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24 janeiro 2013

Tristeza não tem fim, dinheiro sim


Quando pesquisava para seu livro “O Poder do Hábito”, o escritor americano Charles Durhigg deparou com uma prática a princípio inexplicável das empresas de cartões de crédito dos Estados Unidos. Sempre que descobrem, comparando dados pessoais, prática permitida no mercado americano, que um de seus clientes se divorciou, as empresas cortam seu limite de crédito. A redução é ainda mais radical caso o cliente seja do sexo masculino, diminuindo o limite pela metade. A explicação: analisando o histórico de crédito de recém-separados, matemáticos a serviço dessas empresas cruzaram os dados e notaram que não muito tempo depois de mudar seu status de relacionamento para “solteiro” no Facebook os homens, principalmente, começam a ter problemas para pagar suas dívidas.
À primeira vista, pode parecer um exagero – além de uma intromissão indevida na vida dos clientes -, mas um estudo recente conduzido pelos departamentos de psicologia das Universidades de Harvard e Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que há uma lógica emocional por trás dessa situação: estar triste pode ter um custo financeiro.
“Uma pessoa triste não é necessariamente uma pessoa sábia quando se tratam das escolhas financeiras”, afirma Ye Li, professor da Universidade Riverside, na Califórnia, que participou do estudo como pós-doutorando do Centro de Ciências da Decisão de Columbia. “Descobrimos que as pessoas tristes são mais impacientes e frequentemente irracionais.”
Nos últimos dez anos, estudos aprofundaram essas descobertas, mostrando que pessoas tristes têm mais problemas com as finanças pessoais, dívidas do cartão de crédito e financiamentos, empréstimos e seguros duvidosos. Por trás de todos os resultados, está o que Ye Li e os outros dois autores do estudo, Jennifer Lerner, da Escola Kennedy de Governança e diretora do Centro de Ciência da Decisão de Harvard, e Elke U. Weber, também de Columbia, chamam de miopia da tristeza.
A miopia da tristeza é, segundo o estudo, responsável por um preconceito momentâneo que leva as pessoas a ignorar os ganhos maiores que vêm com a espera em troca da satisfação imediata. Mais: o gasto em si recebe mais atenção do que o benefício que poderá produzir. A miopia da tristeza, conclui a pesquisa, é um fenômeno robusto e potencialmente perigoso para a vida financeira das sociedades.
É certo que decisões econômicas, incluindo o que compramos, envolvem escolhas que costumam ser feitas com base em razões que nos parecem consistentes. “As pessoas não querem pagar ou consumir mais do que deviam mesmo quando estão tristes”, observa Nitika Garg, professora da Australian School of Business e coautora, com Jennifer Lerner, do estudo “Tristeza e Consumo”. É bem capaz que neguem a influência, como os voluntários da maioria dos estudos. Mais ainda: a combinação de tristeza e consumo em excesso pode levar a um ciclo em que o próprio hábito de gastar leva a alterações de humor. Por que então a propensão aos gastos?
“A pessoa que está propensa a comprar pensa: ‘Eu sou a solução para os meus problemas’”, explica Vera Rita de Mello Ferreira, psicanalista e autora do livro “A Cabeça do Investidor”. “E uma das formas mais fáceis de encontrar satisfação é por meio das compras. Quanto mais radical a sensação de perda ou de desamparo, mais radical será a busca por compensação.”
Esse não é um processo consciente, ressaltam todos os estudos. E nem mesmo faz sentido à luz da lógica. Se uma pessoa triste é mais pessimista, o normal seria que nas centenas de decisões que toma todos os dias fosse mais cética. “Nossa pesquisa não visava propriamente saber se pessoas tristes fazem avaliações mais pessimistas. Mas ser pessimista sobre o futuro é uma das possíveis explicações sobre por que elas querem obter as coisas o mais cedo possível”, diz Ye Li.
"Tears", de Man Ray
“Tears”, de Man Ray
Economistas e psicólogos tomam direções diferentes quando tentam explicar o papel das emoções nas decisões. A teoria econômica tradicional não costuma dar valor a motivações individuais nas decisões financeiras, considerando que os indivíduos tendem a agir de forma racional, pesando expectativas e probabilidades. Psicólogos ligados à economia comportamental contra-argumentam, no entanto, que as teorias econômicas não conseguem dar conta dos verdadeiros processos mentais por trás de nossas decisões. Novos estudos nas duas últimas décadas começaram a aproximar os dois campos, assim como a neurociência, principalmente no que diz respeito ao consumo.
