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21 abril 2015

Rir é o Melhor Remédio


Vestido de “E o Vento Levou” é arrematado por US$ 137 mil

Um vestido cinza e negro que vestiu Vivien Leigh em seu papel como Escarlate O’Hara no clássico “E o Vento Levou”, de 1939, foi vendido no sábado por US$ 137 mil em um leilão na Califórnia. [...]

Todos os artigos formavam parte de uma coleção privada pertencente a James Tumblin, anteriormente em poder do departamento de cabeleireiro e maquiagem da Universal Studios.

Tumblin começou a colecionar trajes e acessórios que ficavam nos bastidores do cinema na década de 60, iniciando uma coleção de mais de 300 mil peças, segundo a Heritage.

Durante uma visita à companhia Western Costume, Tumblin viu o vestido de Escarlate O’Hara no chão negociou e o comprou por US$ 20, de acordo com Heritage.

[...]

Outras peças que alcançaram grandes cifras no leilão foram um chapéu de palha que também vestiu Leigh, vendido por US$ 52.500, calças e casacos do traje de Clark Gable como Rhett Butler, por US$ 55 mil, e um chapéu negro que vestiu tanto Leigh como Olivia de Havilland como Melanie Wiles, que alcançou US$ 30 mil.


Leia mais (em inglês) aqui.

Análise das Demonstrações Contábeis de um clube de futebol brasileiro

Recentemente o Flamengo publicou suas demonstrações contábeis, indicando um desafio de “reestruturar as finanças (...)”, conforme do texto da mensagem do presidente. Iremos, nesta postagem, analisar, rapidamente, a situação financeira deste clube, atendo-se aos dois últimos anos.

A imagem abaixo apresenta parte do balanço patrimonial. Salta aos olhos o elevado endividamento do clube, cujo passivo era de 809 milhões de reais no final de 2014. No final de 2013 este valor era de R$825 milhões, o que significa dizer que o clube reduziu seu passivo em 16 milhões. Ao mesmo tempo, o patrimônio líquido aumentou de 443 milhões negativos para 379 milhões negativos, uma variação de R$64 milhões.

Parte da melhoria do patrimônio líquido decorreu do resultado de 2014. A imagem a seguir mostra o detalhamento deste resultado. Em 2014 o resultado operacional foi de 105 milhões, bem acima dos 27 milhões do ano anterior. A melhoria decorreu mais do aumento da receita operacional líquida do que da contenção das despesas. (A nota explicativa 18 mostra que o clube teve aumento na receita de patrocínio, de repasse dos direitos federativos e do programa sócio-torcedor com aumentos de R$27 milhões, 19 milhões e 14 milhões, na ordem, além de R$22 milhões de incentivos fiscais).

Outra boa notícia é que o clube está gerando caixa operacional (R$32 milhões versus 22 milhões negativos no ano anterior), que está sendo gasto com “contratos de atletas e direitos de imagem”, que aumentou em R$49 milhões.

Agora os aspectos negativos. O passivo oneroso, composto pelos empréstimos, aumentou substancialmente, de R$28 milhões. E o maior aumento ocorreu no curto prazo, de R$32 milhões para R$71 milhões. A nota explicativa 12 detalha estes empréstimos:

Chama atenção o empréstimo com o “Consórcio Maracanã”, de quase 25 milhões, que representaria a quase totalidade do aumento no passivo oneroso. Eis o que diz a nota explicativa: “empréstimos junto ao Consórcio Maracanã no valor de R$27 milhões (sic) à taxa de 165% do CDI e vencimento até 31 de dezembro de 2016. As amortizações e garantia do contrato são oriundas de 35% das rendas líquidas dos jogos do Flamengo e de contratos da Globo e Horizonte”.

De maneira geral ocorreu uma melhoria nas finanças do clube em 2014, mas para sanar os problemas será necessário ainda muitos anos, em razão do valor da dívida.

