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18 agosto 2010

Leasing


O Iasb e o Fasb lançaram uma proposta para mudança na contabilidade do leasing. Atualmente para contabilizar leasing é necessário classificar em operacional e financeiro. Sendo financeiro, as empresas não reconhecem a operação no balanço, melhorando os índices de alavancagem e reduzindo o passivo.

As condições para que uma operação de leasing seja classificada em financeira (ou operacional) são controversas. No livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, apresentamos no seu capítulo dez figuras esquemáticas sobre o assunto.

A proposta do Iasb e do Fasb acaba com esta distinção. A operação de leasing deverá ser reconhecida no balanço. Isto provavelmente terá impactos sobre as empresas aéreas, os bancos, alguns tipos de varejo, ferrovias, entre outras. A estimativa do Iasb é que 640 bilhões de dólares não aparecem no balanço. Ao promover o reconhecimento do leasing financeiro, o Iasb e o Fasb estarão simplificando esta contabilidade. O Iasb imagina que isto não irá afetar as operações de leasing, ao contrário do que acredita o setor, que sempre resistiu a esta mudança.

O assunto é polêmico. Na fase do discussion paper, preliminar a esta, recebeu mais de 300 comentários. Mas o tempo de discussão é curto, encerrando em 15 de dezembro deste ano. Provavelmente em meados do ano de 2011 deveremos ter uma nova norma sobre o assunto, se não houver atrasos.

Apesar da proposta não afetar alguns tipos de operações, como o leasing de ativos biológicos, a proposta simplifica também as operações de curto prazo, que passam a ignorar os juros incorridos na operação.

Mais sobre o assunto:
Proposal Would Require Most Leases to Appear on the Balance Sheet – Journal of Accountancy, 17 de ago de 2010

IASB and US FASB publish proposals to improve the financial reporting of leases, Sítio do Iasb, 17 de ago de 2010

Foto: Turpin

Mercado eficiente


a economista Mia de Kuijper, PhD por Harvard, CEO da consultoria Kuijper Global Partners e diretora da Duisenberg School of Finance, de Amsterdã, demonstra que, sim, a informação perfeita (ou quase isso) existe, igualzinha à de que fala a teoria [mercados eficientes]. Mas, eis o detalhe meio para o herético: ela convive muito bem, e na realidade, com grandes lucros de empresas tão competitivas que lideram sua cadeia de negócios como monarcas absolutistas: determinam a distribuição de riscos e de investimentos, entre afagos e repreensões aos coadjuvantes.


(Fonte: Valor Econômico, via Vladmir Almeida)

Isto contradiz claramente o trabalho de Grossman e Stiglitz, publicado na American Economic Review, em 1980. Este autores mostraram que a eficiência de mercado é impossível exatamente por causa da impossibilidade da informação sem custo. Ou Grossman e Stiglitz estão errados no seu modelo ou Kuijper descobriu uma contraprova. Prefiro acreditar em Grossman e Stiglitz.

Foto: Nick Turpin

A história da economia


A figura (fonte, aqui, publicado na The Economist) mostra a história da economia nos últimos dois mil anos. Foram compilados por Angus Maddison.

É possível perceber que China e Índia dominavam a economia mundial até 1820, quando a Revolução Industrial aumentou a participação dos EUA e da Inglaterra. Uma razão para este domínio: a grande população, que até 200 anos era o fator dominante para a produção econômica.

17 agosto 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #329

A divulgação dos resultados trimestrais da Petrobrás chamou a atenção para um fato interessante:

a concentração da sua dívida com o Bradesco
a grande participação de acionistas chineses no capital da empresa
o maior lucro da história de uma empresa de capital aberto, de R$16 bilhões

Resposta do anterior: a contabilidade era feita manualmente. Fonte: Polícia e TCE analisam documentos, Zero Hora, 12 de Agosto de 2010

Links

Fasb e leasing

CVM investiga transação com ações da TAM antes do acordo e aqui

Auditoria interna no Brasil

Identifiquei uma fraude. E agora?

