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29 outubro 2022

Escassez de contadores

Faced with a sharp decline in the number of people taking exams for entry to the profession, and a slide in interest in university accounting courses that hints at deeper trouble to come, the industry is trying to reverse the trend. From the Big Four audit firms to state accounting regulators, players are pursuing a raft of new measures to attract people to a career in accounting, including advertising to high-schoolers and programmes to cut the cost of becoming a certified public accountant (CPA).

[...]



“As a profession, our ability to protect the public interest could be at risk,” said Lara Abrash, chief executive of Deloitte’s US audit business. With declining numbers of new entrants and a “cliff” of baby-boomer retirements, a crunch could come within a decade, she said. Christina Ho, a member of the Public Company Accounting Oversight Board, the industry’s regulator, called the shortage a “crisis” in a speech last month. The number of people sitting the CPA exam had hit a decade low even before the pandemic, which caused a further drop to just 72,271 last year, from almost 103,000 five years before. With 43,000 candidates in the first half of 2022, the rebound does not look strong enough to recover lost ground. “The downward trend is very recent,” said Abrash. “As people are planning their careers, we have just lost our ability to tell our story.”




Rir é o melhor remédio

fisco quer falar com você
 

28 outubro 2022

Disfarçando as evidências


Resultado esperado: 

This study examines managers’ strategic use of concurrent disclosures around the announcement of negative material events. We predict and find that managers disclosing negative 8-K news are more likely to issue a concurrent press release about an unrelated event relative to a press release providing additional context for the 8-K triggering event in order to increase investor information processing costs. This strategy appears distinct from the bundling of news to deter litigation. We find that managers more commonly issue concurrent unrelated press releases when they have stronger incentives to impede the pricing of negative information, and that doing so is associated with a reduction in the speed with which prices reflect the news. Our findings shed light on a previously unexplored tool managers use to exploit investors’ processing capacity constraints to “hide” negative news.

Fonte: aqui. Imagem aqui

Frase

La hipótesis nula de todo editor y evaluador de una buena revista es ‘Tengo que rechazar este artículo´


Fonte: aqui

Este artigo está bem interessante. Logo após esta frase há duas suposições:

1. Os editores e pareceristas tem uma quantidade finita de recursos cognitivos e muitas tarefas para fazer

2. Os editores e pareceristas querem maximizar o impacto do periódico

IA, pandemia e efeito sobre a contabilidade

Um texto da Época trata das situações onde a inteligência artificial pode trazer problemas para uma empresa. A IA é uma ferramenta para facilitar o processamento rápido de informações e, em várias situações, tomar decisões que seriam rotineiras.  

A pandemia revelou que muitas ferramentas de IA não estavam preparadas para a mudança que ocorreu no comportamento das pessoas. Uma situação foi a negativa de compras legítimas, em razão da mudança de comportamento dos consumidores. E muitas empresas não monitoram a IA após seu lançamento.


O problema é que os erros podem abundar quando as circunstâncias do mundo real se desviam dos exemplos usados para treinar a IA, de acordo com cientistas que gerenciam esses sistemas. No caso da Fico, ela disse que seu software esperava mais compras presenciais do que virtuais, e a proporção invertida levou a uma parcela maior de transações sinalizadas como problemáticas.

Há algumas questões contábeis no texto. Eis um trecho:

A Unity Software , cujo software de anúncios ajuda videogames a atraírem jogadores, estimou em maio que perderia 110 milhões de dólares em vendas este ano, ou cerca de 8% da receita total esperada, depois que sua ferramenta de IA que determina para quem os anúncios devem ser exibidos parou de funcionar tão bem quanto antes. A empresa afirmou que o problema ocorreu depois que o sistema de IA utilizou dados corrompidos para as recomendações.

Na verdade o termo "perda" é inadequado. A empresa deixou de ter receita. Simplesmente o valor de 110 milhões não irá constar da sua demonstração do resultado.

Outro trecho:

O mercado imobiliário Zillow Group anunciou em novembro passado uma baixa contábil de 304 milhões de dólares em casas que comprou - com base em um algoritmo de previsão de preços - por valores superiores aos que poderiam ser revendidos. A empresa de Seattle disse que a IA não conseguiu acompanhar as mudanças rápidas e sem precedentes do mercado e teve que sair do negócio de compra e venda.  

Aqui temos um efeito da IA na contabilidade. A decisão de compra de imóvel trouxe prejuízo por falta de ajuste do software.

