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12 novembro 2010

Auditoria do Panamericano

Valor devido este ano pelo Panamericano à auditoria é 23% maior que o de 2009; empresa tem sido criticada por não constatar fraude

A Deloitte, auditoria dos balanços do Banco Panamericano, deverá receber R$ 1,139 milhão este ano pelos serviços prestados à instituição. O valor representa um acréscimo de 23% em relação aos R$ 925 mil pagos no exercício 2009. As informações constam de um documento enviado pelo Panamericano à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no início deste ano.

O chamado Formulário de Referência é uma exigência da autarquia para todas as companhias de capital aberto do País. O banco controlado pelo Grupo Silvio Santos lançou ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no fim de 2007. Ontem, os papéis recuperaram parte das perdas de quase 30% da quarta-feira. Subiram 4,61%, para R$ 4,99. No ano, acumulam desvalorização de 51,9%.

A Deloitte tem sofrido pesadas críticas por não ter detectado as fraudes contábeis que provocaram o rombo de R$ 2,5 bilhões no Panamericano. Pelo segundo dia seguido, a auditoria preferiu comentar o caso por meio de uma nota.

À disposição. “Com relação ao noticiado até o momento e dada a relevância das alegações e suas implicações, consideramos prematuro e inconsequente nos manifestar antes que se possa chegar a conclusões que sejam baseadas em fatos”, diz um trecho do texto. “Estamos à disposição e colaborando com as autoridades constituídas para a devida apuração e esclarecimento dos fatos.”

O Panamericano também conta com um comitê interno de auditoria, composto, na ocasião em que o Formulário de Referência foi enviado à CVM, por três pessoas: o advogado Carlos Corrêa Assi e os técnicos em contabilidade Jayr Viegas Gavaldão e José Roberto Skupien. O comitê foi criado em agosto de 2008 e, segundo o documento, cada integrante tem mandato de dois anos.

As despesas com esse comitê não estão explicitadas no texto. O Conselho Fiscal, ao qual se subordina o Comitê de Auditoria, tem quatro integrantes e despesa prevista para 2010 de R$ 190,8 mil, praticamente o dobro dos R$ 99 mil do exercício 2009.

Retrato verdadeiro. No primeiro item do documento que chegou à CVM, o então diretor superintendente do Panamericano, Rafael Palladino, e o diretor financeiro e de relações com investidores, Wilson Roberto de Aro, declaram que “o conjunto de informações nele contido é um retrato verdadeiro, preciso e completo da situação econômico-financeira da companhia e dos riscos inerentes às suas atividades e dos valores mobiliários por ela emitidos”.

O texto define o Panamericano como “um dos principais bancos no Brasil focados no financiamento ao consumo para pessoas físicas das classes baixa e média (normalmente referidas no Brasil como classes B, C, D e E)”. O banco diz “possuir forte capacidade de geração de ativos, com uma média de 54.353 novos contratos gerados a cada mês (ou uma média de R$ 618,2 milhões ao mês em novos financiamentos) no exercício 2009.”
O banco informa, ainda, que apresentou lucro líquido de R$ 200,9 milhões no exercício 2007, R$ 236 milhões em 2008 e R$ 174 milhões em 2009.


Deloitte receberá R$ 1 milhão do banco - Leandro Modé - 12 Nov 2010 - O Estado de São Paulo

Banco Central e o Panamericano

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o governo não pode se responsabilizar pelas informações prestadas pelos bancos em seus balanços, o que é responsabilidade de controladores e auditores.

Segundo ele, um órgão regulador não pode assumir a responsabilidade pelos números divulgados por instituições privadas. Isso obrigaria o governo a arcar com perdas por fraudes, como a descoberta no PanAmericano.

"O governo não pode dar garantia. O BC cumpre o seu papel de supervisão. Os depositantes e investidores têm de estar conscientes de que eles têm de fazer o seu trabalho. O BC não pode substituir o auditor", afirmou.

Apesar de o BC só ter descoberto recentemente um problema que pode ter começado há quatro anos, Meirelles disse que a instituição agiu a tempo.

"É muito raro uma situação na qual o Banco Central determina um problema a tempo, de maneira que possa ser resolvido dentro dos parâmetros fixados pela lei e das possibilidades do FGC (Fundo Garantidor de Crédito)."

Segundo ele, o rombo de R$ 2,5 bilhões no banco foi coberto sem o uso de "um centavo público", sem perdas para a Caixa Econômica Federal (sócia do banco) e para depositantes, em sua maioria bancos e fundos de investimento e de pensão.

Ontem, o BC informou que uma parte do rombo na contabilidade do banco envolve operações com cartões de crédito, no valor de R$ 400 milhões.

Os outros R$ 2,1 bilhões se referem a operações de crédito do banco. Em ambos os casos, o PanAmericano vendeu esses créditos para outras instituições, mas continuou contabilizando os valores nos seus balanços.

A instituição informou também que comunicou ao Ministério Público Federal que foram detectados indícios de crime no PanAmericano, entretanto, afirmou que não poderia dar detalhes por questões de sigilo.


