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Mostrando postagens com marcador ambiente. Mostrar todas as postagens
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19 dezembro 2020

Padrões ambientais


Ontem foi um dia bem movimentado para quem acompanha que questão ambiental na contabilidade. Nada menos que cinco entidades lançaram um "protótipo" de padrões de evidenciação financeira vinculada ao clima. As entidades são:

Sustainability Accounting Standards Board, 
Global Reporting Initiative, 
International Integrated Reporting Council, 
Carbon Disclosure Project e 
Climate Disclosure Standards Board

O número de padrões na área ambiental é muito grande e existe uma pressão para um consenso entre as entidades. Existia também um compromisso de tentar chegar a uma harmonização entre eles. E mais, recentemente, o SASB e IIRC anunciaram planos de uma fusão e criação do Value Reporting Foundation (que divulgamos somente ontem, também, no blog). Além disto, a Fundação IFRS, que produz as normas internacionais de contabilidade financeira, também mostrou interesse em não perder a oportunidade. 

O documento das cinco entidades pode ser acessado aqui. Do sumário executivo destaco:

(...) o documento demonstra que o estabelecimento de padrões para divulgação financeira relacionada à sustentabilidade pode ser visto como uma extensão natural do papel atual da Fundação IFRS. O documento fornece uma visão de como essa ambição pode ser alcançada com base em estruturas e padrões já existentes. Oferecemos esse conteúdo na forma de protótipos, para que ele possa servir como uma contribuição técnica útil, tanto para os curadores da Fundação IFRS, quanto para o pensamento atual de formuladores de políticas globais, regionais e jurisdicionais. Em nossas observações finais, pedimos a todas as partes interessadas que se envolvam e sejam ativas na condução do progresso urgente que é necessário para um relatório corporativo abrangente.



20 julho 2020

Ambiente e a mensuração do custo da TIC

Um texto do El País (Cuanto contamina enviar un tuit, hacer una búsqueda en Internet o ver un vídeo
de Youtube?, Isabel Rubio e Oivial Bueno, dica de Claudio Santana, grato) chama a atenção para a questão ambiental na tecnologia. O gráfico abaixo mostra o consumo por segundos de uma mensagem do Twitter versus Facebook. O texto apresenta também outros comparativos interessantes. Segundo os dados de um professor de Coimbra, citado no texto, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) consomem de 6 a 9% da energia mundial e isto está aumentando. Um comparativo: a aviação é responsável por 3,5% das emissões [aqui o texto parece confundir consumo de energia elétrica com emissão de gases]

Mas... Uma das coisas que a pandemia está ensinando é que podemos economizar nas viagens. A Nature mostra isto através de um evento, o encontro da American Geophysical Union (AGU), que ocorre em Chicago. O gráfico mostra as diversas opções do evento, desde uma situação onde todos os participantes vão para Chicago, passando por uma divisão com duas outras cidades (Paris e Tóquio) até uma conferência totalmente virtual.

postamos que apesar do aumento no uso de TIC, o aumento na emissão não tem sido na mesma proporção. Há uma economia nesta emissão. Além disto, como mostra o cálculo da conferência, é sempre importante fazer uma referência a atividade substituta: a emissão assistindo uma conferência versus a viagem de avião; a emissão da Netflix versus ir ao cinema e assim por diante.

Contabilidade - a questão ambiental é um aspecto importante para a contabilidade atual. A mera estimativa do consumo energético do uso de uma TIC talvez não seja suficiente para uma descrição geral do impacto de uma empresa. É preciso ter uma visão mais abrangente. Entretanto, sem os exageros, que podem tornar a mensuração pouco crível.

15 junho 2020

O que aconteceu com o ambientalismo?

Scott Alexander, em uma postagem já um pouco antiga, pergunta o que aconteceu com a preocupação ambiental que existia nos anos 90? Veja um gráfico com o resultado do Google Search para a palavra "rainforests":
Em média, a preocupação atual com as florestas tropicais representa 14% daquilo que representava em 2004. A mesma tendência ocorre para "endangered species" (25%), "pollution" (43%).

Alexander analisa vários problemas ambientais e como estamos:

Poluição do ar e da água - problema está sendo resolvido com sucesso
Chuva ácida - parcialmente resolvido, parcialmente alarmismo e parcialmente ainda é um problema
Florestas Tropicais - problema ainda existe e estamos ignorando
Especies em extinção - parcialmente alarmismo e parcialmente ainda é um problema
Lixo - alarmismo
Fim dos recursos naturais - alarmismo
Salvem as baleias - problema está sendo resolvido com sucesso

Conclusão segundo Alexander: Alguns [dos problemas ambientais] foram resolvidos através de um esforço heroico. Alguns eram completamente inventados. Alguns deles ainda estão por aí, mas pararam de captar a atenção do público.

