qualquer-outra-profissão-que-eu-não-sei-o-nome-ligada-à-publicação-e-divulgação-de-livros, adotem essa prática no Brasil! É tão legal!!! E nós, book nerds, seremos eternamente gratos.

E quem quer dar uma espiada no Curso de Contabilidade básica pode clicar aqui.

E uma curiosidade: Há uma cópia avançada do livro Harry Potter e a Pedra Filosofal sedo vendida por cerca de R$ 4 mil no EBay, outra do livro Watchers, de Dean R. Koontz, por mais de R$ 8 mil.

Falência do 50 Cent

Curtis Jackson, mais conhecido como o rapper 50 Cent, pediu falência (Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana) na segunda [13/03]. Segundo o The Wall Street Journal, o rapper declarou ativos e passivos estimados, cada, na faixa de US$10 milhões a US$ 50 milhões.


Isso ocorreu três dias após o rapper ter sido condenado a pagar US$ 5 milhões em um processo judicial que envolveu a publicação, por ele, de um vídeo pornô de seu rival para, aparentemente, embaraça-lo. Além disso, ele também perdeu um processo no qual foi multado em US$ 17,2 milhões por ter copiado o design de um headphone.

Curtis já foi um dos rappers mais ricos do mundo.

Quer saber mais sobre o Capítulo 11 da Lei de Falência?

Segundo o G1:

O Capítulo 11 permite ao devedor manter todos seus ativos, se opor às demandas de seus credores, adiar os prazos de seus pagamentos e até reduzir unilateralmente sua dívida. Em contrapartida, obriga a empresa que se coloca sob sua proteção a dar ao juiz das falências informações detalhadas sobre o andamento das transações sobre seus credores. 
A companhia que solicita esta proteção também deve preparar sua demanda da forma mais detalhada possível para informar devidamente o juiz e seus credores de sua real situação financeira. 
Se as transações transcorrem bem, a empresa consegue do juiz e dos credores um plano de reorganização dentro de um prazo de até vários meses. Trata-se de um contrato que estipula a forma como a companhia vai pagar suas dívidas e de onde virá o dinheiro que servirá para este fim.

13 julho 2015

Editora Atlas é vendida para o GEN

Segundo o jornal Valor Econômico, a tradicional editora Atlas, a mais conhecida na área de contabilidade, foi vendida para o Grupo Editorial Nacional. O valor não foi revelado.

A Editora Atlas foi fundada há sete décadas por um dos mais conhecidos contabilistas brasileiros, o "senhor" Herrmann. Com um catalogo de 2 mil títulos, segundo o Valor, e faturamente de 67 milhões de reais, publica as obras deste blogueiro (Teoria da Contabilidade, Administração do Capital de Giro e Curso de Contabilidade Básica), sendo uma referência na área.

Rir é o melhor remédio


Finanças Pessoais: Papo para antes do casamento


Casais comprometidos têm tanto o que conversar enquanto planejam o casamento! A festa, a lua de mel, filhos, dinheiro.

Dinheiro pode não ser o assunto mais romântico na agenda, mas é provavelmente o mais importante. De acordo com um estudo realizado em 2012 com mais de 4.500 casais casados, brigas sobre dinheiro são os maiores previsores do divórcio, mais que briga em relação a sogros e cunhados, crianças, tarefas domésticas e sexo.

Claramente casais que estão na mesma vibe financeira antes de se casar estão em uma posição melhor para usufruir anos de benção matrimonial. Se você ainda não teve a seguinte conversa com seu amado, tenha certeza de fazê-lo antes de, lá no altar, aceitarem ficar juntos “na riqueza e na pobreza”. Lendo alguns blogs chegamos a alguns tópicos que merecem atenção.

1 – Suas crenças em relação a dinheiro: Tende-se a pensar que dinheiro é uma simples questão matemática, mas é, na verdade, um assunto muito emocional. As pessoas desenvolvem crenças relacionadas a dinheiro (denominadas “money scripts”) ainda na infância e essas crenças podem ser muito difíceis de serem modificadas. Se você e seu futuro parceiro têm “money scripts” contraditórios, vocês podem se encontrar frequentemente argumentando simplesmente porque vocês não concordam sobre a natureza e o propósito do dinheiro.

