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02 agosto 2025

História da contabilidade: Ainda concurso público, agora em 1835

Em 1835 o Brasil teve o primeiro governo "presidencial" eleito. O regente Feijó tomava posse em outubro, depois de eleições para escolha do novo regente. 

No jornal A Voz do Beriberi, edição 11, p.1, a discussão sobre conhecimentos para obtenção de cargo público. 

Um ano depois, encontro no Diário de Pernambuco (edição 182, p. 4), o seguinte classificado:


 

História da contabilidade: Concurso público em 1865

Em 1865, o Brasil estava iniciando a Guerra contra o Paraguai, em conjunto com a Argentina e o Uruguai. O país era governado pela casa portuguesa de Bragança, na figura de Dom Pedro II. A economia era baseada na produção de café, açúcar, algodão e fumo, sustentada pelo trabalho escravo.

Desde 1852, a capital do Piauí havia sido transferida de Oeiras para um novo local, às margens do rio Parnaíba, sendo a cidade a primeira capital planejada do país, batizada em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, esposa do imperador.

Treze anos depois, o presidente da província, Franklin Dória, abriu um concurso público para preencher o cargo de oficial da secretaria do governo. Os exames seriam realizados na presença do governante, no palácio, e incluíam, entre os conteúdos, a contabilidade.


Naquela época, não era comum realizar exames para selecionar candidatos, já que os cargos eram, em geral, preenchidos por indicação política. A exigência de conhecimento em contabilidade, assim como em gramática e caligrafia, pode ser justificada pelo fato de que essas disciplinas eram ensinadas no nível básico de ensino, conforme já postamos diversas vezes aqui. 

(Fonte: A Imprensa: periódico político, edição 7, p. 3, 1865) 

01 agosto 2025

PIX é motivo de investigação


O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abriu uma investigação formal sobre o Pix, sistema de pagamento instantâneo operado pelo Banco Central do Brasil. O governo americano alega que o sistema promove práticas comerciais desleais, dificultando o acesso de empresas dos EUA, como Apple Pay e Google Pay, ao mercado brasileiro. O Pix, lançado em 2020, se tornou dominante no Brasil — usado por cerca de 75% da população (cerca de 160 milhões de pessoas). Seu modelo público e gratuito representa forte concorrência às grandes empresas de tecnologia e ao setor bancário tradicional.

Especialistas apontam que a motivação da ação americana está ligada à pressão do mercado e preocupações geopolíticas, incluindo o controle de dados dos consumidores e alinhamento estratégico de Brasil com o bloco BRICS e a China. O governo brasileiro defendeu o Pix como um “bem público nacional” e rejeitou interferência externa.

Naturalmente se a pressão tiver êxito, isso pode representar uma aumento no custo das transações. Do lado macro, a questão também diz respeito a tensão geopolítica entre os EUA e o Brasil em meio ao protagonismo crescente da China no cenário brasileiro. O embate reflete uma disputa por influência global — Trump usando sanções econômicas como instrumento de pressão, e o Brasil reafirmando seu alinhamento com blocos que desafiam a ordem econômica liderada pelos EUA. 

Economistas são auditores ou arquitetos


Ricardo Hausmann questiona o estado atual da economia como disciplina, observando que muitos economistas se comportam mais como auditores — focados em hipóteses testáveis e evidência estatística — do que criadores de políticas visionárias. Ele argumenta que os desafios globais urgentes — como crescimento estagnado, mudança climática e desigualdade — demandam soluções inovadoras e pensamento ambicioso. 

O autor destaca a crise de identidade dentro da profissão: deve-se formar economistas pensando como arquitetos de política pública, criando estratégias criativas, ou como auditores que apenas validam programas existentes? Segundo Hausmann, a predominância de metodologias estreitas prejudica a capacidade da economia de enfrentar problemas do mundo real. É necessário resgatar uma visão mais ambiciosa e prática no ensino e na aplicação da disciplina para que ela volte a oferecer respostas transformadoras à sociedade.

Veja como a visão do auditor parece ser bem estreita. Mas não deixa de ser útil, embora Hausmann parece não pensar assim.  

Santo Contador?


Ignácio de Loyola, o santo espanhol, também militar e fundador da Companhia de Jesus é bastante conhecido. Mas quando jovem, Loyola foi também contador.

Fui confirmar isso na Wikipedia, em espanhol, onde aparece que quando jovem, ele foi mandado a Arévalo para viver na casa de Juan Velázquez de Cuéllar, contador-mor de Castela, a pedido deste. Havia laços familiares entre María de Velasco, esposa de Velázquez, e a mãe de Inácio. Velázquez, além de contador, foi membro do Conselho Real e executor testamentário dos Reis Católicos. 

Mas nada parece indicar que ele trabalhou com a profissão. 

Os artigos citados no primeiro link não estão disponíveis de forma acessível, o que impede uma verificação mais apurada.  

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: aqui

31 julho 2025

Uma fraqueza dos modelos de IA

Veja a imagem abaixo. Um problema de matemática, com a mesma formulação, mas o texto de baixo tem uma informação desnecessária, que está em vermelho. Quando o problema é submetido a um ser humano, ele simplesmente desconsidera a parte em vermelho.

Mas uma pesquisa (via aqui) mostrou que a inserção dessa frase no problema prejudica a resposta dada pela IA. Em língua inglesa isso chama CatAttack. 

O estudo descobriu que a inserção de "gatilhos adversariais independentes da pergunta" — trechos curtos e irrelevantes que, ao serem adicionados a problemas matemáticos, induzem sistematicamente os modelos a respostas incorretas — confunde os modelos. Alguns ficaram até 700% mais propensos ao erro quando expostos ao chamado CatAttack.