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30 janeiro 2022

Crises Financeiras são Previsíveis

 Pesquisadores de Harvard mostram que crises financeiras são previsíveis, o que contraria o senso comum. Eles mostraram que , em dois setores distintos da economia,  a combinação de rápido crescimento do crédito e de ganhos nos preços dos ativos durante os três anos anteriores está associada a uma probabilidade de 40% de entrar numa crise financeira nos próximos três anos. Isso é importante, pois motiva a adoção de políticas macro-prudenciais que evitem esses ciclos de expansão e crise.


Resumo:

Using  historical  data on  post-war  financial  crises around  the world,  we show  that  crises are substantially  predictable.  The  combination of  rapid credit  and asset  price  growth over  the  prior three  years,  whether  in the  nonfinancial  business  or  the  household  sector,  is associated  with  about a  40%  probability of  entering a  financial  crisis  within the  next  three  years.  This  compares  with  a roughly 7%  probability  in normal  times, when  neither  credit  nor  asset  price  growth has  been elevated.  Our  evidence cuts against  the view  that  financial  crises are unpredictable  “bolts from  the sky”  and points  toward the  Kindleberger-Minsky  view  that  crises are the byproduct  of  predictable, boom-bust  credit  cycles.  The  predictability we  document  favors  macro-financial policies  that  “lean against  the  wind”  of  credit  market  booms. 


Greenwood, Robin, Samuel G. Hanson, Andrei Shleifer, and Jakob Ahm Sørensen. "Predictable Financial Crises."  Journal of Finance.2022





História da Contabilidade: Registro Profissional nos anos 40 mostra o domínio da profissão

O curso de contabilidade é um dos mais procurados nos dias de hoje no Brasil. Mas há oitenta anos o profissional com diploma de contador também era bastante demandado. Eis uma estatística de registro de diploma no Ministério da Educação e Saúde:

Fonte: Anuário Estatístico do Distrito Federal, ano 1941, edição 9

Quando a estatística é apresentada de forma mais detalhada temos 1.343 como contador e 140 como guarda-livro, sendo que estes números estão relacionados somente com o ensino comercial. Era uma profissão tipicamente masculina, já que 87% dos diplomas registrados do ensino comercial eram homens. Existia também uma concentração regional, com 44% dos números originários de São Paulo, 24% do Distrito Federal (a cidade do Rio de Janeiro), 8,3% do Rio Grande do Sul e 5,7% em Minas Gerais. 

O predomínio do registro de contador no Ministério é tamanho que alguns anos depois, entre 1949 e 1953, a profissão ainda detinha o título de maior número de registro. O Anuário - que a Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional registra como sendo de 1949 (1) - traz a seguinte estatística:

Os dados dizem respeito ao ano de 1949, 1950, 1951, 1952 e 1953, nesta ordem. 

Para fins comparativos, o total destes anos: 11.259, 11.825, 16.409, 16.886 e 18.915. Veja que o percentual de registro de guarda-livros e técnico evoluiu da seguinte forma: 33% em 1949 e 40% em 1953. Isto mesmo: quarenta por cento dos registros eram de guarda-livros e técnico. Éramos um país do técnico em contabilidade.     


29 janeiro 2022

Rir é o melhor remédio

 

Muita diversão para fazer esta mensagem fake. (1) notem que a bateria está acabando e o sinal da rede está baixo (2) a fotografia é de Ponzi, um picareta famoso (3) Espoir Inutile é francês ou "esperança inútil" (4) o empresário, quando falou em "segunda opinião" obviamente pensava em contratar outro auditor e não ter mais esta notícia ruim. 

Livremente inspirado em:



28 janeiro 2022

Custo do voo espacial


(Clique na imagem para ver melhor)

Em 21 de dezembro de 2021, o foguete Falcon 9 da SpaceX lançou uma cápsula de carga para entregar suprimentos e presentes de Natal aos astronautas na Estação Espacial Internacional.

Apenas oito minutos após a decolagem, o primeiro estágio do foguete retornou à Terra, aterrissando em um dos navios drones da SpaceX no Oceano Atlântico. Isso marcou o 100o pouso bem-sucedido da empresa.

