Pagaram 6 mil dólares por um chinelo. Qual a relação com a contabilidade? O chinelo pertenceu a uma figura, conhecida por envolver-se numa fraude contábil. O dinheiro arrecadado com o leilão, que obteve 2 milhões de dólares, será destinado as vítimas da fraude de:
Charles Prince, do Citibank
Madoff, do fundo de investimento do mesmo nome
Skilling, da Enron
Resposta do Anterior: ISO 19011 - Fonte: aqui
16 novembro 2010
A solução do Panamericano

O empréstimo de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garantido pelos bens do empresário Silvio Santos transformou o Banco PanAmericano numa exceção entre as instituições financeiras que tiveram problemas nos últimos anos. O caso foi resolvido depressa, os depositantes não perderam dinheiro e preservou-se o sistema financeiro.
Isso não ocorreu com os bancos estaduais e nas diversas quebras de bancos privados, como Econômico, Nacional, Bamerindus e Banco Santos (quadro abaixo). Os ativos e passivos dos bancos que sofreram a intervenção do Banco Central caíram nas costas da viúva. Não há dados consolidados, mas as barbeiragens dos banqueiros custaram R$ 130 bilhões desde 1994, algo como 2,5% do PIB.
Isso inclui programas como o Proer e o Proes, lançados logo após o Plano Real para evitar o colapso do sistema financeiro nacional. As 53 instituições em processo de liquidação tornaram-se problemas quase insolúveis. O BC tem de analisar os números e cobrar e pagar o que for possível.
O processo é caro, e tem de ser custeado pela massa falida do banco. O Proer custou R$ 44 bilhões aos cofres públicos e apenas R$ 17 bilhões foram recuperados. No Proes, dos bancos estaduais, a União colocou R$ 90 bilhões e não há ideia de quanto será recuperado. Os processos de liquidação mais antigos foram iniciados há décadas e só serão finalizados quando as infindáveis pendências judiciais forem resolvidas. Esses procedimentos são conduzidos por liquidantes designados pelo BC, em geral seus funcionários aposentados.
Hoje, só o Bamerindus quitou suas dívidas com o Proer, um passivo de R$ 2,7 bilhões assumido pelo FGC em 2009. Nesse aspecto, a solução para o PanAmericano não é apenas inovadora como também mais benéfica para os cofres públicos. Com o tempo, pode se tornar um produto de exportação brasileiro, assim como a declaração online do Imposto de Renda e as urnas eletrônicas.
Um modelo inovador - Por Rodolfo Borges e Rodrigo Queiroz - Isto é Dinheiro
IFRS na Klabin
A Klabin, maior produtora brasileira de papéis para embalagens, antecipou em um trimestre a adoção das normas contábeis do International Financial Reporting Standards (IFRS) e surpreendeu os investidores com um ajuste de quase R$ 2,3 bilhões em seu patrimônio líquido, decorrente de importantes atualizações no valor de seus ativos.
Ao divulgar o balanço do terceiro trimestre, a companhia revelou aumento de R$ 3,3 bilhões em seus ativos a partir da adoção dos novos critérios contábeis, que tiveram impacto principalmente no valor de terras e florestas e na estimativa de vida útil dos ativos. "Com esses ajustes, que também têm impacto no ativo permanente, mudou o patrimônio líquido", explicou o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Antonio Sérgio Alfano.
Antes dos ajustes, o patrimônio líquido da Klabin somava, ao fim de setembro, R$ 2,53 bilhões. Com a adoção das normas, passou a R$ 4,82 bilhões, influenciado pela adoção do valor justo dos ativos biológicos, que elevou de R$ 860 milhões para R$ 2,5 bilhões o valor das florestas; do custo atribuído às terras, que passaram de R$ 262 milhões para R$ 1,95 bilhão em valor de mercado; e da reavaliação da vida útil dos ativos.
"Foi um trabalho de consistência muita grande", disse o diretor-geral da Klabin, Reinoldo Poernbacher. "Imagine o que é apurar o valor de mercado de toras [de madeira] de diferentes diâmetros e de áreas florestais com características muito distintas", acrescentou. Ainda assim, a Klabin cumpriu a jornada de adoção do IFRS antes do previsto e optou pela adoção das normas, obrigatórias para os resultados do fim do ano.
Também o lucro líquido da Klabin no terceiro trimestre acabou por refletir a mudança. Segundo a companhia, antes dos ajustes, o resultado final seria positivo em R$ 186 milhões - com adoção das regras, o lucro líquido ficou em R$ 226 milhões, comparável a R$ 67 milhões, já ajustado, no segundo trimestre e a R$ 125 milhões em igual intervalo de 2009.
