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23 julho 2009

Sadia e o ex-executivo

Ex-diretor da Sadia busca compensação por "danos morais"
Por Graziella Valenti, de São Paulo - Valor Econõmico - 22/7/2009

A luz amarela sobre o risco dos derivativos cambiais contratados pela Sadia começou a piscar já no começo de agosto do ano passado. Naquele mês, a gerência financeira da empresa já tomou conhecimento sobre perdas, ainda pequenas, de alguns instrumentos, por conta da alta do dólar. Contudo, a expectativa daqueles que estavam envolvidos nessas operações era de que o movimento da moeda fosse passageiro.

Passado um mês, no entanto, a tendência de alta do dólar se intensificou . No dia 12 de setembro, o então diretor financeiro da empresa, Adriano Ferreira, informou o conselho de administração da Sadia, presidido na ocasião por Walter Fontana Filho, sobre a situação.

O mercado só tomou conhecimento dos prejuízos no dia 25 daquele mês, depois que o executivo fechou captação de R$ 911 milhões com o Banco do Brasil para recompor o caixa da companhia. No dia seguinte, foi demitido.

Os contratos de risco firmados pela empresa trouxeram um prejuízo financeiro de R$ 2,6 bilhões, afetaram dramaticamente sua estabilidade financeira e a situação culminou na venda do negócio à Perdigão, em maio deste ano, numa operação societária para criação da Brasil Foods.

Esse cronograma da circulação das informações dentro da Sadia consta do processo trabalhista que Ferreira move contra a Sadia desde 5 de junho, a qual o Valor teve acesso na manhã de ontem, antes da audiência inicial sobre o caso.

O executivo entrou com a ação exatos 13 dias antes de a companhia iniciar a ação civil de responsabilidade contra ele - decidida em 6 de abril, em assembleia de acionista. A batalha judicial, portanto, será uma via de mão dupla. Já a ação da Sadia busca responsabilizar Ferreira pelo episódio e o ressarcimento do prejuízo bilionário.

Ferreira busca de direitos trabalhistas para o período em que atuou como diretor estatutário (regime privado, de setembro de 2006 a setembro de 2008) e também de ressarcimento por danos morais e materiais, alegando que a decisão da empresa de elegê-lo como único responsável pelas perdas prejudicou sua imagem e o comprometeu o futuro de sua carreira. Na ação, não estabeleceu um valor para cobrir as perdas que julga ter sofrido.

O Valor teve acesso apenas à argumentação de Ferreira. A defesa da Sadia ainda não estava anexada aos documentos, o que ocorreu ontem, durante a audiência inicial do processo na 61ª Vara do trabalho da capital paulista, na tarde de ontem. A juíza Thereza Christina Nahas atendeu ao pedido da Sadia e colocou a discussão sob segredo de justiça. Ou seja, apenas as partes podem ter acesso aos documentos e às audiências. Consultada, a companhia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só irá se manifestar sobre a questão na Justiça.

Na audiência, que contou com a presença de nove representantes da Sadia, ambas as partes afirmaram não haver possibilidade de acordo. Ferreira sequer estabeleceu um valor a partir do qual encerraria a disputa.

(...)

TCU amplia ação

Extrato esquecido sobre a mesa revela ação fraudulenta no BEC
Juliano Basile, de Brasília - Valor Econômico - 22/7/2009

Numa decisão inédita, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou a diretoria antiga do Banco do Estado do Ceará (BEC) por fraudes na mesa de operações. Foi a primeira vez que o TCU identificou irregularidades na condução de operações financeiras por um banco estatal - envolvendo a diretoria do BEC entre agosto de 2002 a janeiro de 2003. A decisão é um indicativo de que o tribunal vai passar a monitorar os negócios dos bancos públicos, tarefa até então restrita aos Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O TCU verificou que um alto funcionário do banco comprava títulos públicos federais na alta e vendia na baixa. Operava com ajuda de uma intermediadora e, depois, obtinha depósitos dessa empresa numa conta pessoal.

Essas operações movimentaram R$ 180 milhões. O TCU calculou em R$ 8,7 milhões o prejuízo específico das movimentações com títulos, mas o potencial lesivo foi muito maior: o BEC foi vendido por R$ 700 milhões ao Bradesco, em dezembro de 2005, depois de um processo de federalização e de saneamento que custou mais de R$ 900 milhões.

As fraudes ocorreram depois que a instituição já havia sido federalizada e o governo federal já trabalhava para colocar as contas do BEC em ordem para a privatização. A descoberta da fraude ocorreu por acaso.

"Os fatos só foram percebidos em vista da suspeita que recaiu sobre o responsável pela mesa de negociações (Luciano Medeiros Bertini), que, ao deixar seus extratos sobre uma mesa, expôs a movimentação de sua conta, onde constavam créditos de valores muito superiores a seus proventos, o que motivou a investigação", relatou a presidência do BEC ao TCU.

Bertini era chefe substituto do Departamento de Administração Financeira. Ele teria feito uma série de operações junto à Turfa DTVM, com sede no Rio de Janeiro, através do corretor Humberto Thomé, que intermediou as negociações. Para burlar a fiscalização interna, Bertini teria feito manipulações nos números que chegavam da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e continham os preços médios do mercado.

As manipulações só foram constatadas em 2005. Como o BEC estava para ser privatizado, a diretoria optou por evitar a divulgação do caso. "Medidas adicionais de controle deixaram de ser adotadas em razão de que o BEC vivia momento de exceção, convivendo com a expectativa de sua venda", diz relatório do TCU.

O chefe substituto alegou ao TCU que as operações não prejudicaram o BEC, "vez que, no período investigado, o banco apresentou lucro real, ou seja, ganho de capital". Também argumentou que as auditorias internas não foram capazes de comprovar sua responsabilidade. Por fim, que a "natureza das operações de compra e venda de títulos" é bastante complexa, "devendo ser considerado outras variáveis que influenciam o mercado financeiro e as tomadas de decisões".

O TCU não aceitou as explicações. Segundo o relator do processo, ministro Valmir Campelo, a defesa foi contraditória ao dizer que os controles existentes eram suficientes para identificar irregularidades. "Veja que Bertini foi obrigado a alterar artificiosamente os dados com o intuito de mascarar os negócios", afirmou. Segundo ele, a adulteração não foi detectada de imediato e " demais ações danosas" também "não foram impedidas". O TCU levou em consideração ainda uma série de telefonemas entre Bertini e Thomé na época das operações, inclusive em dias não-úteis e após as 20h.

A direção do banco foi condenada pelo TCU pelas falhas na fiscalização. O presidente do BEC na época das fraudes, Carlos Alberto Ribeiro da Silva, o então diretor de finanças e controle, Fernando Ribeiro Hermida, e seu substituto Alvarino Erven de Abreu alegaram que as irregularidades não foram constatadas no início, mas que informaram o caso ao Ministério Público Federal, assim que verificaram a manipulação.

Na prática, Bertini foi condenado pela prática de irregularidades, enquanto os demais por falhas na fiscalização. Bertini e Silva foram condenados a multas de R$ 40 mil cada. Hermida e Abreu, de R$ 20 mil. Eles deverão ser processados pelo Ministério Público Federal para ressarcir o prejuízo de R$ 8,7 milhões. Dia 8 o TCU aprovou o envio de cópia do processo ao Banco Central para que tome as devidas providências.

Ambev e Cade

Cade aplica multa recorde de R$ 352,7 milhões à AmBev

Segundo Conselho, relacionamento com bares e restaurantes induzia pontos-de-venda a manterem exclusividade

Isabel Sobral, da Agência Estado

BRASÍLIA - A Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) foi condenada nesta quarta-feira, 22, a pagar uma multa de R$ 352,7 milhões pela execução de um programa de relacionamento com bares e restaurantes. Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aplicou a multa, o programa induzia os pontos-de-venda a manterem exclusividade ou reduzir as compras de outras marcas concorrentes da AmBev.

O relator do processo administrativo afirmou que a multa imposta à companhia é a maior já aplicada pelo Cade e também a maior já aplicada por agências reguladoras, no âmbito administrativo, a uma única empresa. Ele explicou que a fixação do valor levou em consideração a gravidade da prática, a conduta unilateral e o poder de mercado que tem a empresa, além da intenção clara da AmBev de prejudicar os concorrentes e obter vantagem.

À decisão ainda cabe recurso ao próprio Cade ou à Justiça comum. Na hipótese da empresa recorrer ao Judiciário, Furlan destacou que nos últimos anos a Justiça tem entendido que para que haja esse recurso, as empresas devem, antes, depositar em juízo os valores das multas. "Esse é o entendimento consolidado no Judiciário", disse.

Além da multa, o Cade determinou à Secretaria de Direito Econômico (SDE) que investigue as condutas de dirigentes da AmBev que foram responsáveis pela implantação do programa. A empresa foi obrigada a parar imediatamente com a prática que, segundo o Cade, ainda está ocorrendo no mercado, sob pena de pagar uma multa diária de R$ 53,2 mil. Além disso, a AmBev terá de publicar em meia página de jornal, por dois dias, em três semanas seguidas, o extrato da decisão do Cade.

O Cade condenou a AmBev pelo programa "Tô contigo", de fidelização de bares e restaurantes. O programa foi iniciado pela empresa em 2002 e em 2004 foi investigado pela SDE, e considerado uma prática anticoncorrencial. A multa imposta equivale a 2% do faturamento bruto da empresa, registrado no Brasil em 2003, ano anterior ao início da investigação.

Bancos e Crise

Um estudo recém divulgado pelo NBER analisou o desempenho dos bancos entre julho de 2007 a dezembro de 2008 (Why Did Some Banks Perform Better During the Credit Crisis? A Cross-Country Study of the Impact of Governance and Regulation, Andrea Beltratti
e René M. Stulz).