2 – Seus ativos e passivos: Ninguém ama conversar sobre planos de aposentaria, dívidas estudantis, extrato de conta bancária, empréstimos, prestações do cartão de crédito. Mas se casar sem compreender aonde cada um se encontra financeiramente pode ser um erro. Os casais precisam ser completamente transparentes um com o outro sobre a situação financeira de cada um. Descobrir de repente que seu novo esposo está soterrado até o teto em dívidas não é uma boa forma de começar uma vida em conjunto.

3 – Como (ou se) vocês irão combinar as finanças: há diversas formas de unir vidas financeiras e é importante discutir um plano antes do casório. Não apenas você e seu amor podem ter noções completamente diferentes  de como finanças matrimoniais devem funcionar, como devem combinar os detalhes que funcionarão para ambos mesmo que de forma geral estejam ambos na mesma página.

4 – Suas principais metas financeiras: apesar de que vocês podem ter uma ideia básica a respeito das metas de cada um (que ele vai ficar em casa para cuidar das crianças, por exemplo, ou que você quer se aposentar e ir morar em uma casa na beira da praia), é importante lembrar que vocês devem regularmente conversar sobre as suas metas e como vocês pretendem alcança-las
Enquanto eu escrevia isso quase sugeri que alguns desses itens entrassem em uma discussão de namoro, mas acho que ficaria um pouco assustador, não?

5 – Quem cuidará da gestão financeira familiar: geralmente uma pessoa emerge como a gestora financeira na maioria dos casais, mas não é sempre o caso. Descobrir de antemão quem irá lidar desde o pagamento das contas até negociações de preços pode ajudar a designar cada tarefa a quem melhor a realizará. Esquematizar quem fará o que na gestão financeira poderá te poupar custosos erros (esquecer-se de pagar contas, por exemplo) e grandes discussões.


Confissões de uma feminista ruim

"Com o passar dos anos, passei a aceitar que eu sou, na verdade, uma feminista, e tenho orgulho disso. Acredito que algumas verdades sejam óbvias: mulheres são iguais aos homens. Merecemos a mesma remuneração para funções semelhantes. Temos o direito de nos mover pelo mundo como escolhermos, livres de assédio ou violência. Temos o direito ao acesso fácil e disponível ao anticoncepcional, e serviços de reprodução. Temos o direito de fazer escolhas sobre nossos corpos, livres da supervisão legislativa ou doutrina religiosa. Temos direito ao respeito."

[...]

Como, por exemplo, Beyoncé, ou como eu a chamo, "A Deusa". (Risos) Ela surgiu, nos últimos anos, como uma feminista manifesta. No MTV Video Music Awards de 2014, ela se apresentou em frente da palavra "feminista" de três metros de altura. Foi um espetáculo glorioso de se ver essa pop star apoiando o feminismo abertamente e mandando o recado aos jovens que ser feminista é algo para ser comemorado. Quando o momento enfraqueceu, críticos culturais iniciaram um debate infindável se Beyoncé era ou não, de fato, feminista. Eles categorizaram o feminismo dela, em vez de simplesmente aceitar a palavra de uma mulher madura e talentosa.

[...]

Houve um incidente. Chamo isso de incidente assim posso carregar o peso do que aconteceu. Alguns rapazes me aniquilaram quando eu era muito jovem, e eu não sabia o que eles podiam fazer com uma garota. Tratavam-me como se eu não tivesse valor. E eu comecei a acreditar nisso. Eles roubaram a minha voz e, depois disso, eu não me atrevia a acreditar que qualquer coisa que eu dissesse teria importância.


Mas, eu podia escrever. E usando a escrita, eu me reencontrei. Escrevi uma versão mais forte de mim mesma. Eu li as palavras de mulheres que poderiam entender uma história como a minha, e mulheres que se pareciam comigo, e entendiam como era se mover no mundo tendo a pele morena. Li as palavras de mulheres que me mostraram que eu tinha valor. Aprendi a escrever como elas, e depois aprendi a escrever como eu mesma. Reencontrei a minha voz, e comecei a acreditar que minha voz é poderosa além dos limites.

[...]

Sou uma feminista ruim, sou uma boa mulher, estou tentando ser melhor na maneira como penso, e no que digo e faço, sem abandonar tudo que faz de mim um ser humano. Espero que possamos todos fazer o mesmo, que possamos todos ser um pouco corajosos, quando mais precisarmos dessa coragem.




