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03 maio 2015

História da Contabilidade Aula de Commercio no Brasil

Apesar dos ensinamentos de Luca Pacioli terem propagado por diversas nações logo após a publicação da Summa, em Portugal o excessivo controle da publicação de livros e o desinteresse fez com que somente em meados do século XVIII o método das partidas dobradas fosse divulgado através de um livro. Isto ocorreu com a criação das Aulas de Commercio.

Com a vinda da Família Real para o Brasil, parte das instituições também se transferiu para a Colônia. Provavelmente diversos profissionais chegaram ao nosso país. Mas será que também isto ocorreu com a Aula de Commercio?

Antes de responder a esta pergunta é importante destacar que o profissional formado na “Aula de Commercio” era bastante valorizado. Um anúncio de 1822 afirmava que um individuo “frequentou os Estudos de Aula do Commercio, e por isso habilitado para qualquer emprego, ou servisso que a sorte lhe ofereça” (1)

A Aula de Commercio não somente existiu no Brasil, como também tinha endereço físico. Em 1822, antes da independência, D. Maria Leocadia anunciava no jornal que tinha mudado para Rua da Quitanda em frente a Aula de Commercio (2). E a escola exigia “livros”, conforme um anúncio da época:

“Vendem-se por preço commodo todos os Livros necessarios a quem quiser frequentar os Estudos da Aula do Commercio” (3)

Mas será que existiu no Brasil após a independência? A resposta é sim. Em 1823 o responsável pela Aula anunciava:

Por Ordem de S. M. I. pelo Tribunal da Junta do Commercio, começarão os Exames dos Alumnos da Aula do Commercio, de 15 de corrente mez em diante, na casa da mesma Aula. Assig. José da Silva Lisboa. (4)


(1) Diário do Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1822, p. 3.
(2) Diário do Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1822, p. 2.
(3) Diário do Rio de Janeiro, 7 de maio de 1822, p. 1-2.

(4) Diário de Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 1823, p. 2. S.M.I é Sua Majestade Imperial. Dois anos depois, em 1825, anunciava-se o início do terceiro ano do quinto curso da Aula do Commercio da Corte. Diário do Rio de Janeiro, 7 de março de 1825, p. 1.

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