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21 abril 2021

Localização é um Ativo

 Resumo:

The location of individuals determines their job and schooling opportunities, amenities, and housing costs. We conceptualize the location choice of individuals as a decision to invest in a ‘location asset’. This asset has a current cost equal to the location’s rent, and a future payoff through better job and schooling opportunities. As with any asset, savers in the location asset transfer resources into the future by going to expensive locations with high future returns. In contrast, borrowers transfer resources to the present by going to cheap locations that offer few other advantages. Holdings of the location asset depend on its comparison to other assets, with the distinction that the location asset is not subject to borrowing constraints. We propose a dynamic location model and derive an agent’s mobility choices after experiencing income shocks. We document the investment dimension of location and confirm the core predictions of our theory using French individual panel data from tax returns. 


Bilal, Adrien and Rossi-Hansberg, Esteban Alejandro, Location as an Asset (July 2018). NBER Working Paper No. w24867,



19 abril 2021

Nova Estrutura Conceitual do Fasb


O Fasb (Financial Accounting Standards Board) é a entidade responsável pelas normas contábeis nos Estados Unidos. Apesar do Brasil não adotar essas normas, é importante salientar que boa parte do conjunto de normas do Iasb possui uma grande influência do Fasb. Assim, acompanhar o que está ocorrendo no Fasb é importante, seja por seu aspecto inovador ou pelo fato de que a entidade ainda influencia os rumos das normas contábeis internacionais que são adotadas pelo Brasil. Acompanhar a agenda de trabalho do Fasb é também útil para refletir sobre as limitações das atuais normas contábeis que o Brasil adota. 

Em 2004 ambas entidades, o Fasb e o Iasb, fizeram um acordo para tentar trabalhar em conjunto em alguns dos maiores desafios contábeis mundiais. Isso resultou em algumas normas razoavelmente próximas em diversos assuntos e também provocou o desenvolvimento de parte da atual estrutura conceitual do Iasb, que o Brasil adotou um ano mais tarde.

Entretanto, divergências entre as duas entidades esfriaram as relações e hoje cada um segue seu caminho. Neste momento, entre os diversos projetos que o Fasb está trabalhando, encontra-se uma revisão da Estrutura Conceitual. Isto é surpreendente, pois afinal ambas entidades trabalharam em um projeto conjunto até recentemente. Todavia, parece que o Fasb está indo um pouco além disso. 

Basicamente a proposta do Fasb é melhorar os conceitos dos principais elementos das demonstrações financeiras das empresas. Isso inclui os conceitos de dez elementos: ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas, despesas, ganhos, perdas, investimentos dos acionistas, distribuições para os acionista e lucro abrangente. Veja que o número de itens é bem maior que o que há na nossa estrutura conceitual. E inclui, ou melhor reinclui, os termos ganhos e perdas. 

Além disto, a alteração de estrutura conceitual deixa bem claro que todos os conceitos são válidos para as empresas e para as entidades sem fins lucrativos. Isso faz com que a estrutura conceitual analise estas entidades e como os conceitos são aplicados. Também é algo que não está presente na nossa estrutura conceitual. 

Como qualquer mudança de estrutura conceitual, é importante estar atento a como isso pode afetar o enquadramento dos atuais itens. Ou seja, se o Fasb muda o conceito de ativo, alguns itens que antes eram considerados como ativos podem deixar de ser e outros itens que não eram poderão ser classificados como tal. Isto também ocorre com os outros elementos. A audiência pública pode ajudar na identificação destas situações e o Fasb pode esclarecer estes casos. 

Nesse sentido, a questão dos ativos intangíveis gerados internamente desperta interesse. Há um grande número de críticas à contabilidade moderna no que diz respeito a esta questão. Baruch Lev e Feng Gu, em The End of Accounting and the Path Forward for Investors and Managers (2016) criticam a contabilidade por perder sua relevância no que diz respeito ao não reconhecimento do intangível. Haskel e Westlake, em Capitalism without Capital, também focam críticas ao mundo moderno, no qual o intangível é cada vez mais importante. 