Como outras empresas, como a Blue Origin de Jeff Bezos e a Ball Aerospace, a SpaceX está projetando e construindo naves espaciais inovadoras que estão acelerando o transporte espacial, tornando-o mais rotineiro e acessível. Mas quanto custa lançar um foguete de carga no espaço e como esse custo mudou ao longo dos anos?

No gráfico acima, examinamos o custo por quilograma para lançamentos espacial em todo o mundo desde 1960, com base em dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

A corrida espacial

O século 20 foi marcado pela competição entre dois adversários da Guerra Fria, a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos, para alcançar uma capacidade superior de voo espacial.

A corrida espacial levou a grandes avanços tecnológicos, mas essas inovações tiveram um custo alto. Por exemplo, durante a década de 1960, a NASA gastou US $ 28 bilhões para levar os astronautas na lua, um custo hoje equivalente a cerca de US $ 288 bilhões em dólares ajustados pela inflação.

Nas últimas duas décadas, as empresas de startups espaciais demonstraram que podem competir contra empreiteiros aeroespaciais pesados como Boeing e Lockheed Martin. Hoje, o lançamento de um foguete SpaceX pode ser 97% mais barato que o custo de uma viagem russa na Soyuz nos anos 60.

A chave para aumentar a eficiência de custos?

Os reforços de foguetes SpaceX geralmente retornam à Terra em boas condições para poderem ser reformados, o que economiza dinheiro e ajuda a empresa a reduzir os preços dos concorrentes.

Turismo espacial

Embora a concorrência tenha reduzido os preços dos voos de carga, o transporte espacial humano ainda é caro.

Nos últimos 60 anos, cerca de 600 pessoas voaram para o espaço, e a grande maioria delas foi astronauta do governo.

Para uma viagem suborbital no SpaceShipTwo da Virgin Galactic e no New Shepard da Blue Origin, os assentos normalmente custam de US $ 250.000 a US $ 500.000. Voos além disso para órbita real - uma altitude muito maior - são muito mais caro, alcançando mais de US $ 50 milhões por assento.

O futuro do vôo espacial

Em um folheto da SpaceX, o diretor, Benji Reed, disse: “Queremos tornar a vida multi-planetária, e isso significa colocar milhões de pessoas no espaço."

Isso ainda pode parecer um exagero para a maioria das pessoas. Mas, dado o custo decrescente dos vôos espaciais nas últimas duas décadas, talvez o céu não vai seja o limite em um futuro próximo.

Fonte: Visual Capitalist

Amigo secreto dos blogueiros


Finalmente a brincadeira anual do amigo secreto aconteceu. O livro digital foi a escolha preferida, embora tenhamos tido livros físicos. O resultado final foi o seguinte:

Cláudia => Sandro => Vladmir => César => Alexandre => Poliana => Felipe => Orleans => Cláudia. 

No meu caso, recebi o livro digital The Family Firm, de Emily Oster. O meu amigo solicitou Ruído. 

O interessante é que o livro digital pode ser encaminhado de forma anônima, o que torna a brincadeira mais misteriosa. Na foto, no sentido horário: Poliana, Sandro, eu, Orleans, Felipe, Alexandre e Cláudia. 

Rir é o melhor remédio

 

senha óbvia

27 janeiro 2022

Novos membros do ISSB

Após a nomeação do chairman do ISSB, o francês Emmanuel Faber, a Fundação IFRS anunciou a nomeação de Sue Lloyd (foto) para ocupar o cargo de vice-presidente na nova entidade. 

Lloyd é uma figura muito conhecida na área contábil, atuando na Fundação desde 2014. Atualmente é vice-presidente do Iasb e presidente do comitê de interpretações. Além dela, a Fundação anunciou Janine Guillot como assessora especial da presidência da ISSB. Guillot é originária da VRF, uma entidade que atua na área de sustentabilidade e que será absolvida pela ISSB. 

O mandato de Lloyd será de quatro anos. Naturalmente que ainda faltam os demais membros 

Steinhoff luta para sobreviver

A empresa Steinhoff, com sede na África do Sul, está lutando para sobreviver. No centro de um escândalo contábil, que tratamos no blog diversas vezes (aqui) ou como estudo de caso no livro Curso Prático de Contabilidade (co-autoria com Fernanda Fernandes Rodrigues), a empresa fez aquisições erradas, provavelmente vítima de executivos que tomaram decisões contrárias ao interesse dos acionistas. 