Sob o aspecto operacional, o desempenho da Klabin também indicou um trimestre melhor do que os anteriores. No intervalo, foram dois recordes: de receita líquida e volume de vendas. De julho a setembro, a receita da companhia, incluindo madeira, totalizou R$ 983 milhões, o equivalente a crescimento de 31% na comparação com um ano antes e de 9% ante o segundo trimestre. As vendas em volume, por sua vez, alcançaram 436 mil toneladas (sem levar em conta os negócios com madeira), 8% acima do verificado no terceiro trimestre de 2009 e 1% maior do que o registrado no intervalo imediatamente anterior.
De acordo com Poernbacher, a percepção da companhia é a de que os fundamentos do mercado seguem positivos, especialmente para os negócios domésticos, ao longo do próximo ano. "Estamos otimistas", comentou.
No terceiro trimestre, o mercado interno absorveu 71% do volume total de vendas da Klabin, ou 308 mil toneladas sem considerar madeira, com expansão de 17% na comparação com o mesmo intervalo de 2009. As exportações, por outro lado, caíram 9% na mesma base de comparação, para 128 mil toneladas. Nessa linha, o destaque ficou por conta do incremento das vendas para países da América Latina, região que vem ganhando peso nos embarques da Klabin.
Conforme balanço da companhia, o lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) trimestral de R$ 252 milhões foi o maior para o ano, 27% acima do verificado no terceiro trimestre de 2009. A margem lajida, contudo, ficou 1 ponto percentual menor na mesma comparação, em 26%.
Nos nove meses encerrados em setembro, a Klabin executou investimentos de R$ 248 milhões. Até o fim do ano, os desembolsos devem chegar a R$ 350 milhões ou R$ 370 milhões, de acordo com Alfano. A Klabin ainda não fechou seu orçamento para 2011, porém a expectativa é a de que os investimentos variem entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.
IFRS turbina balanço da Klabin - Por Stella Fontes 12/11/2010 Valor Economico via Alexandre Alcantara
Pornografia
12% dos sítios da internet são pornográficos ou 24 milhões
A cada segundo 3 mil dólares é gasto com pornografia
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70% dos homens, com idade entre 18 e 24, visitam sítios num mês típico
A indústria de pornografia tem receitas estimadas de 5 bilhões de dólares no mundo
2,5 bilhões de e-mails diários são pornográficos
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Em média uma criança começa a olhar pornografia com 11 anos de idade
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Fonte: aqui
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Despesas na Petrobrás
O mercado está dividido quanto à interpretação do balanço do terceiro trimestre da Petrobras. No entanto, a preocupação com as despesas da estatal do petróleo permeia a maior parte das análises.
Para a analista Mônica Araújo, da Ativa Corretora, o resultado da Petrobras veio em linha com as expectativas da corretora, apesar de ter ficado inferior ao que o mercado esperava.
"O aumento de custos de exploração e refino, menor nível de produção doméstica no trimestre junto com exportações menores já estavam na nossa expectativa, mas não deixam de ser um quadro negativo", afirma. A corretora tem os papéis (PETR4) da estatal em revisão.
O Itaú BBA afirma, em relatório assinado por Paula Kovarsky, Diego Mendes e Giovana Araujo, que os números vieram em linha com as expectativas da corretora e do mercado. Entretanto, a pressão dos custos em itens recorrentes continua a ser uma fonte de preocupação.
"Além do mais, os acordos coletivos, os quais acreditamos serem recorrentes, devem aumentar os custos com pessoal daqui para frente", sinaliza o relatório. Para a corretora, o resultado veio em linha com as expectativas, mas com tendência desfavorável.
"Não esperamos uma grande oscilação nos preços da Petrobras referente ao resultado apresentado do terceiro trimestre", afirma a Link Investimentos em relatório assinado por Andrés Kikuchi. Apesar do resultado ter sido próximo do projetado, o aumento no custo de extração apresentou um crescimento significativo no período e a produção foi aquém do esperado.
O BB Investimentos ressaltou, em relatório assinado por Nelson Rodrigues de Matos, que a estimativa é de melhoria na receita operacional líquida no próximo trimestre, com a manutenção dos atuais níveis de preços do petróleo.
A Spinelli, em relatório assinado por Max Bueno, também parece mais otimista. Embora a corretora esperasse um lucro líquido maior para a Petrobras, acredita que o balanço não terá impacto nas ações.
"Para o quarto trimestre, acreditamos na manutenção desta trajetória, devido ao maior consumo de derivados, recuperação da produção em Campos e entrada em operação de novos sistemas produtivos", informa o comentário.
Analistas se preocupam com alta das despesas da Petrobras - Bárbara Ladeia - Brasil Econômico - 12/11/10
CVM e CPC
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca em audiência pública hoje, 12/11/2010, minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 43(R1) – Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40.
Conforme divulgado anteriormente, após a conclusão da segunda etapa da emissão das normas de convergência, o CPC havia assumido o compromisso de revisar e atualizar todos os documentos por ele emitidos. O objetivo é tornar todos esses documentos totalmente convergentes com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB - International Accounting Standards Board.
Esse processo teve início no final de 2009, quando revisões pontuais foram realizadas. Em 2010, ele continua, abrangendo todos os documentos emitidos desde o Pronunciamento CPC 01, divulgado em 14 de setembro de 2007.