Para resolver o problema do intangível gerado internamente é necessário que a definição seja compatível e sua mensuração seja adequada. Somente depois de resolvidos os problemas de definição e mensuração é que poderemos pensar no seu reconhecimento. O Fasb adota uma posição na sua definição de ativo diferente da IFRS. No seu conceito, não está incluso o termo controle. Esta é uma discussão antiga no que se refere a definição de ativo. Assim, ativo, segundo o Fasb, seria “um direito presente de uma entidade a um benefício econômico”.  Em uma empresa, o benefício econômico estaria associado a geração de fluxo de caixa. Como a definição também inclui as entidades do terceiro setor, o benefício econômico é usado para fornecer bens ou serviços desejados a alguém. 

O conceito de passivo seria “obrigação atual de uma entidade em transferir um benefício econômico”. Aqui é também possível incluir obrigações dentro do sistema jurídico, assim como aquelas que são decorrentes dos costumes. Entre as discussões que podem surgir com este conceito está os instrumentos híbridos (ações que podem ser passivos) e alguns passivos como riscos comerciais e passivos contingentes. 

Como sempre, o conceito do patrimônio líquido não “existe”. É aquilo que resta quando retiramos o passivo do ativo de uma entidade. Para as entidades sem fins lucrativos, o patrimônio líquido não corresponde a um direito dos acionistas. E a norma separa do patrimônio líquido em dois tipos: doação com e sem restrição. 

Mas a mensuração do patrimônio líquido é importante na determinação do lucro abrangente. Este é obtido a partir das diferenças do patrimônio líquido entre duas datas, com exceção do aporte de capital ou da distribuição do capital. Assim, lucro abrangente depende da definição de ativo, de passivo, de aporte de capital e distribuição de capital. Neste momento fica parcialmente claro a razão da estrutura conceitual do Fasb definir dez elementos. 

Veja que usei o termo “parcialmente” no parágrafo anterior. A razão disto está na distinção de receita de ganhos e de despesa de perdas. Neste sentido, surge um novo conceito de receita e despesa. Vamos começar com a receita. Para o Fasb, as receitas são “entradas ou outras melhorias de ativos ou liquidações de seus passivos (ou uma combinação de ambos) provenientes da entrega ou produção de bens, da prestação de serviços ou da execução de outras atividades”. Os ganhos são os aumentos no patrimônio líquido, exceto as receitas ou os investimentos dos proprietários. 

As despesas são decorrentes do uso de ativos ou de aumento de passivos ou ambos na entrega ou produção de bens, prestação de serviços ou execução de outras atividades. As perdas são as reduções do patrimônio líquido, exceto as despesas ou as distribuições aos donos. Confusão, não? O Fasb apresenta quatro circunstâncias de onde surgem os ganhos e as perdas: (a) transações ou eventos não-recíprocos, como catástrofes naturais; (b) ajustes nas estimativas dos ativos e passivos informados; (c) transações de troca (câmbio); e (d) ganhos e perdas por ter algo. 

Finalmente, no texto do Fasb há uma discussão, no apêndice, sobre os procedimentos da contabilidade por competência. Isto inclui uma discussão sobre diferimento, alocação, amortização e confrontação. 

Rir é o melhor remédio

 

Reduzindo o medo

18 abril 2021

Mercado de carbono voluntário tem um problema a resolver

O uso do crédito de carbono  tem um problema sério para resolver:

O padrão ouro para alcançar emissões líquidas zero é assim: uma empresa identifica e relata todas as emissões que é responsável por criar, reduz o máximo possível e, então - se ainda tiver emissões, que não pode reduzir - investe em projetos que evitam emissões em outros lugares ou puxam o carbono do ar para alcançar um equilíbrio “líquido zero” no papel.

