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29 março 2012

Princípios do Controle Interno

Existe uma série de regras básicas que toda entidade deve observar visando preservar seu patrimônio. Os aspectos apresentados aqui correspondem a uma listagem mínima de princípios de controle interno de uma organização. Sua observância permite a redução do chamado risco de controle interno, que é o risco decorrente das falhas existentes nos mecanismos de controle interno de uma organização.

A observância destes princípios não garante a ausência de irregularidades na empresa. A rigor não existe um sistema de controle ótimo, que elimine estes problemas. Ao gestor responsável pela implantação do controle interno é necessário ponderar entre o custo de implantar e manter um sistema de controle interno e o custo das irregularidades e erros que podem ser evitados com o sistema.

Rodízio de Funcionários

Nas empresas é importante que os funcionários tenham um rodízio das suas funções. Isto significa dizer que se deve evitar que um funcionário fique muito tempo numa mesma função. É muito comum as empresas descobrirem desfalques quando fazem rodízios dos funcionários. Outra prática de um bom controle interno é exigir que os funcionários tirem férias. Quando um funcionário permanece muito tempo na mesma função existe mais chance de agir de maneira inapropriada.

Supervisão das Operações

Os funcionários devem ser supervisionados na execução das suas funções. A supervisão irá garantir que as tarefas estão sendo executadas para atingir os objetivos da organização. A supervisão também reduz a probabilidade de desfalques e furtos, tanto por parte dos funcionários como de pessoas externas.

A supervisão das operações pode ser feita por um funcionário superior na escala hierárquica. Mas mesmo o mais elevado nível da hierarquia de uma organização deve ter seu trabalho monitorado. Em grandes empresas, o presidente reporta suas estratégias e ações a um conselho de administração, garantindo a existência das supervisão das operações.

Estabelecimento de Responsabilidade

Dentro de uma organização, as tarefas devem ser delegadas aos funcionários. Para cada tarefa, deve existe somente um funcionário responsável por sua execução. Usando este princípio é mais fácil para a empresa gerenciar a execução das atividades. Em tais situações, é possível determinar claramente a responsabilidade por um erro. Além disto, numa organização onde existe uma premiação baseada no mérito, determinar claramente a responsabilidade por cada tarefa facilita o pagamento por desempenho.

Segregação de funções

A segregação de funções permite aumentar o controle as ações internas da entidade. Quando uma mesma pessoa é responsável por muitas tarefas, o potencial de erro e irregularidades aumenta.
Um exemplo de segregação de função ocorre numa empresa comercial, quando a pessoa que efetua a venda não é a mesma que recebe o dinheiro. Outra situação ocorre na área financeira da empresa, onde o responsável pela autorização de um gasto não é o mesmo que faz o registro contábil.

Autorização de Transação

Os pagamentos que são realizados por uma entidade devem ser devidamente autorizados pela pessoa responsável. Algumas entidades criam um processo padronizado de autorização de despesa, onde os gastos somente são realizados após cumprir todos os requisitos necessários.

Apesar disto representar uma redução na velocidade com que os negócios são realizados pela entidade, acredita-se que a cautela nos procedimentos pode prevenir fraudes e irregularidades.

Procedimentos Documentados

As atividades realizadas na entidade devem ser devidamente documentadas. Isto inclui, quando for o caso, o registro contábil das transações. A posterior verificação será possível com esta documentação. A ausência documentação facilita a ação de pessoas desonestas.
É importante notar que uma entidade pode adotar procedimentos documentados e mesmo assim funcionar de maneira ágil e sem burocracia.

Verificação independente

A verificação dos atos que ocorrem dentro da entidade deve estar sujeita a verificação independente. Esta verificação deve ser periódica, onde os problemas devem ser relatados para a administração resolvê-los.
Nas grandes empresas esta verificação pode ser feita pelos auditores internos e externos. Os auditores internos são funcionários da empresa que avaliam os controles e os registros contábeis. Os auditores externos são contratos para emitir um relatório de auditoria para os usuários externos.

Controles Físicos

Uma entidade deve ter controles físicos para suas operações. Existe uma ampla gama de instrumentos que podem ser usados, entre os quais citamos: câmeras de vídeos, cofres, máquinas registradoras, alarmes, programas antivírus, ponto eletrônico, senhas em computadores, entre outras possibilidades.

28 março 2012

Rir é o melhor remédio







Um série de posters sobre economia: mínimas palavras e máximo conteúdo: austeridade, correção, inflação, custo de oportunidade, previsão (o melhor !), mão invisível e incentivos.

