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07 abril 2012

Receita recorrente

A questão da receita recorrente e não recorrente é algo complicado para o usuário da informação contábil. Antigamente, a classificação em "operacional" e "não operacional" tentava resolver este problema classificando os eventos conforme a proximidade do "objetivo da empresa". Entretanto isto pouco resolvia já que para o investidor operacional é, em última instância, tudo que ajuda a empresa a agregar valor. (Uma discussão mais aprofundada encontra-se no livro Teoria da Contabilidade, capítulo de Receitas e Despesas, de Niyama e Silva)

Para tentar resolver este assunto, nos últimos anos tem-se usado a segregação em "recorrente" e "não recorrente". Isto também não é de grande auxílio, já que é um termo sujeito a subjetividade.

Um exemplo desta discussão encontra-se no resultado da AES Eletropaulo. Esta empresa apresentou um lucro líquido de 687 milhões de reais no quarto trimestre de 2011, bem acima dos 311 milhões do quarto trimestre de 2010. O aumento do lucro decorreu

[do] pagamento compensatório feito pela Companhia Brasiliana por conta da alienação da AES Eletropaulo Telecom pela TIM contribuiu em R$ 466,8 milhões para esse resultado. Excluído esse efeito, o lucro teria sido de R$ 219,9 milhões, queda de 30% na comparação anual. (Receita extra infla Lucro da Eletropaulo - Natalia Viri - Valor Econômico - 14 de março de 2012, via aqui)

4 comentários:

  1. Interessante professor. o senhor pode falar mais sobre receita extraordinária?

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    1. Agradecemos o comentário. A receita extraordinária é comentada aqui: http://www.contabilidade-financeira.com/2014/05/receitas-extraordinarias.html

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  2. Outra questão envolvendo a classificação contábil das receitas não operacionais como Outras receitas operacionais que acho pertinente uma análise diz respeito às "glosas" da Receita Federal do Brasil (RFB) quando o assunto é a determinação do Lucro da Exploração para cálculo de incentivo fiscal do Imposto de renda.

    Muitas empresas têm sido penalizadas pela RFB por não excluirem da base de cálculo do lucro da exploração algumas receitas que não estão relacionadas diretamente às suas atividades, todavia, por questões de inexistirem alternativas de classificação contábil (como, por exemplo, "receits não operacionais"), consideram estas integralmente aumentando a base de cálculo do incentivo.

    Esses "gaps" ainda existentes entre os novos padrões contábeis e a falta de diretrizes atuais de fiscalização da RFB têm causado transtornos de proporções elevadas nas indústrias de grande porte.

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  3. Mas a receitas/despesas não recorrentes são usadas no cálculo do EBITDA?

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