O processo é complexo e ainda em grande parte não regulamentado e mal definido . Como resultado, as empresas têm bastante poder discricionário sobre como relatam suas emissões. Por exemplo, uma empresa mineradora multinacional pode contar as emissões da extração e processamento do minério, mas não as emissões produzidas pelo transporte.

As empresas também podem decidir quanto confiar no que é conhecido como compensação - os projetos que podem financiar para reduzir as emissões. A gigante do petróleo Shell , por exemplo, projeta que alcançará emissões líquidas zero até 2050 e continuará a produzir altos níveis de combustível fóssil durante esse ano e depois. Como? Ela se propõe a compensar a maior parte de suas emissões relacionadas aos combustíveis fósseis por meio de grandes projetos baseados na natureza que capturam e armazenam carbono, como a restauração de florestas e oceanos. Na verdade, a Shell sozinha planeja implantar mais dessas compensações até 2030 do que estavam disponíveis globalmente em 2019.

Os ambientalistas podem saudar a nova agenda conservacionista da Shell, mas e se outras empresas de petróleo, as indústrias de aviação, os setores de transporte marítimo e o governo dos EUA propusessem uma solução semelhante? Há terra e oceano disponíveis de forma realista para compensações, e a simples restauração de ambientes sem mudar fundamentalmente o paradigma de business-as-usual é realmente uma solução para as mudanças climáticas?

Fora dos mercados de emissões de conformidade , que se concentram principalmente na regulamentação governamental no setor de energia , os mercados voluntários criam a maioria das compensações que são usadas para atingir o valor líquido zero.

Os mercados voluntários são organizados e operados por uma ampla gama de grupos dos quais qualquer pessoa pode participar. Você já viu a opção de compensar seu voo? Essa compensação provavelmente acontece por meio de um mercado voluntário de carbono. As atividades que produzem as compensações incluem projetos como gestão florestal e oceânica , gestão de resíduos, práticas agrícolas, troca de combustível e energia renovável. Como o nome indica, eles são voluntários e, portanto, em grande parte não regulamentados.

Por causa da onda de promessas e subsequente demanda por compensações, os mercados voluntários de carbono estão sob pressão para se expandir rapidamente. Uma força-tarefa lançada pelo Enviado Especial das Nações Unidas para Ação Climática, Mark Carney, e envolvendo várias grandes empresas, divulgou um plano abrangente em Davos 2021 que prevê que os mercados voluntários de carbono precisam crescer quinze vezes na próxima década. Isso sugere que o aumento líquido de zero representa uma das maiores oportunidades comerciais de nosso tempo - despertando grande interesse de investidores e grandes negócios . Ele também identifica e propõe soluções para alguns desafios persistentes e críticas aos mercados voluntários de compensação de carbono.

(...) existem preocupações reais sobre a capacidade dos mercados voluntários de cumprir legitimamente o que prometem. As preocupações comuns incluem questões sobre a permanência dos projetos para armazenamento de carbono a longo prazo, verificando se as compensações realmente reduzem as emissões além de um cenário usual e confirmando que os créditos não estão sendo usados ​​mais de uma vez. Esses e outros desafios expõem os mercados voluntários de carbono à manipulação potencial, lavagem verde, consequências não intencionais e, lamentavelmente, ao fracasso em atingir seu propósito.

(...) Os mercados voluntários de carbono podem melhorar as paisagens e ajudar a compensar as emissões inevitáveis. No entanto, eles não podem acomodar todas as metas líquidas de zero do mundo desenvolvido.

A maioria dessas iniciativas ainda não começou, mas emissores de países desenvolvidos já estão buscando compensações fora de suas fronteiras. Isso está aumentando a preocupação de que as empresas mais ricas possam estar colocando o peso de suas emissões nos países mais pobres, que podem produzir compensações a preços baixos, implorando pela noção de um colonialismo climático [grifo do blog] recém-descoberto.