Parecer da PwC maculado

Linguas mais faladas

1. Mandarim – 846 milhões de pessoas
2. Espanhol – 329 milhões
3. Inglês – 328 milhões
4. Hindu/Urdu – 242,6 milhões
5. Árabe – 221 milhões
6. Bengali – 181 milhões
7. Português – 178 milhões
8. Russo – 144 milhões
9. Japonês – 122 milhões
10. Alemão – 90,3 milhões

Fonte: aqui

Iasb

Em entrevista ao jornal inglês The Financial Times Greatest challenge in last days at top, Rachel Sanderson & Adam Jones, 16 ago 2010), o atual presidente do Iasb faz alguns comentários sobre o futuro próximo. Sir David Tweedie deve-se aposentar em junho de 2011 e é uma das figuras mais controversas no mercado internacional. Para Tweedie, a batalha mais pesada diz respeito a relação entre os bancos e a crise financeira.

Tweedie minimiza o não cumprimento do prazo pelo Iasb e o Fasb em convergir as normas contábeis em junho de 2011 e afirma que já sabia da possibilidade do atraso. Na entrevista também comenta da possibilidade de maior poder as economias emergentes e no foco dos estudos nas regras de contabilidade das economias emergentes, como indústria extrativa, agricultura, transação em moeda estrangeira, incluindo a “contabilidade do valor da borracha”.

Em outro texto, Hunt for IASB head hits hurdle (Rachel Sanderson & Nikki Tait , Financial Times 16 de agosto de 2010), o jornal inglês comenta sobre a sucessão de Tweedie. O sucessor, cujo anuncio do nome deveria ocorrer em julho, está sendo escolhido em conjunto com uma empresa de headhunters, a Spencer Stuart. Dois candidatos parecem destacar. A comunidade européia gostaria de Michel Barnier. Algumas pessoas próximas a Tweedie falam em Ian Mackintosh, da Inglaterra. Nomes europeus.

JBS 1

A falta de transparência na divulgação de dados financeiros por parte da sócia Inalca, do grupo Cremonini, fez com que os resultados da italiana fossem excluídos do cálculo do balanço divulgado hoje pela JBS, afirmou o presidente da companhia, Joesley Batista. "Por cautela, decidimos não incorporar os resultados da Inalca. Não aprovamos nem o balanço do trimestre passado até agora, e não vamos aprovar nada enquanto não nos deixarem olhar a contabilidade deles", disse o executivo hoje, durante teleconferência para analistas.

Quando a JBS adquiriu metade do capital da Inalca, em 2007, o contrato previa que a italiana indicasse o diretor-executivo, enquanto caberia à JBS nomear o diretor financeiro. Mas, segundo Batista, quatro diretores-executivos já foram demitidos pela diretoria comandada pelos italianos. "Quando a pessoa começa a trabalhar, eles demitem", afirma.

O grupo Cremonini, por sua vez, acusa a JBS de quebrar compromisso de não concorrência e exclusividade. O argumento é que a aquisição da Bertin pela sócia brasileira, em setembro do ano passado, gerou conflito de interesses entre as sócias.

No início do mês, a disputa foi parar na Câmara de Comércio Internacional, em Paris, quando a JBS arquivou um pedido solicitando intervenção do órgão para arbitrar o impasse com os sócios estrangeiros. "Espero que esses italianos criem juízo e resolvam tratar isso da maneira tão séria como deve ser tratado", disse o executivo, que nega a existência de qualquer conflito de interesse entre as operações das duas empresas.

"Se eles deixarem a gente atuar, isso pode ser resolvido muito rápido", disse o presidente da JBS, sem detalhar que atitudes possam ser tomadas caso a solução do impasse demore a sair. A Inalca, que permitiu à JBS entrar no mercado europeu, responde por cerca de 2,8% da receita consolidada da companhia.

Sem a Inalca, a JBS fechou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 3,7 milhões, resultado 97,1% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, o desempenho foi afetado pela variação cambial, que afetou as posições de hedge.

De abril a junho, as exportações cresceram 37% na mesma base de comparação, fato que comprova que o mercado internacional está se recuperando, ressaltou Batista. Ele destacou os embarques com destino à Coreia e à Rússia, e disse que espera para este semestre um aumento mais expressivo da demanda por carne por parte dos mercados emergentes. A expectativa da JBS é de se tornar a maior plataforma de distribuição global de congelados, com uma base de 1 milhão de clientes, até 2012.