BC diz que não pode responder por balanços - 12 Nov 2010 - Folha de São Paulo
EDUARDO CUCOLO

Custo da capitalização

O custo da capitalização de R$ 124 bilhões realizado pelo Petrobras foi de R$ 357 milhões, não incluídos os R$ 90 milhões gastos com os incentivos para que os funcionários adquirissem papéis na operação.

"Os funcionários são obrigados a ficar um ano com as ações", lembrou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Almir Barbassa.

Questionado sobre os aumentos de produção estimados para o quarto trimestre, Barbassa lembrou da entrada da plataforma P-57, no dia 30 de novembro, em Jubarte, no litoral capixaba da bacia de Campos e do teste de longa duração (TLD) de Guará, na bacia de Santos.


Custo da capitalização da Petrobras foi de R$ 357 milhões - Qui, 11 Nov, 08h27
(Rafael Rosas e Juliana Ennes | Valor)

Banco Nacional

A Justiça Federal do Rio confirmou hoje a condenação de Eduardo e Fernando Magalhães Pinto - filhos do ex-controlador do Banco Nacional, Marcos Magalhães Pinto pelo crime de gestão fraudulenta. A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região absolveu outros 13 ex-diretores do banco condenados em 2002 a três anos e seis meses de reclusão na primeira instância e transformou a condenação dos Magalhães Pinto de gestão temerária em gestão fraudulenta.

O caso é mantido sob segredo de Justiça. Se o acórdão não for publicado até o próximo dia 25, a condenação estará prescrita. O advogado da família Magalhães Pinto, Nélio Machado, anunciou que vai recorrer da decisão.

O caso guarda semelhanças com o escândalo do Banco Panamericano por ter se iniciado com a identificação de um rombo contábil. O Banco Nacional foi a primeira instituição socorrida pelo Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, o Proer.

O relator do caso foi o juiz federal convocado Aluísio Gonçalves de Castro Mendes e o revisor o desembargador federal Messod Azulay Neto. Em dezembro do ano passado, os mesmos magistrados haviam confirmado condenação em primeira instância do controlador Marcos Magalhães Pinto a 28 anos de prisão.

O caso envolveu gestão fraudulenta ou temerária (artigo 4º da Lei 7.492/86), sonegação ou prestação de informações incorretas a sócios, investidores ou órgãos públicos (artigo 6º) e omissão ou informação falsa inserida em demonstrativos contábeis da instituição (artigo 10º).

As suspeitas de fraudes cometidas pelos dirigentes do Banco Nacional resultaram na intervenção da instituição financeira pelo Banco Central em 1994. Posteriormente, o Ministério Público Federal apresentou denúncia, iniciando a ação penal na Justiça Federal.


Estado de São Paulo

IFRS no Chile

La Comisión de Principios y Normas de Contabilidad del Colegio de Contadores de Chile está ad portas de emitir dos nuevos Boletines Técnicos, los cuales considerarán obligatoria la adopción de las Normas Internacionales de Información Financiera (IFRS) para los estados financieros a partir del 1° de enero de 2013, de acuerdo al futuro Boletín N°81. Además, el Boletín N°82 emite la norma de información financiera para Pymes en Chile, quienes deberán "adoptar integral, explícita y sin reservas" las IFRS a partir de la misma fecha.

El Colegio de Contadores definió, además, qué se entenderá por entidades pequeñas y medianas, explicando que "son aquéllas que no tienen obligación pública de rendir cuentas y que, a su vez, publican estados financieros para propósitos de información general a usuarios externos".

Mauricio Cuevas, director IFRS de Deloitte, comentó que "finalmente el mercado tendrá la certeza de la fecha en que todas las compañías de nuestro país -reguladas y no reguladas- presentarán uniformemente sus estados financieros bajo IFRS".

Una vez que se emitan los dos Boletines Técnicos, estas normas también podrán aplicarse a las Pymes, en un formato más simple que el de las grandes empresas. Esta situación, según Mauricio Cuevas, "les reportará innumerables beneficios, principalmente en lo que se refiere a acceso a financiamiento, planes de expansión y su clasificación de riesgo".

Agregó que una de las principales preocupaciones para este sector empresarial es el costo de la transición, pero si se considera su tamaño "debiera ser muchísimo más económica que la transición en una empresa grande, tanto por la naturaleza de sus negocios, como por las simplificaciones de la normativa específica, ya que se estima que las exigencias representarán entre un 40% y un 60% de las IFRS completas", concluyó Cuevas.


Adopción de IFRS Será obligatoria Para Todas las Empresas en 2013 - 10 Nov 2010 - Estrategia

11 novembro 2010

Rir é o melhor remédio

O melhor penalti do mundo (veja com atenção)



Fonte: aqui

Panamericano 7

A notícia dos problemas do banco Panamericano foi o grande destaque do dia anterior. Até a imprensa internacional, através das agências de notícias (Reuters, Dow Jones e Bloomberg) noticiaram o assunto. É interessante notar que a fonte básica foi o texto do Estado de São Paulo, postado neste blog.