Links


Contabilidade e Crime
CPA e o crime 
CEO da Deloitte holandesa tinha ações de empresas que auditava 

Mercado
Como evitar comprar combustível adulterado 
Transação diária de alta frequência 

Empresa
Muppet explica Goldman Sachs 
MEC fecha a Universidade São Marcos  (dica de A Alcantara)
Em crise, Gol começa demissão volutária 
A questão do Pão de Açúcar 
Gráfico: Ascensão e queda dos impérios on line 
Ponto eletrônico: vantagens e desvantagens 

Diversão
Os 50 maiores desenhos (cartoons): a vitória de Chuck Jones 
Uma lista de links de fantasia 
Volei de praia nas olimpíadas: trajes mais conservadores 

Outros
A impossiblidade do esperanto 
Um país novo com previdência de um país velho 
Coisas que não conhecemos na matemática 

Fluxo sobre Lucro


Definição – Mostra quanto do lucro foi transformado em caixa das operações. Compara uma medida pelo regime de competência com o desempenho medido pelo regime de caixa

Fórmula – Fluxo/Lucro = (Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais/Lucro Líquido) x 100

Sendo
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais = refere-se ao caixa gerado pela empresa derivado as atividades operacionais
Lucro Líquido = corresponde ao lucro líquido do período

Unidade de Medida – O índice está expresso em valores percentuais

Intervalo da medida – As possibilidades do intervalo do índice são diversas. Como também o numerador quanto o denominador pode ser positivos ou negativos, o índice pode, teoricamente, variar entre menos infinito e mais infinito. O mais comum é que o índice esteja próximo dos 100%.

Como calcular – Os valores da determinação deste índice podem ser encontrados na demonstração dos fluxos de caixa e na demonstração do resultado do exercício. Para as empresas que usam o fluxo indireto, basta a demonstração dos fluxos de caixa.

A figura a seguir mostra o extrato desta demonstração para a BRMalls , uma empresa que administra diversos shoppings no Brasil.

Em 2011 a empresa gerou um lucro de 471 milhões de reais, mas o fluxo de caixa foi de menos 56 milhões de reais. Assim, o índice fluxo sobre lucro é dado por:

Fluxo sobre Lucro = (-55 710 / 471 019) x 100 = - 11,83%

Isto indica que a empresa, apesar de gerar lucro no exercício, não consegue transformar este resultado em fluxo das operações. Observe que no exercício anterior, de 2010, o índice era de 11,48%, indicando que a quantidade de caixa gerada representava somente onze por cento do lucro gerado. Ou seja, nos dois últimos exercícios a empresa não conseguiu transformar o lucro em dinheiro.

Grau de utilidade – Elevado. No longo prazo este índice deve ser igual a unidade, já que o lucro tende a ser igual ao caixa. Assim, quando o índice é menor que 100% podemos ter uma sinalização da existência de gerenciamento dos accruals na contabilidade.

Controvérsia de Medida – Existe alguma controvérsia sobre a medida. Alguns autores usam o lucro operacional em lugar do lucro líquido. Além disto, em razão dos valores assumirem tanto valores positivos quanto negativos, o sinal do índice pode provocar confusão no analista.


Observações Adicionais
a) Como tanto o numerador quanto o denominador podem assumir valores positivos e negativos o resultado do índice pode ser enganoso. Assim, se ambos são negativos, o resultado é positivo. O importante é comparar o valor do fluxo com o valor do lucro. Podemos estabelecer a seguinte regra: a1) ambos positivos – o valor deve ser próximo de 100%; b) ambos sendo negativos – o valor deve estar próximo de 100%; c) um deles negativo e outro positivo – o valor deve estar próximo de zero e os valores do lucro e do fluxo não devem ser expressivos.
b) Este índice pode variar quando a empresa está em fase de crescimento. Neste caso, o aumento da depreciação irá influenciar no lucro, mas não no fluxo operacional.
c) Para as empresas que consideram que a despesa financeira é um item decorrente da atividade de financiamento, o mais adequado é usar o lucro operacional.

Entrevista com Byron Reeves


Byron Reeves, professor da Universidade de Stanford,é especialista na estudo da influência dos jogos sobre o comportamento dos profissionais. É autor de mais de 100 artigos sobre mídia e psicologia.Além disso, é co-fundador do H-Star Institute, centro de pesquisa, que estuda a relação das pessoas e da tecnologia.Na entrevista, ele trata da influência dos jogos no comportamento dos profissionais dentro das corporações:

Valor: Como os videogames influenciam a maneira como as pessoas trabalham?