Em 2021 a empresa conseguiu recursos de seguros, pouco para o tamanho do problema. Mas ano novo, vida nova e a empresa começou a pagar investidores que foram lesionados com o escândalo contábil. A conta é de 1,4 bilhão de euros. Parece muito, mas o total de solicitações de indenizações chega a 8 bilhões. 

Transcrevo a seguir uma postagem que resume os problemas da empresa:

Steinhoff International talvez seja uma empresa desconhecida de muitos brasileiros. Mas com mais de 90 mil empregados, segundo dados de 2015, a empresa atua no ramo de comércio de mobiliário e produtos para casa, com operação na Europa, África, Ásia, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Originalmente é uma empresa alemã, fundada em 1964. Em 1997, a Steinhoff comprou parte de uma empresa da África do Sul e terminou por mudar sua sede, atraída pelos baixos custos de produção. Também tornou-se uma empresa com ações negociadas na bolsa de Joanesburgo. Na década seguinte, a empresa comprou a empresa Conforama, com atuação em diversos países da Europa e mais de 200 lojas. Em dezembro de 2015 passou a ter ações negociadas na bolsa de Frankfurt, embora a gestão continuasse na África.

Sua atuação cobre mais de 30 países, 40 marcas, com uma forte presença na Europa. No dia 8 de dezembro a empresa informou que estava cancelando uma reunião anual com banqueiros em Londres, originalmente marcada para esta segunda, reprogramando para o dia 19 de dezembro. Dois dias antes, no dia 6 de dezembro, seu principal executivo tinha renunciado ao cargo depois que a empresa anunciou irregularidades contábeis. Além disto, a empresa informou que estava adiando a divulgação dos relatórios contábeis.

Na quinta, a empresa também anunciou que estaria vendendo algumas unidades, o mais rápido possível, para manter sua liquidez, em um comunicado dúbio. O mercado acionário reagiu a falta de transparência e a possibilidade de grandes perdas em razão das irregularidades contábeis. Em junho as ações da empresa eram negociadas a 5 euros. Em agosto, diante da notícia que promotores alemães estariam investigando a empresa por inflar receitas de suas subsidiárias, a ações começaram a cair, chegando a 3 euros no início da semana passada. Na quarta, diante da confirmação das irregularidades contábeis, as ações caíram para 1 euro, chegando a 0,47 euros na sexta. Em termos de valor de mercado, a queda foi de 18 bilhões de euros para 2 bilhões de euros entre junho e agora.

A figura abaixo mostra o comportamento dos bônus da empresa.


Os problemas da empresa parecem envolver empresas de executivos e certas parcerias que o grupo assumiu que comprometeu o fluxo de caixa para os acionistas. A empresa de auditoria responsável pelas contas da Steinhoff é a Deloitte e as autoridades da África do Sul já solicitaram uma investigação para entender a responsabilidade da Big Four.

Regulador na mídia social


Parece que a relação entre regulação e mídia social começa a ser objeto de interesse para a contabilidade. Eis uma pesquisa: 

This paper presents the first evidence of the effect of financial regulators’ social media use on corporate and individual behavior. Using the staggered launch of U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) regional offices’ Twitter accounts, I find that financial regulators’ presence on social media reduces opportunistic insider trading, customer complaints against investment advisers, and financial misreporting. Additional tests suggest that the salience and dissemination of regional offices’ enforcement activities via Twitter play a role. The deterrence effect of SEC regional offices’ Twitter use is concentrated among offices with more followers, firms with more retail investors, and advisers with more retail clients. I also show that investors react more strongly to enforcement actions after the enforced firm’s regional office initiates Twitter use. Taken together, the results suggest that financial regulators’ use of social media helps deter misconduct. 


Outro texto, analisa o caso específico de Musk

Rir é o melhor remédio

 

Criatividade, com um velho tema

26 janeiro 2022

Bandeira como ativo - parte 2


Em 2020, em postagem no blog, comentamos sobre a possibilidade de uma bandeira ser um ativo. 