Dívida

 

Fonte: aqui. O texto enfatiza que nem sempre isto é um problema, o que não deixa de ser uma verdade. 

Rir é o melhor remédio


 quem defende o absorção

27 outubro 2022

Sobre a divulgação da sustentabilidade


Eis um argumento interessante:

Mais divulgação resolve pouco aqui. Os investidores estão nadando nos últimos anos. O relatório financeiro médio anual aumentou de 15.000 palavras, em 1997, para mais de 40.000 palavras. E grande parte desse palavreado é de palavreados, acrescentado por advogados, que tentam se proteger contra os processos que poderia acontecer.

Essa tendência foi estudada exaustivamente e há poucas evidências de que os investidores estejam melhor informados. Além disso, o aumento contínuo de fundos passivos e o ressurgimento do varejo como força de mercado deixa menos investidores que realmente lêem. A mudança climática é um problema, mas as chances de ser resolvida por relatórios anuais mais longos são pequenas.

Fonte: aqui. Foto: saeed karimi

Nobel de Economia de 2022 gera polêmica

Nunca é tarde para uma boa discussão: 

No ano de 2022, o comitê que escolhe os ganhadores do Nobel não conseguiram agradar a muitos na opção do campo da economia. Ao escolherem três economistas que lidaram com a questão da crise bancária, o comitê provocou uma grande polêmica. Nem todo mundo considera que o prêmio foi "justo" ou "merecido", ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores. 

O Nakedcapitalism apresenta um longo texto indicando que o modelo dos três ganhadores é errado e simplista. O texto destaca que Bernanke sequer era considerado um economista de destaque e mesmo o trabalho citado pelo comitê não era o seu melhor trabalho. O mesmo texto tenta convencer o leitor que o modelo Diamond-Dybvig é visto como fraco. 

O site Nakedcapitalism também critica o tempo que Bernanke passou no Fed e como ele conduziu o banco central antes, durante e depois da crise financeira de 2008. 

Sobre o modelo Diamond-Dybvig, o  Nakecapitalism traz um artigo que tenta desmontar o modelo. Mostra que o modelo deturpa a realidade - o que não é algo "grave" na economia, tornando "os economistas mais estúpidos e mais propensos a fazer a coisa errada antes de lerem o texto". 

Outro texto, de John Tanny (via aqui) afirma que Bernanke acredita que o crescimento econômico possui relação com a mudança de preços. Para ele, as ideias de Bernanke é um vergonha para os economistas e para o prêmio. 

Outro texto diz que o prêmio é uma piada. E foca na gestão de Bernanke no Fed, especialmente na crise sistêmica de 2008. 

O início desse estresse ocorreu apenas cerca de um mês depois que Ben Bernanke proclamou publicamente que os fundamentos da economia global eram fortes.

“A economia global continua forte, apoiada por um sólido crescimento econômico no exterior. No geral, a economia dos EUA parece se expandir em ritmo moderado no segundo semestre de 2007, com o crescimento se fortalecendo um pouco em 2008 a uma taxa próxima à tendência subjacente da economia." - Ben Bernanke, Julho de 2007

Bernanke previu em julho de 2007 que a economia dos EUA se fortaleceria em 2008. Foi apenas um ano após essa previsão que o país e o mundo estavam à porta de um "pior cenário" para os mercados globais: um colapso sistêmico.

Finalmente, no CafeHayek uma frase que chamou a atenção:

O Prêmio Nobel de Economia é financiado não pela Fundação Nobel, mas pelo banco central da Suécia. Normalmente, não acho que isso importe, mas, neste caso, me pergunto se isso acontece. O prêmio de 2022 parece ser uma afirmação dos banqueiros centrais do valor do banco central.

Discrepância de rendimento entre gêneros no Airbnb

Eis um texto interessante:

Anfitriões do sexo feminino do Airbnb nos Estados Unidos ganham em média cerca de 25% menos por ano do que seus colegas do sexo masculino por seus aluguéis, de acordo com nosso novo estudo. Isso é ligeiramente superior à diferença salarial anual de gênero relatado pelo US Census Bureau e soma mais de US $ 4.000 em ganhos mais baixos por ano.

A pesquisa analisou oito mil moradias, entre diferentes cidades. Os cálculos das receitas foram realizados por estimativas, a partir do preço listado e número de ocupações por ano. Também foi levado em consideração o valor de cada propriedade.

