Translate

17 dezembro 2007

IDH em discussão

Posner:

=> O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma tentativa de desenvolver uma melhor medida de bem-estar.
=> Eu não consigo enxergar valor no IDH. Não que renda per capita, expectativa de vida e nível de educação como aproximação da educação dos adultos não sejam importantes.
=> A óbvia objeção é o peso igual para os três índices e a omissão de outras importantes dimensões do desenvolvimento, como qualidade de moradia, poluição, impostos, expectativa de vida adulta, taxa de crimes, desemprego, inflação, qualidade e variedade de produtos e serviços, crescimento econômico e qualidade da educação, que sua inclusão pode agravar o problema do peso e algumas envolve sérios problemas de mensuração.
=> Uma objeção menos óbvia, mas um problema geral com rankings, é que a distância entre as colocações é mais importante que o número que separa dois países.
=> O IDH é um exemplo de rankingmania
=> O mais sério problema com o ranking é a arbitrariedade dos pesos

Becker:

=> O IDH reconhece alguns destes defeitos da contabilidade nacional e tenta corrigi-los.
=> Entretanto, como Posner colocou, o peso é completamente arbitrário. Mais ainda, existe uma substancial dupla contagem
=> O IDH ignora pesquisa moderna que fornece um método para combinar mudança na renda nacional com mudança em vários tipos de risco de mortalidade. Este método calcula o "valor estatístico da vida" que essencialmente mede quanto os indivíduos estão dispostos a a pagar por vários melhoramentos na taxa de mortalidade.

16 dezembro 2007

Próxima Bolha

Segundo a revista Forbes (The Next Bubble?, Neil Weinberg, 24/12/2007, Volume 180 Issue 13) talvez a próxima bolha esteja nos mercados emergentes. A revista lembra que este mercado cresceu 39,5% ao ano desde 2002, estando perigosamente acima do seu valor normal.

Apesar que reconhecer que países emergentes estão crescendo mais que os países desenvolvidos e que os investimentos diretos são expressivos, a revista acredita que a situação atual lembra a bolha tecnológica de 1999 e 2000.

Um indicador disto seria a preço/vendas, que está hoje 120% maior que a mesma medida nos países desenvolvidos. Em outras palavras, se o P/L for o mesmo, a margem de lucro é maior. O perigo disto é a competição no mercado mundial.

A seguir o texto:

"The Next Bubble?
Neil Weinberg
Forbes - Volume 180 Issue 13

Where to find the next market meltdown? Perhaps half a world away. Some fund managers believe that emerging market stocks, which have provided great returns (39.5% annually since 2002), are perilously overvalued.

No question, countries like China, India, Brazil and Russia are growing much faster than the developed world and are likely to do so for a while--with GDP growth rates of 5% to 11% a year, compared with 3% for the U.S. But there are worrisome signs that the run-up is fueled, in part, by just the sort of speculative money that typically presages a collapse.

Foreign direct investment is still cascading into these countries: $213 billion this year, the Institute of International Finance estimates. Total assets under management for emerging markets hedge funds jumped eightfold in the four years through September to $269.5 billion, estimates Lipper Tass Asset Flows Report. Even that lowballs the true amount by $50 billion or so, reckons Lipper senior analyst Ferenc Sanderson, given that global and other hedge funds are also dumping money into these regions.

Mutual fund firms, never ones to pass up an investing frenzy, have been diving in as well. Five years ago there was but one fund newly set up to target the sector; this year there are 16, says Morningstar. Individuals doubled their mutual fund bets in emerging markets last year to $11 billion, says AMG Data Services; as of Nov. 20 they totaled $14.2 billion for 2007.

"This is strongly reminiscent of the flows into technology in late 1999 and early 2000," worries Robert Adler, AMG's president. Of concern, too, is how much of the recent years' stellar returns have been the result of the expansion of price multiples rather than of earnings. Since bottoming out six years ago, the price/earnings ratio of Morgan Stanley's emerging market stock index has climbed 70% to 18.5, just ahead of the S&P 500's multiple.