Vault

O Vault é um prêmio para a melhor empresa para se trabalhar dos Estados Unidos. Pela terceira vez seguida a PwC venceu. Eis a relação dos 10 mais, na ordem:

PricewaterhouseCoopers
EY
Deloitte
KPMG
Grant Thornton
BDO EUA
McGladrey
Plante Moran
Moss Adams
Crowe Horwath

20 abril 2015

Links

Google e Beatles: Dentro de Abbey Road

Telefônica: o número do coração (propaganda legal)

Associação Quatro Patinhas (também propaganda. Também legal)

Associados vão cobrir rombo de fundos de pensão

Rir é o Melhor Remédio


Fraude no IR

Fiquei abismada com a notícia que saiu na Folha:

Fraude: Receita identifica 502 declarações que citam a mesma empregada doméstica
A Receita Federal estima recuperar até R$ 7 bilhões de pessoas físicas fraudavam a declaração de imposto de renda de pessoa física, feitas principalmente no ano passado. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, entre os casos, está o de 502 pessoas que declararam remunerar a mesma empregada doméstica. Para declarar a contribuição patronal, o Fisco exige o nome, o CPF e o Número de Identificação do Trabalhador (NIT). A Receita já intimou 80 mil contribuintes até março e deve autuar mais 280 mil sonegadores ainda este ano. Em 2013, foram 350 mil contribuintes, o que resultou na recuperação de R$ 6,7 milhões. Segundo Folha, o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung, o perfil mais visado pela Receita é o de profissionais liberais, como médicos, advogados.

Ao ler a manchete podemos concluir que: ou é uma diarista (que trabalha mais de duas vezes por semana - e por isso precisa sim ter a  carteira assinada) super competente... quem conhecer, por favor me passe o telefone. Ou algum contador alguém enrolou muita gente de uma forma bem preguiçosa. Ou a galera é muito sem inteligência. Ou o que?

E ainda acho muito oportuno relembrar a campanha da CGU sobre corrupção. Vamos reclamar dos políticos corruptos sim, mas vamos também dar exemplo de cidadania!!!


Finanças Pessoais: Competição de investidores

É muito comum os jornais e/ou entidades do mercado promoverem competição de investidores para saber quem consegue a maior valorização da sua carteira dentro de um determinado prazo. Os vencedores geralmente são entrevistados, suas fotografias irão aparecer na edição impressa e podem levar esta glória para seu currículo.

Neste artigo irei mostrar como ganhar este tipo de competição. Na semana seguinte mostrarei os problemas deste tipo de competição.

Vamos imaginar que você deseje mostrar para seus amigos, professores e futuro patrão que tem a capacidade de escolher adequadamente os investimentos na bolsa de valores. A figura abaixo mostra o comportamento das maiores altas e baixas da bolsa num determinado dia e servirá para nosso exemplo:
Para vencer a competição você teria que escolher as ações do lado esquerdo, mas nunca aquelas do lado direito. Se você tivesse escolhido a Companhia Siderúrgica Nacional ou Banco do Brasil sua carteira teria um recuo de no mínimo 5% num dia. Você ganharia se tivesse escolhido a Light, Marco Polo, MRV ou Sabesp.

Caso você tenha tido alguns fundamentos de finanças na escola saberia que aumentar a diversificação pode reduzir risco. Assim, seguindo os ensinamentos dos gurus de finanças, o ideal seria fazer uma carteira com muitas ações. Mas isto não traria a vitória na competição, já que reduziria o retorno. A explicação é simples: se tivesse escolhido somente a Light sua carteira teria um retorno de 2%; diversificando, com Light e Marco Polo, a carteira teria um retorno entre 1,92% e 2%, mas, e isto é importante, abaixo de 2% que obteria somente com a Light. Escolhendo os cinco maiores retornos, a carteira estaria entre 1,15% e 2%, mas também abaixo dos 2%.

Assim, para ganhar estas competições, escolha o menor número de ações possível, se possível uma delas. E espere pelo bilhete premiado: se você acertar e escolher a Light, mas não a CSN, parabéns. Seu currículo irá melhorar, poderá despertar o apelo de corretoras e fazer inveja aos amigos. Caso tenha escolhido a CSN e tenha tido a sabedoria de não dizer para ninguém que participou da competição, fique tranquilo: ninguém saberá que você chutou errado.

Continua

19 abril 2015

Rir é o Melhor Remédio

Foi tudo imposto
No nosso amor:
Quem há de declarar?