Vale a pena dar uma olhada na postagem dele, baseada em dados. Ela recebeu mais de 600 comentários, um número bem elevado.

(Qual a relação com a contabilidade? Veja que existe um grupo grande de pessoas pensando que a contabilidade tem um papel neste problema, já que pode criar relatórios ambientais. Talvez uma forma de estudar o assunto é verificar se a contabilidade ajudou na solução dos problemas que foram resolvidos. Se parte dos problemas não estão recebendo a devida atenção, a contabilidade pode também ter um papel informando isto. Mas existindo uma falta de atenção das pessoas para o problema, fazer um grande esforço na produção de informações contábeis relacionadas com o ambiente não seria desnecessário?)

01 março 2020

Energia da informação

A utilização de computadores (inclui pesquisa do Google e maratona da Netflix) tem um lado pouco comentado: a energia para manter o equipamento em funcionamento, em especial no data center, poderá ser substancial nos próximos anos.

O Google estimou que um mês de e-mails e pesquisas de uma pessoa típica representa a emissão de dirigir um carro por 1,6 km. Nos dias atuais, as emissões dos data centers pode ser igual ao setor de aviação ou transporte marítimo. Mas parece existir uma notícia boa: há um grande aumento na eficiência. Entre 2010 a 2018 o número de servidores aumentou 26 vezes e o tráfego cresceu 6,5 vezes; já o consumo de energia aumentou 6%.

Duas notícias ruins. A primeira é que o ganho de eficiência talvez esteja no seu limite. A partir de agora, um aumento no número de servidores não terá um aumento bem menor no consumo. A segunda notícia ruim é uma demanda muito maior nos próximos anos em razão do impacto da inteligência artificial na demanda de dados e no uso de energia.

Em comparação com o streaming de um vídeo ou a execução de uma pesquisa na web, a operação de um veículo autônomo ou o processamento de um feed de vídeo para reconhecimento facial exige ordens de magnitude mais computações, exigindo que um servidor de data center dedique mais tempo e esforço (e, portanto, mais energia) a um único tarefa.


Um ponto positivo:

“O fato de transmitirmos vídeos em vez de irmos à locadora é um passo na direção certa. Mesmo que a pegada de carbono do data center comece a subir, os serviços digitais são quase sempre mais eficientes do que os serviços físicos que substituem. ”

16 fevereiro 2020

Promessa não cumprida

Uma notícia ruim do relatório Forest 500: empresas que fizeram a promessa de parar na derrubada de florestas tropicais em 2020 falharam em agir desta forma. A floresta tropical tem sofrido com a produção de seis commodities: óleo de palma, soja, carne bovina, couro, madeira e papel.

Em 2018, 157 empresas firmaram o compromisso de acabar com o desmatamento até 2020. Um total de  80 empresas removeram ou reduziram a promessa. Uma das empresas, a japonesa Yakult, chegou a declarar que o compromisso permanece. 

"Muitas pessoas ficariam chocadas ao saber quantas marcas familiares em seu carrinho de compras podem estar contribuindo para a destruição da Amazônia e de outras florestas tropicais", disse a autora do relatório, Sarah Rogerson. "Os produtos de risco florestal estão em quase tudo o que comemos, desde carne bovina em refeições prontas e hambúrgueres, óleo de palma em biscoitos, até soja como ingrediente oculto em aves e produtos lácteos."

17 janeiro 2020

Ambiente é preocupação do Fórum Econômico Global

Um relatório sobre o risco global produzido pelo Fórum Econômico Global traz como grande preocupação a questão ambiental. Um resumo do documento, em língua portuguesa, pode ser obtido aqui.

Sobre a Amazônia, segundo o Jornal de Negócios, a questão também é preocupante:

Em terra, o “desaparecimento” da Amazónia também foi identificado como outro grande risco ambiental com forte impacto na economia. Nos últimos 50 anos, a floresta amazónica “perdeu 17% do tamanho”. “A Amazónia absorve agora um terço menos de carbono do que há uma década”, referiu o relatório.

Outro sinal de alarme sobre o desaparecimento da Amazónia foi dado a conhecer por uns cientistas que descobriram que se a grande floresta perder mais 20% a 25% do seu tamanho, “chegaria a um ponto sem retorno, em que um ciclo vicioso de seca, incêndios e cobertura florestal perdida seria irrecuperável”.

As consequências do desaparecimento da Amazónia, além de pôr em causa 10% das espécies terrestres que aí vivem, também significaria que o ser humano iria deixar de descobrir potências curas para doenças e criaria as condições para “incêndios e inundações na região mais intensos, assim como padrões imprevisíveis de períodos de chuva ou seca”.