É inegável – aponta o estudo de Harvard e Columbia – que as pessoas normalmente fazem algumas das escolhas econômicas mais importantes da vida por causa das emoções. “O amor impulsiona a decisão de propor ou aceitar o casamento. Raiva pode levar a uma separação. O medo leva à decisão de abandonar a casa em meio a um desastre”, dizem os pesquisadores. Um funeral pode obrigar alguém a tomar decisões financeiras importantes em um estado emocional conturbado. Com o trauma da separação, um divórcio vem acompanhado de novos gastos com habitação e alimentação, entre outros.
A tristeza, no entanto, há séculos é vista como uma boa parceira econômica. Samuel Coleridge (1772-1834), poeta e filósofo inglês experimentou crises profundas de ansiedade e depressão. Sua vida o inspirou a criar uma frase famosa: “O homem mais triste e mais sábio aumenta o amanhecer do dia seguinte”. Centenas de trabalhos de psicologia corroboraram essa ideia na segunda metade do século XX, atribuindo à tristeza o papel de antídoto para os otimistas em excesso, capaz de impedir alguém de agir por impulso.
Indivíduos mais tristes, segundo esses estudos, tendem a pesar mais racionalmente as implicações financeiras de suas escolhas. Então, de maneira tímida, nos anos 1980 e com mais profusão nos anos 90 e na década passada, um grupo de cientistas começou a apontar que se trata do contrário.
Tristeza, como definida pelos psicólogos, é um estado temporário, como numa morte ou separação, sendo ligada às sensações de desamparo e perda. Um de seus efeitos é provocar pessimismo sobre determinada situação, um efeito conhecido na psicologia como congruência de humor. Isso leva a uma mudança nos motivos pelos quais as pessoas em estados de tristeza costumam fazer escolhas. Por exemplo: um estudo conduzido por dois psicólogos, William Morris & Nora Reilly, descobriu que pessoas tristes, quando tinham de escolher um parceiro para resolver um problema, preferiam alguém com mais afinidade pessoal do que os mais capazes.
A pesquisa de Harvard e Columbia, concluída no fim do ano passado, teve como voluntários 200 estudantes das duas universidades, que, respondendo a um anúncio, receberam uma remuneração pela participação. Ao contrário de grande parte dos estudos anteriores, nos quais os voluntários assinalavam em um questionário qual era seu estado emocional no momento, os testes foram concebidos para provocar, respectivamente, uma “condição de tristeza”, uma “condição de desgosto” e um “estado neutro”.
Colocados em cabines individuais, os voluntários tiveram de assistir a três vídeos. Um mostrava a morte do personagem principal, interpretado pelo ator Jon Voight, diante do filho no filme “O Campeão”; outro, a cena de um banheiro infecto e insalubre no filme “Trainspotting”. O terceiro clipe foi um trecho de um documentário do canal National Geographic sobre a vida dos peixes na Grande Barreira de Corais.
Se fosse o caso, os voluntários também deveriam escrever um pequeno texto sobre uma história triste ou desagradável da qual tinham participado. Em seguida, escolheram entre 27 montantes de dinheiro e créditos no site da Amazon que deveriam receber naquele dia (entre US$ 11 e US$ 80) e maiores quantidades de dinheiro (entre US$ 25 e US$ 85) em um prazo que variava de uma semana a seis meses.
“A média dos participantes tristes em obter recompensas futuras foi de 13% a 34% menor do que dos participantes em um estado mental neutro”, diz Li. Houve casos em que os voluntários preferiram receber US$ 37 na hora a esperar três meses em troca de US$ 85 – mais do que o dobro.
Em outro dos trabalhos pioneiros, realizado pela Universidade de Columbia,
"Old man in sorrow (On the Threshold of Eternity)", de Van Gogh
“Old man in sorrow (On the Threshold of Eternity)”, de Van Gogh
estudantes tinham de informar se naquele momento se sentiam mais tristes ou ansiosos. Os dois estados levaram a decisões diferentes em um jogo. Enquanto os voluntários que se diziam tristes corriam mais riscos em busca de recompensas maiores, os ansiosos fizeram o contrário, se arriscando pouco em busca de um lucro menor, porém mais seguro de obter. A ansiedade aumentou a preocupação com o risco e a incerteza enquanto a tristeza aumenta as preocupações com a recompensa.
Se há uma arena em que as emoções reconhecidamente dirigem a necessidade de consumo é o mercado de ações. Em seu livro “Exuberância Irracional”, Robert Shiller afirma que o estado emocional dos investidores é um dos fatores mais importantes para explicar subidas fortes de preços. Foi assim nas bolhas dos últimos anos, principalmente a da internet e imobiliária. Tanto no momento de euforia e ganância como de pânico, diz a “teoria das emoções” no mercado financeiro, existe o efeito manada. Decisões de momento podem custar anos de economias.