But look a little closer. The price/sales ratio in emerging market stocks is roughly 120% higher than the same measure in developed economies. That means, if P/Es are about the same, profit margins in emerging markets are twice again as high as in developed ones. The obvious risk here is that profit margins in emerging markets will decline to global average levels as new competition surfaces, says Robert Arnott, chairman of fund manager Research Affiliates. "These stocks have soared beyond reason," he says. Among the most vulnerable: stocks in China, the Czech Republic, Colombia and Morocco.

What could cause a collapse? A market bust and recession in the U.S., which together were enough to trip up emerging markets six years ago. Or credit tightening in China, political instability in Turkey or inflation in Brazil. Any of these might prompt Western investors to repatriate their cash. There's nothing like an overseas crisis to make a little turmoil at home seem rather tame."

14 dezembro 2007

Pesquisa

Peço, aos leitores deste blog que são analistas ou trabalham com RI, que ajudem nesta pesquisa acadêmica.

Para os analistas o link é aqui

Para RI o link é este

Grato.

Rir é o melhor remédio






Humor negro: Como surgiu o símbolo das olimpíadas da China

Accountability de algumas entidades


O programa da ONU vence em accountability. O Asian Development Bank and Christian Aid fica em segundo lugar. A figura é resultado de um estudo com 30 organizações para a transparência e participação. Observe a colocação da FIFA. O Iasb até que não faz muito feio.

Fonte: The Economist

Uma bela imagem


Fonte: Aqui

Links

1. Conflito de interesses nas empresas
2. Lectures dos ganhadores do Nobel de Economia
3. Fluxograma do sexo na idade média
4. A evolução humana foi mais rápida É somente uma hipótese, ressalta o The Economist

IFRS ou US GAAP

Um painel nos Estados Unidos discutiu sobre a adoção ou não do IFRS. Um dos painelistas deixou claro que a decisão irá depender de cada caso. Uma empresa como a IBM, multinacional com atuação de muitos países, possui mais vantagens em usar o IFRS do que uma empresa com atuação restrita aos Estados Unidos.

Clique aqui

Contabilidade cada vez mais quantitativa

Aproveitando a publicação de um artigo sobre a contabilidade japonesa (e a influência da mesma sobre o desenvolvimento do pensamento quantitativo no Japão após a II Guerra Mundial) Aqui e aqui uma discussão sobre a contabilidade cada vez mais quantitativa.

Traduzindo

"A empresa AMD (Advanced Micro Devices) afirmou que o valor do seu goodwill será baixado como resultado da aquisição, em outubro de 2006, da ATI Technologies. Tradução: a segunda maior fabricante de microprocessador pagou a mais pela ATI" (AMD Warns of "Material" Goodwill Charge, Stephen Taub, CFO, 13/12/2007). O valor da compra foi de 5,6 bilhões de dólares, sendo 3,2 bilhões o goodwill. O goodwill tem sido um problema importante (e controverso) desde o FAS 141 (R). Ainda segundo a mesma reportagem, Charles Mulford, autor de diversos livros da área de contabilidade, acredita que as empresas devem reconhecer o goodwill negativo. Este goodwill ocorre quando uma empresa compra um ativo (inclui outra empresa) por um valor abaixo do valor justo

Casamento como Mercado

Pollet e Nettle "analisaram os dados do Censo de 1910 dos Estados Unidos da América e descobriram que o casamento é, de fato, um mercado. Além disso, como em qualquer mercado, numa escassez de compradores, o vendedor tem que ter particularmente uma atraente mercadoria em oferta, se forem fazer a troca." (...)
"Eles mostraram que, nos estados onde os sexos eram iguais em número, 56% dos homens com baixo status eram casados com a idade de 30, ao passo que 60% dos homens com alto status eram. . Mesmo neste caso, então, há mulheres que preferem manter-se solteria, em vez de casar com um perdedor (deadbeat). Quando havia 110 homens para cada 100 mulheres (como, por exemplo, no Arizona), a mulher começou a ser seletiva. Nesse caso, apenas 24% dos homens de baixo status eram casados com 30 anos, em comparação com 46% dos homens de alto status."