Durante este período, o pior da depressão, existiu diferenças entre o retorno das ações de grande bancos no mundo. Os pesquisadores tentaram determinar se esta diferença decorria diferença de governança do banco, da regulação do país ou das características contábeis e financeiras antes da crise.

O estudo mostra que a governança "amiga" prejudicou os bancos na crise. Além disto, bancos com mais ativos líquidos e mais empréstimos tiveram um desempenho melhor.

Teste #115

O IFAC reune as associações de contadores. O Brasil está representado por duas organizações: o CFC e o Ibracon. Se você acha que isto é uma anomalia, está enganado. Abaixo são listados quatro países que também possuem mais de uma organização como membro/associado/afiliado no IFAC. Você saberia dizer qual o país com maior número de entidades filiadas ao IFAC? Você saberia dizer quantas são? Eis os países:

Austrália
Canadá
EUA
Grã-Bretanha

Resposta do Anterior: 1) Amaro Luiz de Oliveira Gomes = Brasil;Jan Engström = Suécia;Tatsumi Yamada = Japão;Zhang Wei-Guo = China

22 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Judiciário e Siafi

CNJ defende controle e transparência sobre gastos do Judiciário
O Globo - 22/7/2009
Carolina Brígido

BRASÍLIA. O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse ontem que o Judiciário precisa divulgar seus gastos com mais transparência. Ele anunciou que o CNJ deverá baixar em breve resolução determinando mecanismos mais sofisticados de prestação de contas. Atualmente, essa contabilidade é divulgada internamente por alguns tribunais, mas não existe um sistema unificado.

— É preciso haver transparência nos gastos e a boa aplicação de recursos no Judiciário. É necessário pensar num modelo como o Siafi (o sistema eletrônico de controle de gastos do governo federal) para o Judiciário. Algo que traduza controle e transparência sobre os gastos do Judiciário — disse Gilmar, em cerimônia de posse dos novos integrantes do CNJ.

Gilmar disse que, em inspeções do CNJ em tribunais de todo o país, verificou-se casos de mau uso do dinheiro público e de falta de transparência nos gastos:

— As inspeções sugerem ausência de efetivo controle, ou um controle extremamente débil, externo e interno, especialmente na Justiça dos estados. É fundamental que avancemos mais e mais no sentido do controle e da transparência dos gastos.

O texto da resolução com as novas regras de publicação dos gastos no Judiciário deve ficar pronto em agosto. A intenção é dar publicidade à Justiça Estadual — que não tem gastos inseridos no Siafi — e cumprir determinação do próprio CNJ de dar transparência, em tempo real, às contas de todo o Judiciário. Hoje, só as contas da Justiça Federal estão no Siafi.

— Estamos buscando construir um aparato para permitir ao CNJ fazer controle administrativo e financeiro do poder Judiciário como um todo. A intenção é chegar num sistema que nos dê, em relação à Justiça Estadual, a mesma capacidade de acompanhamento e controle da execução financeira que temos em relação aos tribunais federais, que executam dentro do Siafi — disse o secretário de administração do CNJ, Luciano Oliva.

Teste #114

A seguir são apresentados quatro membros do IASB. Você seria capaz de fazer uma relação entre o nome e o país de origem?

1) Amaro Luiz de Oliveira Gomes
2) Jan Engström
3) Tatsumi Yamada
4) Zhang Wei-Guo

a) Brasil
b) China
c) Japão
d) Suécia

Resposta do Anterior: A margem de contribuição é negativa. Quanto maior o número de clientes, maior o prejuízo.

21 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #113

Um empresário estava com problemas no seu restaurante. Contratou um consultor que depois de analisar os números afirmou:

- O resultado da sua empresa ficaria melhor se você fechasse as portas.

Como isto é possível?

Resposta do Anterior: se de 1000 e 20 estavam pintados, isto significa dizer que os peixes com a tinta representam 2% do total da lagoa. Se 1000 peixes com tinta correspondem a 2% dos peixes da lagoa, o total de peixes é 50 mil.

Valor das baixas contábeis


(...) No entanto, conforme saliento no meu novo livro, intitulado "Kasino-Kapitalismus", pode tratar-se apenas de uma melhoria temporária e não um sinal de retoma permanente, pois a dimensão das perdas ocultas dos bancos nos seus balanços é provavelmente colossal. De acordo com as mais recentes estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o total de "write-offs" (amortizações totais - anulação de créditos no balanço de instituições financeiras, quando estes são considerados totalmente irrecuperáveis) sobre títulos de crédito nesta crise será de 4,05 biliões de dólares para os Estados Unidos, Japão, Zona Euro e Reino Unido, com os EUA a absorverem 2,7 biliões desse montante.

No entanto, segundo os meus cálculos, feitos com base nos dados da Bloomberg, apenas 1,12 biliões de dólares foram na verdade amortizados em todo o mundo até Fevereiro de 2009. Isto sugere que foram concretizadas apenas 25% das necessárias amortizações totais.

Para os Estados Unidos e para a Suíça, estas são notícias particularmente más, pois em ambos os países as amortizações já realizadas ascendem a algo entre 53% e 54% dos balanços agregados dos seus sistemas bancários nacionais, o que corresponde a 4,4% ou 15% do PIB, respectivamente. A Holanda, o Reino Unido e a Alemanha deveriam estar também preocupados, uma vez que são os países que se seguem no "ranking" das nações cujos sistemas bancários foram mais duramente afectados pela crise. As suas amortizações totais de créditos incobráveis ascendem a 2%, 4,2% e 2,8% do PIB, respectivamente, o que corresponde a 11%, 16% e 12% dos capitais próprios agregados dos seus sistemas bancários.

Estes números aterradores levam a duvidar da estabilidade do sistema financeiro ocidental e reduzem a quase nada todas as medidas tomadas, tais como os "bad banks" e as garantias governamentais, que tentam solucionar uma mera crise de liquidez. O principal problema do sistema bancário não se resume a um colapso temporário do mercado interbancário e a uma queda transitória do valor dos activos, que se podem superar se esperarmos tranquilamente pela retoma da economia. Em vez disso, o sistema bancário está à beira da insolvência, com uma perda permanente de recursos próprios.

Os preços dos títulos estruturados, tais como as obrigações com garantia multilateral, caíram porque se descobriu a fraude institucional de uma cadeia múltipla de titularizações. Os empréstimos concedidos a clientes NINJA (sigla para 'No Income, No Job and No Assets' - sem rendimentos, sem emprego e sem activos), que implicavam elevadas comissões aos corretores e que chegaram a ser titularizados e estruturados até 60 vezes não têm qualquer valor. E se o processo de estruturação criou 70% de títulos com notação AAA (da máxima confiança) a partir de empréstimos com notação B (qualificados como sendo "com solvência, mas com certo risco"), tem que ter havido falhas de fundo no processo de notação, que não desaparecerão com a simples recuperação da economia ou do mercado accionista.

Além disso, vai ainda registar-se um incumprimento dos pagamentos ao nível das dívidas dos cartões de crédito que foram titularizadas e dos empréstimos a empresas que estão a caminho a falência. Estes incumprimentos continuarão a privar o sistema bancário de capitais próprios, com poucas possibilidades de recuperação num futuro próximo.

As normas de contabilidade são suficientemente generosas para permitirem que os bancos continuem a camuflar as suas perdas, pelo menos por enquanto. Mas é só uma questão de tempo até os bancos serem obrigados a revelar a verdade. Assim, não vale a pena esperar por milagres. Esse erro foi cometido pelos japoneses, que tentaram em vão sair como puderam da crise e que acabaram por sofrer 18 anos de estagnação. (...)

A crise bancária chegou ao fim? - Hans Werner Sinn - Jornal de Negócios -20/7/2009 Grifo meu.

Normas internacionais e Futebol

Futebol: Normas de contabilidade não se adequam à realidade das sociedades anónimas desportivas
Agência Lusa - Serviço Desporto - 21/7/2009

Lisboa, 21 Jul (Lusa) - As normas de contabilidade adoptadas na Europa não se adequam à realidade do futebol, disse o presidente executivo da Associação Europeia de Ligas de Futebol (EPFL), Emanuel de Medeiros.

Em declarações à agência Lusa, Emanuel de Medeiros assinalou que, embora se apliquem normas internacionais de contabilidade, os modelos adoptados nos vários países não são em muitos casos uniformes e não se adequam à realidade do desporto profissional.

O presidente executivo da EPFL observou que os jogadores das escolas de formação dos clubes não têm valor contabilístico como activos, enquanto não se realizar uma transferência.

"Isto significa que uma sociedade anónima desportiva (SAD) pode ter activos de elevado valor potencial, mas, em virtude de não existirem regras contabilísticas adaptadas à realidade do futebol", não valorizam os activos da SAD, indicou.

Emanuel de Medeiros assinalou que a comissão de revisão do quadro legal desportivo, que funcionou há alguns anos no âmbito da Liga portuguesa de futebol, fez propostas para adaptar a contabilidade à especificidade do futebol, que não foram contempladas.

O presidente executivo da EPFL adiantou que a questão contabilística era na altura "extremamente grave e urgente", porque as SAD tinham capitais próprios insuficientes e incorriam nas normas do artigo 35.º do código das sociedades comerciais, que podiam implicar a sua dissolução.

Actualmente, as contas das três principais SAD de futebol revelam uma situação de insuficiência de capitais próprios (activo menos passivo), que são inferiores a metade do capital social no caso do FC Porto e do Benfica, e capitais próprios negativos, com um valor dos activos menor do que o passivo, no caso do Sporting.