(...) Além da ética, em termos estatísticos, simplesmente não há capacidade ecológica suficiente para compensar as emissões mundiais. (...)

As compensações realisticamente não podem fazer muito para atingir as metas climáticas. É por isso que o foco deve se voltar para a redução, em vez de compensar as emissões globais. Os mercados voluntários de carbono desempenham um papel crítico como caixas de areia de inovação para soluções criativas de compensação e estão mobilizando o setor privado para agir; no entanto, eles devem ser limitados.



Reforma contábil na Alemanha perde força


Quando ocorreu o escândalo da Wirecard na Alemanha, parecia que as autoridades germânicas teriam uma grande oportunidade para fazer uma reforma no setor contábil do país. Na Inglaterra, os escândalos contábeis diversos levou a uma proposta de extinção do regulador, o FRC, e uma lei, que se for aprovada, irá ser mais pesada com as empresas de auditoria.

O problema da Wirecard realmente foi grotesco. A empresa fez desaparecer 2 bilhões de euros da sua conta caixa sem que o auditor notasse. Um jornal que levantou dúvidas sobre o que estava ocorrendo na empresa foi investigado pelo regulador alemão; o razoável seria o regulador investigar a empresa para tentar entender as denúncias. Eis que temos um ambiente propício para uma reforma do sistema. 

Mas depois de vários meses, o Accounting Today acredita que o momento passou e provavelmente o escândalo não deve ajudar no sentido de promover melhorias no sistema regulatório. Um parlamentar alemão responsável pela investigação afirmou claramente que o objetivo não é mudar o sistema e que os auditores fazem um bom trabalho. O parlamentar é do mesmo partido de Angela Merkel. 

E observe que as medidas não são tão radicais assim. Envolve reduzir o tempo para fazer o rodízio, de 20 para 10 anos. E penalidades para os auditores . O problema é que alterar o sistema de auditoria também irá demandar a alteração no regulador, envolvido no escândalo. Mas mesmo os opositores não estão motivados em mudar as regras. 

Um dos argumentos usados é que alterar as normas, punindo os auditores, poderá ser ruim para as empresas de pequeno e médio porte, que seriam expulsas do mercado, diante do risco mais elevado. 

Outro texto, do Financial Times, informa que o problema da Wirecard na verdade é mais antigo do que se pensava. Uma bela pizza alemã. 

Concentração em quem faz dinheiro na internet

 A internet é um lugar que promete fortuna para muitas pessoas. Mas somente poucos são escolhidos, conforme a previsão de Chris Anderson, em A Cauda Longa. O livro de Anderson é de 2006, na sua versão em língua portuguesa, mas já alertava para o fato de que o mercado moderno, mesmo fragmentado, será de alguns poucos. 

O site OnlyFans surgiu em 2011 para que qualquer pessoa pudesse postar conteúdo próprio, como vídeo ou foto. São mais de 85 milhões de usuários e 1 milhão de produtores de conteúdo. O site fica com 20% do valor arrecadado e 80% vai para o dono do perfil. 

O OnlyFans tem feito sucesso com os interessados naquilo que chamaríamos de "diversão adulta". Mas veja uma informação interessante, divulgada por uma produtora de conteúdo adulto chamada Aella:


A típica cauda longa. Aella recebeu 103 mil dólares em seu mês de melhor desempenho em 2020. Parece muito, a Aella está entre as melhores contas do OnlyFans. O que ocorreu com Aella no OnlyFans também aconteceu com o mercado de capitais dos Estados Unidos e as ações as grandes empresas de tecnologia (Facebook, Apple, Netflix, Amazon, Microsoft e Google), que responderam pela maior parte do crescimento da bolsa. Assim, enquanto o comércio local está fechando, a Amazon cresceu 84% em 2020. 