Assista também:

Sejamos todas feministas (legendado)

12 julho 2015

Rir é o melhor remédio


História da Contabilidade Burnier 3

Em postagens anteriores sobre a história da contabilidade já comentamos sobre Burnier. Foi um dos primeiros autores, mas seu livro aparentemente não chegou até nós. Em razão disto, estamos publicando a seguir um comentário feito por seu editor sobre a obra. É uma forma de conhecer melhor a obra e o tempo em que foi publicada. Para facilitar a leitura, fiz a conversão para o português atual. O texto foi publicado no O Despertador, em 3 de agosto de 1838, edição 103, p. 4.

Ao Comércio
É a contabilidade comercial uma importantíssima parte da ciência do negociante. Com efeito, depois de introduzidos no comércio os contratos a prazo e as letras de cambio, tornaram-se os negócios tão diversos e complicados que, desde então, para lembrar-se das transações concluídas já não é suficiente a mais prodigiosa memória; de modo que hoje a escrituração nos é indispensável para encaminharmos por via próspera e segura e sairmos com honra do labirinto dos próprios negócios (1). Quem disso quiser uma prova efetiva lance os olhos nas quebras que espantam frequentemente o mundo mercantil e abalam a confiança pública; e refletindo nas causas de todos os infortúnios, achará que poucos xxx de caso fortuito, muitos de má fé, muitos também de ser a escrituração desconhecida ou mal praticada (2).

Julgo por isso digno do público, agradecimento aqueles que se empenham em esclarecer, aperfeiçoar e vulgarizar a arte tão necessária do guarda-livros (3); e não parece sem utilidade dar a luz um tratado manuscrito de contabilidade, que me veio às mãos, e tem de ser muito apreciado pelos negociantes desta corte.

É o manuscrito de M Burnier, advogado e muito versado nas línguas, no direito comercial, na economia política, na escrituração e tudo quanto respeita a educação mercantil, ainda que chegado a poucos meses e muito ocupado, soube, contudo, furtar as suas elucubrações diárias alguns preciosíssimos momentos, para resumir na língua portuguesa as suas ideias a respeito da contabilidade e oferece-las ao comércio fluminense. (4)

Formará a obra do M. Burnier um in-quarto francês e será dividia em duas partes. Na primeira, expendem-se os princípios em que se apoia todo o edifício das partidas dobras, o uso e as formas dos vários registros, os modos de se faz as contas dos juros recíprocos, os erros que nelas se cometem geralmente e o método de se evitarem. Em suma, explica-se como tem de principiar, continuar e acabar-se a escrituração, examinando-se todos os sistemas, singelos e dobrados, antigos e modernos, que tendem com maior ou menor presteza para o mesmo resultado (5). Trata, por fim, do método próprio de M. Burnier, que por ser conjuntamente claro e compendioso, tem vantagens evidentes (6). Na segunda parte, se pratica os princípios estabelecidos na primeira e supondo-se o giro do negócio durante um mês, em que vem reunida quase todas as espécies de transações possíveis, cada qual poderá- com os modelos juntos, aprender como se devem escriturar e fechar os registros principais e auxiliares. Ultimamente a um vocabulário em que se explicam, por ordem alfabética, os termos usados no banco e comércio. Procurando menos, com a impressão daquele manuscrito, fazer obra de especulação que de utilidade geral, não duvido chamara a assistência dos subscritores que me ajudam na minha empresa (7).

Não pagarão os subscritores mais de 2$000 rs e os seus nomes serão publicados no fim do volume. Queiram indicar em seguida o seu nome e a sua morada, afim de que eu possa entregar-lhes o livro, depois de impresso. O preço será de 4,000 rs para os que não tiverem subscrito antes da publicação – O Editor, J. S. Saint-Amant.
(1) Este é um ponto de vista interessante: a escrituração como uma memória das transações. Geralmente falamos em registro, não em memória.
(2) O texto está ilegível e não consegui completar. É bom lembrar que naquela época já existiam falências, como foi o caso da quebra do Banco do Brasil.
(3) o termo vulgarizar, negativo nos dias atuais, é usado como sinônimo de “divulgar”. É também interessante notar que o editor trata da “arte” e não “ciência”, ao contrário do primeiro texto publicado por Burnier no Brasil. Vide aqui
(4) Conforme informamos anteriormente, Burnier era francês que chegou ao Brasil em 1837 e um ano depois já escrevia um manuscrito em língua portuguesa sobre a contabilidade.
(5) Ao final, a obra de Burnier será de partida simples ou singela, o que aos olhos de hoje é uma involução.
(6) Não sabemos o que significa o método Burnier. Provavelmente uma simplificação das partidas dobradas. Não temos conhecimento se é uma adaptação de obras que ele leu na Europa. O fato do livro não ter tido uma segunda edição poderia indicar que não foi bem aceito, seja pela didática ou pela dificuldade prática, no Brasil.
(7) O editor chama os interessados em patrocinar o livro. Eles contribuem com um valor menor que será cobrado quando a obra for vendida, terão seus nomes impressos na própria obra e receberão um exemplar em casa.