As diferenças salariais entre gênero costumam ser explicadas pelo fato das mulheres selecionarem empregos que possuam uma jornada menor ou mais flexível, em razão das exigências domésticas. Mas estes empregos também remuneram menos. Mas este não é o caso do Airbnb. Outra pesquisa, com motoristas de Uber, indicou que os homens recebem mais e uma possível explicação seria o comportamento do motorista masculino no trânsito, que assume alternativas mais vantajosas financeiramente, mas mais arriscadas. 

Alguns estudos anteriores mostraram que as mulheres seriam mais orientadas para o relacionamento com os clientes, o que poderia gerar valores menores. Outro estudo apontou que a diferença poderia estar na negociação. 
Foto: Christine Roy

Comparativo da nova norma de custos no setor público

 Ao final de 2021, Conselho Federal de Contabilidade aprovou a NBC TSP 34, que a partir de 2024 revoga a TBC T 16.11, ambas sobre custos no setor público. Essa alteração representa um marco no que se refere às Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (NBC TSP), visto que a NBC T 16.11 é a última das normas de primeira geração a ser revogada. Considerando a novidade normativa, que carece de publicações, e a relevância do tema custos para a sociedade, a classe contábil e as entidades, questiona-se nesta pesquisa as diferenças entre essas duas normas. Nesse sentido, o objetivo do artigo é comparar as duas normas, visando identificar os seus principais pontos de semelhanças e de diferenças. Foi adotada uma abordagem metodológica descritiva, com elementos exploratórios, numa pesquisa classificada como documental, com abordagem qualitativa. A pesquisa empregou alguns elementos da técnica de análise de conteúdo, bem como a ferramenta gráfica nuvem de palavras. O artigo coloca lado a lado, de modo sistemático, diversos pontos estruturais e conceituais das normas, tais como objetivos, alcances, terminologias e disposições. Os pontos comparados entre as normas mostram, em síntese, que: ambas não possuem correlação com as normas internacionais; a nova norma é bem maior do que a antiga, com pouco mais do que o dobro de palavras; a norma antiga tem enfoque mais conceitual, enquanto a nova tem vertente mais gerencial; para a nova norma, os principais usuários da informação de custos são os gestores – embora não sejam os únicos; ambas requerem a adoção do regime de competência na geração de informações de custos; e ambas são taxativas quanto ao dever de as entidades do setor público adotarem sistema de custos.


NBC T 16.11 versus NBC TSP 34: As Principais Mudanças nas Normas Brasileiras de Contabilidade sobre Custos no Setor Público - 12o. Congresso UFSC - Orion Augusto Platt Neto e Flávio da Cruz, ambos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O Comparativo das normas, em termos de itens, encontra-se a seguir:
A nuvem de palavras deixa claro que a nova norma é mais impositiva já que o termo "deve" tem mais destaque. 



Rir é o melhor remédio

 

Pare de perguntar. 

26 outubro 2022

Inscrições para processo seletivo de mestrado e doutorado

 


Projeto de lei na Nova Zelândia pretende implantar linguagem simples no governo

Notícia do The Guardian: A Nova Zelândia aprovou um projeto de lei onde memorandos rebuscados devem ser banidos da burocracia. A lei, denominada de Lei da Língua Simples, exige que os funcionários públicos usem linguagem simples e de fácil compreensão na comunicação com o público. Isto ocorreu na semana passada. 


O objetivo é que a comunicação do governo com o público seja mais fácil, especialmente para as pessoas que usam o inglês como segunda língua, pessoas com deficiência ou baixo nível de educação. Apesar de parecer razoável, a proposta teve muita discussão. Há um medo de que a exigência crie mais burocracia. 

Mas o defensores entendem que pode economizar dinheiro e tempo. Além de melhorar o acesso do público aos documentos. Quando a comunicação é difícil, as pessoas não entendem e não se envolvem com os serviços disponíveis, perdendo confiança no governo. 

No Brasil, o TCU aprovou que as contas sejam apresentadas segundo o relato integrado. Entre as exigências, que a linguagem fosse mais acessível. Uma oportuna dissertação de mestrado de Mariana Azevedo, orientada pela professora da UFF Mariana Bonfim, mostrou que os relatórios ficaram mais complexos. Ou seja, ocorreu o oposto ao declarado pelo TCU. 

