Na América Latina — a região mais desigual do mundo — as populações rurais não brancas sofrem desproporcionalmente com a doença de Chagas, uma doença tropical negligenciada (DTN) que causa semanas de sintomas agudos e pode levar a problemas cardíacos crônicos décadas depois. Demonstramos que a campanha do Brasil pós-1983 para eliminar a transmissão dessa doença reduziu significativamente a desigualdade de renda (racial), a transmissão intergeracional de baixo capital humano e a sobrecarga no maior sistema público de saúde do mundo. Explorando a presença prévia do principal vetor da doença de Chagas, descobrimos que o controle dessa DTN aumentou o PIB per capita dos municípios em 11,1% e reduziu seus coeficientes de Gini em 1,1% no longo prazo. Além disso, evitar a exposição infantil à doença de Chagas aumentou a parcela de adultos não brancos com renda acima da mediana em 1,4 pontos percentuais (p.p., ou 2,8%) e as taxas de alfabetização de seus filhos em 0,4 p.p. (0,5%). Coincidindo com a redução esperada de problemas cardíacos crônicos, também constatamos que os gastos públicos com internações por doenças circulatórias diminuíram em 16%, contribuindo para uma taxa interna de retorno de 24% e um valor marginal infinito dos fundos públicos. Esses resultados sugerem que o controle de DTNs pode melhorar a saúde econômica e fiscal de países em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que mitiga disparidades (raciais) e ciclos intergeracionais de pobreza.
Esse é o resumo, traduzido, da pesquisa. O controle de uma doença melhorou a economia e reduziu o gasto público futuro.
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