“Isto colocaria em causa a produção de alimentos, aumentar a escassez da água e reduzir a geração de hidroenergia, com custos económicos superiores a três biliões de dólares [2,6 biliões de euros]”, referiu o relatório.

29 janeiro 2019

Café está em risco de extinção

Estudos mostram que 60% das 124 espécies de café correm o risco de serem extintas.

Os cientistas dizem que a situação é “preocupante”, uma vez que o café selvagem é crítico para a sustentabilidade global das plantações dos grãos de café. Os cientistas afirmam que uma em cinco das plantações mundiais estão em risco de extinção, e que 60% é um valor “demasiado alto”.

Aaron Davis do Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, refere que “se não fosse pelas espécies selvagens, não teríamos tanto café para beber os dias de hoje” e conclui quando diz que “se olharmos para a história do cultivo do café, nós temos usado espécies selvagens para manter as colheitas sustentáveis”.

Um estudo publicado pelo jornal “Science Advances” descobriu que as medidas de conservação foram “inadequadas” para os grãos de café selvagens, incluindo aqueles considerados críticos para a produção global. Este mesmo estudo declarou que 75 estão ameaçadas com extinção, 35 não estão ameaçadas e pouco, ou nada, se sabe com as restantes 14. E ainda descobriram que 28% destas espécies crescem fora das áreas protegidas, e apenas metade das sementes são reservadas.

Outro estudo realizado pela “Global Change Biology” destaca que o café Arabica é, oficialmente, considerado como ameaçado, quando se tem as alterações climáticas em perspetiva, e é provável que esta produção tenha uma diminuição de 50% ou mais.

09 junho 2018

Custo da Baunilha

A baunilha (ou vanilha) é um aroma derivado de orquídea, provavelmente de origem asteca. Cortes levou a planta para Europa e somente séculos depois é que a polinização manual. Atualmente, Madagascar e Indonésia são os grande produtores de baunilha.

O custo da baunilha é elevado, pois seu cultivo é trabalhoso, seja na polinização, seja na colheita.

Recentemente, o preço do produto disparou, atingindo 600 dólares o quilo. Parte deste aumento foi consequência de uma tempestade, que destruiu plantações no Madagascar. Alguns produtores de sorvete estão deixando de usar o sabor.

Mas existe uma outra razão: uma briga ecológica. As plantações do produto estão provocando desmatamento na ilha africana. Alguns defensores do meio-ambiente, de maneira mais radical, praticando o furto do produto. Além disto, há também o aumento na demanda do produto.

Apesar da existência de possíveis produtos substitutos, inclusive artificiais, parece que há uma opção do mercado pelo produto natural.

01 outubro 2017

Custo do aquecimento global

Um relatório divulgado pelo National Geographic estimou que nos últimos dez anos a economia dos Estados Unidos teve um custo de 240 bilhões de dólares por ano em razão das mudanças climáticas devido a queima de combustíveis fósseis. Nesta estimativa não está incluso os três últimos furacões e 76 incêndios florestais.

11 maio 2017

Quem destrói mais o ambiente?

Em 1970, as pessoas usaram pela primeira vez mais recursos ambientais do que o mundo poderia produzir.

A diferença entre a demanda e a capacidade da natureza para atender a essa demanda tem crescido de forma constante desde então. Todos os anos vivemos um déficit ecológico - tomando mais do que podemos repor - reduzindo as reservas mundiais de recursos naturais. Garantir que não usamos os recursos do mundo é um esforço global, embora alguns países usem mais recursos do que outros.

Queríamos saber quais os países que mais usaram os recursos ambientais e quais os que não o fazem.

(...) Os países da Europa Ocidental, do Leste Asiático e dos países produtores de petróleo normalmente são os maiores déficits por pessoa. Luxemburgo tem um déficit por pessoa 10 vezes superior à média mundial. Os países da América do Sul, com densas florestas, como a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa, têm os maiores excedentes por pessoa.

Vimos que a riqueza de um país é um forte preditor do seu consumo de recursos naturais. Olhando apenas para as 50 maiores economias, o Canadá é o mais ambientalmente responsável e a Coreia do Sul o pior. Destas grandes economias, os Estados Unidos têm o segundo pior cenário ambiental.

A pegada ecológica mede quanta área biologicamente produtiva um país precisa para alimentar seu consumo de recursos e absorver seus resíduos.

(...) Por outro lado, a "biocapacidade" é positiva para o meio ambiente. A biocapacidade mede o quanto a terra e a água de um país podem produzir. (...)

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