Estado Atual dos Relatórios de Sustentabilidade - II

O CAQ, uma entidade vinculada com as empresas de auditoria, fez uma pesquisa com as maiores empresas dos Estados Unidos. Das 500 maiores, 464 emitiram algum tipo de relatório ESG independente e 313 responderam ao Questionário de Mudança Climática do CDP. Das empresas que emitiram relatório ESG, um pouco menos de 10% tiveram a garantia de um auditor externo sobre algumas das informações, o que é um número reduzido. 


O padrão SASB é o mais usado pelas empresas, seguido do GRI e TCFD. 

Mas o fato é que um número expressivo de empresas usa três padrões. Isto justifica a demanda por uma convergência entre os padrões. Mas eis uma informação interessante:
A questão ambiental está fugindo de empresas de contabilidade. Somente uma minoria de empresas está usando empresas de contabilidade para a certificação das informações. 




Estado atual dos relatórios de sustentabilidade


Embora os relatórios de sustentabilidade corporativa continuem a crescer em meio às demandas de investidores e reguladores, persistem problemas com a confiabilidade das informações e o papel das empresas de contabilidade na verificação das divulgações.

A KPMG lançou a última edição de seu Relatório Global de Pesquisa em Sustentabilidade : Big shifts, small steps, na terça-feira. O relatório constatou que todas as 100 principais empresas dos EUA fornecem divulgações ambientais, sociais e de governança e, das 250 principais empresas do mundo, 96% estão fornecendo alguma forma de relatório de sustentabilidade. Muitas empresas estão revisando suas estruturas de governança sobre o ESG, formando comitês diretores compostos por líderes executivos que tomam decisões estratégicas sobre compromissos, ações e divulgações.

Embora os padrões da Global Reporting Initiative sejam os padrões de relatórios mais populares em todo o mundo, os padrões do Sustainability Accounting Standards Board são os mais populares nos EUA, com 75% das 100 principais empresas se reportando a ele. O SASB e sua organização controladora, a Value Reporting Foundation, foram consolidados no International Sustainability Standards Board no início deste ano.

Continuem lendo aqui. Foto: Bernd Klutsch

Rir é o melhor remédio

Empresas de combustível fóssil ajudando a combater um foco de incêndio? Via aqui

25 outubro 2022

Concentração nos conselhos editoriais dos periódicos


Para pensar:

Um dos principais problemas que preocupa um grande número de economistas é a distribuição desigual de recursos econômicos, riqueza e poder (veja as entradas anteriores Rodríguez 2022, Ferreira 2018; Domènech e Sánchez-Cuenca 2022) e, como diz o ditado, "na casa do ferreiro, espeto de pau". Mais de duas décadas atrás Hodgson e Rothman (1999), diante da crescente importância das revistas Top 5 em Economia, se perguntavam se a organização da disciplina econômica era dominada por um pequeno grupo de departamentos. Seus dados, baseados em 30 publicações de revistas consolidadas em economia em 1995, mostraram que membros de conselhos editoriais vieram predominantemente de universidades americanas: 60% de todos os editores obtiveram doutorado em nove instituições americanas, enquanto 40% trabalhavam em 12 instituições americanas. Com uma concentração tão alta de poder em um pequeno grupo de instituições, sua principal preocupação estava na ameaça de que essa situação representasse "o potencial de inovação e mudança": com um pequeno conjunto de instituições dominando a profissão, a variedade de idéias e abordagens necessárias para inovação e mudança estaria em risco.

Fonte: aqui. Foto: Artur Shamsutdinov

Este é um tema que poderia ser pesquisado para o Brasil, nos nossos periódicos de contabilidade. (Quem fizer, a partir desta dica, ou saiba que já foi feito, peço encaminhar a pesquisa para o blog). 

Será que temos esta concentração? Bom, a história da pós-graduação no Brasil pode ajudar um pouco. O tronco de todos os programas brasileiros foi a pós da Universidade de São Paulo. Isto pode forçar a concentração. Mas vários programas usaram de profissionais formados em outras áreas (administração, educação, métodos quantitativos e outros) para formar o seu corpo docente. Isto pode, por outro lado, dar uma pluralidade maior na nossa área, no Brasil. 

Terceiro setor: quanto menor despesa administrativa, melhor?

A análise de desempenho, especialmente quando lida com regras práticas simplistas, pode não ser adequada. Regras do tipo "quanto maior, melhor" são, em essência, horrorosas e devem ser usadas com muito, muito cuidado. 