Byron Reeves: Há 17 anos estou tentando entender de que forma o entretenimento e os jogos estão mudando as relações profissionais. É possível extrair ingredientes muito interessantes dos jogos que podem ser identificados em certos comportamentos no ambiente de trabalho. As evidências que temos é que eles deixam as pessoas mais engajadas. Muitas das tarefas que as pessoas realizam hoje são pesadas e repetitivas. Por isso, é difícil para elas enxergarem um propósito maior naquilo que estão fazendo. Os jogos incentivam a produtividade, no sentido de que neles as pessoas sabem exatamente de que forma estão contribuindo para o todo, para a realização de um objetivo maior.

Valor: A cultura dos jogos tende a acirrar a competitividade entre os profissionais?

Reeves: Essa nova geração de pessoas que jogam videogame está muito familiarizada com a competição. No entanto, ela acontece de uma maneira menos séria do que as gerações anteriores conheceram. A grande velocidade dos jogos faz com que as pessoas se adaptem mais facilmente a novas disputas. Muitos dos jogos, inclusive, envolvem times, então a competição não é apenas entre indivíduos. Você colabora com uma equipe e compete com outra. São movimentos importantes para a nova dinâmica dos negócios. Hoje, os jogos são a maior forma de entretenimento que existe, especialmente nos Estados Unidos. São produtos que as pessoas chegam a usar 40 horas por semana e a idade média dos jogadores é de 35 anos. É algo que todo mundo está fazendo ou se familiarizando.

Valor: É possível transferir o entusiasmo e a concentração que as pessoas têm quando jogam em casa para o ambiente de trabalho?

Reeves: Sim, é muito importante captar essa energia. Esse caminho é fundamental para a tecnologia interativa nos negócios. Muitas vezes, as companhias desenvolvem ferramentas poderosas onde todos estão conectados, mas que não são divertidas. Geralmente, as pessoas se perguntam porque não podem ter no trabalho coisas mais parecidas com as que usam em casa.

Valor: É também um treino de estratégia para os líderes?

Reeves: Toda a ação nos videogames é estratégica. Mas uma coisa interessante é que ela envolve sempre tentativa e erro. No jogo, você não marca um encontro para o próximo mês a fim de pensar em como vai agir. Não é assim que funciona.

Valor: Existe um espaço maior para erros?

Reeves: Nos jogos, o fracasso é esperado e é bom, pois é possível aprender com ele. Quando se tem uma ideia, ela é colocada em prática imediatamente. Caso não funcione, você pensa em outra ação e, assim, experimenta alternativas rapidamente.

Valor: Precisar repetir muitas vezes um movimento até descobrir como passar para uma nova fase ajuda a pessoa a ser mais paciente? Isso funciona no trabalho?

Reeves: No jogo você tenta, tenta e tenta de novo. Uma característica dos videogames difícil de se conseguir no mundo corporativo é que neles você tem um feedback instantâneo e permanente. No trabalho, o retorno sobre o que você faz pode aparecer só no fim do trimestre, do semestre ou do ano.

Valor: Como os videogames podem ajudar as organizações a conquistar novos mercados e a vencer competidores?

Reeves: Engajando seus empregados. Imagine que seu trabalho se passa dentro de um jogo. Você faz parte de um time, recebe pontos e reconhecimento sobre todos os aspectos da sua atuação e sabe como as coisas estão indo. O mais interessante, porém, é que você se envolve na história da companhia. Mesmo em grandes organizações com cem mil funcionários, até a menor contribuição tem valor. No jogo, é possível saber claramente qual é a minha responsabilidade e a minha participação no sucesso do todo. Sei exatamente o que eu fiz para que as coisas funcionassem e sou reconhecido por isso. Sinto-me, dessa maneira, parte da história. Isso é algo extremamente valioso e que as organizações deveriam usar em seu favor.

Reporte integrado


Ultimamente, temos ouvido bastante a respeito dos reportes integrados (Integrated Reporting), ou seja, a integração da divulgação das informações contábeis com as informações de sustentabilidade. Entretanto, o que isto significa na prática tem sido pouco explorado pelas organizações.

Ao contrário do que o nome indica, não se trata apenas de juntarmos (ou grampearmos) um relatório no outro. Esta prática requer uma série de adequações estratégicas que vão além dos simples indicadores de desempenho. Um reporte integrado irá apresentar uma gama extensa de informações, expostas de maneira concisa e capazes de demonstrar a sua interdependência, entre as quais destacam-se:

Informações relevantes sobre a estratégia da organização, modelo de negócio e o contexto em que ocorrem as suas operações;
Performance histórica, de maneira holística, e não simplesmente referenciando métricas financeiras padronizadas;
Informações que permitam aos leitores entender melhor as pressões (e riscos) relacionados ao alcance desta performance divulgada e os impactos no negócio no curto, médio e longo prazos (a performance é sustentável, ou seja, tem como se repetir ou melhorar ao longo do tempo?)