11 julho 2015

Fato da Semana: 3 milhões (semana 27 de 2015)

Fato da Semana: Nesta semana o blog Contabilidade Financeira atingiu 3 milhões de acessos. Para um blog de contabilidade, achamos que isto é um marco. Todo dia, Isabel, Pedro e Eu tentamos apresentar postagens interessantes.

Qual a relevância disto? Para nós representa uma motivação para continuar.

Positivo ou Negativo – Positivo

Desdobramentos – 4 milhões em breve.

Rir é o melhor remédio

Quando começa a sua música predileta:


LOL THAT'S ME - Funniest relatable posts on Tumblr.

Como se pronuncia Apud?

Apud... que significa e como se pronuncia?


Apud é um latinismo que significa de acordo com, conforme se lê em. Emprega-se principalmente em bibliografia, para indicar a fonte de uma citação indireta. Por exemplo: Camões, Os lusíadas, apud Antenor Nascentes, O idioma nacional. Abrev.: ap. Pronuncia-se ápud.



Fonte: SACCONI, Luiz Antônio. Corrija-se! De A a Z. Nova Geração, 2011.







10 julho 2015

Rir é o melhor remédio


Forbes: brasileiros bilionários

Saiu no UOL que caiu de 65 para 54 total de brasileiros bilionários.

O número de brasileiros com pelo menos US$ 1 bilhão encolheu pela primeira vez desde 2008, segundo a revista "Forbes": passou de 65 no ano passado para 54 neste ano. O brasileiro mais bem posicionado é, novamente, Jorge Paulo Lemann, com fortuna estimada em US$ 25 bilhões (cerca de R$ 71,45 bilhões).

O ranking foi divulgado nesta segunda-feira (2).

A menor presença de brasileiros acontece por causa da desaceleração da economia do país, em meio "à queda dos preços das commodities, escândalos de corrupção e altos gastos do governo", segundo a revista.

Soma-se a isso o fato de o dólar estar mais valorizado em relação ao real; assim, fica mais difícil juntar US$ 1 bilhão.

Além disso, dois bilionários brasileiros morreram no ano passado: o empresário Antonio Ermirio de Moraes e o banqueiro Moise Safra. Parentes dos dois, no entanto, ainda continuam na lista dos ricaços.

Somando a fortuna dos 54, o total é US$ 181,2 bilhões, uma queda de 5,42% em relação ao ano passado (US$ 191,6 bilhões).

Ranking nacional e internacional
A revista norte-americana "Forbes" divulga o ranking mundial de pessoas com mais de US$ 1 bilhão.

Já a versão nacional, da "Forbes Brasil", divulga uma lista com os brasileiros com mais de R$ 1 bilhão, com a fortuna em reais.

A lista da "Forbes" no mundo todo inclui 1.826 bilionários, com fortuna total de US$ 7,05 trilhões, o que dá uma média de US$ 3,86 bilhões para cada ricaço. Em primeiro lugar, aparece Bill Gates, com US$ 79,2 bilhões.



26o - Jorge Paulo Lemann, 75, é o brasileiro mais bem posicionado no ranking mundial de bilionários, com fortuna atual estimada em US$ 25 bilhões. Ele é dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz; no Brasil, é sócio da Ambev.

52o - O libanês naturalizado brasileiro Joseph Safra, 76, é o 52º mais rico do mundo, segundo a revista "Forbes", com fortuna de US$ 17,3 bilhões. Ele é o último irmão vivo do trio que fundou o banco Safra.

89o - Marcel Hermann Telles, 65, aparece com patrimônio avaliado em US$ 13 bilhões. Ele é sócio de Jorge Paulo Lemman e de Beto Sicupira na empresa de investimentos 3G Capital, dona de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz. No Brasil, Telles é sócio da Ambev.

110o - Carlos Alberto Sicupira, 67, com fortuna estimada em IS$ 11,3 bilhões. Ele é sócio de Jorge Paulo Lemman e de Marcel Hermann Telles na empresa de investimentos 3G Capital, dona de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz. No Brasil, Sicupira é sócio da Ambev e das Lojas Americanas.