Emanuel de Medeiros adiantou que o grupo de trabalho da Liga portuguesa, que coordenou, apresentou ao governo e outras entidades uma proposta de normas de contabilidade adaptadas à realidade do futebol, que "não singrou, com prejuízo para as SAD, que se vêem impossibilitadas de relevar na sua contabilidade aqueles activos".

Ecologia


Fonte: Aqui

Investimento

Se em julho de 1994 você colocasse 64,79 reais numa caderneta de poupança você teria no dia 1º de julho de 2009 o valor de R$426,75. Ou seja, uma rentabilidade de 558% no período. Parece muito, não?

Entretanto, o valor de R$64,79 correspondia ao salário mínimo de 1994. O valor hoje é de 465 reais. Isto significa dizer que o salário mínimo aumentou no período 8,9% acima do rendimento da poupança.

Mas o principal aumento está disfarçado: refere-se a redução que o trabalhador teve com a “perda monetária”. Este termo foi criado durante a correção integral de balanços e diz respeito ao reconhecimento dos efeitos da inflação sobre os chamados ativos monetários. Quanto menor a inflação, menor a perda monetária.

20 julho 2009

Rir é o melhor remédio

Uma das vantagens da Internet é a facilidade para guardar as bobagens do passado. Veja este dois exemplos. O primeiro uma reportagem mostrando como seria Michael Jackson no ano 2000.


A segunda imagem é uma propaganda com OJ Simpson; mostra como é perigoso usar celebridades para fazer propaganda.

Teste #112

Um contador foi contratado para avaliar uma lagoa em termos do seu potencial de pesca. O dono não sabia dizer quantos peixes tinha na lagoa e o valor da mesma depende desta avaliação. Para resolver este problema o contador precisou lançar a rede duas vezes.

Na primeira vez ele contou mil peixes. Depois de pescá-los, o contador marcou cada um deles com uma tinta especial, que não se dissolve em água, e os devolveu vivos para lagoa (nenhum peixe morreu com este procedimento).

Na segunda vez ele pescou mil peixes novamente. Destes peixes, vinte estavam pintados com a tinta especial. Quantos peixes existem na lagoa?

Adaptado de PAENZA, Adrián. Matemática ... Cadê você? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 160-161

Resposta do Anterior: 19%, pois se a moeda não é viciada, 50% responderiam sim e somente 19% diriam a verdade.

Iasb e Concessionárias

Novas normas de contabilidade causam dúvidas
O Globo - 20/7/2009
Felipe Frisch

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve colocar em audiência pública até o fim de setembro uma interpretação das normas contábeis internacionais para as concessionárias de serviços públicos. O objetivo é adequar as regras brasileiras às internacionais, que estão sendo padronizadas por meio do Comitê Internacional de Normas Contábeis (Iasb, na sigla em inglês). O Iasb é um grupo formado por membros de nove países que visam a unificar o formato das informações às Normas Internacionais de Contabilidade (IFRSs, em inglês).

O receio é que, pelo entendimento do Iasb, se boa parte da receita dessas companhias vem de ativos concedidos pelo poder público — que define tarifas e reajustes —, este ativo imobilizado não pode constar no balanço da companhia, pois seria do governo. Se a ideia prevalecer, boa parte dos ativos fixos de companhias elétricas, especialmente distribuidoras, sairá de seus balanços.

A CVM tem publicado diversas interpretações sobre as normas contábeis internacionais nos últimos meses, em conjunto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), grupo de seis entidades de contabilidade e do mercado de capitais. Entre elas está a BM&F Bovespa. O objetivo é que os novos entendimentos passem a valer já em 2010. A audiência pública aguardada agora tratará dos ativos fixos das prestadoras de serviços públicos, como empresas de energia, telefonia e concessionárias de rodovias.

Na semana passada, após uma reportagem do jornal “Valor Econômico” a respeito do assunto, as ações das empresas elétricas despencaram. Só na terça-feira, os papéis da Cesp caíram 5,37% e os da Light, 3,63%, figurando entre as maiores quedas dos principais papéis da Bolsa. Para especialistas, no entanto, ainda é muito cedo para saber o impacto que o novo formato contábil terá nas empresas, e mesmo se será positivo ou negativo, como afirma Júlia Costa, analista do setor elétrico da corretora Ágora.

Concessionárias e Normas Internacionais

Elétricas, rodovias e empresas telefônicas podem ser afetadas pelas novas normas de contabilidade
O Globo - 19/7/2009

RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve colocar em audiência pública até o fim de setembro uma interpretação das normas contábeis internacionais para as concessionárias de serviços públicos. O objetivo é adequar as regras brasileiras às internacionais, que estão sendo padronizadas por meio do Comitê Internacional de Normas Contábeis (Iasb, na sigla em inglês), como mostra reportagem de Felipe Frisch desta segunda. O Iasb é um grupo formado por membros de nove países que visam a unificar o formato das informações às Normas Internacionais de Contabilidade (IFRSs, em inglês).

O receio é que, pelo entendimento do Iasb, se boa parte da receita dessas companhias vem de ativos concedidos pelo poder público - que define tarifas e reajustes -, este ativo imobilizado não pode constar no balanço da companhia, pois seria do governo. Se a ideia prevalecer, boa parte dos ativos fixos de companhias elétricas, especialmente distribuidoras, sairá de seus balanços.

A CVM tem publicado diversas interpretações sobre as normas contábeis internacionais nos últimos meses, em conjunto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), grupo de seis entidades de contabilidade e do mercado de capitais. Entre elas está a BM&F Bovespa. O objetivo é que os novos entendimentos passem a valer já em 2010. A audiência pública aguardada agora tratará dos ativos fixos das prestadoras de serviços públicos, como empresas de energia, telefonia e concessionárias de rodovias.

Proposta do Iasb e a Dor de Cabeça do Ministro das Finanças

Segundo o Daily Yomiuri (Intl accounting review could endanger bonds, Hiroshi Arimitsu / Yomiuri Shimbun, 20/7/2009, 7) a proposta do Iasb em simplificar a contabilidade dos instrumentos financeiros pode trazer dor de cabeça para o Ministro das Finanças em razão do montante enorme de títulos governamentais.

Conforme postado aqui, o Iasb anunciou recentemente uma minuta de norma alterando a contabilidade dos instrumentos financeiros.

Segundo a notícia, o Vice Ministro das Finanças Yasutake Tango afirmou que

"It can't be ruled out that future changes in accounting standards might affect judgments by financial institutions on how much in government bonds they should hold.

"Though it's only at the proposal stage right now, the government needs to study this problem through dialogue with the market." Tango's comments suggest the ongoing IASB review of accounting standards of financial instruments could hurt private-sector government bond purchases.

A Eficiência do Mercado

A eficiência do mercado tem sido objeto de estudo da contabilidade desde que o trabalho de Fama foi publicado. Para este economista, o mercado seria mais ou menos eficiente em razão da reação a informação. Fama entendia que a contabilidade era uma das fontes de informação, embora não fosse a única.

As EMH (Hipóteses de Eficiência de Mercado) têm sido objeto de estudo pelos pesquisadores. Fama classificava suas hipoteses em tres grupos: fraca, semi-forte e forte. Um grupo extenso de pesquisas surgiu no sentido de classificar o mercado num destes grupos. Ou seja, verificar em situações específicas se o mercado agia de forma mais ou menos eficiente.

Neste texto irei comentar três aspectos da EMH: a crença atual, a suposição da correlação e a relação entre eficiência e previsão.

Crença Atual

Um artigo recente, analisado pelo blog Financial Rounds, concluiu, por exemplo, que existem evidências que o mercado de ações dos EUA são altamente ineficientes.

A questão da eficiência já era questionada com a expansão das finanças comportamentais. A constatação que as pessoas não são plenamente racionais abriu uma nova perspectiva em termos de tentar explicar como se comporta o mercado. Existia uma velha piada sobre dois pesquisadores que acreditam na EMH e que um deles, por acaso, encontra uma nota de 50 reais na calçada. Ele diz: “nao é uma nota de 50 dólares no chão?” O outro afirma: “Parece, mas se fosse alguém já teria passado e ficado com ela”.

A crise financeira aumentou o debate sobre a eficiência dos mercados. Diversos textos interessantes foram divulgados nos últimos dias tratando do assunto. Além da crise contribui o lançamento recente do livro The Myth of The Rational Market (de Justin Fox).

Robert Waldmann, em The REH vs the EMH, destaca que a eficiência do mercado não significa necessariamente a hipótese de expectativa racional (REH). Para Waldmann, a EMH não trata de comportamentos individuais ou assume que os investidores possuem, isoladamente, carteiras eficientes.

Ja Gillian Tett, no Financial Times (Credit crunch causes analysts to rethink rational market theory, 16 de junho de 2009, p. 17) cita uma pesquisa realizada entre os membros britânicos do CFA. Quando questionados se acreditam na eficiência do mercado dois terços responderam que já não acreditam que o preço do mercado reflete toda informação disponível. Além disto existe uma elevada discordância que o investidor é racional.

Esta mudança é mais significativa quando imagina que a eficiência do mercado é fundamental para pontos relevantes da contabilidade financeira, como a remuneração dos executivos. Isto naturalmente tem despertado o interesse pelas finanças comportamentais.

Esta conclusão dos estudo do Chartered Financial Analyst Institute também foi destacada por Tom Stevenson em Investors are finally seeing the nonsense in the efficient market theory (Daily Telegraph, 18 de junho de 2009).

Em EMH - The Dead Parrot of Finance, Neil Hume lembra que James Montier, do Soc Gen, deseja que a EMH seja banida da industria de investimento. Isto inclui CAPM, administração de risco entre outros.