Pode-se argumentar que é exatamente isto que os relatórios de sustentabilidade já fazem no momento, mas a realidade não é bem assim. Fontes distintas de informação, o aumento do tamanho e complexidade dos relatórios, a omissão de informações relevantes e a profusão de informações desnecessárias contribuem para a falta de transparência e a consequente frustração dos “reportadores” e leitores. O reporte integrado tem como objetivo cortar esta “balbúrdia”, e apresentar uma visão clara e concisa do negócio.

Muitos que discutem o tema pela primeira vez pedem para ver um exemplo de reporte integrado. Entretanto, ainda não existe um formato padrão, ou requisitos específicos de reporte. O que temos hoje é um “paper” de discussão lançado pelo IIRC (International Integrated Reporting Committee – órgão internacional responsável pelo tema), que menciona os princípios (foco estratégico, orientação futura, conectividade da informação, resposta e inclusão dos stakeholders, informações concisas, confiáveis e materiais) e os elementos de conteúdo (visão geral da organização, modelo de negócio, contexto operacional com riscos e oportunidades, objetivos estratégicos, governança e remuneração, performance e visão futura).

Um aspecto chave desta integração é que os “reportadores” devem endereçar todos os recursos que os negócios consomem e criam, sejam financeiros, manufaturados, humanos, intelectuais, naturais ou sociais.

Resumidamente, quando falamos em reporte integrado, falamos também, em última instância, de uma melhor comunicação entre as organizações e o mercado de capitais. Uma comunicação que deve ser concisa, direta e que abrange os aspectos relevantes que permitam ao leitor comparar o seu desempenho não somente sob a ótica financeira, mas sob aspectos que podem impactar o seu negócio e a performance futura. Ao atingir-se esse patamar de adequação, é possível ter de fato condições de se falar em reportes integrados.


Fonte:*Ricardo Zibas é gerente sênior da área de Climate Change & Sustainability Services da KPMG no Brasil.

27 março 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Prazo de Estocagem

Definição – quantos dias o estoque fica na empresa. Mostra o tempo, em dias, que a empresa leva para vender seus estoques.

Fórmula – Prazo de Estocagem = (Estoque médio / Custo da Mercadoria Vendida) x 360

Sendo

Estoque Médio = corresponde a média do estoque inicial mais estoque final, dividido por dois.
Custo da Mercadoria Vendida = refere-se ao valor das mercadorias que foram vendidas pela empresa no período

Unidade de Medida – O valor está expresso em dias.

Intervalo da medida – O índice varia entre zero a infinito. Maiores valores indicam que os estoques duram mais nas prateleiras da empresa. Normalmente o valor máximo não deve ultrapassar a um ano.

Como calcular – As informações estão disponíveis na demonstração do resultado e nos balanços patrimoniais.

Vamos usar o exemplo da Magazine Luíza, uma empresa de comércio varejista. A figura a seguir mostra o balanço patrimonial da empresa:


A média dos estoques é dado por:

Estoque médio = (1264 657 + 849 799) / 2 = 1 057 228

O custo da mercadoria vendido é obtido na demonstração do resultado da empresa:



Observe na figura que está incluso na linha de custo também captações para operações financeiras. A empresa detalha a parte referente a mercadoria vendida em notas explicativas.

Assim, o Custo da Mercadoria Vendida que deve ser usado corresponde a R$4 163 438 mil reais. Com estes valores podemos calcular o prazo de estocagem:

Prazo de Estocagem = (1 057 228 / 4 163 438 ) x 360 = 91 dias

Ou seja, o estoque permanece na empresa por 91 dias.

Grau de utilidade – Elevado. O índice é muito importante para empresas comerciais e industriais, mas pouco expressivo para empresas prestadoras de serviços.  Entretanto, para fins de política econômica, o índice pode sinalizar o comportamento da economia. Geralmente em situações de recessão, as empresas tendem a acumular um grande volume de estoques num primeiro instante, o que aumenta o prazo de estocagem. Em momentos de saída da recessão, as indústrias de produção de insumos tendem a aumentar o volume de estocagem.

Controvérsia de Medida – Nenhuma.