Um exemplo foi constatado na utilização da despesa geral e administrativa em entidades do terceiro setor como índice de eficiência. Acredita-se que quanto menor o volume deste item, melhor será a entidade. Isto aparece, por exemplo, no livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, no capítulo relacionado com as entidades do terceiro setor. Esta tem sido a regra usada por muitos doadores: verificar o nível deste tipo de despesa em relação, por exemplo, ao volume de receita. É um sinal do esforço que a entidade faz para captar receita, que será útil no objetivo da entidade. 

Quando uma entidade do terceiro setor monta uma rede de telemarketing, que passa o dia ligando para as pessoas, solicitando doações, o gasto com despesa geral e administrativa será muito grande. Ou seja, a entidade dedica mais esforço em captar recursos do que atender aos seus objetivos. Esta é a ideia que leva o uso deste parâmetro como critério para verificar a eficiência. 

Dois pesquisadores  (via aqui) analisaram os dados de mais de 22 mil entidades do terceiro setor nos Estados Unidos, entre os anos de 2008 a 2018. A maioria destas entidades eram museus e teatros e com isto eles puderam verificar se as despesas administrativas tinham alguma relação com o número de pessoas que compareciam aos eventos e exposições. Neste tipo de entidade, o objetivo é divulgar a arte e o número de pessoas que assiste a uma peça ou entra no museu é um sinal de que sua finalidade está sendo realizada. 

Os pesquisadores descobriram algo interessante: a relação entre o volume de despesa administrativa, em percentual da receita, não é do tipo "quanto menor, melhor". Na verdade, a relação está traduzida no seguinte gráfico:

O que isto significa? As entidades que possuem pouca despesa administrativa atraem um público bem reduzido para seus eventos. Mas na medida que cresce a despesa, o público também aumenta. Ou seja, gastar pouco em termos de despesa pode não ajudar a atrair as pessoas para os eventos. Mas a partir de um determinado patamar, o aumento dos gastos prejudica o desempenho. Ou seja, passa a prevalecer o "quanto maior, pior". Este ponto, descoberto na pesquisa empírica, é de 35%. 

Em outras palavras, quando a relação da despesa administrativa em relação as receitas é abaixo de um terço, aproximadamente, "quanto maior, melhor". Mas a regra inverte a partir deste ponto, ou "quanto maior, pior". 

Em muitos casos, os gestores das entidades são pressionados a cortar as despesas para atender os critérios dos doadores. Mas este corte pode ser inadequado, já que a entidade negligencia fatores relevantes, como a divulgação, a infraestrutura, os salários do pessoal. Ter um volume reduzido de despesas gerais, pagando baixos salários, trocando funcionários pagos por voluntários, não investindo em equipamentos pode ser bom para alguns doadores, mas afasta o público dos eventos. 

Os autores da pesquisa recomendam, no entanto, que o percentual de 35% não seja uma regra fixa. O valor irá depender das características de cada entidade. O importante é não considerar somente a regra do "quanto menor, melhor", que prevalece hoje no terceiro setor. 

O Glass começa a publicar artigos técnicos

O Group of Latin American Accounting Standard Setters (GLASS), composto por países da América Latina para assessorar a Fundação IFRS lançou uma iniciativa de emitir artigos técnicos relacionados com os padrões contábeis e seus impactos na América Latina. O primeiro artigo publicado e já disponível trata da questão da conversão monetária de uma economia hiperinflacionária - no caso a Argentina, em transações com economias estáveis. É um texto de duas páginas somente. 


Na página onde estão hospedados os artigos já tem um preview dos próximos. Eis a lista:

Noviembre: Últimos cambios en las NIIF – Jorge José Gil (Argentina) // NIIF PyME: propuesta de reformas – Norelly Pinto Vargas (Venezuela) 

Diciembre: Proyectos NIIF S1 y S2 – Laura Accifonte (Argentina) // Deterioro activos financieros – Elsa Beatriz García Bojorges (México) 

Enero:  Plusvalía: amortización y deterioro – José Luis Ribeiro de Carvalho (Brasil) // Decisiones de Agenda IFRIC – Dunia Zamora Solano (Costa Rica) 

Febrero:  Diferencia entre NIIF y NIIF PyME: efectos (Primera Parte) – Angel Roberto Salazar Frisancho (Perú) Diferencia entre NIIF y NIIF PyME: efectos (Segunda Parte) – Jimmy Jay Bolaños Tarrá (Colombia) 

Marzo:  Costos necesarios para vender inventarios. Una Decisión de Agenda discutible – Winston Fernández (Uruguay) // Inflación y distribución de utilidades – Martín Gonzalez Yaravide (Uruguay)