165o - João Roberto Marinho, 61, um dos três filhos do fundador da rede Globo, Roberto Marinho, tem fortuna estimada em US$ 8,2 bilhões. Ele ocupa a 165ª posição no ranking mundial da "Forbes", empatado com os irmãos José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho.

330o - Eduardo Saverin, 32, co-fundador do Facebook tem patrimônio de US$ 4,8 bilhões.

369o - O empresário Abilio Diniz, 78, da família fundadora do Grupo Pão de Açúcar (GPA),  tem fortuna avaliada em US$ 4,4 bilhões. Após deixar o comando do GPA, tornou-se presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos BRF e acionista do Carrefour no Brasil.

562o - O empresário Francisco Ivens de Sá Dias Branco, 80, é o 462º mais rico do mundo, com fortuna estimada em US$ 3,7 bilhões. Ele é o acionista controlador da M. Dias Branco, empresa fundada por seu pai, Manuel, como uma padaria

512o - Walter Faria, 59, é dono da cervejaria Petrópolis, que fabrica marcas como Itaipava e Crystal. Patrimônio de US$ 3,4 bilhões,

603o - Aloysio de Andrade Faria tem 94 anos, com patrimônio estimado em US$ 3 bilhões. Herdeiro do antigo banco Real, que foi vendido ao holandês ABN Amro, ele fundou o grupo Alfa, dono do banco Alfa, da C&C e dos hotéis Transamérica

628o - O banqueiro André Esteves, 46, é presidente e sócio do banco de investimentos BTG Pactual, responsável por US$ 50 bilhões de ativos. A fortuna pessoal dele é estimada em US$ 2,9 bilhões.

737o - José Luis Cutrale, 68, herdou do pai e comanda hoje uma das maiores exportadoras mundiais de suco de laranja, a Cutrale; recentemente, comprou a produtora de bananas norte-americana Chiquita. Com patrimônio de US$ 2,5 bilhões, ele é o 737º no ranking de bilionários do mundo da "Forbes"

737o - Alexandre Grendene, 65, tem um patrimônio estimado em US$ 2,5 bilhões e aparece como o 737º mais rico do mundo, empatado com Cutrale, segundo a "Forbes". Ele fundou com o irmão gêmeo, Pedro, a maior fábrica de calçados do Brasil, que produz marcas como Melissa e Rider.

737o - Carlos Sanchez, 53, é o principal acionista da EMS, fabricante de medicamentos genéricos. Sua fortuna é estimada em US$ 2,5 bilhões, o que o coloca na 737ª colocação no ranking de bilionários do mundo da revista "Forbes".

782o - Edson de Godoy Bueno, 71, tem patrimônio estimado em US$ 2,4 bilhões pela "Forbes". Ele fundou a Amil, em 1978, e vendeu a empresa para a gigante norte-americana United Health, em 2012. Continua sendo presidente da Amil e tem participação na Dasa e na TotalCare.






Ciclo Vicioso da Produção da Informação

A informação é considerada um bem público. Ao contrário do que o nome poderia sugerir, o bem público não possui, necessariamente, um vínculo com um bem produzido pelo setor público. O bem público é aquele em que o consumo não significa a exclusão ou a disponibilidade para outras pessoas.

O bem privado possui a característica oposta, ou seja, o seu consumo por parte de um individuo impede que outro possa usufruir. Considere um prato de comida; quando uma pessoa consome este produto, existe uma exclusividade.

Já o bem público tem como característica a não exclusividade. A iluminação de uma rua é um exemplo de um bem público. Se uma pessoa usufrui os benefícios da iluminação, isto não impede que outro também possa aproveitar. Outros exemplos são a segurança, os fogos de artifícios na noite do ano novo e o asfalto de uma rua.

A informação é considerada um bem público, já que está disponível a todos os membros da sociedade. É bem verdade que existem mecanismos que funcionariam como barreiras para o uso. Se eu escrevo um texto e coloco num blog de livre acesso, a informação é um bem público. Mas quando se exige que uma pessoa pague um valor para ter acesso a este texto, como ocorre com algumas revistas e jornais, criam-se barreiras e impedindo que a informação seja um bem público. Mesmo criando estas barreiras, sabemos que isto não funciona completamente já que o texto pode ser replicado em outro local de acesso livre ou pode-se descobrir uma senha que impede este acesso.