Observações Adicionais

a) O prazo de estocagem pode ser influenciado por variações sazonais. No caso da empresa analisada, a mesma promove uma grande liquidação em janeiro. Isto justificar o prazo aparentemente elevado encontrado no índice.

b) O prazo de estocagem pode ser influenciado por variações de longo prazo. A criação de um canal de distribuição mais eficiente, aliado a melhoria na logística no país, pode indicar uma redução no prazo de estocagem.

c) Em períodos inflacionários, o estoque pode ser usado como uma forma de redução das perdas com inflação. Isto tende a aumentar o prazo de estocagem, já que as empresas compram mercadorias para se protegerem da inflação.

d) De uma maneira geral, comércios são mais eficientes quando possuem prazos reduzidos de estocagem. Entretanto, esta redução pode ter como consequência uma perda de clientes, em razão do aumento no número de mercadorias não repostas, que leva a perda de vendas.

e) O prazo de estocagem pode ser influenciado pelo setor de atuação. Isto é particularmente verdadeiro para indústrias, onde o processo produtivo impede reduções drásticas no nível de estocagem.


Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram:

Seja feliz, seja contador

A revista Forbes divulgou uma pesquisa realizada pelo sítio de empregos Careerbliss. Usando a opinião de mais de cem mil empregados, entre fevereiro de 2011 a janeiro de 2012, foram questionados os fatores que afetam a felicidade no trabalho (remuneração, ambiente, reputação, tarefas diárias etc).

O trabalho escolhido como o mais feliz foi na área de software. Mas em oitavo lugar tem-se o Contador !

Enecic

Já está disponível a programação do XXVI Enecic, que será realizado em Santa Catarina. O evento ocorrerá entre os dias 3 a 6 de junho de 2012 no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

A Comissão Organizadora, composta por membros do Centro Acadêmico de Ciências Contábeis da UFSC e estudantes da respectiva instituição, assume a responsabilidade de organizar um evento digno dos estudantes da classe contábil. Tendo como tema central a “Contabilidade Tributária e o Crescimento Econômico”, o evento trará palestrantes renomados e de grande importância para o cenário brasileiro atual. O encontro ainda contará com três super festas, que serão realizadas nas melhores casas noturnas da badalada Floripa. O evento contará com o apoio de diversas entidades públicas e privadas. A rede hoteleira estará disponível com preços mais adequados aos estudantes que participarem do evento

Custos da Constituição e a Informalidade Laboral


Desde os anos 30 do século XX, uma legislação trabalhista rígida e complexa, desemprego elevado, trabalho informal são problemas da economia brasileira. Não obstante, a Constituição de 88 , formulada com o intuito de prover mais proteção os trabalhadores, ampliou a complexidade e rigidez dessa legislação e, por conseguinte, os custos trabalhistas. Em 90, algumas alterações foram implementadas no sentindo de reduzir a rigidez da CF/88.Legislações trabalhistas corrigem falhas de mercado e, ao mesmo tempo, promovem interferências no funcionamento do mercado de trabalho. Um ordenamento jurídico-trabalhista muito rígido, como no Brasil, cria incentivos para trabalhadores e empresas contorná-lo através de acordos informais de emprego. Ademais, reduz a sensibilidade dos salários às condições macroeconômicas.

No working paper do FMI: Institutions, Informality, and Wage Flexibility: Evidence from Brazil, os autores têm por objetivo examinar como a sensibilidade dos salários reais alterou-se de acordo com as condições do mercado de trabalho ,no período de 1981 a 2009, e se o mercado informal promoveu uma menor redução da rigidez salarial . Eles concluem que: " nosso principal resultado é que a sensitividade dos salários reais às condições dos mercados de trabalho regionais foi reduzida depois da passagem da Constituição de 1988, o que pode ter contribuído para as taxas de desemprego mais altas vigentes desde então. Além disso ," nós encontramos que estados com maiores aumentos na informalidade (i.e.trabalho informal) depois de 1988 tiveram menores reduções na sensitividade dos salários reais às condições macroeconômicas, o que sugere que um dos papéis da informalidade é atuar como válvula de escape para um ambiente econômico sobre-regulado.

Além disso, eles apresentam outras consequências de um mercado de trabalho sobre-regulado e suas implicações econômicas negativas :

" A importância crescente da informalidade na flexibilidade salarial no Brasil demonstra a rigidez da regulamentação do mercado de trabalho no país. No entanto, eles escrevem: "a informalidade tem muitas facetas sombrias, incluindo possíveis efeitos deletérios sobre a produtividade e o crescimento. Primeiro, os trabalhadores informais tendem a ser menos apegados aos seus postos de trabalho, reduzindo o incentivo para as empresas a investir em seu capital humano. Segundo, porque as grandes empresas não podem escapar da fiscalização do governo, assim, as empresas que contratam trabalhadores informais têm incentivos para permanecerem pequenas e são, portanto, incapazes de explorar economias de escala. Como resultado, as empresas maiores tendem a ser mais produtivas, mas também pagam tributos e acabam enfrentando uma concorrência desleal por parte das menores.