A bandeira de um país ou de um povo pode ser considerada um ativo? Talvez falte aqui a característica da geração de riqueza. Se eu uso uma bandeira, não irei pagar royalties pelos lucros obtidos. Bem, há uma exceção, pelo menos: a bandeira dos aborígines da Austrália. 

Esta bandeira foi criada por Harold Thomas, em 1971, e tornou-se o símbolo dos povos aborígenes. Mas Thomas registrou sua criação e cobra royalties pelo seu uso (cerca de 20% [de quê, o texto não diz]). Assim, para Thomas, a bandeira pode ser considerada uma ativo.

Agora a notícia que o governo da Austrália negociou com Harold Thomas a aquisição dos direitos da bandeira e irá permitir que as pessoas utilizem a mesma sem a necessidade de efetuar nenhum pagamento. 

Youtube retira o "não gostei"

Recentemente o Youtube, do Google, que hospeda este blog, retirou dos vídeos a numeração da quantidade de "não gostei" ou "dislike". É possível instalar a função através de uma extensão, mas o usuário comum provavelmente não irá fazê-lo. Pode parecer pouca coisa, mas a internet lembro que a ausência desta informação pode ser um problema. Veja um meme:

Ao não saber que um canal que ensinava a fazer bolo tinha um grande número de "não gostei", talvez sua escolha não tenha sido tão adequada assim. O meme a seguir mostra a situação onde um milhão de likes para o Simpson disfarça os 19 milhões de dislikes. 



Links

 Vinho tinto pode ajudar no combate à Covid?

Brasil recebe convite para entrar na OECD 

Fraude foi um fator importante para crise de 2008

Tendências para 2022 para contabilidade e finanças 

Rir é o melhor remédio

 


Corte de imposto e criptomoeda como intangível

25 janeiro 2022

Aula de Comércio de Lisboa

Miguel Gonçalves publica um artigo muito relevante sobre a história da contabilidade na Enfoque Contábil. Eis o resumo:

O artigo apresenta, de forma inédita, o discurso pronunciado em Lisboa em 21 de Agosto de 1776 por Alberto Jaquéri de Sales (1731-1791), professor da Aula do Comércio (AC), por ocasião da inauguração do quinto curso da AC. Nesse ano, a AC registou o maior número de alunos matriculados da história da instituição, 307 no total. A literatura contém diversas referências a este documento impresso em 1776, mas, por circunstâncias desconhecidas, o opúsculo parece não constar do acervo documental das principais bibliotecas portuguesas; e tampouco a localização do folheto é fornecida pela literatura de forma precisa, pelo menos tanto quanto é do nosso conhecimento. Desta forma, este estudo visamostrar à comunidade o documento que persiste mais ou menos desencontrado com a história da contabilidade portuguesa e que se localizou no Catálogo de Miscelâneas da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Aproveita-se também a oportunidade para dar conhecimento de uma fotografia da AC, datada de 1894 (que se crê inédita no âmbito do tema AC), a qual mostra o edifício em Lisboa onde a escola se instalou e funcionou de 1759 a 1768

Lembrando que Portugal partiu, de forma tardia, na adoção das partidas dobradas. Mas foi a primeira nação a abrir uma escola de ensino formal da contabilidade, a Aula de Comércio. 

Eis a fotografia:

No mesmo periódico, um artigo sobre a obra de Bernardo Cotrugli, o primeiro autor de contabilidade conhecido. Cotrugli, ao contrário de Pacioli, não imprimiu sua obra e por isto o seu pioneirismo perdeu relevância. Além disto, enquanto a obra de Pacioli teve muita influência nas gerações seguintes, o livro de Cotrugli não foi tão relevante. 

Proporção, racionalidade e contabilidade


Em uma entrevista, o professor Paulo Quattrone lembra da origem da palavra proporção

A palavra racionalidade vem de proporção. Proporção, em latim, significa duas coisas. Uma é a razão, então a proporção. Para ser racional, você precisa ser equilibrado, precisa ser proporcionado. Dois é conta, porque conta dá a ideia de simetria e equilíbrio (...) Uma coisa interessante também é que nos primeiros tratados contábeis (...) para explicar àqueles que estão lendo esses tratados sobre o que era a contabilidade, um exemplo usado é a metáfora do espelho. 