O Pronunciamento Técnico CPC 43 (R1) contempla substancialmente alguns ajustes decorrentes das alterações propostas no CPC 37 (R1), que foi colocado em audiência pública em 7 de outubro último, e visa deixar claro que:
As demonstrações consolidadas elaboradas de acordo com os CPCs possam ser declaradas como estando de acordo com as normas contábeis internacionais (IFRS);
As demonstrações contábeis individuais somente não estarão em conformidade com as normas contábeis internacionais: (i) quando tiverem investimentos em controladas, os quais pela legislação societária brasileira são avaliados pelo método de equivalência patrimonial; e (ii) quando a entidade tenha optado pela manutenção do saldo não amortizado do ativo diferido existente em 31 de dezembro de 2007, cuja manutenção nas demonstrações individuais foi permitida pela Lei 11.638/07;
Não haja diferenças entre os valores de resultado do exercício e patrimônio líquido apurados de acordo com as IFRS e de acordo com a adoção dos CPCs. Exceção é feita àquelas entidades que adotaram antecipadamente as IFRS.
As sugestões e comentários deverão ser encaminhados, por escrito, até o dia 02 de dezembro de 2010, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria, preferencialmente através do endereço eletrônico: AudPublicaSNC1510@cvm.gov.br ou para a Rua Sete de Setembro, 111/27º andar – Centro – Rio de Janeiro – CEP 20050-901. Esclarecimentos adicionais à minuta do Pronunciamento CPC 43 (R1) poderão ser obtidos na página principal do CPC: http://www.cpc.org.br.
Clique aqui para acessar a íntegra do Edital de Audiência Pública com a minuta de Instrução e a versão da minuta do CPC 43 (R1) com as marcas da revisão da proposta, caso a proposta de alteração seja integralmente transformada em norma.
15 novembro 2010
Rir é o melhor remédio
“Sabe que esta semana aconteceram coisas que me deixaram muito triste, quase em depressão”, diz Silvio ainda sorrindo. “Aí, conversei com um amigo que foi pra Índia, e ele me contou uma história: ‘Não fique assim, Silvio. Sabe que, uma vez, vi no chão um passarinho doente. Estava frio e, para aquecê-lo, peguei um punhado de m... e o cobri. O passarinho melhorou e ficou tão quente e feliz que começou a piar (Silvio imita os sons do personagem). Então, um gavião ouviu os pios, deu um rasante e comeu o passarinho. Moral da história? Nem sempre quem te põe na m... é seu inimigo; nem sempre quem te tira da m... é seu amigo; e, mais importante: passarinho que está na m.... não dá um pio’.”
'Quem quer Dinheiroooo?' - Alline Dauroiz - 15 Nov 2010 - O Estado de São Paulo
'Quem quer Dinheiroooo?' - Alline Dauroiz - 15 Nov 2010 - O Estado de São Paulo
Panamericano: governança
Os controles de governança corporativa do PanAmericano iam além da estrutura mínima exigida pelos órgãos regulatórios e eram considerados satisfatórios pelos especialistas.
Além do conselho de administração com membros independentes e da diretoria - componentes obrigatórios para empresa aberta -, o banco mantinha comitê de auditoria e conselho fiscal.
A exigência do conselho fiscal existe para as instituições financeiras, mas com prazo de início de operação não determinado. O PanAmericano mantinha o conselho estabelecido desde agosto de 2009 com três integrantes efetivos e três suplentes.
Bancos médios com perfis semelhantes, como BIC Banco e Cruzeiro do Sul, por exemplo, não possuem conselho fiscal instalado, segundo documentos na CVM.
"Sob análise externa, as práticas de governança da empresa estavam em um nível bom", diz Heloísa Bedicks, superintendente do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
Aos olhos dos investidores, as informações também eram satisfatórias e as perspectivas eram de valorização das ações em curto prazo, de acordo com Victor de Figueiredo, da corretora Planner.
A divulgação do balanço, prevista para a última sexta (12) foi suspensa pelo banco, assim como a teleconferência prevista para amanhã.
RESPONSABILIDADES
Nos Estados Unidos, segundo a lei fiscal Sarbanes-Oxley instituída depois do escândalo contábil envolvendo a empresa de energia Enron, presidentes e diretores financeiros das companhias abertas são responsáveis formais pelos dados dos balanços e podem ser presos em caso de fraudes contábeis.
No Brasil, não há leis específicas como essa, mas diretores e conselheiros podem ser responsabilizados.
"O conselho de administração e os diretores são considerados administradores e respondem com seus bens pessoais", afirma Heloísa Bedicks, do IBGC.
Segundo Roberta Prado, professora da DireitoGV, a punição, varia a cada caso. "Existem regras que dizem que se o administrador agir de maneira informada, refletida e isenta, não pode ser responsabilizado pelo que deu errado", diz.
Para Andre Camargo, do Insper, é possível que novas formas de regulação surjam depois de casos esse.