Com um mercado reduzido para os seus produtos e serviços, as empresas no setor formal também enfrentam menores incentivos para investir e crescer. Os efeitos deletérios da informalidade tendem a ser ampliadas, porque a informalidade é "contagiosa"; uma vez uma empresa contrata trabalhadores sem um compromisso formal , uma rede de relações informais (caracterizada por evasão fiscal) com fornecedores e clientes precisam ser estabelecidass para evitar a detecção. Estes fornecedores e clientes precisam ser informais, bem como para cobrir seu relacionamento com a empresa informal. Como resultado,a informalidade se espalha na economia.

Os resultados deste estudo sugerem que as reformas do mercado de trabalho precisa ser projetadas cuidadosamente para incentivar a participação na economia formal, sem afetar a flexibilidade dos salários; Por exemplo, mudar o foco de protecção do emprego para assegurar melhores mecanismo de seguro para os desempregados, enfraqueceria a segmentação entre os empregados e os candidatos a emprego e reduziria os incentivos à informalidade, melhorando a rede de proteção para os desafortunados. De modo mais geral, visando a regulamentação dos fatores básicos que afetam o bem-estar dos trabalhadores - seguro contra choques ruins e renda mínima, sem aumentar a rigidez e os custos, reduziria o papel das relações de trabalho informais (e os potenciais efeitos colaterias negativos dessa relação).

26 março 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Estadão, 24 de março de 2012.

Valor Adicionado sobre Receitas

Definição – quanto da receita da empresa corresponde a valor que foi adicionado a economia. Representa a contribuição da empresa para economia.

Fórmula – Valor Adicionado sobre Receitas = (Valor Adicionado Produzido / Receita Líquida de Vendas) x 100

Sendo

Valor Adicionado Produzido = corresponde ao que a empresa adicionou, em termos econômicos, as vendas realizadas no período.

Receita Líquida de Vendas = refere-se às vendas de produtos e serviços, líquida de impostos sobre vendas, abatimentos e devoluções. Inclui também as receitas relativa a construção de ativos próprios.

Unidade de Medida – O valor está expresso em percentual.

Intervalo da medida – O índice varia entre zero a 100%. Quando mais próximo do cem por cento, maior a agregação de valor da empresa para economia.

Como calcular – As informações estão disponíveis na demonstração do valor adicionado.

A seguir encontra-se a DVA da empresa MPX Energia. No ano de 2011 a empresa gerou um valor adicionado de 943 milhões de reais para uma receita de 1203 milhões.


Assim, o índice é dado por:

Valor Adicionado sobre Receita = (942 949 / 1 202 709) x 100 = 78,4 %

Ou seja, a empresa adicionou 78,4% para a economia.

Grau de utilidade – Regular. A demonstração do valor adicionado não é muito usada em outros países. Assim, isto impede uma comparação internacional. Além disto, é uma inovação recente da legislação brasileira, o que significa dizer que não existe uma tradição de análise desta informação.

Controvérsia de Medida – Para os teóricos do livre mercado, o importante é a empresa gerar lucro. Entretanto, em razão do exposto anteriormente, não existe uma efetiva controvérsia neste índice em razão do grau de utilidade.

Observações Adicionais

a) Observe que usamos a receita da DVA. Este valor é diferente da receita obtida na demonstração do resultado em razão da inclusão de receita na produção de ativos próprios. Para a MPX, a receita da DRE foi de 168 milhões de reais, bem inferior a receita usada no cálculo.

b) É importante também observar a destinação do valor que foi agregado pela empresa.

c) Uma empresa industrial deverá apresentar um índice mais elevado do que uma empresa comercial em razão das características do setor de atuação.

d) Para a economia de um país é importante o valor adicionado. Assim, quanto mais uma empresa gerar de valor adicionado, mais isto terá consequências em termos do PIB. Por este motivo, é interessante acompanhar a evolução no tempo deste índice. No exemplo da empresa MPX, no ano de 2010 ela gerou R$1657 milhões de valor adicionado para uma receita de 1734 milhões de reais. Ou seja, o índice foi de 95,5%. Assim, em relação a 2010, o valor do ano de 2011 mostra menos valor adicionado.

e) Empresas em fases pré-operacionais tendem a gerar mais valor adicionado que empresas que estão em operação.

