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22 dezembro 2008

A Importância da Boa Auditoria

Deixei passar um texto da Agence France Presse sobre o escândalo Maldoff (Wall Street sacudida por colapso de supuesto esquema piramidal, Sebastian Smith, 12/12/2008) . No final do texto, Smith pergunta “como foi possível os problemas de Madoff terem passado despercebido?”

A resposta: Madoff mantinha um segredo absoluto de parte de suas atividades. Apesar do texto não afirmar explicitamente isto, uma outra razão pode estar na auditoria:

Un analista financiero dijo que una "muy pequeña auditoría" era responsable de la contabilidad de Madoff. "Esto es raro, pero no imposible, porque Madoff era una empresa privada", que no debía rendir cuentas a accionistas.

Já no The Guardian (FAQs Ponzi schemes, 16/12/2008), o desprezo de Maldoff pelo controle e pela contabilidade está expresso no fato dele mandar as demonstrações contábeis pelos correios, não disponibilizando informações por e-mail ou pela internet (o que facilita a vida do investidor).

A CFO (What Does Madoff's Auditor Say? No Answer, Stephen Taub, 15/12/2008) traz detalhes sobre a empresa que foi contratada para auditar a empresa de Madoff. Seu escritório está no Georgetown Office Plaza, em New City, entre um dois consultórios médicos. O parecer para demonstrações de quatro páginas, datado de 18 de dezembro de 2006, afirma que a contabilidade da empresa está “em conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos dos EUA”

Ja Segundo o Washington Post (Swindle of the Century; Bernard L. Madoff's alleged scam and the regulators who failed to stop it, 18/12/2008), a empresa de auditoria era obscura e empregava somente três funcionários.

Finalizando, um texto excelente do WSJ sobre o investidor sofisticado

Escândalo expõe ‘sofisticação’ dos investidores

Jason Zweig
15 December 2008
The Wall Street Journal Americas
1

O que o comediante George Carlin, que morreu em junho, e o administrador de fundo de hedge Bernard Madoff, que foi preso na semana passada sob a alegação de organizar um gigantesco esquema de pirâmide que teria perdido dezenas de bilhões de dólares, têm em comum?

O comediante imortalizou a figura de linguagem conhecida como oximoro, as absurdas parcerias de palavras como “camarão jumbo” e “inteligência militar”. Madoff apenas colocou o mais tolo dos oximoros financeiros sob os holofotes: “investidor sofisticado”.

As contas administradas pela Bernard L. Madoff Investment Securities registraram ganhos de cerca de 1% ao mês com a pontualidade de um relógio, por 20 anos, sem uma única perda. Por que esse absurdamente estável retorno não detonou nenhum alarme entre os atuais e os potenciais investidores?

Afinal, investidores sofisticados como os clientes de Madoff deveriam saber que, quando alguma coisa é boa demais para ser verdade, provavelmente não é verdadeira. Mas eles acreditaram nela, de qualquer forma. Por quê?

Madoff enfatizava um clima de segredo, dando às suas contas de investimentos um misterioso ar de sedução e um senso de exclusividade. O marketing inicial estava, na maioria das vezes, nas mãos do “macher” (que em hebraico denomina um “figurão”). Nos clubes de campo ou em outros pontos de reunião exclusivos, o macher contava vantagem em voz alta: “Tenho meu dinheiro investido com Madoff e ele está indo muito bem”. Quando o interlocutor manifestava interesse, o graúdo respondia: “Você não pode participar, a não ser que seja convidado (...) mas eu acho que posso apresentá-lo”.

Robert Cialdini, um professor de psicologia da Universidade Estadual do Arizona e autor do livro “Influência: Ciência e Prática”, chama essa estratégia de “combinação de tripla ameaça”. O caráter meio secreto dos fundos de hedge, diz, faz com que os investidores sintam que se trata de “um domínio inerente a pessoas que sabem mais do que nós”. Essa incerteza nos leva a buscar uma prova social: a evidência de que outras pessoas em que confiamos já tomaram a decisão de investir. E, ao usar essa mesma estratégia de exclusividade, Madoff fez os investidores trocar o medo do risco do investimento pelo medo de perder ao não fazer o investimento.

