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13 dezembro 2025

IA: "pessoa" do ano

Todo ano a revista Time escolhe a Pessoa do Ano. É sempre algo controverso escolhas como essa e no passado Hitels e Stalin foram escolhidos. Ou seja, nem sempre é uma honra ser escolhido. 

Para esse ano, o mercado de apostas acreditava que os favoritos seriam a IA, papa Leão e Trump:

Mas a escolha real foi "Arquitetos da IA". Talvez o favoritismo da IA no mercado de apostas tenha influenciado na escolha real feita pela revista. No passado, a Time chegou a eleger o computador, que não é uma pessoa, como "a pessoa do ano". Realmente foi estranha a opção da revista.  

09 dezembro 2025

Rir é o melhor remédio

Warner, Netflix e Paramount


Comentamos aqui sobre a compra, pela Netflix, dos negócios de filme e streaming da Warner Bros Discovery, por US$ 72 bilhões.

Agora, veio a público uma manobra Paramount que, segundo oValor, vem ressaltando aos acionistas da Warner a dificuldade que será para a Netflix obter aval dos reguladores e que, mesmo se recebido, o processo ainda levará tempo. O principal ponto de atenção seria o risco de a junção da Warner com a Netflix afetar consideravelmente o mercado competitivo, o que poderia ser amenizado caso o acordo ocorresse com a Paramount.

Segundo o Valor, a Paramount apresentou um lance de U$ 108 bilhões, U$ 18 bi a mais que a Netflix. Todavia, esse mesmo valor já havia sido oferecido e recusado pela Warner, que preferiu optar por um comprador de resistir ao escrutínio regulatório, assinar imediatamente e concluir os negócios nos termos exigidos.

O lance da Paramount vem acompanhado de garantia de capital pelos Ellison (família do cofundador da Oracle), pelo fundo de investimento RedBird Capital Partners e por fundos soberanos da Arábia Saudita, Abu Dhabi e Catar. Segundo a própriaParamount, esses investidores concordaram em renunciar a direitos de governança, o que evitaria uma revisão por motivos de segurança nacional.

07 dezembro 2025

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: aqui

Quem irá lecionar contabilidade?

Há alguns anos, escrevemos aqui no blog sobre um dado que me deixava inquieta: “um país com quase três mil cursos de contabilidade… e pouco mais de 250 doutores formados. Quem está lecionando?” 

Na época, atualizei os números por conta própria e cheguei a algo próximo de 2.693 mestres e 251 doutores, que achei pouco. Porém, foi considerada também uma vitória, já que os programas no Brasil focados em Ciências Contábeis são relativamente recentes. 

Destaquei ainda, naquela postagem, a dissertação do Glauber Barbosa (2011) que concluiu “ocorrência de disfunções no ensino superior das universidades federais, especialmente na sobrecarga de funções para os professores mais titulados e na supervalorização da pesquisa em detrimento do ensino, quando o ideal seria que este e aquela fossem indissociáveis.” 

Conforme um texto publicado no The CPA Journal, esse problema não só continua, como em alguns lugares, piorou. 

Nos EUA, o alerta agora é de crise aguda de professores de contabilidade com doutorado. O número de estudantes em PhD caiu mais de 40% desde 2007/2008, muitos programas não conseguem formar sequer um doutor por ano e uma boa parte dos formados não tem interesse na vida acadêmica. Some a isso o envelhecimento do corpo docente, a pressão por publicações e o fato de que a carreira fora da universidade muitas vezes é mais atraente financeiramente. Ou seja, lá e aqui, a pergunta continua ecoando: quem está, e quem estará, na frente da sala de aula? 

Por lá uma das opções sugeridas foi criar doutorados profissionais em contabilidade, voltados para a prática, para casos reais, para a formação de professores que vêm do mercado e querem ensinar sem precisar passar por um programa tão rígido, teórico e de longa duração quando o acadêmico. Mas, na minha percepção pessoal, se programas profissionais realmente ganharem foco, teremos que discutir critérios claros de qualidade, mecanismos de avaliação, supervisão prática, padrões mínimos de formação e até como garantir que a experiência profissional não substitua, mas sim complemente, a reflexão crítica e a base conceitual que a docência exige.

06 dezembro 2025

Rir é o melhor remédio

 


Silvio Santos: a matemática das heranças bilionárias

Fonte da imagem: aqui

Em 2024, os herdeiros do apresentador Silvio Santos entraram na justiça para questionar uma cobrança de R$ 17 milhões em Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) sobre R$ 429 milhões, referentes a uma empresa com sede nas Bahamas. O argumento central é o espólio estar no exterior, então não sujeito à legislação tributária aplicada no Brasil. 

Com a reforma tributária, o imposto estadual ITCMD está em um ambiente cinzento, já que é necessária uma lei complementar federal que defina a competência tributária. Nenhum estado pode tributar herança no exterior sem a edição dessa lei, então enquanto o brasileiro comum briga com o ITCMD do apartamento da tia, os muito ricos discutem em um patamar acima, com outra ousadia, potência e privilégios.

No mesmo processo, os herdeiros questionam também supostos erros de cálculo da Secretaria de Fazenda de São Paulo, que teria superavaliado os valores em cerca R$ 47 milhões. Diante disso, a Justiça de São Paulo determinou uma perícia para a avaliação dos ativos, que deve ser concluída em até 60 dias. (O que eu não daria para ler o laudo do perito! Me parece imensamente interessante.)

O processo é sigiloso, mas vazamentos indicam que, dentre bens e direitos, o apresentador teria um patrimônio de cerca de R$ 6,4 bilhões, muito acima ds R$ 1,6 bi especulados até então. Outro dado interessante é que a Forbes posicionava Sílvio em 209º no ranking geral de bilionários no Brasil. Agora, com a nova estimativa 4x maior, os herdeiros saltariam para a 71ª posição.