(VFM) #haikai

Fonte: @ProsaEGlosa, indicado por @Acamocinense, a quem agradecemos.



Imagen via Duke Chargista.

História da Contabilidade: Normas após a independência


Em 1822, quando Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil, o nosso país herdou boa parte da estrutura administrativa que tinha sido implantada nos anos anteriores. Mas em 1831 o governo resolveu fazer uma tentativa de organização do tesouro, através de uma norma bastante extensa para época (1).

Entretanto, esta não foi a primeira norma sobre o assunto após nossa independência. Entre 1822 a 1831 diversas normas foram emitidas pelo governo com implicações contábeis. Em 1823, por exemplo, decide instituir um imposto sobre o tabaco, aguardente e bares. O imperador decide constituir uma máquina pública com responsabilidade de fazer a arrecadação dos impostos, incluindo um administrador, um escrivão, um tesoureiro, quatro escriturários, dois amanuenses, agentes e quatro guardas. Os quatro primeiros cargos seriam nomeados pelo imperador. O escriturário deveria ter o livro de receita e despesa e deveria

Dar os methodos, e formularios da Escrituração, nos quaes terá muito em vista a legalidade, clareza, e simplicidade dela, e prontidão no expediente dos Despachos (2)

A mesma norma informava que as arrecadações deveriam ter seu “livro de receita” e que os mesmos seriam “escriturados” pelos Escriturários e Amanuenses, com a conferência e assinatura do escrivão e tesoureiro (3). A norma previa um livro de receita e despesa geral, com a receita de cada dia, assim como as despesas de entregas do Tesouro Público, os salários dos funcionários e outras despesas. A gestão deveria preservar a clareza e simplicidade da Escrituração.

Também logo após a independência foi estabelecida a constituição de 1824, que previa a existência do Supremo Tribunal de Justiça. O mesmo foi criado em 1828 pelo imperador. Na norma de criação, havia a previsão de um tesoureiro, que também faria a função de porteiro (4). O artigo 43 detalha a função deste tesoureiro:

Art. 43. O Thesoureiro, que é tambem Porteiro, terá a seu cuidado a guarda, limpeza, e asseio da casa do Tribunal, todos os utensilios, e tudo quanto ahi fôr arrecadado, terá o ordenado de 800$000, não percebendo mais cousa alguma, nem como Thesoureiro, nem para as despezas do asseio da casa.

Mais adiante:

Art. 45. Todas as despezas miudas do Tribunal, como são papel, pennas, tinta, arêa, lacre, obrêas, nastro, ou fitilho, serão pagas pelo cofre dos emolumentos, em folha, que formará o Thesoureiro todos os mezes, assignada pelo Presidente.
Art. 46. As entradas dos emolumentos para o cofre serão lançadas em livro de receita proprio, e serão recenseadas de seis em seis mezes por um dos membros do Tribunal, que por nomeação do mesmo servirá de Juiz das despezas.

Também neste período foram estabelecidas as regras de funcionamento dos Correios. No artigo 154 informa que a movimentação financeira ser acompanhada

Hum systema de escripturação simples, e clara, segundo os princípios, que ficão estabelecidos (5)

(1) Vide postagem anterior sobre o tema
(2) Norma publicada no Almanak dos Negociantes do Imperio do Brasil, ed 1, p. 148, 1827.
(3) Idem
(4) Lei de 18 de setembro de 1828, artigo 40. Esta lei é basicamente o projeto de lei aprovado na Camara dos Deputados em 10 de julho de 1827. Vide Imperio do Brasil, ed. 50, p. 24.
(5) Ver norma publicado no Imperio do Brasil. Diário Fluminense, ed 13, p. 355, 1829.

18 abril 2015

Rir é o melhor remédio

Como ser malvado

O surpreendente lado ruim de ser inteligente

Temos uma tendência a pensar em gênios como seres atormentados por angústias existenciais, frustrações e solidão – a escritora Virginia Woolf, o matemático Alan Turing e até a fictícia Lisa Simpson são estrelas solitárias, isoladas apesar de seu brilho.

A questão pode parecer um assunto que atinge apenas alguns poucos privilegiados – mas os conceitos e ideias por trás dessa impressão repercutem em quase todos nós.