Fonte: The Economist

Overreaction

Overreaction explica o mercado atual

"In part, it is because stockmarkets are naturally inclined to overreaction. Back in 1999 and 2000 everybody wanted to buy shares in the hottest companies, and were willing to pay the equivalent of 100 years' profits for them, or indeed to buy shares in companies with no immediate prospect of profits at all. That made the value shares look very cheap by comparison and created the conditions for an extended period of catching up.

By the end of 2006 there was a much narrower range of valuations in the market. In other words, investors had to pay less of a premium to buy companies with growing profits. Growth had become cheap by historical standards."


Fonte: The Economist

Finanças Bolivarianas

Com este título a The Economist faz uma apanhado da criação do Banco del Sur. O subtítulo é um irônico "O FMI pode dormir tranqüilo". Para o periódico, o banco é um exemplo da dificuldade de unificação da América do Sul. Enquanto Chavez despreza os técnicos, ofertando até metade das reservas da Venezuela e pensa em convidar países da África para o novo banco, o Brasil insiste numa assessoria.


"Brazilian diplomats have been unusually frank in revealing their lack of enthusiasm for the new institution. They fear it may give soft, politically driven loans that go unpaid. Brazil already has its own well-endowed development bank, the BNDES, whose lending of 62.5 billion reais ($37 billion) in the 12 months to September was 50% greater than that of the World Bank in the same period.

The Brazilians have gone along with the project only because they feel they cannot remain outside any new South American institution, especially one with money. But they have worked to limit the bank's remit and to slow its creation.

Mr Chávez can count on the vote of Bolivia and maybe that of Ecuador on the bank's board. But other members are likely to side with Brazil—and so will Chile, Colombia and Peru if they join. So expect a modest outfit that mainly finances cross-border infrastructure."

13 dezembro 2007

Rir é o melhor remédio



Invenções Japonesas

Fonte: Aqui

Preço sobre vendas

Esta reportagem da Forbes informa que o indicador de preço sobre vendas é melhor que o tradicional P/E

The Magic Metric; Forget P/E. James O'Shaughnessy says price/sales is the best way to find good, cheap stocks to buy.
Daniel Fisher
Forbes -10/12/2007 - 116 - Volume 180 Issue 12

What is the best measure of whether a stock is a bargain? The traditional starting point of stock research has been the price/earnings ratio. Money manager James O'Shaughnessy, who oversees $11 billion from an office in Stamford, Conn., says he has a better measure: Compare a company's market value with its revenue. This price/sales ratio should be your starting point in screening stocks.

It has worked for him. Over the past decade, he says, his small-cap growth accounts have averaged a 13.6% annual return after fees, seven points better than the market.

If you have $250,000, you can avail yourself of the talents of O'Shaughnessy Asset Management through Bear Stearns and other brokers for fees ranging from 2.5% to 1% annually, depending on asset size. If you don't, use this strategy in your stock picking. To be purely mechanical about it, find the 50 stocks in your database that are cheapest by P/S and buy them all. O'Shaughnessy leans to smaller companies, but his research suggests that the approach would work against a universe that includes big companies.

O'Shaughnessy, in fact, uses P/S only as a first cut; he does other kinds of analysis to make his final selections. But the validity of low P/S investing, he says, is borne out by a study he did of Compustat data, stretching from 1951 to 2003. To avoid contaminating his list with illiquid minnow-size issues, he chopped out everything with a market value below an inflation-adjusted $185 million. In this back test he reshuffled every year to keep the roster current.

Conclusion: His 50 low P/S collection beat the market by an annualized 16% to 13% over that half-century. He also tried out a hypothetical low price/earnings strategy. That one averaged only 14%. Buying cheap stocks as measured by price/book, another well-known metric, tied low P/S over the full period but wasn't as consistent. The P/S strategy beat the market in 88% of the ten-year periods, the P/B strategy in only 72%.

What all these strategies have in common is a value flavor. Meaning: You buy boring banks, utilities and steel companies, while passing up software, the Internet and biotech. And why does value work on Wall Street?

A low price/sales ratio might be just part of a package of indicators that a stock is relatively cheap and primed for higher returns, says Kenneth R. French, a professor at Dartmouth's Tuck School of Business. With his colleague Eugene Fama at the University of Chicago, French explained in 1996 that ratios such as price/earnings and price/sales are all proxies for the same attribute. French isn't sure just what that attribute is, but there is something about second-rate companies and industries that makes investors shy away.