Apesar dos rumores do mercado, a JBS nega estar envolvida atualmente em qualquer processo de aquisição. Segundo Batista, a companhia tem outros objetivos no momento, como ampliar as distribuições e melhorar o perfil de sua dívida. No entanto, o executivo adianta que caso seja anunciada alguma negociação relevante no futuro, ela não englobará novos mercados. "Nosso foco é consolidar as atividades onde já temos negócios."


JBS acusa Inalca de não revelar dados contábeis - Seg, 16 Ago 2010, - Valor Econômico- (Ana Luísa Westphalen)

É realmente estranha esta situação. Veja aqui a aplicação da Lei Newscomb-Benford para esta empresa e seu resultado.

JBS 2

SÃO PAULO - A JBS S.A fechou o segundo trimestre deste ano com um lucro líquido de apenas R$ 3,7 milhões, 97,1% a menos do que em igual intervalo de 2009, quando havia registrado ganho de R$ 125,9 milhões. Os dados consolidados da JBS no trimestre não incluem os números da Inalca JBS, empresa na qual a brasileira é sócia do grupo Cremonini, com 50% do capital.

A razão para a exclusão é a disputa que as duas empresas travam na Justiça e que tem como pano de fundo um conflito de interesses entre a JBS e a Inalca JBS, que se tornaram concorrentes depois que a JBS incorporou a Bertin. A JBS recorreu à Câmara de Comércio Internacional para arbitrar o que considera assuntos pendentes de governança corporativa na Inalca JBS. " Optamos por não incorporar os números da Inalca JBS nesse trimestre, pois não conseguimos verificar a sua autenticidade."

Sobre o lucro aquém do esperado, a JBS informou que a maior razão para a queda dos ganhos foi o resultado financeiro afetado pela "alta volatilidade na taxa de câmbio" [1] que impactou as posições de hedge. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 539,8 milhões, quase 2.000% maior do que o resultado negativo de R$ 25,7 milhões do segundo trimestre de 2009. O aumento do uso de capital de giro no período (por causa do aumento nas exportações) também impactou a dívida líquida.

A empresa divulgou ainda que registrou uma receita líquida de R$ 14,116 bilhões no segundo trimestre, 52,5% a mais que os R$ 9,255 bilhões de igual período de 2009. Sobre o primeiro trimestre, o aumento foi de 12,5%, reflexo de alta nos preços de venda, condições de mercado favoráveis e um crescimento de 22,2% na base de clientes. Houve crescimento nas vendas das unidades JBS USA Carne Bovina, Carne Suína e JBS Mercosul. Já as exportações aumentaram 37% no segundo trimestre ante igual trimestre de 2009.

Apesar do resultado fraco, o lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da JBS avançou 163,3% do segundo trimestre de 2009 para igual período deste ano, para R$ 1 bilhão. Também cresceu 16% em relação aos três primeiros meses deste ano. A margem lajida alcançou 7,1% no período, acima dos 4,1% do segundo trimestre de 2009.

A relação entre a dívida líquida e o lajida ficou praticamente estável (3 vezes) em relação ao primeiro trimestre, mas a liquidez melhorou, segundo a JBS. A posição de caixa aumentou enquanto a dívida de curto prazo decresceu.


JBS tira Inalca do balanço; lucro despenca - Seg, 16 Ago 2010, 09h27 – Valor Economico - Alda do Amaral Rocha

[1] Os últimos meses o câmbio ficou muito comportado. É estranha esta justificativa. Ainda mais que a causa é algo externo à empresa, comum nas situações onde as notícias são negativas (Geralmente notícias negativas são justificadas com eventos externos; notícias positivas são justificadas com ações internas).

IFRS no Brasil

A elaboração e divulgação de demonstrações financeiras consolidadas, com base no padrão contábil internacional emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB), será uma prática a ser adotada por todas as instituições financeiras brasileiras a partir dos balanços do exercício de 2010, conforme dispõe a instrução número 457, de 13 de julho de 2007, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Com isso, espera-se que ocorra um aumento da transparência e da confiabilidade das informações financeiras que são prestadas pelos bancos.