“Ganância e medo movem a maioria das decisões. Mas duas emoções particularmente importantes são o orgulho e arrependimento. Por exemplo, pensa-se que o arrependimento tem como efeito a disposição para vender cedo demais ações que subiram rapidamente e manter aquelas que estão caindo. Se você vender uma ‘perdedora’, vai sentir arrependimento”, diz Lucy Acket, professora da Universidade Kennesaw, autora de estudos sobre as emoções e o mercado financeiro.
Uma medida do efeito da miopia da tristeza sobre os investidores foi descoberta por Jennifer Lerner e mais duas pesquisadoras, Deborah A. Small e George Loewenstein. Voluntários foram levados a fazer negócios numa experiência parecida com o que ocorre em um “home broker”. Metade ficou com um objeto, definindo por qual preço pretendiam vendê-lo, e a outra metade pôde fazer uma oferta de compra. Todos assistiram aos mesmos filmes do estudo atual, assim como cada um foi convidado a escrever explicando como se sentia. Então começaram a negociar.
Os participantes que assistiram ao vídeo mais triste e eram vendedores passaram a reduzir seus preços assim como os compradores fizeram ofertas maiores a ponto de superar as ofertas de venda. Isso aconteceu, segundo os pesquisadores, porque tanto em um caso como outro estava em jogo a busca por mudança. “No caso de venda, livrar-se do que se tem é uma oportunidade para mudar as circunstâncias que estão fazendo a pessoa sofrer, enquanto no caso de compra, a aquisição de novos bens é uma oportunidade para alterar uma realidade desagradável”, explica Jennifer.
“Um dos conselhos que dou é que a pessoa tenha um diário de bordo”, diz Vera Rita de Mello, que faz palestras e dá consultoria a investidores. “É importante colocar por conta própria o que está acontecendo. Assim, a pessoa consegue encontrar padrões.”
Um dos estudos de Jennifer, responsável por grande parte das descobertas que ligam emoções à tomada de decisões financeiras, concluiu que a tristeza deixa uma pessoa mais generosa e também mais propensa a apoiar programas sociais do que se estiver irritada. Com base no estudo, a irritação dos conservadores americanos com Barack Obama por instituir a saúde gratuita poderia ter sido menor se não fosse a crise econômica. Em um cenário de frustração, a reação de uma parte do Partido Republicano foi radicalizar, fazendo surgir o movimento ultraconservador Tea Party.
"Saudade", de Almeida Junior
“Saudade”, de Almeida Junior
Mas a tristeza não afeta apenas a maneira como se gasta dinheiro. Estudos sobre sua relação com a alimentação chegaram às mesmas conclusões, dessa vez com o aumento do consumo de pizza, salgadinhos, sorvete e doces. As pessoas tristes se entopem de “junk food” porque procuram conforto na comida, dizem outros estudos. O fenômeno é conhecido das indústrias de alimentos, que põem seus psicólogos para entendê-lo assim como um desdobramento perigoso para as vendas: se concluem que um produto não está ajudando a melhorar o humor, as pessoas tristes param de comprá-los.
Um consolo é que a miopia da tristeza é um estado temporário. No estudo de Harvard e Columbia, quando tinham de optar por receber uma quantia apenas três meses depois ou em um ano, os resultados foram parecidos entre todos os grupos. Sem a chance de obter prazer imediato, as decisões se tornam mais racionais.
Com problemas financeiros, dívidas, obesidade e problemas cardiovasculares sendo consequências da tristeza, as descobertas levam a uma questão: se as pessoas comprometem as próprias finanças por uma razão inconsciente e momentânea, mecanismos podem ser adotados para evitar a ruína financeira? “Eu penso nesse caso que isso deveria ser uma decisão pública”, diz Li.
“Por exemplo: a Federal Trade Comission [Comissão Federal de Comércio americana] tem uma regra que permite o cancelamento das vendas em três dias, exceto no caso de seguros e de imóveis.” No Brasil, as regras são parecidas. O Código de Defesa do Consumidor permite a desistência da compra em até sete dias se a compra for feita pela internet. Mas no caso de imóveis, se o comprador desistir, tem de indenizar o vendedor. “Eu acho que estender a mesma regra aos outros setores seria benéfico, embora os detalhes da implementação fossem difíceis.”
E, finalmente, uma das lacunas diz respeito ao objetivo do aumento do consumo. Embora dezenas de estudos tenham verificado a relação entre tristeza e consumo, faltam trabalhos que expliquem se gastar dinheiro realmente ajudou. “Não conheço nenhuma pesquisa que mostre que comprar realmente alivie um sentimento negativo”, diz Ye Li. “Tristeza apenas cria um desejo de comprar, mas não é necessariamente a melhor solução"