Se você consegue ser convidado, passa então à condição de membro desse clube exclusivo de “investidores sofisticados”. Quando alguém que você respeita fez algum movimento para fazê-lo ganhar acesso, diz o professor Cialdini, pode parecer um “insulto” procurar saber mais sobre o negócio. Madoff também tornou-se conhecido por expulsar de seus fundos investidores que perguntavam demais, evitando que alguém pudesse virar o barco.

Esse senso de filiação a um clube fechado fez com que vários compradores dos fundos de Madoff se tornassem cegos aos numerosos sinais de perigo que flutuavam ao redor de suas operações. Quando você está num grupo exclusivo como esse, não sai fuçando na cozinha para ter certeza de que o código sanitário está sendo obedecido.

Eis o grande segredo do “investidor sofisticado”: é comum ele não fazer a vistoria das contas antes de investir. Durante um breve período em 2006, a SEC, Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, exigiu que os fundos de hedge fornecessem informações padronizadas sobre suas operações. William Goetzmann, um professor de finanças da faculdade de administração de Yale, descobriu que os fundos de hedge que informavam problemas legais, de regulação ou conflitos de interesse acabavam com desempenho futuro pior. Mas o fornecimento de informações desses riscos não tinha impacto nenhum no fluxo de dinheiro para os fundos de hedge. Em outras palavras, os investidores estavam obtendo informação útil e não dando atenção a ela.

O fundo de hedge de commodities Amaranth Advisors LLC, que entrou em colapso em 2006, com perdas de US$ 6 bilhões, sequer preencheu o formulário obrigatório da SEC no início daquele ano, num sinal claro de que alguma coisa estava errada. Em vez de verificar a causa da omissão ou sacar os recursos, os investidores colocaram ainda mais dinheiro no fundo.

Crise no Futebol Espanhol

Um texto do El Mundo (Real Madrid. Ramón Calderón, el peor presidente de la historia del Real Madrid. Fútbol, Javier Gomez, 14/12/2008) mostra a grave situação política e financeira do clube de futebol Real Madrid, um dos mais fortes times do mundo.

Aparentemente a equipe possui dívidas de 511 milhões de euros, sendo 330 milhões de curto prazo.

Num trecho, revela-se uma das formas de desvio de recursos:

El periodista desveló recientemente que se están vendiendo cientos de entradas de protocolo, es decir, que figuran como gratuitas en la contabilidad del club, a precios de hasta 800 euros cada una. Al interesado le dan un número de una calle y una matrícula, penetra en el coche, paga y recibe los tickets.

A Posição da CVM

(...) Valor: Se já tivéssemos o IFRS, mesmo assim poderíamos ter tido essa surpresa?
Maria Helena: O reconhecimento, na contabilidade, dos produtos a valor justo poderia ter ajudado a mostrar. Porém, em 30 de junho, poderia se saber que eles existiam, mas não chamaria a atenção para o risco que eles embutiam. Claro que essa deterioração tão rápida da variável câmbio foi um fator que pesou e piorou ainda a qualidade da transparência dos dados, atrapalhou a possível percepção que se pudesse ter a respeito desse assunto.

Valor: O quadro de sensibilidade que passou a ser exigido vai ajudar nesse sentido?
Maria Helena: O reconhecimento contábil é importantíssimo, mas o teste de sensibilidade vai ajudar a prevenir situações. A administração, quando for aprovar demonstrações financeiras, terá ali um teste importante da efetividade e dos riscos embutido nos produtos.


Valor: Alguns auditores já fizeram críticas a essa exigência...
Maria Helena: Não vejo que dificuldade isso cria para o auditor. Quem está assumindo as premissas dos cenários prováveis e quem está informando sobre as variáveis é a administração. Ele vai auditar isso na mesma metodologia que usa para as demais informações auditadas. Não vejo realmente incongruência.


Valor: E quais são os grandes desafios para 2009?
Maria Helena: Todos esses assuntos que estão na pauta dos reguladores internacionais estão na nossa também. Estamos nos grupos de força-tarefa da Iosco [entidade que congrega os órgãos reguladores no mundo], que estão discutindo temas como venda a descoberto, papel das agências de rating e examinando se os produtos financeiros e de investimento que estão no mercado de balcão estão adequadamente transparentes para os reguladores e para o mercado.