"O mercado sozinho não vai elevar sozinho o nível de regras de governança corporativa. Vamos precisar que haja uma força movida pelo estado trazendo políticas públicas mais definidas. Mas importar leis simplesmente não vai adiantar. É necessário melhorar o nível da fiscalização", resume.
Banco "maquiava" transparência e gestão - 15 Nov 2010 - Folha de São Paulo - CAMILA FUSCO - DE SÃO PAULO
Panamericano: efeito sobre a contabilidade
O caso PanAmericano levanta dúvidas sobre a confiabilidade da principal fonte de informação dos investidores.
Os analistas concordam com o fato de que os erros nos balanços do PanAmericano, que não foram detectados pelas empresas que auditaram suas contas, cria desconfiança sobre a veracidade das informações dos balanços de outras companhias.
"Cria um pouco de insegurança. Por isso, tem que ser esclarecido. As contas do PanAmericano passaram por três auditorias. Fica um mal-estar. A partir do momento que for esclarecido, a desconfiança desaparece", acredita Pedro Galdi, da SLW.
Para João Augusto Sales, da Lopes Filho, o anúncio feito pelo Banco Central de que vasculhou outros bancos e não encontrou problemas foi o que acalmou o mercado.
Segundo ele, os balanços do setor são mais difíceis de serem auditados.
"Se um banco quiser fraudar, quando é muito benfeito, os auditores não pegam. O Banco Central pega depois", disse.
A analista da Ativa Corretora Luciana Leocadio diz que os balanços dos bancos têm que ser acompanhados de perto, pois são diferentes dos de outros setores, o que dificulta a auditoria.
"É um risco, sem dúvida, do setor", afirma.
Caso provoca desconfiança sobre balanços - 15 Nov 2010 - Folha de São Paulo
Panamericano: tamanho do prejuízo
O rombo no Banco PanAmericano e na empresa de cartão de crédito do grupo Silvio Santos pode ser maior do que os R$ 2,5 bilhões informados até agora.
A cifra é resultado da soma de um buraco de R$ 2,1 bilhões em operações de crédito do banco e de R$ 400 milhões na área de cartões.
Mas a informação de que há um rombo dessa magnitude nas operações de cartão de crédito foi passada ao Banco Central pelos próprios dirigentes da holding do apresentador, segundo a Folha apurou.
Como R$ 400 milhões é uma estimativa dos dirigentes do grupo de quanto seria necessário para cobrir "potenciais problemas" com cartões e não foi determinado por fiscalização ou auditoria externa, há risco de que seja impreciso.
O que significa que o rombo total pode ser maior que os R$ 2,5 bilhões reportados, segundo a Folha apurou.
De acordo com auditores do BC, as informações declaradas pelo grupo em relação ao rombo na empresa de cartões de crédito ainda não foram conferidas.
Uma autoridade envolvida na fiscalização do PanAmericano disse à Folha que o tamanho exato do rombo só vai ficar claro à medida que avance o trabalho de escrutínio nas contas da empresa de cartões do grupo -e do próprio banco- tocado até agora principalmente pela nova diretoria.
A suspeita maior é de que os problemas na empresa de cartão de crédito sejam de natureza parecida com o que ocorria nas operações de empréstimo do banco: valores a ser recebidos de clientes no futuro eram inflados nos balanços, aumentando artificialmente o resultado.
FALTA DE FISCALIZAÇÃO
Os dirigentes do grupo de Silvio Santos se manifestaram a respeito da existência de um rombo na área de cartões apenas depois que o BC havia detectado a fraude.
O BC não fiscaliza a área de cartão de crédito, o que facilita desvios. A falta de fiscalização também dificulta a apuração de problemas.
Especialistas em direito bancário, como o advogado Jairo Saddi, coordenador do curso de direito do Insper, defendem há anos a inclusão do setor de cartões de crédito como atividade financeira, o que implicaria na fiscalização do Banco Central.
A autoridade monetária, no entanto, resiste à ideia.
As primeiras irregularidades encontradas pelo BC no PanAmericano foram operações de venda de uma mesma carteira de crédito para duas instituições diferentes.
Vender para outro banco o direito de receber as prestações de empréstimos concedidos é prática comum.
Bancos de porte médio como o PanAmericano fazem isso para levantar dinheiro rapidamente a fim de conceder novos empréstimos.
PREJUÍZO DISFARÇADO
Segundo a Folha apurou, não há dúvida entre autoridades envolvidas no caso de que as irregularidades no PanAmericano foram resultado de fraude e não de erro.
Há indícios de que executivos do banco armaram essas operações fraudulentas para cobrir o resultado deficitário do banco, transformando prejuízo em lucro.
Os problemas financeiros do PanAmericano foram resultado da combinação de dois fatores: custos altos e inadimplência elevada.
Sem base significativa de correntistas, o banco pagava caro para captar recursos no mercado. Além disso passou a ter problemas de inadimplência (o foco do banco são crédito consignado e financiamento de veículos).