23 janeiro 2013

Rir é o melhor remédio

A explicação da Ilha de Páscoa. Fonte: Aqui

Valor de Nada


Na orelha do livro “O valor de nada”, de Raj Patel (Editora Zahar, 2010), indica que o livro tenta responder a seguinte questão: por que as coisas custam o que custam? Isto realmente atiça a curiosidade do leitor, que pode tentar vencer as 240 páginas do livro para ter uma resposta para a pergunta.

Entretanto, a obra decepciona por dois motivos. O primeiro é a falta de uma estrutura na exposição das ideias. Os assuntos são jogados, um após outro, sem uma construção lógica. Num mesmo tópico, vários aspectos são tratados, com pouca profundidade.

O segundo problema da obra é a qualidade de certas obras que são usadas para apoiar os argumentos. O autor, usando uma técnica muito comum em obras modernas, colocou as referências e notas no final do livro. Mas quando o leitor que verificar uma afirmação baseada numa “pesquisa” ou “relatório” de uma agência, ele encontra citações incompletas ou que não correspondem ao que foi afirmado no texto. Em certo trecho, o autor cita uma conhecida agência de fomento, mas as notas do final estão indicando outra fonte. Assim, o livro perde credibilidade.

Para Patel, o sistema capitalista pune a sociedade, já que não leva em conta no preço dos produtos as externalidades. Assim, o sanduíche que comemos num fast-food deveria ter um preço muito superior ao que é cobrado se for levado em consideração o impacto ambiental, os efeitos sobre a distribuição de renda, entre outros fatores. Para reforçar seu argumento, Patel solta um número mágico, exagerado para ajudar na sua lógica, de pesquisas questionáveis.

Vale a pena? Não. A metralhadora de Patel atira em todos os cantos, sem conseguir atingir nenhum alvo.

Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.

Eletrobras

A Eletrobras realizou uma de suas assembleias mais polêmicas no mês passado. No dia 3 de dezembro, os acionistas foram convocados para decidir se a companhia deveria aceitar a proposta do governo federal de renovar os contratos de concessão, nos moldes propostos pela MP 579. Além da peleja que se tornou pública, devido aos prejuízos que decorrerão da mudança nos termos dos contratos, uma outra disputa aconteceu nos bastidores. Duas das mais influentes consultorias de voto emitiram relatórios sobre a assembleia com recomendações totalmente distintas.

A Institutional Shareholder Services (ISS) recomendou que os investidores acompanhassem a proposta da administração da Eletrobras. Aconselhou aos seus clientes rejeitar a eleição de um conselheiro de administração indicado pelos minoritários e aprovar a renovação dos contratos de concessão. Em relatório, a consultoria reconheceu que "os termos da renovação apresentados pelo governo são claramente desvantajosos para a empresa, evidenciando o risco de se investir em empresas controladas pelo Estado, onde o interesse público prevalece sobre o interesse dos acionistas". Mas acabou concluindo que acompanhar a administração seria a alternativa menos pior para os acionistas. O governo não mudaria de ideia, argumentou, até porque a maior parte das companhias aceitaria os termos propostos, e os riscos de enfrentar uma nova licitação seriam maiores do que os de renovar o contrato.