Valor: A discussão sobre a venda a descoberto logo gerou polêmicas...
Maria Helena: A discussão que está havendo agora entre reguladores é mais aprofundada do que aquilo que surgiu no calor da crise. Como aqui a gente não tem a venda a descoberto sem empréstimo prévio, não tivemos muito envolvimento na discussão nesse âmbito. Mas hoje os reguladores discutem ainda como controlar melhor o uso abusivo sem impedir o uso legítimo para estratégias nos mercados futuros. Discutem também se deve voltar a regra, que já existiu no mercado americano, de impedir a venda a descoberto de acentuar uma tendência de queda do preço. Isso é tremendamente difícil de fiscalizar, por isso foi eliminada a regra, mas está de novo em discussão.

Valor: E as mudanças podem ser feitas no Brasil também?
Maria Helena: A nossa venda a descoberto tem um custo aqui, é cara, não é estratégia barata de fazer como é lá fora, não permite o nível de abuso que havia lá fora, mas nós vamos discutir, ver em que direção a experiência dos outros nos leva a caminhar.


CVM participa de força-tarefa sobre crise - 15/12/2008
Valor Econômico

O Ranking da Promiscuidade


A tabela mostra o ranking da promiscuidade, mensurado pela percepção de que uma relação sexual foi casual.

Fonte: Aqui

A contabilidade fiscal rumo à convergência

A contabilidade fiscal rumo à convergência
Gazeta Mercantil

16 de Dezembro de 2008 - Após quase um ano de discussões, as nuvens cinzentas que pairavam sobre a posição do Fisco a respeito das conseqüências do processo de convergência contábil, previsto na Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, foram, finalmente, dissipadas com a edição da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Instituído o Regime Tributário de Transição (RTT) para apuração do lucro real, os ajustes tributários decorrentes da adoção dos padrões internacionais de contabilidade foram disciplinados buscando a neutralidade fiscal dos seus efeitos sobre o patrimônio e os resultados das empresas.

O RTT é optativo e, sendo transitório, será válido, apenas, nos anos-calendário de 2008 e 2009. A opção deverá ser manifestada, de forma irretratável, na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica 2009. Será obrigatório a partir do ano-calendário de 2010, inclusive para apuração do imposto sobre a renda com base no lucro presumido ou arbitrado, da CSLL, PIS/PASEP e COFINS, quando da entrada em vigor de lei que discipline os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis.

Assim, as alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na apuração do lucro líquido do exercício, não terão efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.

Na ocorrência de disposições da lei tributária que conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios diferentes daqueles determinados pela legislação societária e pelas normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com base na sua competência legal, e demais órgãos reguladores, a pessoa jurídica deverá utilizar os métodos e critérios definidos na lei comercial para apurar o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e realizar os ajustes específicos ao resultado do período no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) - ou seja, os ajustes de adição, exclusão e compensação, prescritos ou autorizados pela legislação tributária, para apuração da base de cálculo do imposto.

Ficaram, portanto, dirimidas as dúvidas sobre o tratamento tributário dos novos critérios de contabilização das subvenções para investimento e doações feitas pelo Poder Público, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos. Idêntico tratamento foi dado ao registro em conta de resultado do valor do prêmio na emissão de debêntures. Em todos esses casos, a isenção tributária está condicionada à manutenção dos valores em contas específicas de reservas de lucros, além da obediência às demais restrições estabelecidas na legislação fiscal.

A Medida Provisória corrige, também, alguns pontos que estavam em desacordo com os padrões contábeis internacionais, como, por exemplo, a classificação dos grupos de contas patrimoniais, substituindo as denominações de realizável e permanente por ativo não-circulante (composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível), e passivo exigível a longo prazo por passivo não-permanente. Todavia, manteve a expressão princípios contábeis geralmente aceitos, que deveria ser substituída por princípios fundamentais de contabilidade, ou, simplesmente, princípios contábeis. Também, não eliminou o equívoco conceitual existente na Lei nº 6.404/76, que classifica o patrimônio líquido como um subgrupo do passivo, em desacordo com o padrão internacional (IAS 1). Por outro lado, a MP disciplinou melhor o conteúdo das notas explicativas em benefício da transparência das informações.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido para a completa convergência às IFRS. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis está trabalhando, em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as demais entidades envolvidas com a matéria, no sentido de alcançarmos um patamar mais próximo dos países que aderiram às normas do IASB.