A questão da Correlação

John Lounsbury - em The (In)Efficient Market Hypothesis - destaca um problema específico da EMH: questão da existência de correlação constante entre dois ativos no tempo. Lounsbury faz uma correlação entre o dólar e a SP 500 para os últimos 38 anos e encontrou o seguinte resultado:



Pode ser observado que a correlação entre os dois investimentos varia ao longo do tempo. Usando os dados do Banco Central para taxa de câmbio e variação do índice Bovespa fiz este cálculo para o Brasil. O resultado encontra-se abaixo:



A correlação da figura refere-se a variação diária para cada um dos anos. É possível perceber que a correlação entre estas duas variáveis muda com o passar do tempo. Isto significa dizer que a objeção de Lounsburry provavelmente também é válida para o Brasil.

EHM e Previsão
Uma questão que sempre incomodou as mentes mais críticas de finanças refere-se a relação entre a EHM e a bola de cristal. Lembro-me de um livro recomendado por meu mestre e orientador, Alexandre Assaf, que abordava este assunto. Trata-se de Modern Portfólio Theory, The Capital Asset Pricing Model & Arbitrage Princing Theory, de Diana Harrington. Harrington comenta a questão controversa de usar a teoria de finanças para fazer projeção.

Mais recentemente Timmermann e Granger (em Efficient Market Hypothesis and Forecasting) comentam a contradição: os modelos pressupõem um mercado eficiente, onde a existência do chamado lucro anormal não seria possível; mas os “práticos” usam para tentar obter este lucro.

Lei 11941

Sociedades anônimas também contempladas na Lei 11.941
Gazeta do Povo - 20/7/2009

É muito amplo o leque de abrangência do mesmo diploma legal que instituiu o novo “Refis” e, dentre as novidades, a partir do seu Art. 37 , trata de obrigações e faculdades para as sociedades anônimas. O objetivo é a publicidade dos registros contábeis, clareando-os para o participante de seu capital social e para a CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

O primeiro ponto é “light” trocando apenas a expressão “ativo permanente” por “ativo não circulante” doravante válida. Por que ? pela adoção da denominação internacional, agora oficializada (redação dada ao Art. 142, VIII da Lei 6404/76) se bem que algumas empresas já haviam adotado. Mas em seguida, ao mudar o Parágrafo 5º Do Art .176, mexe com as sociedades por ações principalmente as de capital fechado. Em matéria de “notas explicativas” que acompanham os números dos balanços anuais, a longa lista ora introduzida pretende deixar cristalina a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa. Já praticado pelas grandes companhias, destina-se também aos participantes das sociedades de capital fechado. Para exemplificar, devem ser indicados os critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, os critérios de cálculos de depreciação, amortização, provisões de encargos, riscos, perdas prováveis, investimentos em outras empresas, garantias, responsabilidades, taxas de juros das obrigações de longo prazo – e daí por diante, tornando efetivamente explicativas as notas sobre os resultados anuais.

Na sequência é modificado o Parágrafo 2º do Art. 177 da Lei das S/A, mandando que sejam observadas exclusivamente em livros ou registros auxiliares, as disposições tributárias “que prescrevam, conduzam, ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos, ajustes ou elaboração de outras demonstrações financeiras”. Assim deve separadamente ser feito “sem qualquer modificação da escrituração mercantil “e das demonstrações da própria lei das sociedades anônimas. Também serão observadas em registros distintos, eventuais exigências de legislação especial sobre atividade que constitua o objeto da empresa. Na linguagem das Gerencias de Contabilidade, se dirá que se trata de ajustes do “Lalur”. Seguem-se os comandos reescrevendo o óbvio em relação às companhias abertas quanto a obrigatoriedade de observar normas da CVM e se submeterem a exame de auditores independentes.

Há normas como as inseridas agora no Art. 243 Parágrafos 1º, 4º e 5º da regência das sociedades por ações, que consagram o que já vinha sendo praticado entre as “coligadas”. Mas como numerosos parlamentares apresentaram numerosos textos, resultou uma definição nebulosa para as coligadas que são “as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa”, a saber que essa influência existe quando a investidora tem poder de participar nas decisões das políticas financeiras ou operacionais da empresa em que investiu, mas sem controlar esta. A confusão prossegue ao instituir presunção de tal influência na hipótese da investidora deter 20% ou mais do capital votante da outra empresa, sem controlar esta. O controle é uma coisa, a influência é outra, mas , no fundo, o que influi é a influência... que pode acontecer sem o controle. Por que deixar a constatação ao sabor de interpretações a cada novo evento? O que antes se contratava entre partes, era mais claro do que o ora instituido. Também inseguro o procedimento contábil de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e passivo, em decorrência de avaliação “a valor justo”. Lembramos exemplo muito comum, quando a empresa seja titular de um precatório que, no encerramento do exercício, tem valor de mercado menor que o de face e que poderá ser negociado antes do vencimento: qual será o valor justo para efeitos de classificação como ajuste de avaliação patrimonial? Será o valor de mercado? Como comprová-lo? E as repercussões de balanço ?

Como sempre acontece, assim também sucedeu com a colcha de retalhos que era a Medida Provisória 449, agora convertida em Lei.

Geroldo Augusto Hauer – Jorge Mazeto

Treinamento para as Normas Internacionais

Um dos problemas da convergência internacional é ensinar as pessoas a contabilizar conforme as normas internacionais de contabilidade. Apesar do fundamento permanecer o mesmo – as normas não mudaram o débito e o crédito – algumas alterações podem ser relevantes no dia a dia do contador.

Jennifer Hughes, colunista do Financial Times, chama a atenção para este aspecto num texto de 22 de junho de 2009 (Gone are the days of preparing for a one-country career, Surveys FIT1, 02).

Um aspecto importante destacado por Hughes é que a convergência não está conduzindo um mesmo processo de ensino para todos os países. Enquanto em alguns países apreender contabilidade internacional irá ocorrer (está ocorrendo) nas universidades, em outros países isto ocorre na burocracia governamental.

Estas diferenças podem representar um problema para uma linguagem comum.

Lobby na Reforma Contábil Internacional

Segundo o Best´s Insurance News (Trade Associations Join to Lobby for Reform of Global Accounting Standards, 23/6/2009) um grupo de traders resolveram combinar forças para criar um grupo de lobby em fazer da reforma contábil internacional.

O problema dos fundos de Pensão

O fundo de aposentadoria dos funcionários é um problema que apresenta um risco mais elevado do que se pode supor a princípio. Recentemente Tony Jackson (Optimistic sums risk BA landing in a pensions hole, Financial Times, 22/6/2009, London Ed1, 16) informou o caso da British Airways. A empresa gerou um fluxo de caixa das operações de 133 milhões de libras e espera pagamentos para o fundo de pensão para o próximo ano de 320 milhões de libras.

Talvez o ponto crucial seja a questão da taxa de desconto. Considere, a título de exemplo numérico, um fundo com um passivo futuro de 50 milhões. O fundo possui ativos no valor de 25 milhões. A princípio existe uma diferença entre os ativos e passivos.

Mas o fluxo de pagamento do passivo ocorrerá no futuro. É necessário trazer para valor presente esta saída de caixa. Vamos admitir que o fundo vá efetuar pagamentos constantes nos próximos anos no valor de 2 milhões por ano (1).

Se a taxa de desconto usada for de 8% ao ano, podemos dizer que o valor presente do passivo será de 25 milhões, ou 2 milhões dividido por 8%. (2).

_

Considere que a taxa de desconto reduza para 7%. Esta alteração irá fazer com que o valor presente do fluxo aumente e passe a existir um desequilíbrio de 3,57 milhões [3]. Ou seja, um ambiente de menores taxas de juros aumenta as obrigações com os fundos para as empresas.

Mas não existe somente este fato. O cálculo do fluxo de caixa futuro está baseado numa serie de suposições, que inclui idade de aposentadoria e tempo de vida do aposentado, por exemplo. Considere, a título de exemplo, que a empresa assinou um compromisso com o sindicato em que os benefícios pagos irão aumentar 10%, para 2,2 milhões. Isto terá repercussão no passivo futuro da empresa, produzindo um déficit de 2,5 milhões no fundo [4].

O risco é de longo prazo, mas pode inviabilizar a empresa, da mesma forma que ocorreu com a General Motors. Nesta empresa, o valor do fluxo de caixa para os pensionistas tornou-se um problema estratégico.

No Brasil, este problema pode ser suficiente sério já que nossos gestores têm uma tendência a conceder benefícios com o chapéu dos outros.


[1] Na prática isto não é razoável, mas iremos adotar uma suposição simplista para facilitar a explicação
[2] Trata-se de um fluxo constante por um período longo de tempo. Podemos então supor que estamos diante de uma perpetuidade. Para descontar uma perpetuidade basta dividir o fluxo anual pela taxa
[3] 2 milhões dividido por 7% = 28,57 de passivo. A questão da taxa de desconto foi discutiva por Norma Cohen, em'Face up to true size of retirement obligations', Financial Times de 24/6/2009.
[4] 2,2 milhões dividio por 8% = 27,5 milhões de passivo.

A banca ganha

Um texto sobre a situação dos bancos com a crise. O título (A banca ganha) já informa a posição do autor. (Grifo meu).

