Examinamos a ascensão do dark shipping — petroleiros que desativam os transceptores AIS para evitar a detecção — em meio às sanções ocidentais contra Irã, Síria, Coreia do Norte, Venezuela e Rússia. Utilizando um modelo de agrupamento de navios baseado em aprendizado de máquina, rastreamos os fluxos globais de comércio de petróleo bruto transportado por dark shipping e detectamos transferências não autorizadas de navio para navio. De 2017 a 2023, navios ocultos transportaram cerca de 7,8 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto por mês — 43% das exportações marítimas globais de petróleo —, com a China absorvendo 15%. Esses fluxos sancionados compensam as quedas registradas nas exportações globais de petróleo, mas geram mudanças econômicas distintas. Os EUA, um exportador líquido de petróleo, enfrentam preços mais baixos, mas se beneficiam das importações chinesas mais baratas, impulsionando um crescimento deflacionário. A UE, um importador líquido, lida com o aumento dos custos de energia, mas ganha com a demanda chinesa, estimulando uma expansão inflacionária. A China, aproveitando o petróleo com desconto, aumenta sua produção industrial, propagando choques econômicos globais. Nossas descobertas revelam o papel central do dark shipping na reconfiguração dos mercados de petróleo e das dinâmicas macroeconômicas.
Isso é muito interessante pois tem impacto nos custos das empresas em cada região. O mecanismo de sanção terminou por beneficiar Estados Unidos e China.
Nenhum comentário:
Postar um comentário