O banco tinha de lidar ainda com outros custos altos -também amargados pelos demais bancos, especialmente os de médio porte- como o pagamento de comissões para os "pastinhas".
É como são chamados os trabalhadores autônomos que captam clientes para os bancos, batendo de porta em porta, visitando empresas e repartições públicas.
Rombo em banco pode supercar R$ 2,5 bi - 15 Nov 2010 - Folha de São Paulo - ÉRICA FRAGA
Panamericano: aplicação suspeita
Titular de aplicação de R$ 400 milhões que obteve rendimentos três vezes superiores às de mercado no banco PanAmericano, controlado por Silvio Santos, o empresário Adalberto Salgado Junior, 49, de Juiz de Fora (MG), já foi preso por suspeita de crime contra a ordem tributária.
Acusado do mesmo delito, responde a ação penal na Justiça Estadual de Minas desde setembro deste ano.
O empresário tentou suspender o processo no Tribunal de Justiça, mas o pedido foi negado.
Com pena de reclusão de dois a cinco anos, o crime contra ordem tributária é caracterizado como "suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social".
Procurado ontem e sábado em Juiz de Fora, o empresário não telefonou de volta. Segundo o porteiro do prédio onde mora, em área nobre da cidade, ele não estava em casa ontem.
A prisão foi relatada pelo próprio empresário ao prestar depoimento à Polícia Federal em julho de 2009.
Em Juiz de Fora, o empresário é conhecido por andar pelas ruas a bordo de uma Ferrari vermelha, relataram taxistas à reportagem.
NEGÓCIOS
Filho do empresário Adalberto Salgado, 82, um dos pioneiros no ramo cerealista, "Adalbertinho", como é chamado pelo pai, herdou quatro apartamentos de mãe e começou a investir em postos de combustível, imóveis e na área de "factoring" (compra de cheques e promissórias).
Ele é suspeito de receber mais de R$ 120 milhões de rendimento por ano numa aplicação no PanAmericano, que recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (formado por contribuições dos bancos).
De acordo com técnicos do Banco Central, as aplicações de Salgado Junior podem ter rendido a juros inflados artificialmente para camuflar saída de recursos.
Dono de aplicação suspeita foi preso por crime fiscal em Minas Gerais - 15 Nov 2010
Folha de São Paulo - HUDSON CORRÊA
Panamericano: processo III
Executivos que comandavam o banco de Sílvio Santos terão que explicar como a instituição acumulou um rombo de R$ 2,5 bilhões
O Banco Central (BC) vai intimar até sexta-feira os ex-diretores do Banco Panamericano para que expliquem as inconsistências contábeis que levaram a instituição a acumular um rombo de R$ 2,5 bilhões.
A autoridade já encontrou indícios suficientes para abrir um processo administrativo contra os executivos. O primeiro passo é a intimação. Eles terão entre 15 e 30 dias para se defender.
Também até o fim desta semana, o BC encerrará as investigações dentro do banco. O resultado será enviado para o Ministério Público em São Paulo. Técnicos do BC entraram no Panamericano em meados de setembro, depois de identificar problemas na contabilidade.
Segundo o BC, o Panamericano tinha uma estrutura de despesas incompatível com as receitas. Com isso, apurava seguidos prejuízos, que eram mascarados pelas fraudes contábeis. A principal delas era a não contabilização da venda de carteiras de crédito para outras instituições financeiras (normalmente de grande porte, como Bradesco, Itaú, Santander e HSBC).
O Panamericano continuava computando como sua as receitas decorrentes desses empréstimos, inflando os resultados e encobrindo os prejuízos. Ainda não se sabe por que o banco acumulava perdas. Umas das hipóteses é a concessão de empréstimos em um ramo altamente arriscado: automóveis usados.
A antiga diretoria do banco era encabeçada por Rafael Palladino (diretor superintendente, primo de Íris, mulher do empresário Silvio Santos) e Wilson Roberto de Aro (diretor financeiro).
Conforme antecipou o Estado na edição de sábado, o BC também identificou indícios de desvio de dinheiro por parte dos ex-diretores do Panamericano. Oficialmente, a instituição nega a hipótese. Por meio da assessoria de imprensa, informa que o foco da investigação é a fraude nas carteiras de crédito.
O BC também já encontrou no banco Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com taxas de remuneração elevadas para os padrões brasileiros. A informação também é negada oficialmente pela instituição.
O Panamericano foi uma das instituições que mais recorreram a um tipo de CDB regulamentado pelo BC no auge da crise de 2008, que previa um seguro anticalote para aplicações de até R$ 20 milhões. Em abril de 2009, esses CDBs chegaram a representar 50% das receitas do banco.
Fraudes escondidas. A contabilidade do Panamericano passou por vários crivos ao longo dos últimos anos. Nenhum deles detectou as fraudes. Segundo o BC, a maquiagem dos números começou em 2006. Em novembro do ano seguinte, o Panamericano emitiu ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Com a operação, arrecadou quase R$ 777 milhões.