A recomendação da ISS, no entanto, não fez a cabeça dos investidores. No balanço final da assembleia, apenas a própria União, o BNDES e a BNDESPar votaram a favor da renovação — além de alguns fundos estrangeiros que, sem orientação específica de voto, seguem a proposta da administração. [...]

Na direção contrária foi a Glass Lewis, que emitiu relatório apoiando o pleito dos minoritários. Além de ressaltar o quanto as renovações serão prejudiciais aos resultados da Eletrobras, a consultoria assinalou o conflito de interesses presente no conselho de administração da elétrica, composto de membros do governo federal.

Embora vencidos, os minoritários ainda não desistiram da briga. Até o fechamento desta edição, um grupo de acionistas se preparava para recorrer ao Poder Judiciário e pedir a anulação da assembleia. Em sua defesa, eles pretendem ressaltar o fato de que, no último aumento de capital da companhia, no começo de 2011, cada nova ação ordinária foi emitida por R$ 22,61, enquanto as preferenciais saíram por R$ 27,01. Ao fazer a emissão, afirmam, o governo teria sinalizado uma expectativa de valor para a companhia que, pouco menos de dois anos depois, não existiria mais. No dia 19 de dezembro, as ações ordinárias fecharam a R$ 6,45; e as PNB, a R$ 10,01.


Fonte: Aqui

Alugar ou Comprar

Um dos casos mais típicos da análise de investimento é a decisão entre alugar e fabricar. Uma decisão parecida ocorre hoje com as operadoras de telefonia celular, segundo texto do Valor Econômico (Operadoras põem torres à venda para levantar capital, 22 de Janeiro de 2013, Daniele Madureira).

Com a possibilidade de compartilhar a infraestrutura, muitas empresas estão preferindo alugar a torre do que a opção de construir e manter um torre exclusiva. Assim, algumas operadoras estão optando por vender suas torres.

Desde o fim de 2010 até o terceiro trimestre do ano passado, a Vivo vendeu 3.925 torres, o que rendeu R$ 1,1 bilhão ao caixa da operadora.


A decisão de alugar ou manter tem vantagens e desvantagens. Para operadora, o aluguel pode ter um custo inferior ao custo de manutenção.

Uma operadora desembolsa, em média, cerca de R$ 250 mil para construir uma torre metálica no solo e R$ 150 mil por uma torre do tipo "roof top" (instalada no alto de um prédio). Além disso, precisa pagar aluguel pelo uso do espaço para os condomínios ou proprietários do terreno.

Ao vender a infraestrutura e passar a alugá-la, a conta diminui sensivelmente, já que não há gastos de instalação. O aluguel pago às empresas especializadas vai de R$ 2 mil a R$ 5 mil por mês. Quanto mais antenas instaladas por uma operadora na torre, maior o valor pago. É preciso pagar, também, o aluguel do espaço ocupado pela torre. Os preços variam de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês, dependendo do tipo de torre, se está no chão ou no alto do prédio. O valor é rateado entre as operadoras: quanto maior o número delas, menor o custo.

Com isto, surgem empresas especializadas em construir e gerir torres:

a American Tower administra 4,3 mil torres no país (entre próprias e das operadoras). A TorreSur tem 4 mil. A BR Towers, do GP Investimentos, criada em setembro do ano passado, tem 2 mil pontos sob seu controle. A mais nova a entrar nesse mercado é a americana SBA Communications, que comprou 800 torres da Vivo em dezembro.

Apesar de todo esse movimento, há um imenso mercado a desbravar. Estima-se que existam cerca de 60 mil torres de telefonia no país. Dessas, menos de 10 mil estão sob controle de terceiros.

O custo menor não é o único atrativo para as companhias de telecomunicações. Instalar as torres de telefonia costumar ser uma enorme dor de cabeça porque há uma diversidade de leis municipais sobre o assunto, com exigências diferentes entre si. Ao transferir para terceiros essa responsabilidade - incluindo atividades que nada tem a ver com seu negócio central, como pintar e iluminar as torres - as operadoras podem se concentrar melhor em seus serviços centrais.

