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03 julho 2025

Hipocrisia do boicote, custos fixos e margem de lucro


Entre março e abril de 2025, a Espanha importou 123 000 toneladas de diesel do Marrocos — mais do que em todo o período dos quatro anos anteriores. Isso levantou suspeitas de que parte do combustível seja de origem russa, disfarçada como marroquina. Como Marrocos não adotou sanções ao petróleo russo, esse diesel pode estar sendo misturado e reexportado com documentação que oculta sua verdadeira origem.

Dados da Vortexa revelam que, em 2025, Marrocos importou mais de um milhão de toneladas de diesel russo, o que corresponde a cerca de 25% de suas importações totais. Em 2024, esse percentual foi de 9%, e, em 2023, o país importou 1,62 milhão de toneladas. A Espanha já investiga o caso — incluindo uma possível “máfia do diesel” —, mas enfrenta dificuldades técnicas para rastrear a origem do combustível, devido à semelhança na viscosidade dos diferentes tipos de diesel.

Para as empresas petrolíferas russas, o esquema aumenta substancialmente os custos de exportação, sem que seja possível repassá-los integralmente aos preços finais. No entanto, devido à presença de custos fixos, a exportação via Marrocos ainda pode ser economicamente viável. Além disso, a continuidade das importações de petróleo russo por países europeus contribui para a manutenção de preços mais baixos no mercado. Em outras palavras, as sanções continuam a penalizar a Rússia: o lucro que poderia ser obtido em um mercado aberto acaba sendo parcialmente transferido aos intermediários marroquinos e espanhóis envolvidos no esquema.