Algumas notícias durante o dia de ontem mostraram que:

a) O diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, disse que o problema é localizado.

b) O mesmo diretor levanta a possibilidade de que o rombo talvez seja maior, mas que uma visão mais abrangente pode demorar.

c) A descoberta do rombo foi por acaso, segundo declarações do diretor, quando o Bacen fez uma fiscalização "por acaso".

d) Para este diretor, não foi possível avisar a Caixa Econômica dos problemas.

e) o principal acionista foi pego de surpresa quando soube dos problemas do banco. Como a solução envolveu o patrimônio de Silvio Santos, ele foi o grande prejudicado na operação.

f) O empréstimo obtido por Sílvio Santos só foi possível com a garantia dos seus bens pessoais. O patrimônio de Sílvio Santos é estimado em quase 3 bilhões de reais. Ao contrário do que ocorreu com o Banco Nacional, onde o controlador não dispunha de bens para isto. Em outras palavras, o aporte de capital somente terá consequências para o acionista controlador.

g) Se o banco fosse liquidado, o rombo seria de 900 milhões de reais.

h) Uma eventual liquidação significaria responsabilidade para todos os sócios, inclusive a Caixa Econômica, que é controlada pelo Tesouro.

i) O comunicado da CVM diz que "parte desses números deveriam ser transferidos para "Bens Não de Uso Próprio" em razão de execuções por inadimplência ou liquidação antecipada pelos clientes.". O banco informa que "A companhia afirma também que o tratamento contábil que será dado à operação está sendo tratado junto ao Banco Central"

j) Ainda com respeito a parte contábil, uma nova auditoria deverá ser contratada.

k) Uma das consequências para a instituição deverá ser o rebaixamento da sua nota nas agências de rating. A Moody´s já ensaia algo do tipo.

A auditoria foi de...

Afinal a resposta da pergunta da postagem de ontem:

A Deloitte, empresa responsável pela auditoria dos balanços do Banco Panamericano, afirmou em nota ao Valor que não emitirá comentários sobre seu cliente em respeito ao Código de Ética e Conduta Profissional aos compromissos de confidencialidade.

Já a KPMG ressaltou que não atuou como auditor dos balanços do banco e que foi contratada pela Caixapar, empresa de participações da Caixa Econômica Federal, para realizar diligência nos números do banco, com data base de março de 2009, por conta da venda de 49% do capital ordinário no ano passado.


(Deloitte e KPMG não comentam os números do Panamericano, Valor on line)

Contágio

Investidores castigaram as ações de pequenos e médios bancos brasileiros nesta quarta-feira, seguindo ao anúncio de um aporte de 2,5 bilhões no Panamericano após a descoberta de problemas na contabilidade da instituição financeira.

O Banco Central identificou que o Panamericano mantinha em seu balanço como ativos carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras. Com isso, o resultado do banco era inflado. O BC informou que está investigando o caso, visando a apuração de responsabilidades.

"Os efeitos de se apresentar resultados que não são reais são conhecidos, como pagamento de bônus (aos executivos)", afirmou a jornalistas o diretor de fiscalização do BC, Alvir Hoffmann. Ele disse não ter indícios de que outros bancos estivessem adotando práticas similares.

Na noite de terça-feira, o Panamericano anunciou a injeção de capital no banco por seu controlador, o Grupo Silvio Santos, que está tomando recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Os bens do empresário, que é dono da emissora de televisão SBT, foram colocados como garantia do dinheiro tomado do FGC.

Conforme o documento encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo Panamericano, as "inconsistências contábeis" impendem que o balanço reflita a real situação patrimonial da instituição.

Toda a diretoria do banco foi alterada e uma assembleia de acionistas convocada para eleição de um novo Conselho de Administração.

O BC procurou descartar a possibilidade de risco sistêmico nos bancos brasileiros, mas as ações de instituições financeiras de pequeno e médio porte sofreram à reboque das notícias do Panamericano nesta quarta-feira.

As ações preferenciais do Panamericano desabaram 29,5 por cento, para 4,77 reais. Na véspera, os papéis já tinham perdido quase 7 por cento, antes mesmo da divulgação do fato relevante pelo banco.

Entre outros bancos de menor porte na Bovespa que também perderam valor na sessão estão Sofisa (queda de 4,81 por cento), Pine (desvalorização de 2,60 por cento) e BicBanco (recuo de 5,36 por cento).

Em nota à imprensa nesta tarde, o Panamericano disse que seu caixa foi fortalecido com o aporte pelo controlador, e que sua liquidez agora foi elevada para 3,8 bilhões de reais. O ingresso de recursos não implica na diluição da posição acionária dos demais acionistas nem do patrimônio do banco, segundo o Panamericano.

CAIXA

Além do Grupo Silvio Santos, o Panamericano tem a Caixa Econômica Federal como acionista relevante. Em dezembro do ano passado, a Caixa, controlada pelo governo federal, comprou 49 por cento do capital votante e 20,69 por cento das ações preferenciais do Panamericano por 739,2 milhões de reais.