Boa parte do sistema educacional ocidental é direcionada a melhorar a inteligência acadêmica. Apesar de suas limitações serem conhecidas, o Quociente de Inteligência (QI) ainda é a principal maneira de medir habilidades cognitivas. Cada vez mais gente gasta fortunas em atividades de treinamento do cérebro para tentar melhorar sua pontuação. Mas e se essa busca pela genialidade for uma tarefa para tolos?

As primeiras respostas para esses questionamentos surgiram há quase um século, no auge da Era do Jazz americana. Na época, o teste de QI ganhava popularidade após ter se provado útil nos centros de recrutamento de voluntários durante a Primeira Guerra Mundial.

Os altos e baixos de pequenos gênios
Em 1926, o psicólogo Lewis Terman decidiu usar a prova para identificar e estudar um grupo de crianças superdotadas. Ele selecionou 1,5 mil alunos da Califórnia com QI maior que 140 – 80 deles com mais de 170 de QI. O grupo ficou conhecido como os “Termites”, e os altos e baixos de suas vidas ainda são estudados hoje em dia.

Como era de se esperar, muitos dos Termites cresceram para fazer fama e fortuna. Nos anos 1950, eles ganhavam um salário médio que correspondia ao dobro do de pessoas “comuns”.

Mas, inesperadamente, muitas crianças no grupo de Terman preferiram profissões menos glamorosas, como policial, marinheiro ou datilógrafo. Os Termites também não foram particularmente mais felizes do que o cidadão americano comum, com os níveis de divórcio, alcoolismo e suicídio semelhantes ao da média da população do país.

A moral da história é que, na melhor das hipóteses, um grande intelecto não faz diferença em relação à sua satisfação com a vida. Na pior, ele pode significar uma sensação maior de vazio.

Isso não quer dizer que todo mundo com um QI alto seja um gênio torturado, como a cultura popular nos faz crer. Mas ainda é assim, é algo intrigante. Por que os benefícios de ter uma inteligência abençoada não aparecem a longo prazo?

Fardo pesado e preocupação excessiva
Uma possibilidade é a de que a consciência de alguém sobre seus próprios talentos intelectuais tenha se tornado uma carga pesada. De fato, nos anos 1990, quando alguns dos Termites tinham quase 80 anos, eles olhavam para trás e, em vez de se vangloriar de seus sucessos, diziam ter sido perseguidos pela sensação de que não corresponderam ao que esperavam atingir quando jovens.

Essa sensação de fardo – principalmente quando combinada com as expectativas dos outros – é uma constante para muitas outras crianças superdotadas. Um dos casos mais famosos – e tristes – é o da britânica Sufiah Yusof. Admitida na prestigiada Universidade de Oxford aos 12 anos, ela abandonou os estudos na área de Matemática antes de se formar e começou a trabalhar como garçonete. Depois disso, tornou-se garota de programa e ficou conhecida por recitar equações para os clientes durante o sexo.

Outra reclamação comum é a de que pessoas mais inteligentes geralmente têm uma visão mais clara sobre os problemas do mundo. Enquanto o resto de nós se mantém distante das crises existenciais, os gênios perdem o sono sofrendo pela condição humana e pelos erros dos outros.

A preocupação constante, de fato, pode ser um sinal de inteligência – mas não da maneira que os filósofos de poltrona imaginaram. Alexander Penney, da MacEwan University, no Canadá entrevistou estudantes universitários sobre vários tópicos e descobriu que aqueles com o QI mais alto realmente se sentiam mais ansiosos.

Mas curiosamente, a maioria das preocupações era banal e cotidiana. “Eles não se inquietavam por coisas muito profundas, mas se preocupavam mais frequentemente sobre mais coisas”, diz Penney. “Se algo ruim acontecia, eles passam mais tempo pensando naquilo.”

Ao examinar com mais atenção, Penney também descobriu que isso se relaciona com a inteligência verbal, testada em jogos de palavras nos exames de QI. Ele acredita que uma maior eloquência pode ajudar o indivíduo a verbalizar suas ansiedades e remoer mais seus pensamentos. O que não é necessariamente uma desvantagem. “Eles tendem a solucionar problemas mais rapidamente do que a maioria das pessoas”, afirma.