Sem dúvida, a Medida Provisória nº 449, regulando os ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638/07, trouxe tranqüilidade às empresas, neste momento de transição, além de representar um grande avanço rumo à convergência aos padrões internacionais de contabilidade.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 5)(Hugo Rocha Braga - Contador, administrador. e professor universitário. Foi diretor e superintendente de normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM))

Sobre Remuneração de Executivos

Remuneração pode estar por trás de perda com derivativo
16/12/2008
Valor Econômico

(...) Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acredita que a discussão sobre a remuneração "é questão micro mais relevante da atualidade". "Já ficou provado que o esse modelo, desenvolvido nas décadas de 70 e 80, não serve mais. Precisa ser aprimorado. Ainda não aprendemos como controlar a ganância humana."

Guilherme Dale, sócio-consultor da Spencer Stuart, empresa especializada na contratação de altos executivos, conta (...) A remuneração variável ganhou importância e compõe atualmente cerca de metade do ganho anual de um executivo.

(...) Por exemplo, se já houvesse informações, talvez fosse possível avaliar o quanto os executivos de Sadia e Aracruz poderiam ter sido estimulados a expor a companhia aos derivativos que levaram a prejuízos bilionários. Antes de gerar perdas, esses contratos estavam trazendo ganho aos negócios.

Alexsandro Broedel, professor da Fipecafi e especialista em derivativos, explica que faltavam regras claras para contabilização no Brasil. Agora, o país terá diretrizes claras, por conta da convergência para o padrão internacional de contabilidade, o IFRS. (...) A partir da edição da nova regra, explica o professor, os contratos que não tiverem como objetivo a proteção de ativo ou passivo - hedge - deverão ser contabilizados como ganhos ou perdas de tesouraria e, portanto, na conta financeira. A regra também deixará explícito o conceito de hedge: são instrumentos que cobrem de 80% a 125% o ativo ou passivo ao qual está relacionado. "O que estiver fora desse intervalo é especulação e vai para as contas financeiras."

Polêmica

O jornal O Globo de 17 de dezembro discute a polêmica na contabilidade do Rio de Janeiro (Paes continua sem saber quanto terá em caixa, O Globo, 19, Luiz Ernesto Magalhães). O prefeito eleito, Eduardo Paes, não sabe a situação financeira da prefeitura.

A razão está na divergência entre a posição do Tribunal de Contas do Município e a contabilidade a prefeitura.

Um dos motivos refere-se ao fato da prefeitura ter anulado 60 milhões de dívidas com fornecedores, tendo por base um parecer da Controladoria Geral do Município (CGM). O TCM tem dúvidas sobre esta posição.

Mas achei interessante foi um depoimento do prefeito eleito:

— É difícil ter uma informação precisa sobre a situação financeira atual. Veja o caso da Cidade da Música: a prefeitura vai deixar R$34 milhões em caixa para quitar dívidas da obra. Se os recursos existem, por que a dívida não é paga logo — questionou Paes. (...)


Se for só isto, alguém precisa explicar para Paes uma coisa chamada “valor do dinheiro no tempo”.

Investimento em mercado de Capitais

Vale a pena investir em ações no momento de crise? Para o investidor comum, o mercado acionário deve ser considerado como um investimento de longo prazo, dos recursos que não serão necessários no médio e curto prazo.

No curto prazo o mercado sempre foi e será volátil. Em outras palavras, a chance de ganhar ou de perder é elevada. Entretanto, quando se considera o investimento de longo prazo, a volatilidade diminui muito.

É difícil provar este último ponto para o Brasil uma vez que temos 13 anos de estabilidade da moeda. Mas os gráficos a seguir (retirado da postagem How Much Does the Stock Market Actually Return?, 16/12/2008, do livro Saving and Investing, de Michael Fischer) mostram isto para os Estados Unidos, onde a série histórica é longa e a economia não conviveu com momentos de hiperinflação.

O primeiro gráfico mostra o retorno anual do mercado, medido pelo índice SP 500. Em alguns anos os ganhos foram elevados. Mas em outros, as perdas foram elevadas. A mensagem é clara: o mercado acionário é arriscado no curto prazo.