A Caixa descarta colocar mais dinheiro no Panamericano e também assumir o controle do banco, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto, sob condição de anonimato.

No mercado, investidores se perguntavam como um rombo de 2,5 bilhões de reais ficou despercebido e como a Caixa não detectou qualquer problema no Panamericano na ocasião de sua entrada no capital da instituição.

A Caixa foi assessorada pelo Banco Fator e pela empresa de auditoria KPMG. A operação depois passou pelo crivo da BDO. O Panamericano tem a Deloitte como auditora externa.

A agência de classificação Moody's colocou em revisão os ratings do Panamericano para rebaixamento, citando a indicação de "fraqueza dos controles e do gerenciamento de risco do banco". A Moody's dá nota "D" para força financeira do Panamericano e "Ba2" na escala global para dívida em moeda estrangeira e local.

O Panamericano divulgou em meados de agosto que encerrou o segundo trimestre com carteira de financiamentos, incluindo as cessões de crédito, em quase 11 bilhões de reais, alta de 20,9 por cento em 12 meses.

Os ativos totais, segundo reportado pelo banco à época, estavam em 12,6 bilhões de reais em junho, alta de 6,5 por cento sobre março. Mas o patrimônio líquido da controladora situava-se em 1,6 bilhão de reais, queda de 1,7 na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

O índice de Basileia estava em 14,3 por cento na metade de 2010, abaixo dos 14,8 por cento registrados em março e inferior aos 20 por cento de um ano antes.

Hoffmann, do BC, afirmou que o caso do Panamericano pode gerar estudos de formas de se aperfeiçoar o acompanhamento das instituições financeiras.


BC descarta contágio por Panamericano; ações desabam - 10 Nov 2010 - Reuters Focus
Por Isabel Versiani e Aluísio Alves

Panamericano e políticas de crédito

A surpreendente decisão do Banco Panamericano de recorrer a um bilionário aporte privado pode ser um sinal antecipado de que as políticas de estímulo para acelerar crescimento do crédito no país surtirão efeitos inesperados.

O banco informou na noite de terça-feira que receberia um empréstimo emergencial para corrigir "inconsistências contábeis" --gerando temores entre investidores sobre a saúde financeira de bancos concorrentes que também viram seus ativos e concessões de crédito incharem nos últimos anos.

O que está em jogo é a credibilidade do modelo baseado no amplo acesso a crédito "livre de riscos", segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros no governo.

Investidores podem "ficar preocupados" ... especialmente em relação a instituições financeiras de médio-porte até que haja maior clareza sobre se isso está limitado ao Panamericano, ou se outros bancos também estão sujeitos a investigação pelo BC", disse o analista do setor bancário da Barclays Capital, Roberto Attuch.

As ações de instituições financeiras de médio porte no país despencaram nesta quarta-feira com o temor de investidores com as práticas de contabilidade e administração corporativa no setor após o aporte do Banco Panamericano. Mas autoridades governamentais negam que os problemas do Panamericano sinalizem um risco sistêmico do setor.

O Grupo Silvio Santos, controlador do Panamericano, fez um empréstimo de 2,5 bilhões de reais junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Os ativos e a carteira de crédito do Panamericano triplicaram desde 2006 --gerando desgaste nas taxas de solvência e lucratividade do banco.

Para Ann Milne, analista do Bank of AmericaMerrill Lynch, instituições financeiras como o Banco Panamericano podem ver um salto no custo de financiamentos. Esses bancos já levantaram um recorde de 3,5 bilhões de dólares em emissões de bônus globais --que são sua principal fonte de financiamento-- em 2010.

"Bancos menores dependem de financiamentos e, portanto, da confiança de investidores institucionais", disse o analista da JPMorgan Chase, Frederic de Mariz, em nota nesta quarta-feira.

Já o analista da BTG Pactual, Eduardo Nishio, afirma que os bancos podem enfrentar um "efeito de fuga (para ativos de maior) qualidade" --com os depósitos indo para concorrentes maiores como o Banco do Brasil .

"Mesmo se for apenas um caso isolado, a situação levanta perguntas sobre como sustentá-los", disse Milne.

INOVAÇÃO DO PRODUTO

O empréstimo com desconto na folha de pagamento, lançado pelo governo Lula em 2003, de fato mudou o relacionamento conflituoso entre consumidores e bancos, transformando-a em uma inovação financeira lucrativa.

Desde o lançamento desse produto de crédito, ambos os lados se beneficiaram: o consumidor viu as taxas de juros caírem pela metade e os bancos hoje enfrentam menos riscos.

O crescimento do crédito no Brasil foi explosivo desde então, chegando a 46 por cento do PIB em setembro ante 20 por cento em janeiro de 2003, quando Lula tomou posse.

Com o surgimento da crise do crédito que paralisou os mercados globais no final de 2008, o governo passou a agir de forma mais agressiva para evitar a estagnação do crédito no Brasil. Lula instruiu bancos públicos a comprar os portfólios de crédito de concorrentes menores e até adquirir bancos especializados em concessão de crédito para consumidores das classes média e baixa e instituições de médio-porte.