Rir é o melhor remédio

 

Ebitda Ajustado

17 abril 2021

Uma assembleia muito esperada

O Value Walk chama a atenção para a assembleia da empresa Exxon Mobil, no dia 26 de maio. A razão é uma luta pelos votos e quatro assentos no conselho. Com 4,2 bilhões de ações e uma capitalização de 242 bilhões, os votos dos acionistas irão determinar se os novos conselheiros terão uma tendência ambientalista ou não.

Como nem todo acionista irá participar da assembleia, as procurações estão sendo disputadas. A própria gestão entrou na briga, combatendo a busca de procurações com a tendência ambientalista. 

16 abril 2021

O que o Fasb está fazendo agora...


Richard Jones (foto), sete meses depois de assumir o Fasb, concedeu uma entrevista para o CFO. Ele comentou sobre diversos assuntos. Eis um resumo da entrevista

Sobre mudanças contábeis na sua gestão

Vinte, trinta ou quarenta anos atrás, tínhamos metade do volume ou um terço do volume de normas contábeis que temos hoje. Também temos um conjunto de padrões muito mais desenvolvido. Isso não significa que não existam problemas emergentes ou diferentes maneiras de fazer as coisas que possam fornecer melhores informações ou reduzir custos e complexidade desnecessários.

Sobre as mudanças nos últimos anos

(...) quando cheguei aqui (...) tínhamos acabado de passar por um período significativo de mudança contábil - os três grandes projetos [arrendamento, reconhecimento de receita e perdas de crédito esperadas atuais] que foram adotados ou estão em processo de adoção pelos preparadores

Sobre um provável bolha no mercado e a pressão sobre a contabilidade

Uma das coisas que tentei entender quando cheguei aqui foi a rapidez com que poderíamos agir quando surgissem problemas. Tivemos um exemplo disso no quarto trimestre, quando surgiu uma questão relacionada à reforma da taxa de referência. Fomos capazes de adicionar um item à nossa agenda e  emitir um padrão  muito rapidamente

Sobre a divulgação de riscos climáticos 

Temos normas, por exemplo, que exigem que as entidades façam suposições sobre fluxos de caixa futuros. Às vezes, são premissas específicas da entidade e, às vezes, são premissas dos participantes do mercado. O que não fazemos é dizer que essas suposições têm que fazer X ou Y. Elas deveriam ser suposições objetivas, e deveriam ser imparciais.

Sobre Criptografia

Recebemos alguns pedidos de agenda para adicionar um projeto sobre contabilidade para moedas digitais. Há alguns meses, em outubro de 2020, o conselho decidiu não incluí-lo na pauta. Quando olhamos para um projeto, observamos sua abrangência: para quantas empresas ele é realmente relevante? 

Direito Humano e Natureza


Boa parte do mundo garante, na sua constituição, que o ambiente é um direito da população ou algo próximo a isto. Exceções relevantes: Estados Unidos, Canadá, Austrália, China, Inglaterra e outros países da Europa. 

Desde a primeira menção da direita na Declaração de Estocolmo em 1972 - resultado da primeira grande conferência ambiental - cerca de 110 países a reconheceram constitucionalmente . Embora seu impacto varie em todo o mundo, ele criou um poderoso baluarte contra uma maré crescente de destruição ambiental em muitos países, como Costa Rica, Colômbia e África do Sul (...)

Claro, reconhecer o direito "não é uma varinha mágica que possamos usar para resolver todos os nossos desafios", diz o advogado ambiental David Boyd, nomeado relator especial para direitos humanos e meio ambiente nas Nações Unidas. "É um catalisador para melhores ações."

De fato, algumas das pesquisas de Boyd descobriram que os países com direito a um meio ambiente saudável - ou outros mandatos ambientais - em suas constituições tendem a ter políticas ambientais mais fortes em geral. Eles também têm maior probabilidade de pontuar melhor em métricas de desenvolvimento sustentável , de acordo com estudos do economista Chris Jeffords, da Universidade de Indiana da Pensilvânia. Dito isso, Jeffords adverte que é difícil analisar causa e efeito - os próprios direitos estão levando a esses benefícios ou os países ambientalmente progressistas simplesmente têm mais probabilidade de adotar esses direitos?

