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26 outubro 2012

Nas nuvens

Eis um caso interessante, onde se  cruza incentivos, contabilidade criativa e reconhecimento de receita.

O problema decorre de como empresas software-as-a-service [SaaS] contabiliza receita. Quando uma empresa de SaaS obtém um novo cliente, ele normalmente assina um acordo de vários anos, normalmente três. Mas as regras contábeis GAAP só permitem reconhecer a receita depois que o serviço é realizado. Empresas "nas nuvens" querem mostrar aos investidores que, para cada novo cliente que assina, irá receber muito mais dinheiro, garantido pela duração do contrato.

Numa das empresas, a SuccesssFactors, os vendedores recebiam comissão para cada novo contrato, mesmo que o cliente não fosse novo. Nas demonstrações da empresa existiam um grande número de "clientes" novos.

A SuccesssFactors foi recentemente adquirida pela SAP.

Frase

Pretendemos continuar a trabalhar em cooperação com o IASB e outros reguladores de todo o mundo para continuar a melhorar os padrões dos EUA, bem como padrões globais de contabilidade, e torná-los mais comparáveis.

Leslie Seidman, presidente do FASB, sobre a relação com o Iasb

Vale

a Vale reconheceu, em seu balanço, uma perda provável de US$ 542 milhões (R$ 1,1 bilhão) relacionada aos royalties de mineração no Brasil, a chamada CFEM.

Segundo a mineradora, esses recursos foram provisionados porque houve uma "mudança na avaliação da perda associada à dedução dos custos de transporte da receita de vendas sujeita", tema em discussão com o governo, que cobra da mineradora o pagamento extra de cerca de R$ 4 bilhões. (...)

Para Luciano Siani, diretor financeiro da Vale, a provisão "reflete o reconhecimento de perda provável". O executivo disse, no entanto, que o assunto ainda está sob discussão com o governo e não quis estimar outras possíveis baixas contábeis ocasionadas por possíveis pagamentos extraordinários de royalties contestados pelo governo.

"A regra diz que devemos provisionar no balanço. mas não há nenhuma outra perda provável além desse valor", disse.


Fonte: aqui

Novo Presidente da CVM

Leonardo Porciúncula Gomes Pereira foi nomeado presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela presidente da república, Dilma Rousseff, por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (24/10).

O executivo deve permanecer no comando do órgão até 14 de julho de 2017.

Com experiência no setor privado, Pereira era vice-presidente executivo da Gol Linhas Aéreas, e havia ocupado os cargos de presidente e conselheiro da Companhia Vale do Araguaia, de diretor de planejamento corporativo e de relações com investidores da Globopar e diretor executivo financeiro da Net Serviços de Comunicação.

Graduado em engenharia de produção e economia, o executivo já esteve a frente da vice-presidência do Citibank e diretoria da área de aviação para a América Latina.


Fonte: Aqui

25 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Custo da Kate

Kate Middleton, provavelmente a futura rainha do Reino Unido, é uma das mulheres mais admiradas do mundo. E emuladas, conforme o Business Insider.

Mas para uma mulher comum, é praticamente impossível copiar o "jeito" de Kate. Uma análise da Vogue da Austrália mostrou que Kate deve gastar muito para ser "a" Kate. Convertido em dólares dos EUA eis alguns dos itens:

=> 56 mil dólares de guarda-roupa, que inclui roupas "simples" da Zara até Stella McCartney.
=>  Tratamento do cabelo = 14 mil dólares por ano, sem incluir 3 mil de coloração a cada seis semanas.
=>  Cosméticos = 2,2 mil por ano
=>  Manicure semanal = 6,7 mil dólares por ano
=>  Bronzeamento = 13 mil por ano

Empenho na Administração Pública

Mais uma lição do Lino:

Quando ouvi o palestrante fazer referência ao papel do empenho na administração públicalembrei, imediatamente, do texto de Viçoso Jardim escrito em 1917 no livro A Contabilidade Pública do Brasil, editora Jacintho Ribeiro dos Santos, pag. 239 que a seguir transcrevo:

“O ponto culminante da questão difícil da despesa pública é o empenho. Dele depende os resultados definitivos do exercício. Ai se encontra a fonte de todos os males e abusos administrativos; e, enquanto se não sanear, pela força purificadora da luz e da publicidade, essa câmara escura da contabilidade do Estado, nenhum progresso assinalado se haverá conseguido na administração financeira”.

Efetivamente se, por imaginação, o empenho fosse o REI da administração, se apresentaria da seguinte forma:

“Sou vaidoso porque transmito confiança aos fornecedores, que me recebem como real garantia de pagamento”.

“Só compareço, para ensejar a despesa, quando já está presente o crédito orçamentário”.

“Na unidade gestora só apareço quando sou programado”.

“Eu me dou também com o orçamento e com a programação que minha existência não tem sentido sem eles”.

“Dona licitação ou Dona dispensa são minhas companheiras inseparáveis”

“ Enquadre-me no elemento de despesa correto para evitar “enquadramentos futuros”.

Certamente o empenho tem importância para o acompanhamento orçamentário. Entretanto, sob o aspecto da Contabilidade Patrimonial devem prevalecer os fatos administrativos movimentadores da massa patrimonial sejam eles resultantes ou não da execução orçamentária.

Pelo visto é assim, desde 1917. Parece que todos nós, atuantes nos sistemas de controle do setor público, sofremos de uma espécie de amnésia até à Constituição de 1988, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso à Informação.

Informação privilegiada

Rajat Gupta, um ex-administrador do banco Goldman Sachs considerado culpado em junho passado por uso ilegal de informação empresarial confidencial, foi condenado nesta quarta-feira pela justiça americana a dois anos de prisão e multa de cinco milhões de dólares.