Alguns segmentos do setor de crédito ao consumidor cresceram mais de um terço desde o começo do ano passado, enquanto os empréstimos imobiliários dobraram no período.

A Caixa Econômica Federal comprou 49 por cento do capital votante do Panamericano em dezembro como parte dessas medidas. À época, ambos os bancos afirmaram que a entrada da Caixa ajudaria o Panamericano a impulsionar seu poder de empréstimo sem risco de prejudicar suas taxas de solvência e liquidez.

"A situação parecia sólida e continua parecendo sólida mas este novo fato provavelmente forçará (investidores) a ver as notícias boas com desconfiança", disse um administrador de Nova York que investiu em bônus de instituições financeiras brasileiras.

O analista da JPMorgan, Mariz, concorda. A visibilidade limitada e a escassez de informações sobre as circunstâncias que levaram ao resgate do Panamericano dificultam avaliar se outras instituições do setor também enfrentam "inconsistências contábeis" semelhantes, observou.


ANÁLISE-Aporte do Panamericano destaca boom de crédito no Brasil - Reuters Focus - Por Guillermo Parra-Bernal (Reportagem adicional de Elzio Barreto, Luciana Lopez e Silvio Cascione em São Paulo)

Banco Central e Panamericano

O Banco Central (BC) refutou ontem as críticas de que teria demorado para encontrar o rombo de R$ 2,5 bilhões na contabilidade do Banco Panamericano e jogou a responsabilidade nas empresas de auditoria. O BC argumenta que sua função legal é analisar balanços, não conferir se foram adulterados. A auditoria interna do Panamericano era a Delloite.

Na terça-feira à noite, o Grupo Silvio Santos, controlador do Panamericano, anunciou um aporte de R$ 2,5 bilhões na instituição para cobrir um buraco equivalente. A diferença de valores, conforme antecipou o portal estadão.com.br, foi provocada por fraudes contábeis. O dinheiro para o aporte foi obtido em um empréstimo concedido pelo Fundo Garantidor de Crédito.

Criado em 1995, o FGC é uma entidade privada mantida pelos bancos que funciona como espécie de seguro para os depositantes em caso de quebra de uma instituição. A operação com o Panamericano é a primeira desse gênero feita pelo Fundo.

O analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu, é um dos especialistas que criticam o BC. “O BC recebe mensalmente balancetes de bancos. Portanto, acompanha mais de perto a situação das instituições do que as auditorias, que acompanham os dados apenas trimestralmente”, disse.

O BC também explicou os problemas que encontrou no banco e representantes do FGC justificaram a operação - também criticada por alguns analistas, que não entenderam por que o BC simplesmente não interveio no Panamericano, como já fez em outros bancos no passado.

Segundo o BC, o Panamericano vendia carteiras de crédito para outros bancos (sobretudo os grandes de varejo, como Itaú, Bradesco, Santander e HSBC), mas não dava baixa no balanço. Com isso, continuava contabilizando como seus os pagamentos feitos pelos devedores, segundo explicou o diretor de Fiscalização do BC, Alvir Hoffmann.

Uma das hipóteses levantadas no BC é que a diretoria do Panamericano fazia a operação irregular para aumentar o lucro do banco, o que elevava os bônus dos executivos. O problema foi detectado há cerca de seis semanas por técnicos do BC.

Perdas. O presidente do Conselho do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, explicou as condições do crédito ao Grupo Silvio Santos. Segundo ele, o empresário Silvio Santos deu como garantia do empréstimo as 44 empresas que fazem parte de sua holding, em valor estimado de R$ 2,7 bilhões.

O pagamento será feito em 10 anos, com carência de três (nesse período, o grupo não terá de pagar nem juros nem amortização). O próprio Ferreira, porém, indicou que a ideia é que o grupo venda alguns de seus ativos para honrar o empréstimo.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), os investidores reagiram em pânico ao anúncio do Panamericano. As ações preferenciais da instituição caíram quase 30%. O novo diretor-superintendente do Panamericano, Celso Antunes da Costa, procurou demonstrar tranquilidade ao comentar o primeiro dia de trabalho. “Esse banco tem uma força de vendas enorme”, disse.


BC atribui responsabilidade por rombo no Panamericano a falhas de auditorias
Fernando Nakagawa, Leandro Modé - 11 Nov 2010 - O Estado de São Paulo

Escultura

Escultura num parque. Fonte: Aqui




10 novembro 2010

Rir é o melhor remédio


Via Bluebus

Dia da Contabilidade

Hoje é considerado o dia da Contabilidade. Nesta data foi publicado o segundo volume do Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita, de Luca Pacioli.

Aqui, um fórum de discussão sobre este dia.