¡La banca gana!
JOSÉ GARCÍA MONTALVO
El Mundo - 19/7/2009

La decisión del Banco de España sobre provisiones para las hipotecas de menor calidad hará subir el beneficio de la banca

«Que parezca un accidente» dicen los gangsters en las películas. En el manejo por parte del sector público de los problemas de la banca parece que el mandato es similar: «Que parezca que ellos se ganan los beneficios». Los problemas de grandes pérdidas de los bancos, y la subsecuente caída del colchón de capital, tenían varias posibles soluciones. La posibilidad adoptada inicialmente por la administración estadounidense pasaba por las inyecciones de capital público. Esta solución tuvo una gran contestación. La opinión pública se mostraba escandalizada por la socialización de las pérdidas cuando se habían privatizado los beneficios. Los bancos, por su parte, se mostraban molestos por las restricciones que dichas inyecciones de capital suponían para los bonus de los ejecutivos bancarios. ¿Cómo se podían evitar estas críticas? Pues muy sencillo: haciendo que los bancos mejoraran su balance a base de obtener grandes beneficios en lugar de inyecciones directas de fondos públicos. «Dejémosles que devuelvan la asistencia pública y que ganen muchos beneficios». «Pero que parezca que no tenemos nada que ver» es la consigna del gobierno Obama.

Después de los sorprendentemente grandes beneficios de los bancos durante el primer trimestre, los resultados del segundo trimestre son todavía mejores. Esta semana hemos sabido que Goldman Sachs ha ganado 3.440 millones de dólares en el segundo trimestre, un incremento del 65% respecto al año pasado y el más alto de sus 140 años de existencia. JPMorgan Chase no se ha quedado atrás anunciando unos beneficios de 2.700 millones. Pero, ¿de dónde salen tantos beneficios? Primero de los préstamos baratos que obtienen de la Reserva Federal y de las garantías que reciben del FDIC (el fondo de garantía de depósito de EE.UU.) para la emisión de deuda a bajos tipos. Además el salvamento de la aseguradora AIG ha beneficiado mucho a algunos grandes bancos como Goldman que han conseguido recuperar el 100%. Goldman también ha aumentado sus beneficios incrementando significativamente su riesgo en mercados de renta fija, materias primas y divisas, al viejo estilo. Lo peor es que el anunciado aumento de los bonus en Goldman como consecuencia de estos beneficios, incitará a otros grandes bancos a volver a la ruleta. Recordemos que son demasiado grandes para quebrar.En el caso de la banca comercial los beneficios tienen además otras fuentes. Los bajos tipos de interés, cortesía de la Reserva Federal, han provocado una ola de refinanciaciones de créditos hipotecarios. Y como la diferencia entre el coste de la financiación y el tipo que se carga a los clientes ha aumentado significativamente, estas operaciones son una fuente enorme de beneficios. Además las modificaciones de préstamos hipotecarios aportan 1.000 dólares por unidad, más la subvención de intereses, gentileza del programa «Making Home Affordable» del gobierno Obama. Los bancos ganan incluso cuando tienen que pagar por el soporte obtenido, como en el caso de los famosos warrants sobre acciones que recibió el gobierno norteamericano de los bancos el pasado otoño. En lugar de maximizar el beneficio para los contribuyentes, el Gobierno de Obama ha decidido minimizar el coste para las entidades financieras. El precio pagado por los bancos por recomprar esos warrants puede ser hasta 7 veces menor que su valor de mercado. Justamente Goldman y JPMorgan están ahora negociando la recompra de los warrants sobre sus acciones.

Y luego, por supuesto, tenemos los agresivos cambios contables. La eliminación de la contabilización de los activos tóxicos por su valor de mercado ha permitido reducir estas pérdidas hasta el punto de que, según algunas estimaciones, los beneficios de los grandes bancos serían la mitad sin la aportación de la contabilidad del «póngase el valor contable que quiera». Por último, la reducción en las reservas por futuras pérdidas derivadas de las modificaciones de préstamos hipotecarios proporciona un empujón adicional a sus beneficios. En la misma línea, el Banco de España ha decidido esta semana reinterpretar la normativa sobre provisiones para las hipotecas de menor calidad, lo que redundará en un aumento de los beneficios de los bancos. Cuantos más beneficios, menos FROB, parece pensar el Banco de España. Y cuanto menos FROB, más parece un accidente.

José García Montalvo es catedrático de Economía en la Universitat Pompeu Fabra.

19 julho 2009

Os mitos e a Crise

O jornal El País apresenta hoje um interessante texto sobre os 14 mitos que foram derrotados pela crise (14 mitos caídos tras dos años de crisis, Íñigo de Barrón, A (Andalucía), p. 26).

Aqui um extrato do que interessa para a contabilidade:

- Más mercado y menos Estado. (...)

- La supervisión escasa impulsa al mercado libre. (...)

- Los banqueros son profesionales de prestigio y deben tener salarios elevados. (...)

- El que la hace, la paga. (...)

- La banca comercial es aburrida. (...)

- Los grandes mercados están supervisados y regulados.

- El mercado es eficiente y pone precio a los activos. Este largo ciclo de crecimiento alentó la creencia de que el mercado siempre da precio a los activos. En mitad de esa carrera alcista, los bancos norteamericanos insistieron en la utilización del mark to market, es decir, que los activos se valoren a precio de mercado, recogido en las Normas Internacionales de Contabilidad (NIC). El resultado fue que los activos se hincharon en paralelo a la burbuja. Esta filosofía también está en la reforma internacional de Basilea II. Ambas están en profunda revisión.

Ahora, la banca norteamericana y británica ha conseguido que el supervisor elimine la valoración de mercado para no castigar sus cuentas, en un movimiento que algunos consideran "maquillaje" y que puede favorecer otra burbuja futura. Sin embargo, la UE ha suavizado la normativa, pero la mantiene. Los expertos piden utilizar otros modelos, pero con transparencia. "Sobre Basilea II hemos aprendido que los propios bancos no pueden decidir el riesgo crediticio y por lo tanto las reservas usando sus propios modelos", dice Garicano.

- No hay que preocuparse de la liquidez, casi es ilimitada. (...)

- No hay ciclos en la economía.

- Los bancos, cuanto más grandes, más seguros.

- Con la globalización, no importa donde esté la sede social. (...)

- Estamos a salvo con las nuevas normas: las NIC y Basilea II. Poco ha durado el prestigio de ambas normativas. Están en revisión completa para reforzar cuatro aspectos: las provisiones, que deberán hacerse en momentos de bonanza aunque no haya morosidad (el modelo español); el capital, que deberá aumentar, sobre todo si hay operaciones de riesgo; el principio de consolidación dentro del balance de todos los productos (para evitar la venta de subprime a terceros) y vigilancia de la liquidez, que apenas se tenía en cuenta.

- Las agencias de 'rating' y los auditores vigilan. El oligopolio de las tres grandes agencias de calificación financiera, Moody's, Standard&Poo's y Fitich ha fracasado y se prepara una profunda revisión. Han demostrado no tener sistemas fiables para medir los créditos basados en activos basura. Los auditores también han sido criticados por mezclar sus servicios con los de consultoría. "No aprendieron de la crisis de Enron", dicen en AFI. Tornabell, de Esade, cree que no pueden cobrar de los clientes a los que tienen que juzgar. Fernández, del IESE, cree que hay empresas que consideran que los auditores no te pueden criticar porque les estás pagando.

- Los 'hedge funds' y los productos sofisticados dinamizan la economía. La titulización de activos (que es una forma de empaquetar y revender productos), los derivados y los hedge funds fueron los protagonistas de la época dorada. Ahora se les considera responsables de buena parte de la burbuja y del sobreendeudamiento. Warren Buffet advirtió de que "los derivados son verdaderas armas de destrucción masiva". De Guindos opone que "el origen de la burbuja de liquidez no son tanto los derivados como el mantenimiento de los tipos de la FED en niveles muy bajos durante mucho tiempo".


Sobre a eficiência do mercado, estarei postando amanhã um texto sobre o assunto.

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

P/L de diferentes países


O índice P/L é usado em análise de balanço. Sua análise seria algo como "em quanto tempo seria o retorno, em anos, do investimento numa ação".

Fonte: Aqui

18 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Diversificação

Diversificação de portfólio fracassa e força investidor a rever conceitos
Tom Lauricella, The Wall Street Journal
13/7/2009 - The Wall Street Journal Americas

Diante de um grupo de colegas do ramo de consultoria financeira, Carl Mahler expressou recentemente sua frustração com a descoberta de que um dos dogmas do mundo dos investimentos estava errado.

"Oi. Meu nome é Carl, e sou um alocador de ativos em recuperação", brincou Mahler, consultor da administradora de recursos americana Raymond James Financial.

A alocação de ativos, há décadas um dos fundamentos do mundo dos investimentos, foi um fracasso total em 2008. A crença compartilhada pela maioria dos investidores — de que eles devem distribuir seus recursos numa miríade de ativos diferentes para minimizar as perdas — foi abalada quando praticamente todos os mercados desabaram em uníssono.

A crise financeira empurrou vários consultores financeiros, acadêmicos e investidores de volta à estaca zero em termos de estratégias de aplicação. Mahler disse ao grupo que foi obrigado a reescrever as regras que seguiu durante a maior parte de seus 41 anos de experiência no mercado. "A alocação de ativos não funcionou", diz ele. "Foi tudo para o buraco."

Muitos investidores saíram da carnificina acreditando que o ano passado foi apenas uma anomalia — e que, em tempo de turbulência grave como a ocorrida em 2008, mercados díspares desabam em conjunto quando os investidores correm para vender tudo que têm para aumentar a liquidez das aplicações.

Mas alguns investidores e analistas influentes, de gestores de fundos gigantescos como a Pacific Investment Management Co., ou Pimco, a pequenos fundos de universidades, argumentam que os fundamentos das estratégias de alocação de ativos estão errados. Não foi um fracasso anômalo, dizem eles, mas algo que está em desenvolvimento há muito tempo.

"Temos visto cada vez mais um colapso" dos relacionamentos pressupostos entre as classes de ativos, diz Mohamed El-Erian, um dos diretores de investimentos da Pimco. "E já era assim bem antes da última fase dos mercados, que acentuou os problemas."