Tem-se um ciclo vicioso da informação: por ser um bem público, o consumo não é exclusivo. As barreiras usadas são ineficientes, mas sem estas barreiras não existiriam incentivos para a produção da informação.

09 julho 2015

Rir é o melhor remédio


Fazer (e continuar) um blog é um ato de amor


Escrever sobre contabilidade no Brasil não é comum. Não sabemos bem o porquê e já questionamos aqui no blog diversas vezes. Talvez seja por falta de incentivos, de tempo, por vergonha ou por falta de interesse mesmo.

Mas eu, pessoalmente, sou fã de blogs e acho estimulante quando leio, por exemplo, sobre o novo presidente do IASB. É o tipo de informação que eu provavelmente nem procuraria ou saberia que esta por aí... Mas a partir do momento que nos informamos, nos tornamos mais conscientes e responsáveis. Quem é o diretor/presidente da CVM? O que ele faz, exatamente? E no que ele é formado? Eu posso ser diretora da CVM um dia? E do IASB? O que está acontecendo com as demonstrações financeiras da Petrobrás? Como a Moldávia chegou a uma situação tão crítica? O que museus e obras de arte estão fazendo em um blog de contabilidade? E a capa da edição de trajes de banho da revista Sports Ilustrated? A resposta comum a todos é que a contabilidade está, de certa forma, em todo lugar.  E essas questões são sim importantes para aflorarmos nosso lado crítico, entendermos o alcance da nossa ciência, para sermos profissionais bem informados. Nada de alienação por aqui e sempre há a busca da contabilidade em tudo.

Como docentes, professores, educadores, se não formos apaixonados por contabilidade, como ensinar com prazer genuíno? Como mostrar que devemos ter orgulho de nossa profissão? Como ir além do débito e crédito? Ou, mais ainda, como mostrar a beleza e simplicidade dos débitos e créditos?

Como alunos, discentes, cidadãos, profissionais, como passar a terceiros a riqueza da nossa ciência? Todos sabem que, quando se necessita de um advogado para uma causa trabalhista, contrata-se um advogado trabalhista. Óbvio. Quando há demanda por um contador trabalhista, por sua vez, (ou fiscal, forense, tributário), porque essas mesmas pessoas, esclarecidas como são, acreditam que qualquer contador serve?? Claro que podemos sim saber trabalhar em diversas áreas e dar conta de diversas demandas, mas o que questiono aqui é a percepção pública de que a contabilidade é algo absurdamente fácil e simples. “Cabe num disquete”, já me falaram. (E na minha opinião a culpa é nossa, mas isso é assunto para outro dia).

Ao ler o blog eu passei a ter um respeito e carinho por certos assuntos que mesmo após uma ótima graduação, uma especialização fresquinha e atual, eu ainda não possuía. E é daí que vem a minha motivação para blogar: tentar repassar aos outros o que eu tive a sorte de receber. “A contabilidade é linda! Deixa eu te mostrar...”

Então nós três (Pedro, eu e professor César) escrevemos por simples paixão. As vezes publico algumas coisas e nem acho que  haverá impacto. Aí alguém comenta, ou manda um e-mail, e até hoje fico deslumbrada com o efeito dessa interação. Como é legal poder escrever sobre o que gostamos, ter pessoas que leem e gostam também. Não só fazemos o que amamos, como somos reconhecidos por isso.

Aí chegamos ontem a três milhões de acessos. Como assim!? Isso é muita coisa! Nem consigo absorver. Como comentei no Instagram isso é alcançado em pouco tempo por outros tipos de blogueiros... mas escrevendo sobre contabilidade? Uau! É muita coisa! Muita. A maior parte disso é certamente devido ao professor César, que é um gigante. Ele é criativo, inteligente, cheio de energia e iniciativa. O Pedro e eu nos sentimos sortudos por estar por perto, por poder aprender e se inspirar.

Mas aí, quem nos acompanha, compartilha toda essa sorte. Isso é fantástico! Independente de onde você more, basta ter acesso a internet para aprender tudo o que é publicado, discutido e desenvolvido aqui.

Por outro lado, você também poderia muito bem nos ignorar e ir fazer outra coisa. Mas você vem. E participa. E lê. *.* Muito obrigada por tudo isso. Somos eternamente gratos por todo apoio que recebemos e participar do blog, junto com você, é uma experiência incrível.

Tim Tim!


Leia aqui uma postagem do professor César sobre o marco "Dois Milhões"*
*que na verdade foram mais, já que o contador surgiu bem mais recentemente