Teste #380

Esta "norma" diz respeito a qualidade de gestão dos sistemas de auditoria e foi desenvolvida pela International Organization for Standardization. Trata-se

Basileia 2
COSO 4
ISO 19011

Resposta: Explorer. Fonte: The car-loan interest rate lottery

Panamericano 6

Em meio a rumores de que estaria prestes a quebrar, o Banco PanAmericano informou ontem à noite que vai receber um socorro de R$2,5 bilhões. O dinheiro sairá de empréstimo que o Grupo Silvio Santos, seu principal acionista controlador, tomou do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), criado para proteger correntistas e poupadores de bancos em dificuldades, reembolsando até R$60 mil por CPF, e formado com contribuições compulsórias dos próprios bancos. Segundo fontes, o Banco Central (BC) teria considerado intervir no banco, o que foi descartado após pedidos do grupo controlador. Sócia do PanAmericano, com 49% do capital votante, a Caixa Econômica Federal começou ontem mesmo uma espécie de intervenção na instituição, ao indicar nova diretoria executiva para o banco. Também foi convocada reunião para decidir os novos integrantes do Conselho de Administração em 26 de novembro, ainda segundo comunicado divulgado pelo PanAmericano.

O banco atua apenas no segmento de financiamentos, sobretudo de automóveis, e não tem contas correntes, o que afasta a possibilidade de risco sistêmico. O PanAmericano é atualmente o 21º do ranking nacional, com ativos de R$12,5 bilhões ao fim de junho. O BC não quis se manifestar oficialmente sobre o assunto. Nos bastidores, acompanhou o processo, avalia que as normas foram todas cumpridas e que o PanAmericano já foi capitalizado e não vai quebrar. O empréstimo do FGC ao grupo prevê o pagamento em dez anos, com carência de três.

No comunicado, o PanAmericano já indica que foi alvo de fraude. Assinada pelo presidente do Conselho de Administração, Luiz Sebastião Sandoval, a nota informa que o aporte ocorre porque foram constatadas “inconsistências contábeis” que não permitiam aos controladores perceber “a real situação patrimonial” do banco.

Os primeiros indícios de fraude teriam sido encontrados há um mês pelo BC, que, depois da crise de 2008, apertou a fiscalização principalmente junto a bancos de pequeno e médio porte — os mais atingidos na época pela falta de crédito. Segundo fontes do BC, o valor do rombo pode ser um pouco menor que o aporte de R$2,5 bilhões. O objetivo da injeção maior é ter uma margem de segurança para eventuais novos problemas. Há suspeitas de participação de executivos. A dúvida dos técnicos é se a fraude aconteceu antes ou depois da compra pela Caixa, em dezembro de 2009, por R$739,2 milhões. Uma parcela foi paga na ocasião e outra em julho último, quando o BC aprovou a operação.

Depois de descoberto o rombo, foi feita ainda uma tentativa junto a outros bancos (inclusive a própria Caixa) para adquirir o controle da instituição, mas não houve interessados. Sem alternativas, o BC cogitou intervir na instituição, mas o grupo conseguiu costurar o empréstimo junto ao FGC. O montante de R$2,5 bilhões corresponde a 10% do atual patrimônio do fundo, de R$25,9 bilhões.

Ação teve 8ª maior queda da Bolsa

Já o tamanho do rombo supera o atual patrimônio líquido do PanAmericano, de R$1,37 bilhão (segundo o balanço de junho, o último disponível). Fontes disseram que o Grupo Silvio Santos teria dado todos os seus bens — incluindo o canal de TV — como garantia para o empréstimo, que recebeu aval do BC.

Conforme a nota divulgada ontem, o PanAmericano informa que a nova diretoria executiva passa a ser comandada por Celso Antunes da Costa, que foi diretor de Gestão da Integração da Nossa Caixa. Ele substitui Rafael Palladino no cargo de diretor-superintendente da instituição financeira.

Os rumores sobre a quebra do PanAmericano derrubaram ontem as ações do setor bancário na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) do banco despencaram 6,74%, oitava maior queda da Bolsa (os papéis não fazem parte do Ibovespa, o principal índice do mercado brasileiro). Desde 1º de outubro, a queda acumulada é de 20,73%. Ontem, os boatos arrastaram as ações dos bancos Santander (6,65%), Itaú Unibanco (2,69%, as preferenciais) e Bradesco (2,96%). Os papéis ordinários (ONs, com voto) do Banco do Brasil recuaram 2,39%.

Segundo Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, o aporte foi uma surpresa e afastou a possibilidade de uma falência do banco. Ele afirma que a informação vazou e que por isso o banco antecipou a divulgação do empréstimo, para evitar uma forte queda da Bolsa hoje.

— A notícia caiu como uma bomba no mercado — afirma Velho.

No ano passado, a instituição informou ter registrado um lucro líquido de R$171,5 milhões em 2009, queda de 27,3% em relação ao ano anterior.

O PanAmericano adotou recentemente uma estratégia agressiva para atrair clientes. Aposentados e pensionistas do INSS que fechassem um contrato de empréstimo de qualquer valor ganhavam um vale-compras de R$50. O banco do Grupo Silvio Santos comercializa ainda os títulos da Tele Sena. Foram 54 milhões deles vendidos apenas no ano passado, quando desativou as vendas do Carnê do Baú e expandiu sua presença em redes de varejo.