Shy away more than they should, that is. A rational market will of course have Google's capitalization higher than General Motors'. The question is how much higher it should be. The low P/S theory says that the market tends to overprice the Googles relative to the GMs.

One explanation for why this might happen is psychological. Perhaps investors have vivid memories of Google and Amgen, fading memories of Interwoven and Enzo Biochem. So they overpay for growth and glamour. They also underestimate the tendency of businesses to regress to average profitability. A company with a fat profit margin (and thus, in all likelihood, a high P/S) will attract competition; a company with weak profitability will eventually replace its inept managers. The low P/S strategy capitalizes on this phenomenon.

To test P/S' market-beating abilities, we asked Wilshire Analytics researchers to replicate the O'Shaughnessy study for the past quarter-century, up through the end of September. Sure enough, over the past 25 years, the lowest-valued 50 (again minus very small issues) bested the S&P 500 handily, 19.3% annually versus 13.6%.

Some market savants used to adore P/S and have soured on it. Money manager and FORBES columnist Ken Fisher first popularized the price/sales ratio with his 1984 book, Super Stocks, but grew less enthusiastic by the early 1990s after further research showed the concept works best with tiny, illiquid issues--and when value stocks are rebounding anyway.

All that said, O'Shaughnessy, 47, is a guy worth listening to. He's well known as a proponent of the "dogs of the Dow" strategy, which focuses on the highest-yielding (and usually unglamorous) stocks of the Dow Jones industrial average. He's the author of several bestselling books, including What Works on Wall Street (1996) and Predicting the Markets of Tomorrow (2006).

O'Shaughnessy and other P/S partisans certainly don't feel this is the perfect metric, just the best of the lot. When he does his P/S screen, he doesn't want any stock with a P/S multiple of more than 1.5, which is the average for the S&P 500. Then he eyes this initial cut to see if the selections are indeed on the upswing. Earnings should be up over the past year and the stock price up over the past two quarters. When he gets done, he has a portfolio with a little more of a growth flavor than a pure low P/S portfolio (see table). Also, O'Shaughnessy leans toward smaller companies, like Geo Group and PriceSmart.Subscribe to Forbes and Save. Click Here.

Amazon.com at 2.5 times revenue? Out. Google at 13 times revenue? Forget about it. Even Johnson & Johnson and Procter & Gamble don't qualify.

Declining revenue for a low P/S stock, of course, usually means that the stock is deservedly cheap because it stinks. Radio broadcaster Westwood One, at 0.3 of sales, is a case in point. It expects sales to be off in 2007. O'Shaughnessy doesn't want to own it.

What does this guy have against the classic P/E ratio? Two things. One is that the earnings figure is more easily manipulated than the sales one. The other is that companies on the rebound may have earnings that are temporarily depressed, distorting the P/E multiple. O'Shaughnessy likes 1-800-Flowers.com, which has had its problems yet now is showing double-digit revenue growth. Its P/E is scary-looking at 39 (versus the market's 18). On P/S, however, it's cheap at 0.7.

And what's wrong with price/book? Fans of this ratio argue, as P/S fans argue about sales, that book value is hard to fake. The problem is that P/B works best for hard assets like factories and equipment, says Charles Mulford, accounting professor at Georgia Tech College of Management. Book value falls short for high-tech firms, whose assets tend to be intangibles like research and development. Ditto for consumer products companies such as Coca-Cola and their precious brands. As for the success of P/B in O'Shaughnessy's look-back study, it's quite possible that price/book would have worked well beginning in 1951, when assets were measured in smokestacks, but won't work in this century, when they are measured in lines of code.

One seeming weakness in the P/S calculation is that it ignores debt. Take two companies, each with $1 billion in sales, one that has a market value of $1 billion and no debt, the other that has $100 million of stock and $900 million of bonds outstanding. To an acquirer the price tag on either is $1 billion--the so-called enterprise value. To a fan of raw P/S ratios, however, the debt-laden company seems to be ten times as cheap as the other one. Why doesn't O'Shaughnessy use enterprise value instead of market value in his numerator? He tested it, and it did worse than the other three metrics.