O gráfico seguinte apresenta o retorno para o investimento em dez anos no mercado acionário. Observe que em alguns poucos períodos (década de 70) o retorno esteve abaixo dos 5% anuais. Nos demais, o mercado quase sempre teve um retorno anual (para dez anos de investimento) acima de dez anos.


O último gráfico é mais forte. São 30 anos de investimento no mercado de capitais. O retorno médio anual numa economia sem inflação, e com baixo risco, ficou um pouco acima dos 10%.

O que atraiu os investidores para Madoff?

Segundo a The Economist (Con of the Century ou aqui, 18/12/2008), além do currículo (foi pioneiro no Mercado e na Nasdaq, conselheiro do governo e filantropista) foi um resultado estável. Madoff confessou que obteve isto através de manipulações e um esquema de pirâmides (denominado de Ponzi).

A CNBC obteve os dados do golfista Madoff no Palm Beach Country Club, Atlantic Golf Club e Fresh Meadow Country Club. O reporter Darren Rovell notou que o handicap de Madoff era relativamente estáveis, em torno de 12, o mesmo retorno que ele garantia aos investidores. (via NY Times, Madoff: As Consistent a Golfer as He Was an Investor, Catherine Rampell, 19/12/2008)

Remuneração de Executivo

Um texto interessante de Mark Frauenfelder (How to spend $53,826 a week without really trying via Boing Boing, 18/12/2008) mostra o caso da esposa do Chairman da United Technologies Corp que exigia 53 mil dólares por semana (algo em torno de 150 mil reais) para sustentar seu estilo de vida. Este dinheiro era gasto em viagens (8 mil dólares), roupas (4,5 mil) cabelos e tratamento de pele (mil dólares), flores (600 dólares) entre outros mimos.

Futuro da SEC

Este texto de Norris (17/12/2008, Can Mary Schapiro Save the S.E.C.? ou aqui) faz uma análise do legado do presidente da SEC Chris Cox, que está deixando o cargo. Atualmente o órgão regulador do mercado de capitais dos EUA está desmoralizado diante dos diversos problemas que não foram adequadamente enfrentados.

Em outro texto (A Year of Chaos in Finance, 19/12/2008), Norris faz um apanhado do ano de 2008 que inclui: menor taxa de juros de longo prazo dos últimos 20 anos; 10 dos melhores dias do Mercado acionário, em 70 anos, ocorreu em 2008; uma lenda de Wall Street confesando fraudes de 50 bilhões; os economistas preocupados com a deflação; o governo está emprestando dinheiro para quem não deveria emprestar (e que provavelmente não irá pagar os empréstimos); o sistema financeiro que parou de funcionar; e a nacionalização da Fannie Mãe, Freddie Mac e AIG, além dos problemas com a Bear Stearns, Lehman Brothers e Citigroup.

Barry Ritholtz, em SEC Chairmen, 2001-08 (17/12/2008) faz um levantamento dos Chairmen da SEC num período de 8 anos, indicando os erros da cada um. Foram 3 executivos indicados por Bush (Pitt, Donaldson e Cox)

Para seu lugar o presidente eleito Obama nomeou uma mulher, Mary Schapiro, que possui uma razoável experiência em mercado financeiro. A escolha foi elogiada pela imprensa econômica.

Mas uma postagem de Daniel Solin, no Blogging Stocks (Memo to Obama: Mary Schapiro is not 'change' at the SEC, 18/12/2008) faz uma distinção sutil sobre o currículo de Schapiro:

Mary Schapiro, who is President-elect Obama's choice, has spent her career protecting the securities industry from investors.

Valor dos Bancos

No ano passado o Royal Bank of Scotland pagou 100 bilhões de dólares pelo ABN Amro. Com este dinheiro, segundo Barry Ritholtz (Cost of Banks,19/12/2008) seria possível comprar:

Citibank $22,5 bilhões (74% a menos)
Morgan Stanley $10,5 bilhões (-72%)
Goldman Sachs $21 bilhões (-67%)
Merril Lynch $12,3 bilhões (-77%)
Deutsche Bank $13 bilhões (-71%)
Barclays $12,7 bilhões (-71%)

E sobrava 8 bilhões, que poderiam ser usados na GM, Ford, Chrysler e na equipe da Honda de F1.