No fim do ano passado, os auditores e negociadores da Caixa Econômica Federal também mergulharam nas contas do Panamericano quando o banco estatal comprou 49% do capital votante do banco de Silvio Santos por R$ 739 milhões. Mais uma vez, ninguém viu.
A Caixa deve interpelar a KPMG e o Banco Fator para prestarem esclarecimento sobre a auditoria que fizeram nas contas do Panamericano. A interpelação extrajudicial tem como objetivo saber por que as empresas não identificaram a fraude que resultou no rombo de R$ 2,5 bilhões no Panamericano. A partir daí, a Caixa decidirá se entrará ou não com alguma medida judicial.
Por enquanto, o banco público avalia que não há motivos para acionar judicialmente as companhias, pois não houve prejuízos financeiros. Toda a “inconsistência patrimonial” detectada pelo BC foi coberta com um aporte do acionista controlador, no caso, o Grupo Silvio Santos.
Salvamento. Para escapar de uma eventual liquidação do banco pelo Banco Central foi montada uma operação de socorro em que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um organismo dos bancos, forneceu um empréstimo de R$ 2,5 bilhões ao Banco Panamericano em troca foi exigido que o apresentador Sílvio Santos colocasse como garantia o seu patrimônio. O financiamento foi feito em dez anos com carência de três.
BC vai intimar até sexta ex-diretores do Panamericano - Leandro Modé - 15 Nov 2010
O Estado de São Paulo
Panamericano: processo II
O Grupo Silvio Santos anunciou ontem, em comunicado publicado em diversos jornais, que vai processar, nas esferas cível e criminal, os ex-executivos do PanAmericano e a empresa de consultoria Deloitte, contratada para auditar os balanços do banco. A decisão de acionar judicialmente os ex-gestores do banco e a consultoria foi tomada cinco dias depois de o grupo fechar um acordo com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), pelo qual recebeu um aporte de R$2,5 bilhões, dando como garantia as 44 empresas que compõem a holding.
O socorro do FGC foi negociado pelo próprio Silvio Santos depois que, em 11 de setembro, ele foi informado pelo Banco Central (BC) de que os balanços do PanAmericano apresentavam graves indícios de fraudes e manipulações patrimoniais. No comunicado, o grupo faz referência às “irregularidades apontadas pelo BC” para explicar as ações na Justiça.
Entre os oito ex-gestores do banco demitidos na última terça-feira, o ex-superintendente Rafael Palladino e o ex-diretor Financeiro e de Relações com Investidores Wilson de Aro devem ser os principais alvos dos processos. Primo de Iris Abravanel, mulher de Silvio, Palladino, um ex-professor de educação física, estava no grupo desde 1991. Ele e De Aro, que tinha quase 40 anos de casa, eram os homens de confiança do grupo à frente do PanAmericano e seriam os principais responsáveis pela crise no banco.
SBT veicula anúncios pedindo confiança
Além de trocar toda a diretoria, também na semana passada o banco mudou todos os membros do Conselho de Administração. Na presidência, Luiz Sandoval, que dirige a holding SS Participações, deu lugar a Maria Fernanda Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal, que detém 37% do capital do PanAmericano.
Por ordem de Silvio Santos, desde a última quinta-feira, em todos os intervalos de programas do SBT, é veiculado um comunicado explicando o que aconteceu com o banco. Com duração de 40 segundos e tendo a logomarca do PanAmericano ao fundo, um locutor conta que o banco tomou um empréstimo de R$2,5 bilhões junto ao FGC e deu como garantia as empresas do Grupo SS. Afirma que as empresas “valem no mercado mais do que o empréstimo”, e que todo o dinheiro emprestado foi usado para reforçar o caixa do banco. E termina dizendo:
“As pessoas e as empresas que confiam no nome Silvio Santos estão absolutamente garantidas, não tiveram e nem terão, em hipótese alguma, qualquer prejuízo. Continue confiando na credibilidade do Grupo Silvio Santos”.
Silvio Santos processa ex-executivos - 15 Nov 2010 - O Globo
Ronaldo D’Ercole
Panamericano: processo
O Grupo Silvio Santos decidiu processar os ex-diretores-executivos do Banco PanAmericano e também a Deloitte, empresa de auditoria externa contratada para fazer a revisão das demonstrações financeiras do banco.
O processo ocorrerá nas esferas cível e criminal, segundo comunicado distribuído ontem pelo grupo.
O grupo não informou como será a contestação nem os advogados contratados no caso.
Os integrantes do conselho e da diretoria executiva são responsáveis diretos pelas operações do banco e podem responder com os próprios bens em caso de má gestão ou de fraude.
Entre os diretores que serão processados estão Rafael Palladino, ex-superintendente do banco e parente de Íris Abravanel, mulher de Silvio Santos.
Também serão processados Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro, e Adalberto Saviolli, ex-diretor de Crédito do banco.