Ontem, o Ibovespa encerrou em queda de 1,35%, aos 71.679 pontos, puxado pelo recuo das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais da estatal caíram 1,48%, e os ordinários, 1,28%. Para o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, o recuo pode ser explicado por um movimento de venda de ações para embolsar lucros, aproveitando a alta recente. Já o dólar fechou estável, a R$1,699, após dois leilões do BC.


Fraude no PanAmericano - 10 Nov 2010 - O Globo
Bruno Villas Bôas, Aguinaldo Novoe Patrícia Duarte

Panamericano 5

O Grupo Silvio Santos foi obrigado a fazer uma injeção de capital para cobrir um rombo de R$ 2,5 bilhões no banco PanAmericano, instituição que enfrentou problemas de caixa em 2008 e que teve 35,54% de seu capital vendido para a Caixa Econômica Federal por R$ 739,2 milhões no final de 2009.

O aporte será feito com dinheiro emprestado do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), um colchão de recursos administrados pelo conjunto de bancos para cobrir perdas dos correntistas em caso de quebra de instituições. Para obter o dinheiro, o grupo deu bens seus como garantia.

Sem essa capitalização, o PanAmericano ficaria com patrimônio líquido negativo e teria de ser liquidado pelo Banco Central. Para evitar esse desfecho, a solução encontrada foi um duplo socorro: do governo e dos bancos.

Toda a diretoria antiga caiu. Na prática, o banco sofreu uma "intervenção branca" e será agora administrado por executivos indicados pela Caixa e pelo BC.

O grupo Silvio Santos admitiu "inconsistência contábil" nas contas do banco, mas informou que a instituição não terá perda patrimonial. E informou que o dinheiro servirá para restabelecer o "pleno equilíbrio", ampliar a liquidez e preservar o atual nível de capitalização.

Desde meados de outubro, as ações caíram 25% na Bolsa -só ontem, recuaram 6,75%.

SUSPEITA DE FRAUDE

A intervenção deve-se a uma reavaliação de risco da carteira de crédito do banco, que tem forte exposição no financiamento de carro usado.

O PanAmericano teria classificado seu crédito de maior risco de forma otimista, reduzindo a necessidade de fazer provisionamento alto para cobrir eventual calote. No segundo trimestre, o Banco Central havia pedido provisões adicionais de R$ 120 milhões.

Se esse otimismo for considerado intencional, pode configurar fraude contábil.

A fraude teria passado pelo crivo de auditores internos e externos e do próprio BC -que aprovou em julho o negócio com a Caixa.

Segundo a Folha apurou, Silvio Santos tratou das dificuldades enfrentadas pelo PanAmericano durante encontro com Lula em Brasília em setembro. Na ocasião, Lula não mostrou simpatia pela ideia de oferecer ajuda oficial. Em ao menos mais uma oportunidade, Silvio voltou a procurar Lula para abordar o tema, mas não foi atendido.

Procurados Caixa, BC e PanAmericano preferiram não comentar o caso.


Caixa intervém em banco de Silvio Santos - 10 Nov 2010 - Folha de São Paulo
LEONARDO SOUZA - FERNANDO RODRIGUES - EDUARDO CUCOLO - TONI SCIARRETTA

Panamericano 4

Dúvida pelo mercado financeiro depois que o Grupo Silvio Santos anunciou hoje o aporte de R$ 2,5 bilhões no seu Banco Panamericano.

O que aconteceu na due dillegence feita pela Caixa Econômica Federal antes de comprar parte minoritária do banco em 2009?

O exame das contas realizado pela CEF não detectou o buraco gigante?

Com a a palavra, a Caixa.


Estranha, a vida - 9 de novembro de 2010 | 22h05 - Direto da fonte

E a auditoria?

Panamericano 3

SÃO PAULO - O megadepósito de R$ 2,5 bilhões e a troca de toda a diretoria do Banco Panamericano anunciados na noite desta terça-feira, 9, foram a solução encontrada pelo Grupo Silvio Santos, Caixa Econômica Federal e Banco Central para que fossem resolvidos os problemas da financeira sem que o novo sócio, a estatal Caixa, tivesse de fazer aportes.

"O principal acionista resolveu todo o problema que apareceu", diz fonte ligada à instituição. Há pouco mais de um mês, houve um encontro surpresa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Silvio Santos no Palácio do Planalto e nesta terça circularam especulações de que o assunto poderia ter sido tratado entre eles.

Quando as inconsistências foram encontradas no balanço do Panamericano, foi decidido que o novo acionista, a Caixa, não teria responsabilidade inicial de realizar novos aportes porque os problemas foram criados em um período anterior à compra de 49% do capital da financeira pelo banco estatal. Dessa forma, o acionista majoritário teve de assumir toda a responsabilidade para cobrir o rombo aberto nos números.

Diante da responsabilidade integral do controlador, foi costurada uma solução ao longo das últimas semanas para que houvesse o megaempréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), sem que o Grupo Silvio Santos tivesse de tomar recursos no mercado, o que poderia chamar a atenção para o problema.