Lei de Benford e dados econômicos da China

Aplicação da Lei de Benford nas estatísticas econômicas oficiais do governo chinês:

A mathematical tool devised by an American physicist in the 1930s underscores doubts about the quality and reliability of Chinese economic data, according to research by Australia & New Zealand Banking Group Ltd. (ANZ)

The results are based on “Benford’s Law,” which holds that in any series of numbers, certain patterns will be found only if the statistics are naturally generated. The rule, created by former General Electric Co. (GE) engineer Frank Benford, suggests patterns for the first and second digits in a numeric series and can be used to detect phony data, Li-Gang Liu, ANZ’s chief economist for Greater China, and colleague Louis Lam said in a Jan. 8 report.





Benford’s work has already been adapted to show Greece should have been suspected of manipulating its data before the European debt crisis and that now-jailed financier Bernard Madoff was overstating investment returns.

The ANZ economists studied China’s annual nominal gross domestic product data from 1952 to 2011 to measure how frequently numbers from one to nine appeared as the first digit. While the 24 occurrences of “one” is higher than the 18 suggested by the rule, the economists said the statistics largely abide by what Benford’s Law allows. The same is true of industrial production data.


Suspicions emerged when the data was probed more deeply and reported in percentage terms, the ANZ report said, adding that the guilty party was often the second digit. An examination of the quarterly GDP growth rate from December 1991 to September 2012 shows zero occurred as the second digit 21 times, much higher than what Benford would calculate and suggesting a rounding-up to achieve a bigger leading digit. One through four also appeared more regularly than the law reckons, while seven through nine featured less.


Inflation reported on a percentage basis also failed to fit the law. “Non-conformity to the Benford’s law does not always indicate data manipulation, but nevertheless it raises doubts about the quality of Chinese data,” the authors said. “Our statistical analysis seems to have confirmed the long-rooted suspicion on quality and reliability of Chinese data.”


Fonte: aqui

O custo do atraso

Sabemos que os Estados Unidos tem atrasado a decisão de fazer a convergência para normas internacionais de contabilidade. Mas isto pode ter consequências para este país, segundo afirmou Hans Hoogervorst, presidente do International Accounting Standards Board. Para HH, os investidores estão tendo um custo enorme em comparar o desempenho das empresas que usam padrões diferentes. Além disto, com o passar do tempo, o Fasb será somente um entre muitas entidades que estarão tentando fazer a convergência.

A recente proposta do Iasb de criar fóruns consultivos deverá reduzir a importância do Fasb no processo de convergência, segundo a Reuters. E a participação nestes fóruns exige um compromisso com as IFRS, o que deixaria de fora os EUA.

A possibilidade de permitir que empresas dos EUA possam usar voluntariamente as IFRS foi descartada por Seidman.

Big Four e Qualidade

As empresas que possuem como auditor uma das Big Four são mais prováveis de fornecerem informações de melhor qualidade em demonstrações financeiras preparadas em IFRS, encontrou uma investigação independente.

Uma pesquisa da Cass Business School também descobriu que a alta qualidade elaboração de relatórios financeiros são mais propensos a serem observadas nas empresas que operam em países com regimes regulatórios mais fortes.

Fonte: Aqui

Consulta: 25 centavos

Todos os domingos, depois do almoço, o búlgaro Ivailo Dimov sai do Brooklyn em direção à Union Square, em Manhattan, arma sua cadeira de acampamento azul e pelas cinco horas seguintes segura uma placa que diz: “Conselhos. 25 cents.” Dimov não é padre, terapeuta, nem sequer um velho sábio. É um homem de 35 anos, estatura mediana e um sorriso amigável que combina com suas bochechas cheinhas. Trabalha no mercado financeiro em Wall Street, mas nunca é perguntado sobre bolsas e ações. Num domingo recente, entre as dezenas de pessoas que o procuraram, ele atendeu um homem sofrendo de amor, uma mulher endividada, um escritor em crise existencial, dois alunos inseguros sobre a vida escolar e um jovem com o polegar cortado que fugia da namorada.

Era o início da tarde e o furacão Sandy estava previsto para chegar a Nova York no dia seguinte. Mesmo que o vento já quase levasse embora sua peruca black power de Halloween, Dimov decidiu manter o serviço que presta desde setembro, o Advice4Quarter. Três amigos o acompanharam nesse dia na missão de vender conselhos a desconhecidos. Não podiam deixar os nova-iorquinos na mão num momento de crise.