Investidores como El-Erian admitem que os problemas os obrigaram a repensar esses relacionamentos, para levar em conta como as amplas mudanças na economia mundial e as inovações financeiras mudaram a maneira como as pessoas investem.

Nem todo mundo concorda que as práticas de alocação de ativos tenham falhas. A Fidelity Investments enviou mês passado um relatório aos clientes em que defendeu a estratégia. "A diversificação não fracassou durante a última baixa do mercado. Ela funcionou — apenas num grau menor", afirma o relatório.

Superficialmente, a diversificação é um conceito simples: combine investimentos que não sobem ou descem ao mesmo tempo, ou que pelo menos são separados em algum grau. O objetivo é suavizar as oscilações dos retornos, protegendo as carteiras contra perdas pesadas em investimentos individuais e mantendo os investidores no lucro quando algum rincão do mercado apresentar ganhos extraordinários.

A ciência da alocação de ativos surgiu nos anos 50, quando economistas como Harry Markowitz, que depois seria agraciado com o Prêmio Nobel por seu trabalho, desenvolveram modelos matemáticos que apontavam meios de incrementar as carteiras de investimento.

Desde então alocar ativos ficou entranhado em praticamente todos os cantos de Wall Street. Para corretores, mexer na alocação ajudava a justificar a cobrança de comissões fixas dos clientes ano após ano. Os consultores de fundos de pensão erigiram um negócio lucrativo de seleção de gestores de patrimônio.

Para as administradoras de fundos, a alocação de ativos representou a base de seu mantra de comprar e esperar, pois justificava a manutenção de suas aplicações. Elas expandiram seus negócios para além das ações mais manjadas e rumo a fundos com tarifas de gestão maiores. Os fundos de ciclo de vida se tornaram a base da maioria dos planos de aposentadoria privada dos Estados Unidos.

Mas enquanto Wall Street promovia a diversificação como a alma do negócio, qualquer pessoa que estudasse a fundo os números por trás das fórmulas sofisticadas descobriria nos últimos anos que o relacionamento entre as classes de ativos estava mudando. Investimentos que deveriam ter pouca ou nenhuma conexão, como bolsas localizadas em lados opostos do mundo, começaram a se movimentar no mesmo sentido. Os benefícios da alocação de ativos começaram a desaparecer.

A correlação é uma medida estatística do nível em que os retornos dos investimentos se movem juntos. Em 1994, a correlação entre o índice de 500 ações da Standard & Poor's e os títulos de dívida de alto rendimento era baixa, de 0,2 ou 0,3, segundo estatísticas da Pimco. (Uma correlação de 1 indica que os retornos se movem em perfeita sincronia.) As ações de fora dos EUA tinham uma correlação com o S&P 500 de 0,3 ou 0,4, e para os fundos de investimento imobiliário ela era de 0,3, segundo dados da Pimco. As commodities não tinham nenhuma correlação com as ações.

No início de 2008, praticamente todas as classes de aplicação se moviam muito mais em sincronia com o S&P 500. A correlação das bolsas internacionais e dos títulos de alto risco subiu para 0,7 ou 0,8, e a dos fundos de investimento imobiliário para 0,6 ou 0,7. A essa altura, as commodities tinham uma correlação negativa — os retornos moviam-se no sentido oposto — de 0,2 ou 0,3, segundo os dados da Pimco.

Aí veio o colapso de 2008.

Num ano em que o S&P 500 perdeu 37%, o índice MSCI das maiores bolsas da Europa, Ásia e Austrália caiu 45%. O índice MSCI de mercados emergentes caiu 55%. Os fundos de investimento imobiliário tiveram declínio de 37%, os títulos de alto risco caíram 26% e as commodities caíram 37%.

Na Pimco, o diretor de análise da firma, Vineer Bhansali, aponta para as commodities como um exemplo de como as estratégias de diversificação podem desmoronar. Até mesmo quando as bolsas e o mercado de renda fixa começavam a cair, no início de 2008, as cotações da commodities caminhavam para uma alta histórica. As firmas de Wall Street divulgavam análises mostrando a falta de correlação entre ações e commodities.

Mas essa explicação não levou em consideração um elemento importante. Antes desta década, investir em commodities era um processo difícil, devido à grande complexidade do mercado futuro. Com o advento dos fundos negociados em bolsa, ou ETF na sigla em inglês, ficou fácil comprar e vender commodities com um simples clique do mouse. Em meados de 2008 os investidores de ETF tinham aplicado bilhões em commodities em poucos meses.

Quando a crise financeira piorou e bolsas e títulos desmoronaram, os investidores de ETF descobriram que também era fácil desovar as commodities. O resultado foi a queda de 37% em 2008 no Índice de Commodities Dow Jones AIG. "Quando todo mundo começa a comprar um ativo, o simples ato de diversificar a carteira torna o ativo em questão menos diversificador", diz Bhansali, da Pimco.

17 julho 2009

Rir é o melhor remédio

Links

Em Finanças Comportamentais:

Palavra usadas para descrever um vinho caro são diferentes das usadas para descrever um vinho barato

Finanças comportamentais: Palavras e vinhos caros

A razão pela qual o governo faz uma previsão pontual e não intervalar

A ciência do beijo

Guerra Religiosa na Contabilidade

Nos últimos dois anos a contabilidade envolveu-se em uma guerra religiosa. De um lado estão aqueles que querem empréstimos, títulos e outros ativos financeiros sejam apresentados a preços de mercado. De outro lado estão os gerentes, apoiado por muitos políticos e reguladores, que prefeririam que os ativos sejam escriturados pelo custo amortizado e apenas baixar quando as perdas são prováveis.


Divine intervention - Accounting rules for financial firms are a mess. New proposals go some way to cleaning them up - The Economist - 16/7/2009

As duas possibilidades possuem problemas. A marcação a mercado tem sido acusada de obrigar a baixas exageradas que levou a uma situação de insolvência as instituições financeiras. O segundo lado é acusado de usar a regra antes da crise, mas não na crise.

Para complicar as normas permitem que diferentes empresas possam ter ativos idênticos por preços diferentes. E reconhecer a perda de forma diferente.

Para a The Economist,

O resultado ainda é uma bobagem, mas um tipo superior de lorota. Com alguns ajustes, deve entregar o que ambos os lados querem: contabilidade que não agrava o ciclo econômico, mas que ainda permite aos investidores usar ativos a "preços de mercado".


Para resolver a perda de autonomia que os reguladores tiveram recentemente, o texto recomenda a continuidade do processo de fusão das normas internacionais, restaurando a confiança, impedindo que normas nacionais se sobreponham e reduzindo o lobby nacional. Encerra o texto com,

Investors need not trust in God, but they must be able to trust accounts.

As novas normas do Iasb, segundo a The Economist

Em Marks and sparks - Accountants draw up new rules for financial firms a revista The Economist de 16 de julho de 2009 comenta a recente proposta de alteração da contabilidade pelo Iasb. O texto inicia lembrando que reescrever leis com pressa nunca é uma boa idéia, embora seja isto que o International Accounting Standards Board (IASB) esteja fazendo.

Apesar do aspecto desagradável da pressão política para mudar as regras, a revista reconhece que a mudança é necessária: as regras atuais são confusas, com exceções, mistura de mensuração e maneiras diferentes de reconhecer perdas. Ou seja, o resultado é a falta de comparabilidade.

O sistema proposto admite somente dois tipos de mensuração. Para a The Economist o sistema proposto é muito mais simples do que o existente. Mas, conforme um executivo da área financeira, a fronteira entre os dois tipos de ativos é muito tênue. Mas isto é inevitável, segundo a revista.

Muito provavelmente a proporção de ativos avaliados pelo valor justo deve reduzir. Mas qualquer outra coisa seria passível de pressão por parte dos governos europeus, lembra o texto.

Custo do Apagão

Apagão de energia elétrica custou ao país R$ 45 bilhões, conclui TCU

O apagão de energia elétrica, ocorrido entre 2001 e 2002, custou R$ 45,2 bilhões. A conclusão e do Tribunal de Contas de União (TCU) que divulgou, ontem, um relatório sobre os efeitos daquela crise nas empresas, no governo e para os consumidores.

Segundo o TCU, a maior parte do prejuízo foi paga pelos contribuintes. Os consumidores pagaram 60% do prejuízo do apagão de energia por meio de aumentos nas contas, o chamado repasse tarifário. Esse percentual equivale a R$ 27,12 bilhões.
O restante foi custeado pelo Tesouro Nacional, o que também onerou os contribuintes.

O relatório lembra que o Tesouro fez aportes em diversas companhias através do BNDES e pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) - empresa criada durante a crise para administrar o valor do "seguro apagão", quantia cobrada dos consumidores para fazer frente a eventuais dificuldades no setor. O tribunal verificou ainda que os R$ 45,2 bilhões permitiriam a construção de seis usinas como a hidrelétrica de Jirau, que será erguida no rio Madeira.

"A população brasileira sofreu com o racionamento de energia", disse o ministro Walton Alencar Rodrigues, relator do processo no TCU. Ele lembrou que a atividade econômica teve uma redução no período do apagão. A taxa de crescimento da economia caiu de 4,3%, em 2000, para 1,3%, em 2001. "Com ela adveio problemas como desemprego, redução da competitividade do produto nacional, diminuição do ritmo arrecadatório, entre outros", afirmou o ministro.

O relatório contém recomendações para evitar que ocorram apagões no futuro. Para Rodrigues, o governo deveria aumentar o orçamento da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável por fiscalizar as empresas do setor. "Cabe a essa importante agencia regular e fiscalizar esse mercado que movimenta anualmente cerca de R$ 90 bilhões somente em compra e venda de energia elétrica", advertiu. No entanto, a Aneel obteve orçamento de apenas R$ 365 milhões para 2008, dos quais R$ 150 milhões foram gastos, pois o restante foi contingenciado (retido) pelo governo para outras atividades.