For O'Shaughnessy, the key to getting good results is discipline, especially during manic stretches like the late 1990s, when people clutching low P/S stocks seemed to have "loser" stamped on their T shirts. In 1999, as the technology-dominated Nasdaq index soared 86%, the low P/S portfolio was up a measly 3.2%.

O'Shaughnessy's method can lead in some unpredictable directions. After the dot-com collapse in 2001, for example, his screens picked up a collection of steel companies such as Cleveland-Cliffs, Metals USA, Oregon Steel Mills and Quanex. "We scratched our heads," he recalls.

He bought them anyway, just in time to catch a Chinese-driven boom and a slew of acquisitions by foreign steelmakers like India's Mittal Steel. Many doubled in price between 2002 and 2005. He caught a similar wave when he bought Nortel Networks, a stock he'd avoided during the telecom bubble. He got it in January 2003 at $2, or 0.73 times sales; he sold it for a 76% profit 11 months later.


Links

1. Passe o mouse para descobrir a celebridade sem produção
2. Esquema de pirâmide =>
3. As vantagens da Vale perante os concorrentes
4. Economia dos mosquitos

Munger, o investidor

Charlie Munger não é tão conhecido como Warren Buffet, mas é um companheiro de inúmeras decisões financeiras deste. Seu cargo é de vice-presidente da BH, a empresa de Buffett. Seus conselhos também são interessantes e preciosos. Neste texto aqui Munger expõe parte de suas idéias. Aqui, seu blog. Dica deste blog

Laudos de Avaliação

Notícia do Valor Econômico sobre a advertência da CVM em relação a falha no laudo de avaliação. A qualidade de alguns laudos não é boa e os problemas apontados são graves:

CVM adverte Braskem por falha em avaliação

A Braskem e suas controladoras Odebrecht e Norquisa receberam pena de advertência, ontem, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por conta de falhas identificadas no laudo de avaliação que embasou a incorporação da Trikem pela sua controladora, Braskem, no início de 2004. Outros cinco conselheiros de administração e dois conselheiros fiscais da Trikem também receberam pena de advertência. Foram absolvidos um conselheiro de administração e outro fiscal que se abstiveram de votar nas assembléias que trataram do tema.A decisão é de primeira instância administrativa e ainda pode ser contestada no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).O colegiado absolveu os indiciados da acusação de abuso de poder de controle por entender que não houve má-fé, mas aplicou a advertência às empresas por entender que ocorreram problemas na preparação do laudo; e aos administradores por falta de dever de diligência, já que não identificaram e nem questionaram essas falhas.

O laudo, que foi elaborado pela PricewaterhouseCoopers (PwC), foi feito pelo critério de avaliação a preços de mercado e, de acordo com o relatório da CVM, levou em conta os estoques e ativos imobilizados. O colegiado, entendeu, porém, que outros ativos que tenham preço de mercado ou possam ser convertidos em valores, tais como intangíveis (como marcas e patentes) ou créditos fiscais devem ser considerados num laudo com esse critério.No caso específico avaliado ontem, outra questão foi que, no laudo, são levados em conta valores relativos a créditos-prêmio de IPI que estavam sendo discutidos judicialmente pela Braskem, mas os mesmos créditos que estavam sendo discutidos pela Trikem não o foram. Também não teriam sido considerados no laudo, na visão da autarquia, a avaliação a valor de mercado da participação em controladas e coligadas. Já o chamado 'goodwill' (sinergias ou valor que a empresa pode gerar além do próprio patrimônio) não deveria ser levado em conta no laudo, segundo entendimento do colegiado da CVM.Inicialmente, o relator do caso, diretor Eli Lória, propôs que as penas fossem de multa de R$ 200 mil para cada companhia e de R$ 100 mil para cada administrador. Porém, o diretor Marcos Pinto fez voto em separado no qual propôs que as penas fossem apenas de advertência, no que foi acompanhado pela presidente Maria Helena Santana. Os diretores Durval Soledade e Sérgio Weguelin não participaram por se considerarem impedidos.A aplicação apenas de uma advertência e não de penas maiores ocorreu porque o colegiado, por maioria, entendeu que nem todos esses critérios que, segundo a acusação da área técnica significaram falhas, estavam claros para o mercado. Anteriormente, havia um entendimento no mercado de que os itens que constavam do balanço é que poderiam ser contemplados em laudo de avaliação a preço de mercado. Ontem, porém o colegiado entendeu que todos os bens e direitos da companhia devem ser avaliados ainda que não estejam na contabilidade. Mas ainda assim, os administradores e controladores tem dever de examinar a qualidade do laudo, segundo a CVM. Vale lembrar que, nas orientações estabelecidas para a contabilidade nos balanços das companhias abertas, o conservadorismo é a regra em questões como a do crédito fiscal questionado judicialmente e intangíveis (como marcas). Os advogados de defesa das companhias e dos administradores indiciados alegaram que não se pode aplicar regras posteriores ou ainda indefinidas à casos que ocorreram anteriormente a estas e ainda que o laudo foi contratado por uma grande empresa com credibilidade reconhecida. Foi alegado ainda que as diferenças com relação ao crédito prêmio IPI (que foi contemplado na avaliação da Braskem, mas não da Trikem), ocorreram porque os processos judiciais das duas encontravam-se em estágios diferentes, sendo o da Braskem praticamente finalizado.