O FGC é uma entidade privada constituída por todos os bancos que operam no Brasil que garante depósitos de clientes nas instituições financeiras em caso de problema nos bancos. Por ter essa característica de "condomínio de depósitos", os principais cotistas do FGC tiveram de aprovar o empréstimo anunciado nesta terça à noite. Para os principais cotistas do Fundo, é melhor emprestar o grande volume de dinheiro agora a ver o problema se espalhar, o que poderia colocar todo o setor em risco.

Sem estatal. A hipótese de a Caixa aumentar a participação no Panamericano foi rapidamente descartada, já que o banco federal já tem 49% das ações do banco. Sendo assim, a maior fatia da Caixa poderia transformar a financeira do Grupo Silvio Santos em uma entidade estatal.

Agora, feito o mega-aporte, há expectativa de que não seja alterada a composição acionária da instituição - sendo mantida, portanto, a fatia de 51% do capital de posse do Grupo Silvio Santos e 49% da Caixa Econômica Federal.

Doação ao Teleton. O problema constatado no Panamericano teria sido anunciado diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo empresário Silvio Santos. Em 22 de setembro, o apresentador de TV teve reunião surpresa com Lula em um encontro não previsto na agenda do Palácio do Planalto.

Oficialmente, o objetivo da reunião foi pedir uma doação de Lula ao Teleton, programa de televisão que arrecada dinheiro de empresas e pessoas físicas para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).

Ao deixar o encontro, Silvio Santos disse que pedira doação de R$ 12 mil e que o presidente da República gravasse vídeo para ser exibido no programa. A edição de 2010 do Teleton foi realizada no último fim de semana.

Vale lembrar que a CaixaPar, braço de investimentos do banco estatal, fez uma longa e detalhada avaliação dos números do Panamericano antes de bater o martelo para a compra de 49% do capital do banco em dezembro de 2009. Na época, não havia sido encontrada nenhuma inconsistência nos balanços e relatórios.


Solução foi negociada com Caixa e BC- Estado de S Paulo

Panamericano 2

SÃO PAULO - O banco Panamericano faz parte de um grupo que faturou R$ 4,7 bilhões no ano passado e que projetava para este ano um crescimento de 26%, que levaria essa receita para R$ 5,8 bilhões. Além do banco, o Grupo Silvio Santos também é dono de empresas como a rede de lojas Baú da Felicidade Crediário, a fabricante de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitalização e, a mais visível de todas, a rede de televisão SBT, entre várias outras - no total, são 30 empresas.

Em entrevista recente ao Estado, Luiz Sandoval, presidente do grupo há 26 anos, disse que, para atingir esse crescimento, as apostas seriam nas áreas cosmética e imobiliária, mas que o foco seria mesmo o setor financeiro, com o Panamericano, que responde pela metade das receitas do grupo.

Sandoval mostrava-se entusiasmado com o setor financeiro depois do acordo fechado com a Caixa Econômica Federal, que comprou 35% do Panamericano por R$ 740 milhões no final do ano passado. Para o executivo, esse acordo representava um passo estratégico para o banco, pois permitiu equacionar uma dívida de cerca de R$ 450 milhões.

Além disso, segundo o executivo, o acordo permitiu à instituição acesso a linhas de crédito mais baratas e a entrada em novas modalidades de financiamento, como o crédito a automóveis novos. Antes, o banco financiava apenas carros usados.

O Grupo Silvio Santos fechou o ano passado com um prejuízo líquido de R$ 7,9 milhões, depois de um lucro de R$ 73,6 milhões em 2008. Para este ano, o grupo projetava um lucro de R$ 100 milhões. A perda do ano passado foi atribuída, em grande parte, ao processo de maturação de unidades como a Sisan, de investimento imobiliário, e na própria Jequiti, empresas consideradas, no início do ano, ainda grandes demandadoras de investimentos.

O grupo também fez investimentos no ano passado na expansão da rede de lojas Baú da Felicidade Crediário. Comprou a endividada rede Dudony, do Paraná, com 110 lojas - sendo 99 no Paraná e 11 em São Paulo -, por R$ 33 milhões. Com a aquisição, a rede saltou, de uma só vez, para 130 lojas. Os planos do grupo eram de chegar a 150 lojas até dezembro e a 250 até o final do ano que vem. No ano passado, o grupo havia desativado as operações do Carnê do Baú, um sucesso de vendas criado há 50 anos, mas que vinha perdendo espaço.

No caso da Jequiti, criada em 2006, a aposta do grupo era de quase dobrar as vendas este anos, chegando a R$ 380 milhões, e com um exército de 160 mil vendedoras. Os planos para essa área incluem o investimento em duas fábricas próprias, uma em Osasco (SP) e outra em lugar ainda a ser definido - até agora, a produção é terceirizada - e em dois novos centros de distribuição, um em Porto Alegre e outro no Nordeste.


Setor financeiro era maior aposta do Grupo Silvio Santos