O TCU recomendou a Casa Civil que faca uma analise geral das condições de trabalho no Ministério das Minas e Energia (MME), na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e na Aneel. O objetivo e verificar se esses órgãos possuem estrutura organizacional, física e de pessoal adequadas para fiscalizar o setor. Segundo o tribunal, a Casa Civil deve promover "melhoramentos, se for o caso, de forma a mitigar os riscos futuros de uma crise energética".

As recomendações serão enviadas a ministra Dilma Rousseff, que ocupou o comando do MME durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2005. O ministro Jose Jorge, hoje, no TCU foi, durante a crise, titular da pasta de Minas e Energia. Ele participou do julgamento e endossou o voto a favor dos alertas a Casa Civil. 2009 NoticiasFinancieras - Valor Econômico


Esta é um bom exemplo no estudo da tempestividade da informação financeira. Ou da falta de tempestividade.

Teste #111

Uma pesquisa estava tentando determinar quantos contadores já tinham realizado algum tipo de fraude contábil. Para isto utilizou-se o procedimento metodológico adequado para ter esta resposta (PAENZA, Adrián. Matemática ... Cadê você? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 156-159): cada entrevista entra numa "cabine cega" e joga uma moeda. Se sair cara, ele irá responder "sim" seja qual for a resposta verdadeira. Se cair coroa, deve responde a verdade. O número de participantes foi muito grande e no final 59% responderam sim, que já participaram de alguma fraude contábil. Com base na metodologia, qual o percentual que o pesquisador deve considerar na sua pesquisa?

Resposta do Anterior: Mateus = Hierapolis/Etiopia; Lay = Snowmass; Buchwald = Washington

Custo de Estacionar


Fonte: The Economist via Carpie Diem

Custo e Eficiência no Transporte

É sempre interessante analisar a eficiência e o custo dos diferentes meios de transporte. As figuras a seguir foram retiradas de um sítio da internet e convertidas para km/l usando um outro endereço de conversão.

A primeira figura refere-se a base para os cálculos. Assim, partiu-se da suposição que um avião teria 175 passageiros, por exemplo. Estas suposições são, em alguns casos, irrealistas pois em geral uma aeronave descola com cerca de 70% dos assentos ocupados. (Como cheguei a este dado? As empresas aéreas informam que o ponto de equilíbrio é em torno de 60%.) Uma SUV dificilmente transporte cinco passageiros.



A segunda ilustração apresenta o consumo médio por litro. Este valor pode sofrer variações pela condições do trânsito, manutenção, comportamento do motorista, entre outros fatores. Mas é interessante notar que por este critério a Scooter é o veículo mais eficiente.



A terceira figura parte de uma viagem de 800 quilômetros. O menor custo é novamente da Scooter. Mas a diferença com o carro híbrido não é muito significativa.



A quarta figura é uma derivação da anterior, mas as informações estão em custo por quilômetro. Como o tamanho da viagem é o mesmo para todos os tipos de veículos, a ordem não se alterou.



Finalmente, a quinta figura é controversa, pois mostra o consumo por passageiro. A suposição do número de passageiros termina por penalizar a Scooter.

16 julho 2009

O valor da mudança

As mudanças contábeis realizadas em 2008 permitiram uma melhoria nos resultados das instituições financeiras. O texto a seguir apresenta uma mensuração do valor destas mudanças. Grifo meu.

Las financieras elevan su patrimonio por la nueva normativa
Expansión - 16/7/2009

El patrimonio neto de un centenar de entidades financieras europeas mejoró en 28.000 millones de euros en 2008 gracias a los cambios que aplicaron tras la revisión de varias normas de contabilidad internacional, según un estudio del Comité Europeo de Reguladores (CESR) publicado ayer por la Comisión Nacional del Mercado de Valores.

De acuerdo con este informe, la flexibilización de las normas de contabilidad NIC 39 y NIIF 7 -que se refieren fundamentalmente a la valoración de instrumentos financieros derivados-, el pasado mes de octubre, permitió al centenar de entidades estudiadas -22 de las cuales cotizan en el FTSE Eurotop 100- mejorar el valor de sus activos, ya que el 61% de éstas -porcentaje que supone el 79% del total de los activos en balance- los reclasificó en las cuentas de cierre de 2008.

Información inadecuada

La declaración del CESR muestra también que gran parte de las 100 compañías analizadas -74 bancos, 14 compañías aseguradoras y 8 compañías financieras- no ha hecho pública de forma adecuada toda la información adicional exigida por la norma tras su modificación. En este sentido, subraya la importancia para los usuarios de los estados financieros de hacer públicas las informaciones que la modificación normativa emitida en octubre requería. Según explica, hubiera sido de esperar que las firmas que se han beneficiado de la mayor flexibilidad ofreciesen esta información. CESR publicará a finales de 2009 otro informe en el que analizará el futuro desarrollo de los instrumentos financieros y normas contables.

Bancos e Valor justo

Regras contábeis: Nova proposta quer melhorar transparência, mas deve aumentar volatilidade de ganhos

Por Jennifer Hughes, Financial Times, de Londres - Valor Online (15/07/2009)

Uma mudança radical na maneira como os bancos e seguradoras divulgam o valor dos instrumentos financeiros está sendo proposta por formuladores de regras contábeis internacionais, numa tentativa ousada de resolver uma grande disputa que está no centro dos esforços para impedir a repetição de uma crise de crédito.
International Accounting Standard Board (IASB) está propondo um princípio simples para quando os bancos e seguradores devem avaliar um investimento financeiro como posição de longo prazo, e quando ele deve ser avaliado como posição de negócio. Pelas propostas, mais investimentos serão informados aos valores correntes de mercado, uma mudança que poderá melhorar a transparência das contas, mas aumentar a volatilidade dos ganhos.

Sob as regras propostas pelo IASB, se um investimento de um banco produzir um fluxo de caixa previsível, como um bônus do governo, ele poderá ser avaliado na contabilidade usando-se um mecanismo que elimina as flutuações do mercado. Se o fluxo de caixa do investimento for imprevisível, como é o caso de alguns derivativos, ele deverá ser avaliado aos valores correntes de mercado.
As propostas são uma resposta ao esforço transatlântico para diluir a contabilidade do "valor justo", avaliando os ativos aos níveis do mercado. Alguns bancos e formuladores de políticas acreditam que o "valor justo" cria uma volatilidade desnecessária nos lucros, contribuindo para uma perda da confiança dos investidores no auge de uma crise de crédito, quando a queda dos preços dos ativos atinge os balanços.

As novas regras mudam essa discussão ao conceder aos bancos mais liberdade na maneira como eles informam seus ativos, mas enfatizam os princípios do uso dos preços de mercado onde possível. Todavia, elas deverão forçar bancos e seguradoras a reavaliarem completamente a maneira como eles divulgam seus portfólios de investimentos.

Por exemplo, uma carteira de títulos do Tesouro dos Estados Unidos - entre os ativos de maior liquidez do mundo - pode ser classificada como instrumento de negociação e seria informada pelo valor justo, como é hoje. Mas um banco ou seguradora que tivesse esses mesmos bônus como investimentos de longo prazo poderiam optar por informar essa parte de sua carteira ao "custo amortizado", um processo que remove a volatilidade do mercado dos valores informados. "As propostas reconhecem que os bancos administram seus portfólios de maneiras diferentes e esse é um grande passo na direção certa", afirma Pauline Wallace, sócia da PwC. "Esta é uma área fundamental da contabilidade e precisamos fazer isso direito".


Fonte: Aqui

Continua a Convergência

Processo de convergência contábil será mantido
Graziella Valenti - Valor Econômico - 15/7/2009

O cronograma anunciado ontem pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb) para revisão das regras de instrumentos financeiros não afetará o processo de convergência contábil para o IFRS no Brasil. Eliseu Martins, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reiterou que será mantido o plano original de emissão das normas neste ano, para adoção completa em 2010.

As mudanças anunciadas pelo Iasb ontem são de adoção obrigatória apenas em 2012. Há opção de seguir as novas diretrizes voluntariamente no balanço de 2009. Os trabalhos do comitê internacional são divididos em três fases. Apenas a primeira foi concluída e anunciada junto com o cronograma ontem. O processo das mudanças só estará finalizado em 2010.

No Brasil, por enquanto, as companhias continuarão seguindo a regra antiga (ainda válida) do IFRS para instrumentos financeiros. A convergência foi dividida em duas fases aqui - uma parte emitida e aplicada em 2008 e outra divulgada neste ano, para uso em 2010.

"A CVM poderá estudar a antecipação sugerida pelo Iasb somente se na consulta pública dessa próxima fase houver solicitação nesse sentido", disse Eliseu. Caso contrário, será feito tudo de acordo com a norma antiga e então a CVM estudará as mudanças para 2012 - quando serão obrigatórias.

O Brasil entrou na rota oficial do IFRS em 2008. No total, são necessárias 49 normas para completar esse esforço. Dessas, 20 já foram emitidas, 15 estão ou já saíram de consulta pública e 14 estão em fase de elaboração, sendo que cinco devem sair nos próximos dias.

Atualmente, antes de serem contabilizados, os instrumentos financeiros, com exceção de derivativos e hedge, devem ser classificados entre três tipos: os títulos que serão carregados até o vencimento, os disponíveis para venda e aqueles da tesouraria. Para cada classe, havia regras específicas.

Alexsandro Broedel, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP (Fipecafi), explicou que, com a mudança do Iasb, só haverá dois tipos de classificação: títulos com características de empréstimos, contabilizados pelo custo de amortização e aplicações de capital, como ações, que serão registradas pelo valor justo.