Considerado um peixe grande de Wall Street, Gupta, indiano naturalizado americano de 63 anos, foi acusado de ter transmitido informações confidenciais a seu amigo e parceiro de negócios Raj Rajaratnam, um milionário de origem cingalesa, o que lhe permitiu fazer vantajosos negócios na bolsa.

(...) o juiz rejeitou o pedido do advogado de Gupta para que seu cliente fosse enviado a Ruanda para realizar trabalho humanitário no lugar de cumprir a sentença em uma prisão dos Estados Unidos. (...)

Raj Rajaratnam, amigo de Gupta e dono fundador do fundo de investimentos Galleon, havia sido condenado em outubro de 2011 a 11 anos de prisão, a pena mais dura imposta nos Estados Unidos a alguém pelo crime de uso ilegal de informação empresarial privilegiada.


Fonte: Aqui

Estágios

A firma de recrutamento Vault Report selecionou as empresas com melhores programas de estágios, considerando fatores como monitoramento, oportunidade de carreira, compensão, etc.

Entre as dez empresas, duas de auditoria: Deloitte e KPMG.

IFRS, XBRL e SEC

Sabemos que as normas internacionais de contabilidade podem ser usadas por empresas estrangeiras com ações negociadas na Bolsa dos Estados Unidos. Também sabemos que o relacionamento entre as entidades normatizadoras do mercado da maior economia do mundo (Fasb e SEC) e a entidade que promove as normas internacionais, leia-se Iasb, não é dos melhores.

A Compliance Week (SEC No Closer to IFRS Taxonomy Approval for XBRL, Tammy Whitehouse) chama a atenção para um aspecto importante: a SEC ainda não aprovou a taxonomia para ser utilizada pelas empresas que preparam sua contabilidade pelas IFRS, as normas internacionais. E não existe previsão para que isto ocorra. Como a taxonomia das duas normas, do Fasb e do Iasb, são diferentes, aliado ao fato de que as empresas estrangeiras submetem sua contabilidade em XBRL desde 2011, isto cria um impasse natural.

Cruzeiro do Sul

As fraudes que levaram o Banco Cruzeiro do Sul à liquidação podem ter alimentado contas no exterior em nome dos controladores da instituição em até R$ 1 bilhão.

A suspeita e a estimativa são de técnicos que acompanham as investigações conduzidas pela Polícia Federal.

Os supostos desvios foram um dos motivos que levaram o Ministério Público Federal em São Paulo a pedir, na terça-feira, a prisão preventiva dos ex-controladores, Luis Octávio Indio da Costa e Luiz Felippe Indio da Costa.

Hoje, a PF deve ouvir o depoimento de Luís Felippe Indio da Costa, pai de Luis Octávio -que continuava preso no Cadeião de Pinheiros, em São Paulo, até o fechamento desta edição.

As autoridades afirmam que eles têm contas em paraísos fiscais e suspeitam elas foram alimentadas por desvios de recursos do Cruzeiro.

A Folha apurou que essa é uma das questões a serem apuradas pelo delegado da PF Milton Fornazari Junior durante o depoimento de Luís Felippe, que está em prisão domiciliar, no Rio de Janeiro, por ter mais de 80 anos.

De acordo com a sentença do juiz Márcio Catapani, "há fatos concretos que demonstram terem os investigados agido com a intenção de subtrair bens à ação do Estado e pô-los a salvo de eventuais medidas determinadas".

Pelo menos outras cinco pessoas ligadas às fraudes ainda podem ser indiciadas pela PF nos próximos dias. (...)


Ex-donos do Cruzeiro são suspeitos de desviar até R$ 1 bi para exterior - 25 de Outubro de 2012 - Folha de São Paulo - JULIO WIZIACK

Exportadoras e créditos tributários

Ao mesmo tempo em que a legislação tributária brasileira privilegia empresas que realizam exportações, a burocracia impede que elas consigam ressarcimento do crédito que têm acumulado junto ao fisco.


As vendas ao exterior são isentas das contribuições PIS e Cofins e permitem que a empresa receba crédito relativo a imposto pago nos insumos utilizados em etapas anteriores da produção.

Porém o prazo para o ressarcimento dos créditos ou a sua utilização para pagamento de débitos com a Receita, que por lei deveria ser de um ano, não é cumprido.
Segundo exportadores, a espera pode demorar cinco anos e leva a um acúmulo de créditos não utilizados.

Segundo Francisco Turra, presidente da Ubabef (União Brasileira de Avicultura), os créditos acumulados pelos associados da entidade chegam a R$ 3 bilhões.

Ele argumenta que, no momento em que o custo da ração para os animais aumentou (devido à alta dos grãos no exterior), os créditos ficaram ainda mais necessários.
A demora para o recebimento dos créditos impede que produtos mais sofisticados produzidos no Brasil sejam competitivos no mercado externo, diz Fábio Trigueiro, presidente da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). "Se não resolvermos isso, vamos exportar só matéria-prima."

Para tentar solucionar parte da questão, uma portaria de 2010 permitiu que empresas recebessem 50% do valor de novos créditos de PIS, Cofins e IPI em até 30 dias.
Entre as exigências colocadas, está a certidão negativa de débitos com a Receita.
Segundo o subsecretário de arrecadação da Receita Federal, Carlos Roberto Occaso, as auditorias nos pedidos de ressarcimento de créditos eram manuais, daí o acúmulo de créditos no passado.
Porém, diz, a análise passou a ser feita digitalmente em agosto e o acúmulo deve ser equacionado em novembro: "Estamos com um compromisso de entregar análises com um prazo de 60 dias".
Segundo Occaso, a Receita devolveu R$ 17,6 bilhões desde 2006. De janeiro a setembro, foram R$ 5 bilhões.