SUSPEITA DE OMISSÃO
Além dos diretores, a empresa de auditoria e seus profissionais também respondem financeiramente pelos prejuízos sofridos por clientes e demais empresas por conta de eventual omissão.
Para se proteger nesses processos, as auditorias e seus profissionais costumam fazer seguros específicos para cobrir demandas judiciais. Os seguros não cobrem fraude.
Procurada, a Deloitte informou, em nota, que "está à disposição e colaborando com as autoridades para a devida apuração dos fatos e que se defenderá vigorosamente na Justiça de qualquer acusação relacionada ao caso do Banco Panamericano".
A Folha não conseguiu localizar ontem os ex-diretores do PanAmericano para que comentassem a ameaça de processo.
Ex-diretores e auditoria serão processados - Folha de São Paulo - 15 nov 2010
14 novembro 2010
Panamericano e agências de ratings
As agências de classificação de risco de crédito confiaram às cegas na auditoria feita nas contas do banco Panamericano e elevaram as notas da instituição financeira a um grau de investimento considerado seguro. As três principais empresas que fazem essa avaliação - Fitch, Moody’s e Austin Rating - agora estão revendo a nota.
“Como não temos papel de investigação, confiamos na integridade das informações sobre a empresa”, afirma Maria Rita Gonçalves, diretora de instituições financeiras da Fitch.
A compra de parte do banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, em dezembro do ano passado, convenceu a Fitch a elevar, em julho deste ano, a nota do banco de Silvio Santos de BBB+ para AA+, um nível altamente seguro. “A elevação dos ratings do Panamericano baseou-se no suporte que a Fitch acredita que o banco receberia da Caixa em momentos de estresse”, explica Maria Rita.
Na última quinta-feira, no entanto, a agência rebaixou a avaliação do banco para A-, com perspectiva negativa.
A Austin Rating mantinha nota A para o Panamericano. Diferentemente da Fitch, não elevou a nota quando a Caixa comprou parte do banco. Sexta-feira, a Austin comunicou a retirada dos ratings do Panamericano e de suas debêntures, com o argumento de que é impossível continuar a monitorar o banco.
A Moody’s tem sido mais conservadora na avaliação. Desde abril de 2007, mantém a mesma nota para o Panamericano (Ba2 - nível considerado baixo na escala). Depois do anúncio do rombo de R$ 2,5 bilhões na instituição, a Moody’s também colocou em revisão para possível rebaixamento todos os ratings atribuídos ao banco.
“A Moody's espera concluir a revisão dos ratings após o anúncio de resultados do terceiro trimestre”, diz Eduardo Barker, porta-voz da empresa. O balanço trimestral sairia na próxima terça-feira, mas foi adiado por tempo indeterminado.
Vítimas. As empresas de classificação de risco são unânimes em afirmar que a matéria-prima do trabalho que desenvolvem é a informação pública, e auditada, fornecida pelo banco.
Ao serem questionadas sobre os ratings altos do Panamericano, dizem que não têm poder de fiscalização. “Trabalhamos com dados públicos. Somos vítimas do erro deles”, diz Luís Miguel Santacreu, analista da Austin Rating. Segundo ele, a responsabilidade sobre as informações é da Justiça, dos auditores e do Banco Central (BC).
Ineficiência. Para o professor de Finanças Internacionais da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA/USP) Manoel Enriquez Garcia, houve falta de eficiência no levantamento de informações para a composição do balanço feito pelas auditorias (no caso, a Delloite).
“Não foram feitas as devidas diligências na apuração das informações da auditoria”, diz Garcia. “É preciso entrar no nível dos detalhes, checar junto aos órgãos competentes todos os contratos, passivos e ativos do banco para saber a autenticidade das informações passadas pela empresa auditada.”
Agências de rating deram boas notas ao banco - Denise Ramiro - 14 Nov 2010 - O Estado de São Paulo
Panamericano e Jequiti
Negócio de venda direta de cosméticos é cortejado por concorrentes e fundos de investimento, diz Carmo Jr., presidente da empresa
A Jequiti Cosméticos, uma das 44 empresas do Grupo Silvio Santos, é considerada pelo presidente da companhia, Lásaro do Carmo Jr, a “joia da coroa” do conglomerado e deve ter papel preponderante na operação de salvamento do Banco Panamericano.
Segundo o Estado apurou, ela é avaliada em R$ 800 milhões pelo mercado. A outra empresa mais valiosa do Grupo é o próprio Panamericano, cujo valor do controle é estimado em R$ 1 bilhão. O patrimônio do Grupo é calculado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em R$ 2,7 bilhões, mas somente a venda dessas duas empresas pode render quase R$ 2 bilhões.
Além de mais valiosas, as empresas do grupo ligadas ao varejo - além do banco e da empresa de cosméticos, inclui o Hotel Jequitimar e outros empreendimentos imobiliários - têm mais liquidez e, portanto, são as mais fáceis de serem passadas para frente. O mesmo não acontece com a Liderança Capitalização (Tele sena) e o Baú da Felicidade. E a situação fica ainda mais difícil no negócio das emissoras de TV. Além de se tratar de concessão a pessoa física, há restrições à participação de estrangeiros nos meios de comunicação.