Pontos ‘cegos’
A verdade nua e crua, no entanto, é que uma maior inteligência não equivale a tomar decisões mais sábias. Na realidade, a situação pode até tornar as decisões mais equivocadas.

Keith Stanovich, da Universidade de Toronto, passou a última década preparando testes de raciocínio e descobriu que decisões justas e independentes não estão nem um pouco relacionadas ao QI.
Segundo ele, os indivíduos que se saíam melhor em testes cognitivos padrão são na realidade um pouco mais vulneráveis a terem um “ponto cego de predisposição”. Ou seja, eles têm menos capacidade de enxergar seus próprios defeitos, mesmo quando são capazes de criticar os pontos fracos dos outros.

Eles também tendem a ser vítimas da “ilusão do apostador” – a ideia de que se uma moeda cai indicando “cara” dez vezes, ela terá mais chances de cair em “coroa” na 11ª vez.

Uma tendência a confiar mais nos instintos do que no pensamento racional pode explicar porque um número surpreendente de membros da associação britânica de superdotados Mensa acredita em atividades paranormais. Ou por que alguém com um QI de 140 têm duas vezes mais chances de estourar seu cartão de crédito.

Stanovich enxerga esses vieses em todas as camadas da sociedade. “Existe muita irracionalidade no mundo de hoje – pessoas fazendo coisas irracionais apesar de terem uma inteligência mais que adequada”, afirma. “Essas pessoas que ficam espalhando memes antivacinação para pais ou disseminando erros de informação na Internet são em geral pessoas com uma inteligência e uma educação acima da média.” Obviamente, pessoas inteligentes podem ser perigosamente, e bobamente, enganadas.

O lado bom
Portanto, se a inteligência não leva a decisões racionais ou a uma vida melhor, quais as suas vantagens? Igor Grossmann, da Universidade de Waterloo, no Canadá, acredita que temos que prestar mais atenção a um conceito antiquado: a sabedoria.

Sua abordagem é mais científica do que parece. “O conceito de sabedoria tem uma qualidade etérea”, admite. “Mas se olharmos para a pura definição de sabedoria, muitos vão concordar que se trata da ideia de alguém que pode fazer um julgamento bom e sem amarras”.

Em um experimento, Grossmann apresentou a voluntários vários dilemas sociais – que iam desde o que fazer sobre a guerra pela Crimeia a crises que leitores descrevem em colunas de aconselhamentos sentimentais de jornais.

Conforme os voluntários falavam, um painel de psicólogos julgava seus argumentos e sua tendência a uma ideia preconcebida.

Os que mais pontuaram acabaram predizendo maior satisfação com a vida, mais qualidade de relacionamento, e menos ansiedades e preocupações – todas as qualidades que parecem faltar a pessoas enquadradas no conceito clássico de inteligência.

Crucialmente, Grossmann descobriu que um alto QI não necessariamente significa maior sabedoria.

Aprender a saber
No futuro, empregadores podem começar a empregar testes como os de Grossmann para examinar outras capacidades intelectuais em vez do QI. A área de recursos humanos do Google, por exemplo, já anunciou que planeja avaliar candidatos com base em qualidades como “humildade intelectual”, em fez de pura proeza cognitiva.

Felizmente, a sabedoria pode vir do treino, segundo Grossmann. Ele ressalta que nós normalmente temos mais facilidade em deixar para trás nossas predisposições quando levamos outras pessoas em consideração em vez de nós mesmo.

Com isso, ele descobriu que simplesmente falar sobre seus problemas na terceira pessoa (“ele” ou “ela” em vez de “eu”) ajuda a criar a distância emocional necessária, diminuindo preconceitos e levando a argumentos mais sábios. Novos estudos devem gerar novos truques semelhantes.

O desafio vai fazer com que as pessoas admitam seus próprios defeitos. Mesmo se você conseguiu repousar sobre os louros da sua inteligência durante toda a vida, pode ser muito difícil aceitar que ela vem atrapalhando seu julgamento. Como disse o filósofo Sócrates, “o sábio é aquele que pode admitir que não sabe nada”.

David Robson Da BBC Future