A Union Square é uma espécie de teatro popular ao ar livre, mas nesse dia estava vazia por causa da tormenta iminente. Toda a fauna de obsessivos, loucos, pedintes, performáticos e transeuntes que povoa a praça parecia diluída na multidão no mercado em frente, comprando comida para estocar em casa. Do lado de fora, um jovem se acercou do grupo e perguntou se os conselhos deveriam ser sobre coisas específicas ou gerais. Ele então jogou uma moeda de 25 centsno chapéu e pediu um conselho qualquer. Um dos conselheiros, chamado Will, lhe perguntou se ele já estava preparado para a tormenta, se comprara comida e baterias. Sim, o rapaz já fizera isso. E como iria trabalhar no dia seguinte? O metrô estaria fechado. “Ah, esse foi um bom conselho de verdade. Não tinha pensado nisso”, disse o rapaz, antes de seguir seu caminho.

Brian, um estudante de medicina da Universidade de Nova York, loiro e magricela, passava por ali em direção ao East Village, onde se refugiaria na casa de um amigo. Mas não fugia da tormenta, e sim da namorada. Ela só tem 19 anos – um a menos que ele. Nas palavras do rapaz, ela está sempre depressiva e é muito carente. Na noite anterior, Brian tentara terminar a relação, mas a garota ameaçou se cortar com um estilete caso ele não voltasse atrás. Ao tentar tirar o objeto da mão dela, acabou com o polegar direito cortado. Vendo que a ameaça era séria, decidiu ficar até ela dormir, quando correu para casa. Na manhã seguinte, ela estava na porta do prédio dele aos berros. Ao fugir novamente em direção à casa de um amigo, Brian viu o grupo com os cartazes anunciando conselhos. Ainda com o dedo sangrando, afobado e perturbado, contou a Ivailo Dimov sua história.

Dimov se mudou da Bulgária para os Estados Unidos há dez anos, quando foi estudar física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Boston. Ali ouviu pela primeira vez sobre estudantes que vendiam conselhos na Harvard Square inspirados na personagem Lucy, dos quadrinhos do Charlie Brown, que cobrava nada mais que 5 cents por suas opiniões. Dimov tinha o desejo de comprar um baixo, mas era estudante e com pouco dinheiro. “Paguei os 5 cents a um daqueles conselheiros e me convenci que deveria comprar o baixo”, disse. Ele aprendeu a tocar o instrumento, mas o perdeu na mudança, quando foi estudar na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, onde se formou Ph.D. em física.

Dimov estima que 10% das pessoas que falam com ele só querem saber o propósito do serviço. A maioria quer se divertir e pergunta coisas circunstanciais, eleitas no momento. Naquele dia uma moça quis saber se sua calça jeans nova a deixava bem. Jodi Samsom, uma mulher elegantemente vestida que descobriu o Advice4Quarter pelo Facebook e ajudava Dimov no serviço, respondeu à dúvida, como se fosse uma amiga fofocando no banheiro: “Ah, sabe o quê? Na verdade ela deixa sua bunda um pouco achatada.” Se ouvisse isso de uma amiga, a mulher poderia pensar que a opinião era tendenciosa. Vindo de uma desconhecida, o palpite – ou conselho – não está sujeito a esse tipo de constrangimento.

No domingo seguinte à tormenta, muitas árvores tombadas ainda não haviam sido retiradas das ruas e parte da Union Square estava fechada pela polícia. Dimov montou as cadeiras em uma esquina mais isolada. Com o serviço de metrô restabelecido, oito amigos puderam acompanhá-lo. Nenhum deles era amigo íntimo de Dimov, mas sim gente que fora aconselhada em algum dia e quis voltar, mas para o outro lado do balcão. Para Dimov, dar conselhos é uma habilidade universal.

Num dia movimentado, ele e seus amigos chegam a aconselhar 100 pessoas, o que somou 25 dólares, usados para comprar as cadeiras de acampamento, placas novas, chá e café para os conselheiros. Sua ambição, porém, não é criar um negócio, e sim um movimento como o Free Hugs,que espalhou pelo mundo a ideia de abraçar desconhecidos na rua. “Somos 8 milhões numa pequena ilha e a maioria não tem com quem conversar. Essa é a proposta do Advice4Quarter”, explicou.