A convergência de adoção do International Financial Reporting Standards (IFRS), ou normas internacionais de contabilidade, ocorre em um momento em que há uma maior integração dos mercados de capitais, mais informações com acesso livre e busca constante de redução de custos de comunicação, transação e informação no mercado.

Nesse sentido, espera-se que ocorra um melhor relacionamento das companhias com os seus credores, facilitando também a consolidação de operações internacionais, especialmente entre filiais e subsidiárias.

Mas a adoção do IFRS pelas empresas e em especial pelas instituições financeiras exige a superação de vários desafios, face às necessidades de uma rápida adaptação a uma nova linguagem contábil, que irá exigir treinamentos dos profissionais envolvidos, ensejando custo de implantação no curto prazo, pois a formação das universidades é distinta do que será implementado a partir de então [1].

Estas alterações sinalizam para mudanças que poderão afetar os resultados que serão apresentados para o exercício de 2010, mas a perspectiva é de impactos positivos, face as possibilidades de melhoria nos processos e a velocidade com que os bancos conseguem realizar referidas adaptações [2].

A perspectiva é a de que ocorra a convergência em todos os bancos brasileiros.

Hoje temos 179 bancos, sendo 10 públicos (5 federais e 5 estaduais), e esse processo já ocorreu na maioria dos bancos europeus que iniciaram o processo em 2005.

Já os Estados Unidos irão adotar esse padrão depois [3], mas o ponto importante é que todos os países trabalharão com uma convergência padrão de contabilidade, e nesse sentido os bancos serão inseridos de forma mais exigente.

Ressalte-se que algumas instituições financeiras localizadas no Brasil já apresentaram seus demonstrativos contábeis no padrão IFRS. Portanto, o desafio é factível.

As diferenças e similaridades entre as normas internacionais de contabilidade (IFRS) e as normas e práticas contábeis brasileiras deverão ser objeto de conhecimento de todos os que trabalham em bancos ou participam de seus conselhos.

Com isso, será mais fácil o entendimento dos benefícios da adoção de novo conjunto de normas contábeis, que atualmente é adotado não só pela comunidade europeia, mas também por diversos outros países da Oceania e Ásia.


A adoção do IFRS - 16/08/10- Brasil Econômico - Saumíneo da Silva Nascimento

[1] Ou seja, os contadores formados nas universidades não estão preparados para as normas.
[2] Aparentemente ele refere-se aos resultados do exercício na primeira parte da frase. Mas depois comenta sobre a adaptação das instituições financeiras. Fiquei sem entender a lógica.
[3] Isto ainda não está assegurado.

Contabilidade da política 2

Dezesseis diretórios nacionais de partidos políticos ainda não entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os balancetes referentes ao mês de julho, sendo que o prazo previsto em lei se encerrou no dia 15 de agosto. De acordo com a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9096/95), os partidos devem apresentar à Justiça Eleitoral balancetes mensais relativos aos quatro meses anteriores e dois posteriores às eleições.

Os balancetes devem ser enviados até o 15º dia do mês subsequente, que se recair no fim de semana ou feriado, será prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.

O documento é uma relação das contas escrituradas pelos partidos, com seus respectivos saldos e deve ser entregue em mídia digital para facilitar a divulgação na internet. Além disso, deve informar o nome e a assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e o respectivo número de registro no Conselho Regional de Contabilidade.

Os diretórios estaduais e municipais devem encaminhar seus balancetes para os Tribunais Regionais Eleitorais respectivos de cada estado.

São os seguintes os partidos que ainda não apresentaram seus balancetes: PCB, PCO, PMN, PPS, PR,PRP, PSC, PSDB, PSDC, PSL, PTdoB, PTB, PTC, PTN, PRTB e PV. O PCB, PCO, PMN, PSDC, PSL, PT DO B e PRTB também não apresentaram o balancete referente ao mês de junho, cuja data prevista para entrega era o dia 15 de julho.



ELEIÇÕES2010: Dezesseis partidos não entregam balancetes - 16 ago 2010 - Investimentos e Notícias (Tempo Real)