A entrevista é longa e há mais conteúdo lá, mas lembro que o nome do primeiro livro de contabilidade impresso chamava-se Summa de arithmetica, geometria, Proportioni et proportionalita.

Rir é o melhor remédio

Projeção usando Excel
 

24 janeiro 2022

Contabilidade para o mercado e para o fisco


A existência de duas regras contábeis, uma para o mercado e outra para o fisco, resultou em uma proposta de tributação baseado no resultado do mercado nos Estados Unidos. Alguns políticos e comentaristas perceberam que grandes empresas geram muito lucro, mas pagam pouco imposto. Assim, surgiu a proposta de um imposto mínimo sobre o lucro apurado para fins de divulgação para o mercado. 

Surgiram alguns argumentos de que a apuração do resultado para o mercado, baseada nos princípios de contabilidade, o GAAP, seria politizada com a adoção do imposto sobre o resultado. O promarket apresentou alguns pontos favoráveis a tributação do resultado para o mercado. Segundo Ramanna, o autor do texto, as empresas hoje possuem fortes incentivos para exagerar nas receitas da contabilidade financeira, melhorando os resultados para os investidores e, com isto, aumentando o preço das ações. Também nos dias atuais, as empresas possuem incentivos para reduzir a receita para o fisco, para reduzir o imposto de renda. 

Eis um trecho que achei interessante:

Quanto ao argumento da politização, a criação de regras do GAAP já é política devido às suas enormes implicações financeiras, mas às vezes tão pouco competitiva que os interesses especiais das empresas podem prevalecer sem muita luta. De fato, há quase trinta anos. acadêmicos têm alertado que as regras que definem a receita do GAAP estão sendo silenciosamente diluídas para serem menos "prudentes" (...). Diferentemente das regras de contabilidade tributária, que são marteladas ruidosamente nos corredores de um Congresso dividido, sob os holofotes da mídia e do escrutínio do IRS, as regras de contabilidade do GAAP dos EUA são feitas por uma organização privada, em um parque de escritórios gentil, no subúrbio arborizado de Connecticut. 

Eis um exemplo contrário as regras GAAP (que correspondem as regras do Fasb):

em janeiro de 2009, mesmo quando o mundo ainda estava sofrendo de uma crise financeira que ameaçava enviar a economia para uma segunda Grande Depressão, o conselho privado de criação de regras do GAAP revisou seus próprios padrões para remover a necessidade de que a receita de contabilidade financeira seja "confiável" ou "verificável".”

Ebitda e FCO são iguais?

 Eis um resumo de uma pesquisa:

O objetivo desta pesquisa é analisar a relação entre o uso Fluxo de Caixa Operacional (FCO) e o indicador EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation e Amortization) das empresas de capital aberto com negociações na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão). Para os indicadores escolhidos, é testada a série história de 2013 a 2019, compreendendo uma amostra de 250 empresas de capital aberto no mercado brasileiro. A coleta de dados ocorreio por meio da Economatica e os testes estatísticos foram realizados pelo programa STATA para as análises das estatísticas descritivas, teste de médias, correlação e modelo de regressão. Os resultados indicam que o indicador EBITDA e o Fluxo de Caixa Operacional (FCO) apresentam diferença na comparação entre as médias da amostra. Além disso, os resultados mostram uma relação significativa entre ambos, indicando que o uso do EBITDA está atrelado ao Fluxo de Caixa Operacional para análise do potencial de geração de caixa, inclusive na maioria dos setores da B3. A contribuição deste estudo é de que as empresas brasileiras de capital aberto apresentam uma relação significativa entre o EBITDA e o FCO, entretanto existe uma diferença expressiva na média, evidenciando que no mercado brasileiro o EBITIDA não é considerado proxy do FCO. 

Eis o resultado principal:
Como os testes foram feitos com valores absolutos, sem levar em conta o ano, talvez fosse interessante ver se haveria mudança caso os dados fossem relativizados. Pesquisa futura, quem sabe.