Caso abre debate sobre diferença de critérios em laudos

O rigor maior na análise da conduta do administrador em operações com partes relacionadas e as diferenças entre os critérios para a contabilidade do balanço e para avaliação a preços de mercado em laudos são dois pontos que devem reter a atenção dos participantes do mercado a partir do julgamento de ontem feito pela CVM.Em seu voto, o diretor do órgão regulador Marcos Pinto destacou que a análise da conduta do administrador deverá ter um rigor maior por parte da autarquia em operações com partes relacionadas, sobretudo as que envolvem incorporações de companhias controladas. Uma outra questão destacada pelo relator Eli Lória no julgamento de ontem é a avaliação de que regras para contabilidade e para a avaliação a preços de mercado em laudos são coisas distintas. De acordo com o relator, esta foi a primeira vez que a autarquia analisou num processo administrativo esse tipo de aspecto relacionado à elaboração de laudos de avaliação a preços de mercado em operações de incorporação.

O julgamento de ontem esclareceu algumas concepções da autarquia com relação a critérios de laudos que baseiam as incorporações, algo que costuma gerar polêmica no mercado.O diretor da CVM, Eli Lória, explicou que o fato de alguns itens não constarem do balanço da companhia não quer dizer que estes não devam ser considerados na avaliação a preços de mercado. Um exemplo disso seriam os créditos fiscais. "Para resumir, poderíamos dizer que contabilidade é uma coisa e laudo de avaliação a preço de mercado é outra", disse Lória, acrescentando que as finalidades das duas coisas são diferentes e daí a diferença das regras aplicáveis. A instituição que fez a avaliação, ou seja, que elaborou o laudo que o colegiado considerou ter algumas falhas, não estava indiciada no processo administrativo. De acordo com um especialista em mercado de capitais, um possível motivo para isso é que ainda existe muita polêmica sobre a competência da CVM para fiscalizar e punir a conduta dos avaliadores. (CV)


Valor Econômico - 13/12/2007

Arte: qual o valor?

Aqui, uma interessante reflexão sobre a questão do valor. Discute-se um caso de um escultura que inicialmente atribuída a Gauguin. Entretanto, uma análise mais aprofundada dos críticos mostrou que isto não era verdade. É interessante notar que a escultura, em si mesma, não sofreu alteração, como objeto físico. Continua com suas características. Mas o Valor da escultura como ativo mudou radicalmente com o parecer dos especialistas.

O que mudou? Voltando aos conceitos clássicos de valor de uso e de valor de troca, a escultura perdeu seu valor de troca. Ou seja, a sua capacidade de ser trocada por fluxos futuros de caixa foi reduzida com o parecer dos especialistas.

Mas isto faz sentido? Os atributos da escultura não se alteraram.

É uma situação que pode gerar uma interessante discussão sobre valor, conceito de ativo, mensuração e outros conceitos mais. É uma pena que o livro de minha co-autoria já esteja na editora...