Veja também

Margem Líquida
Giro do Ativo
P/L
Retorno sobre Patrimônio Líquido
Endividamento Oneroso
Endividamento
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente

Apple

O gráfico mostra a participação da Apple nos mercados acionários (SP 500, dos EUA e mundiais, na ordem). A empresa representa 1,1% do mercado acionário mundial e 4,5% do SP 500.

Campeão do protecionismo


Legítima defesa - de quem mesmo?
Marcelo de Paiva Abreu
O Estado de São Paulo, segunda-feira 19 de Março de 2012


É difícil de acreditar, mas é fato. Protecionismo virou política explícita do governo brasileiro. Em contraste com o passado, quando o País se destacou na defesa do desmantelamento do protecionismo agrícola - como ficou claro nas fracassadas negociações na OMC -, agora o Brasil tornou-se campeão do protecionismo. Alega que só se defende de políticas desestabilizadoras de seus principais parceiros comerciais.

O diagnóstico que pretende justificar a maré protecionista é falho; as reminiscências históricas, distorcidas; e os pretensos remédios para reduzir a vulnerabilidade industrial brasileira, comprovadamente ineficazes. Para não falar de indignações empresariais que vicejam em meio à confusão deliberada entre interesses coletivos e interesses privados.



A despeito do que se afirma, entre 2000 e 2011 a participação da indústria no PIB se manteve em torno de 27%-30%. Em 2011, foi exatamente igual à de 2000. O que está encolhendo é a participação da indústria de transformação (que não inclui petróleo e gás natural, minério de ferro e outras extrativas, produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana e construção civil): a participação era de 17,2% em 2000 e hoje é de 14,6%.
Isso não significa que o produto da indústria de transformação esteja em queda. Está perdendo participação no PIB, algo que decorre da evolução favorável das vantagens comparativas brasileiras em outros setores da economia.

Além disso, essas comparações ocultam variações importantes de preços relativos. Os preços agrícolas no Brasil, por exemplo, aumentaram 20% em relação aos preços industriais no período 2000-2011. Ou seja, em termos reais, a perda de participação da indústria de transformação foi mais modesta do que indicam os valores nominais.



A constatação dessas mudanças estruturais tem sido acompanhada de reminiscências saudosistas em relação à década de 1980, quando a indústria respondia por 47,9% do PIB. A comparabilidade dos dados de longo prazo do IBGE tem problemas insolúveis, mas é provável que tal participação excedesse de fato 40%. O que não tem sido dito é que isso ocorria porque a indústria do País era grotescamente superprotegida. A razão importações/PIB era de 3%, excluindo petróleo, comparados aos 11% de hoje.


Será que pretendemos voltar a esses tempos gloriosos? Seria relevante lembrar que foi um período em que a economia não crescia e a inflação decolava além dos 200% anuais.



As medidas utilizadas para compensar as dificuldades competitivas da indústria de transformação não são eficazes. Concentram-se em tentativas de conter a apreciação cambial, desonerações fiscais discricionárias, tratamento tarifário condicionado a "conteúdo nacional" e prometida intensificação de medidas de defesa comercial. A maior parte das tentativas de interferir no câmbio é "enxugamento de gelo".


Os resultados, em geral modestos, acabam por ser rapidamente erodidos. A ênfase na reversão da apreciação cambial e na redução da taxa real de juros seria bem mais apresentável se fizesse parte de um programa de reformulação radical do nível e da composição dos gastos públicos combinada com reforma tributária. Desonerações fiscais discricionárias diminuem a transparência da sinalização para a alocação de investimentos.


Alguns dos efeitos adversos da questionável legislação sobre IPI e conteúdo nacional só puderam ser contornados porque o setor automotivo é concentrado. O truque não é generalizável para outros setores. Medidas de defesa comercial jamais terão o impacto agregado que pretende o governo. Forçar a adoção de medidas de antidumping e salvaguardas - onerosas administrativamente - despertará a reação de nossos parceiros comerciais.




O governo tem fugido de qualquer compromisso crível com o que é realmente relevante para aumentar a competitividade dos produtos industriais brasileiros ou minorar as consequências de mudanças estruturais inevitáveis: revolução na infraestrutura, criação de incentivos centrados em compensação de falhas de mercado e diminuição da carência de mão de obra qualificada.




Importante empresário do setor siderúrgico defendeu, recentemente, a maré protecionista, devidamente enrolado na Bandeira Nacional, invocando a defesa dos interesses presumivelmente coletivos. É preciso separar interesses coletivos de interesses empresariais, frequentemente não coincidentes. E é preciso alguma coerência: alguns dos mais ardorosos defensores do protecionismo em nome de interesses coletivos têm antecedentes ruins quando se trata da formação de cartéis à custa dos interesses dos consumidores.