15 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Teste #110

No teste anterior a associação foi entre local de nascimento e figura contábil. Agora é local da morte e a figura contábil.

a) Hierapolis, na Turquia, ou Etiópia
b) Snowmass, Colorado
c) Washington, DC

1) Arthur Buchwald (1925 – 2007), brigou com a Paromount sobre o lucro do filme Coming to America
2) Kenneth Lee "Ken" Lay (April 15, 1942 – July 5, 2006), ex-executivo da Enron
3) Mateus, cobrador de impostos, padroeiro dos contadores


Resposta do Anterior: Harran = Taymiyyah; Borgo = Paccioli; Florença = Medici; Tus = al-Ghazālī

Valor justo e Iasb

O Iasb está propondo uma nova maneira de encarar a questão do valor justo. Se um investimento financeiro for de longo prazo, com fluxos previsíveis, deve ser mensurado sem a influencia do mercado. Se o fluxo for imprevisível, como é o caso de certos derivativos, a mensuração seria pelo valor de mercado.

Isto seria uma tentativa de resolver o tratamento do valor justo em situações de volatilidade, segundo o Financial Times.

Esta é ainda uma proposta - que o Iasb chama de draft - com a finalidade de reduzir a complexidade e tornar a contabilidade mais compreensível para os usuários, segundo o Iasb.

O Financial Times publicou um gráfico explicativo das duas opções (em lugar das quatro existentes hoje):



A proposta recebeu elogios de Norris, colunista do NY Times de contabilidade, pela sua simplicidade.

Modelos de Precificação

Mais um problema para os modelos de precificação:

Os modelos de precificação de ativos, entre eles o CAPM, são largamente usados e ensinados. Entretanto, suas hipóteses restritivas são perigosas. Uma recente conclusão questiona ainda mais os valores obtidos por estes modelos. Em Asset Class Correlations Increase In Bad Times informa-se que a correlação entre ativos muda com o passar do tempo. Mais ainda, que a correlação, medida estatística entre dois ativos, aumenta com os problemas do mercado.

A questão é que os modelos são implantados usando dados históricos de covariâncias. Ou seja, o passado é usado para tomar as decisões nos dias de hoje. Apesar de alguns modelos permitirem ajustes nos dados históricos, a realidade é que os dados passados são relevantes.

Contadores e Sentimentos

Comentei anteriormente sobre o livro Idéias que Colam, de Chip Heath e Dan Heath. No capítulo 5 o livro fala de Sentimentos. E começa com uma pesquisa realizada para verificar qual a melhor forma de uma entidade sem fins lucrativos abordar as pessoas. Uma pesquisa de 2004, da Universidade Carnegie Mellon testaram duas carta de solicitação para a entidade Save the Children.

A primeira correspondência apresenta números reais da fome no Malaui, a seca na Zâmbia, o êxodo em Angola e a falta de alimentos na Etiópia. A segunda versão apresenta a seguinte informação:

Qualquer quantia que você doar será revertida para Rokia, uma menina de 7 anos, do Mali, na África. Rokia é extremamente pobre e está ameaçada a passar fome ou até mesmo morrer de fome. Contamos com usa colaboração financeira para poder mudar a vida dessa menina para melhor. Com seu apoio, e a caridade de outros padrinhos, a Save the Children trabalhará junto à família da Rokia e outros membros da comunidade para ajudar a alimentá-la e educá-la, e fornecer assistência média básica e noções de higiene.

Ou seja, a primeira solicitação era muito objetiva, mas genérica. A segunda comentava um caso real. A resposta da primeira carta foi uma contribuição média de 1,14 dólares. Já as pessoas que leram a carta sobre Rokia contribuíram com 2,38 dólares em média.

Os pesquisadores acreditavam que as doações menores para a carta de estatística poderiam ser resultado do que chamam de "efeito gota no oceano".

Continuando a pesquisa, foi elaborada uma terceira carta, com ambas as informações. O objetivo era saber se a combinação de informações genéricas com um caso específico era mais favorável numa campanha de doação. Esta terceira carta gerou uma média de 1,43 dólares por pessoa, muito abaixo da média obtida com a segunda carta. O livro apresenta uma conclusão interessante:

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que pensar sobre estatísticas leva as pessoas a um tipo de pensamento mais analítico. Quanto as pessoas pensam de forma analítica, elas estão menos propensas a pensar emocionalmente. E os pesquisadores acreditavam que foi a reação emocional ao apelo de Rokia que levou as pessoas à ação.

Para confirmar isto, foi realizado um segundo estudo. Para um grupo de pessoas foram feitas perguntas analíticas (perguntas de física, por exemplo) e para um segundo grupo questões de sentimentos ("escreva uma palavra que expresse o sentimento ao ouvir a palavra bebê"). Depois desta fase, ambos os grupos receberam a carta de Rokia. A média do primeiro grupo, com perguntas analíticas, foi de 1,26 dólares. A média do segundo foi de 2,34 dólares.

Os resultados são chocantes. O simples ato de fazer um cálculo reduziu a propensão à doação. Quando colocamos o chapéu analítico, reagimos de forma diferente aos apelos emocionais. Criamos uma barreira à nossa capacidade de sentir. (p. 149, grifo dos autores)

Podemos então afirmar que o contador não possui sentimento?

Número manipulado

Um texto do Wall Street Journal (Currents -- The Numbers Guy: Spun: The Off-the-Wall Accounting of Record Sales --- Confusion Over Songs vs. Albums, Scant Historical Data Amplify Tallies for Michael Jackson and Other Pop Superstars, Carl Bialik, 15/7/2009) mostra a manipulação de números num setor interessante: a venda de albuns de artistas populares. Um caso típico ocorreu com Michael Jackson. Por muito anos divulgou-se que o cantor tinha vendido ao longo de sua carreira 200 milhões de albuns.

Mas em 2006 começavam a circular um novo número: 750 milhões. Mais de três vezes o valor original. E este número tem sido consistentemente usado (afinal, uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade).

Um dos problemas é o número de vendas em países onde não existe uma contagem confiável. O problema não é exclusivo de Jackson. As vendas de 1 bilhão dos Beatles também são questionáveis. Assim como do AC/DC, ABBA e outros.

SEC e Ratings

EUA: Presidente Da Sec Defende Processos Contra Agências De Ratings
DJ em Portuguese - 14/7/2009

Washington, 14 - A presidente da SEC (Securities and Exchange Comission), a comissão de valores mobiliários dos EUA, Mary Schapiro, disse que acredita que as propostas para facilitar a abertura de processos pelos investidores contra as agências classificadoras de risco de crédito podem resultar num trabalho de melhor qualidade destas firmas. Schapiro fez seus comentários durante audiência no subcomitê sobre mercados de capitais e serviços financeiros da Câmara dos Representantes, na qual foi questionada pelos deputados sobre sua posição a respeito de uma reforma nas normas que governam as agências de rating.

As opiniões de Schapiro ecoaram as do senador democrata Jack Reed, que apresentou um projeto este ano que tornaria mais fácil a abertura de processos contra as agências se elas não revelarem, propositalmente ou por negligência, informações-chave no desenvolvimento de seus ratings. Schapiro, que teve o cuidado de afirmar que sua opinião pode não refletir a de seus colegas na comissão, disse que acredita que responsabilizar as firmas pode "certamente fazer uma diferença muito grande".

"Nós obviamente queremos ser cuidadosos na elaboração destas propostas", disse Schapiro. "Queremos que as agências trabalhem, queremos que trabalhem efetivamente - e queremos que elas alinhem seus interesses aos dos investidores."

Alguns críticos alegam que as agências de ratings como Standard & Poor's, Moody's e Fitch exacerbaram a crise financeira após terem dado ratings excessivamente positivos para certos tipos de dívida, incluindo alguns títulos lastreados por hipotecas subprime. Para os críticos, o modelo de negócios das agências apresenta um conflito de interesse inerente porque os emissores pagam para receber o rating de suas dívidas destas firmas.

A SEC ganhou pela primeira vez autoridade sobre as agências de rating num projeto de 2006 e, desde então, aprovou algumas normas para conter os conflitos de interesse e melhorar a transparência e a contabilidade. Outras normas propostas para as firmas de rating, por sua vez, ainda estão pendentes na comissão. Mas Schapiro indicou em diversas ocasiões que ela acredita que a SEC ainda precisa fazer mais.

Nesta terça-feira, ela manifestou sua preocupação com o fato de que os emissores de dívida buscam o melhor rating possível entre uma variedade de firmas ("rating shopping"). Ele disse aos congressistas que a agência está explorando maneiras para limitar esta prática.

Uma possibilidade seria "exigir numa base confidencial" que os emissores divulguem os dados subjacentes de produtos estruturados para as firmas de ratings e permitam que elas então façam um rating não solicitado, disse.

Outra possibilidade sendo considerada, que Schapiro revelou pela primeira vez no texto de seu depoimento divulgado pelo comitê ontem à noite, seria exigir que os emissores revelem todos os ratings preliminares que receberam de agências de rating registradas na SEC "antes de escolherem uma firma para conduzir um rating".

Ela também indicou que criou uma nova equipe especial encarregada de supervisionar as firmas de ratings registradas na agência. Perguntada se acha que a agência já tem a autoridade legal necessária para impor novas normas para limitar o "rating shopping", ela disse que a agência ainda está trabalhando para determinar isso. "Eu não tenho uma resposta definitiva", disse.

A reforma para coibir as falhas expostas nas práticas das agências de ratings durante a crise financeira está entre as muitas coisas destacadas pelo governo Obama em seu relatório de diretrizes divulgado no mês passado sobre uma reforma regulatória nos EUA. As informações são da Dow Jones. (Regina Cardeal)