“Todo mundo está de olho na Jequiti: fundos de investimento e empresas concorrentes. No momento, a empresa ainda não está à venda. Temos solidez e queremos alçar voos maiores”, diz Carmo Jr. Ele não revela se a empresa, especializada em venda direta de cosméticos e que concorre com gigantes do setor, como Avon e a Natura, tem lucro. Mas ressalta que a geração de caixa é positiva. Isto é, a companhia se sustenta operacionalmente e não precisa recorrer com regularidade a bancos.
Salto. Outro fator que faz da empresa a “joia da coroa” é a sua rápida evolução. Fundada em 2006, a Jequiti deve fechar este ano faturando entre R$ 380 e R$ 400 milhões, com crescimento de 80% em relação a 2009. Desde 2007, a receita foi multiplicada por 20. Hoje tem 160 mil revendedoras. Até dezembro serão 170 mil.
Se a projeção de vendas para este ano se confirmar, a Jequiti responderá por cerca de 10% da receita do grupo. A perspectiva é de que o faturamento atinja R$ 1 bilhão até 2013 e essa unidade se torne o pilar do conglomerado até 2015, ao lado do Banco Panamericano, prevê o executivo.
Apesar do revés sofrido na semana passada, com a descoberta de uma fraude no Panamericano, que levou Silvio Santos a ter de dar o conglomerado em garantia para obter um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do FGC, Carmo Jr. está otimista. Diz que os planos da Jequiti de ter a primeira fábrica e de construir novos centros de distribuição em Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Belém (PR) estão mantidos.
“Continuamos em voo de cruzeiro e vamos ter de trabalhar mais”, afirma o executivo. Ele conta que o projeto da fábrica está pronto. A meta é iniciar as obras em janeiro de 2011 e colocá-la em operação no início de 2013.
A indústria, que será erguida no complexo Anhanguera, onde fica o SBT, está orçada em R$ 80 milhões. A companhia vai buscar no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros agentes financiadores os recursos.
“Não ter uma fábrica é um fator limitador de crescimento”, diz Carmo Jr. Atualmente, a empresa vende 750 itens, dos quais 500 cosméticos e 250 não cosméticos. A formulação dos cosméticos é desenvolvida pela Jequiti e os produtos são fabricados por sete indústrias.
Segunda-feira passada, véspera do anúncio da operação de salvamento do Panamericano, a Jequiti ganhou o 18.º Prêmio Atualidade Cosmética, como melhor empresa do ano, à frente de Natura e Unilever, pelo crescimento de 153% no primeiro semestre.
O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo, com vendas de R$ 12,9 bilhões em 2009. A venda direta é o canal que mais cresce depois das franquias. Procuradas pelo Estado, a Natura informa que não se interessa pela Jequiti e a Avon não fala sobre a concorrência.
Jequiti é a 'joia da coroa' do Grupo SS - Márcia De Chiara e Marcelo Rehder - 14 Nov 2010 - O Estado de São Paulo
Desvio de dinheiro no Panamericano II
O Banco Central encontrou o primeiro indício concreto de desvio de dinheiro no PanAmericano.
Um único cliente pessoa física recebia mais de R$ 120 milhões de rendimento por ano numa aplicação na instituição, a taxas muito superiores às de mercado.
Técnicos do BC suspeitam que os juros do investimento eram inflados artificialmente para camuflar a saída dos recursos. Não se sabe ainda se o cliente está envolvido no suposto esquema.
O titular da aplicação é o empresário Adalberto Salgado, de Juiz de Fora (MG). Ele mantinha R$ 400 milhões num CDB (Certificado de Depósito Bancário) do PanAmericano, que o remunerava a mais de 30% ao ano.
O BC já havia identificado problemas na contabilidade, mas não tinha indícios de desvio de dinheiro.
O CDB é um instrumento usado pelos bancos para captar recursos. O investidor empresta dinheiro ao banco e recebe juros baseados no CDI -taxa cobrada nas transações entre instituições financeiras. O CDI segue a taxa básica da economia (Selic), hoje em 10,75% ao ano.
Em sua aplicação, o empresário obteve 20% ao ano de retorno mais o total do CDI -cerca de 30,75%. O prazo da aplicação é de cinco anos.
Bancos menores e de médio porte, como o PanAmericano, costumam pagar taxas superiores ao CDI dependendo do valor investido e do prazo. Ainda assim, segundo executivos do mercado, uma taxa polpuda chegaria a, no máximo, em torno de 105% do CDI (cerca 11,3% ao ano). (...)
Cliente ganha R$ 120 mi em banco de Silvio - 14 Nov 2010 - Folha de São Paulo
LEONARDO SOUZA & MARIO CÉSAR CARVALHO
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