Não há nada condenável quando empresários defendem os interesses de seus acionistas. O que deve ser contestada é a defesa de interesses particulares travestidos em interesses coletivos.



É fato sabido que o conceito de vantagens comparativas transita cada vez com mais dificuldade em Brasília, mas a atual política comercial brasileira beira o ridículo. Estamos regredindo com grande empenho. É preciso olhar para o futuro e não repetir o que houve de pior no passado
.


*Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio.

24 março 2012

Rir é o melhor remédio



Fonte: Um sábado qualquer

Arquivo de Einstein

As descobertas notáveis de Albert Einstein ficaram notórias pela quantidade: foram vários teses e ensaios relevantes que influenciaram mudanças em muitos tópicos da física. Por essa razão, embora haja muito material sobre ele disponível na web, não é tarefa fácil reunir material sobre todos os seus estudos. Será que é possível compilar o máximo do que ele produziu em vida?
Para enfrentar esse desafio, a Universidade Yale (New Haven, Connecticut), dos Estados Unidos, e a Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, conduziram dois projetos paralelos para catalogar o trabalho de Albert Einstein.

A iniciativa da Yale foi produzir uma vídeo-aula, com pouco mais de uma hora de duração, em que todo o trabalho teórico de Einstein é exposto no quadro negro, com exemplos ilustrativos e explicações didáticas. Este projeto foi denominado “Einstein para as massas”, ou seja, pretende levar os enunciados do cientista a todos que não dominam profundamente a física.

Se a faculdade americana produziu um histórico científico de Einstein em vídeo, a Universidade Hebraica faz o mesmo na linguagem escrita. Em uma coleção ainda em expansão, eles já reuniram mais de dois mil documentos a respeito do legado do físico, e a previsão é de que este número ultrapasse a casa dos 80 mil.

A novidade é que, no caso do trabalho de Israel, não há apenas documentos sobre o trabalho científico de Einstein, mas sim uma cronologia de sua própria vida particular. A trajetória do cientista, que criou-se judeu-alemão, é explorada em detalhes como as relações com sua mãe, esposa e outras mulheres, suas visões sobre o conflito árabe israelense e seu olhar sobre o panorama da física.

No acervo, há destaques interessantes, tais como o primeiro manuscrito em que ele desenvolveu a famosa equação e = mc2. Você pode dar uma checada no que já foi levantado a partir deste arquivo online.

Fonte: Hyperscience

Banco de Desenvolvimento do Brics

De acordo com reportagem disponível aqui, o Brasil apoia a criação de um banco de desenvolvimento dos Brics - grupo composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Segundo o ministro de Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, o tema será debatido na reunião do grupo de potências emergentes na próxima semana em Nova Delhi. "O principal ponto da agenda (na quarta reunião dos Brics, que acontece na quinta-feira) é a proposta de criar um banco dos Brics, um banco internacional, de investimento desses cinco países", explicou Pimentel durante uma coletiva de imprensa com corrensponsáveis estrangeiros.

"Temos muito interesse nesta reunião, a consideramos importante", disse o ministro, que advertiu que a proposta de criação do banco, que será impulsionada pela Índia, está ainda em uma etapa inicial e não foi ainda detalhada quanto a suas características operacionais nem em termos de recursos.

Está previsto que os presidentes dos bancos de desenvolvimento dos cinco países firmem em Nova Delhi "os memorandos de entendimento para começar o processo de construção desse banco dos Brics". Ao mesmo tempo, a criação desse banco "não é um abandono dos mecanismos multilaterais", como o Banco Mundial (BM) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e sim uma resposta às necessidades econômicas atuais.

Segundo Pimentel, o BM e o BID possuem funções específicas que cumprem bem, como o financiamento de países de renda mais baixa e de obras de saneamento, mas explicou que as necessidades atuais vão mais além. Pimentel também pediu a rápida criação do Banco do Sul para países sul-americanos, pendente de aprovação no Congresso brasileiro.

"O que será discutido é a possibilidade de criar um banco de desenvolvimento do Brics para projetos de infraestrutura e desenvolvimento, não só nesses países, mas sim também em países em desenvolvimento", explica a subsecretária-geral de Política do Ministério de Relações Exteriores, Maria Edileuza Fonteneles.

A diplomata insistiu também que essa é uma ideia muito embrionária e que da reunião deverá resultar apenas um "anúncio de intenção" e a criação de um grupo técnico para definir objetivos e detalhes.