Quem não gosta do conselho pode ter sua moeda de volta. Uma vez um homem de passagem lhe disse: “Eu faço a mesma coisa que você para viver, só que cobro 250 dólares por hora e não devolvo o dinheiro se eles não gostarem.”

O caso de Brian bem poderia ser encaminhado a um divã, mas ele se contentou com o que ouviu na rua. Em troca de 25 cents, escutou que naquela situação não era errado ser um pouco egoísta e cuidar primeiro da própria segurança. Ele ficou alguns segundos assentindo com a cabeça. E então disse: “Isso é exatamente o que vou fazer.”

Por Carol Pires, aqui.

22 janeiro 2013

Fórum Econômico Mundial

O fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, apresentou hoje a abertura oficial da edição 2013 cujo tema é Dinamismo Resiliente. “O centro das discussões deve ser a recuperação ainda lenta da economia em países desenvolvidos como os da União Europeia. Ainda será alvo de debates o limite de endividamento do governo americano - questão que ainda está por se resolver e afetará o grau de incentivo que o atual presidente reeleito Barack Obama dará à economia de seu país. [...] Ainda na agenda estarão os números mais fracos de crescimento da economia chinesa e as medidas de incentivo anunciadas nesta terça pelo governo japonês.”

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, são alguns dos chefes de Estado que estarão presentes. O presidente Banco Central, Alexandre Tombini, vai representar a presidente Dilma Rousseff. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o subsecretário do Itamaraty para Assuntos Econômicos e Financeiros, Valdemar Carneiro Leal, o representante permanente do Brasil na Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, e a presidente da Petrobras, Graça Foster, também confirmaram presença.

Fórum Econômico Mundial: Crystal Awards

O Fórum Econômico Mundial iniciou nesta terça-feira o seu encontro anual em Davos com a entrega dos prêmios Cristal para a atriz sul-africana Charlize Theron, para o artista plástico brasileiro Vik Muniz e para a cineasta paquistanesa Sharmeen Obaid Chinoy por seu trabalho social.

Os três premiados usam seu trabalho e seus nomes para dar a palavra aos que não têm voz em seus respectivos países e tentar mudar as coisas, lembraram os organizadores.

"Temos que ter uma visão se quisermos ser líderes", disse o fundador do fórum, o professor Klaus Schwab na abertura desta 43ª edição do evento anual reunindo os principais nomes da economia e da política na estação de inverno suíça, que terminará no domingo.

A atriz sul-africana, visivelmente emocionada com o prêmio, promove um projeto para erradicar a Aids entre os jovens no continente africano, o mais atingido pela pandemia.

"Não é tarde demais para mudar o futuro", lembrou a protagonista do filme "Monster - Desejo Assassino" (2003), que valeu a ela um Oscar de melhor atriz.

O mesmo sentimento move o artista plástico brasileiro. "Como pessoa, muitas vezes me disseram que não podia viver das ideias ou da criatividade e, como artista, me disseram que as ideias artísticas não levam a mudanças sociais", lembrou Vik Muniz com sarcasmo diante da plateia, que tinha entre outros os príncipes herdeiros da Bélgica.


O artista brasileiro Vicente José de Oliveira Muniz, é o autor de um projeto artístico, mostrado no documentário "Lixo extraordinário", realizado durante três anos com catadores de lixo do lixão de Jardim Gramacho.

Com o lixo recolhido, os catadores prepararam instalações artísticas, mudando o conceito que tinham de si mesmos e, consequentemente, suas vidas.

Já a documentarista paquistanesa Sharmeen Obaid Chinoy considera que o cinema dá a oportunidade para que as pessoas tenham as duas vozes ouvidas.

De acordo com um relatório da organização não-governamental Oxfam publicado em ocasião do Fórum, os rendimentos líquidos das 100 pessoas mais ricas do planeta chegavam em 2012 a 240 bilhões de dólares, o que bastaria para erradicar quatro vezes a extrema pobreza.

Com o lema "O custo da desigualdade: como a riqueza e os ganhos extremos prejudicam a todos nós", a organização exorta os líderes mundiais a limitarem os seus ganhos e se comprometerem a reduzir as desigualdades ao nível de 1990.


Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Os livros de Lance Armstrong foram colocados na seção de ficção de uma livraria australiana.