Resenha: A Psicologia Financeira


O livro A Psicologia Financeira (no original The Psichology of Money) oferece ao leitor lições sobre riqueza, ganância e felicidade em cerca de 240 páginas e 20 capítulos. Morgan Housel não é um pesquisador de finanças, mas um colunista do The Wall Stree Journal e The Motley Fool. Assim, a linguagem é bastante acessível para o leitor comum, valorizando as histórias que brotam naturalmente das páginas do livro.

Housel não destaca suas habilidades como investidor ou entope as páginas com números e números. Sua visão de finanças pessoais é bastante pragmática, assim como Dunn e Norton (Happy Money). E isto é ótimo. Logo de início ele destaca o papel da sorte nas decisões financeiras. As pessoas terão um perfil de investidor que será influenciado por este fator. Muitos pesquisadores e investidores evitam falar sobre o assunto, mas é óbvio que a questão da sorte é fundamental para o resultado final dos investimentos. Veja a figura abaixo, que consta da página 15 da edição inglesa:

Quem nasceu nos anos 70 tem um perfil de investidor completamente diferente da pessoa que nasceu vinte anos antes. Mais adiante Housel lembra que perguntou ao prêmio Nobel de economia, Shiller, qual o conhecimento ele gostaria de saber (e que não sabe). Shiller responde que é o papel da sorte nos decisões financeiras. Veja que a questão da sorte foi objeto de um livro de Robert Frank e isto realmente merece mais investigação. 

A explicação sobre o poder dos juros compostos é muito interessante. Housel começa o capítulo 4 tratando do ciclo de resfriamento e aquecimento da Terra. Ele resgata a teoria de Milankovic, que no início do século XX propôs uma teoria sutil e elegante para explicar este ciclo. Segundo o cientista sérvio, a Terra teve ciclos de resfriamento, as "eras do gelo", em razão da temperatura do verão. Parece um contrassenso, mas Housel detalha isto de maneira pouco técnica. Um verão mais fresco fez com que as camadas de gelo não derretessem e isto aumentou o acúmulo de neve durante o inverno. Uma pequena mudança, afetou o clima por muitos anos. 

Housel compara Warren Buffett e Jim Simons. O fundo de Simons tem gerado um retorno anual de 66% desde 1988. O fundo de Buffett tem uma rentabilidade anual de 22%. A diferença é muito grande. A fortuna de Simons é de 21 bilhões, no momento que Housel escrevia o livro. Apesar do retorno maior, Simons era 75% menos rico que Buffett. A explicação? Juros compostos. 

O livro diz que Graham está ultrapassado, que para você ser sábio na vida financeira é necessário controlar o ego, que a humildade ajuda muito nesta área e assim por diante. Como uma resenha não deve entregar todo livro, espero ter despertado o interesse do leitor para o livro.

Vale a pena? Sem dúvida nenhuma. Mesmo para o especialista, há muito que aprender. Para o leigo, o livro é de fácil leitura. 

Rir é o melhor remédio

Café grande
 

15 abril 2021

Presente (?) para os dias das mães

 É estranho. Mas tem na Amazon presente para os dia das mães: experiências virtuais diversas. Por 27 dólares, um passeio de 50 minutos com macacos na Costa Rica. Por menos de 10 dólares, 35 minutos e a história do templo Sensoji em Tóquio. Ou então uma hora pelas igrejas e palácios de Munique por módicos 70 dólares.  

As possibilidades incluem passeios de compra de couro em Buenos Aires (20 dólares), visitar uma família que faz tortilha (28 dólares) ou explorar o centro histórico de Florença (60 dólares). 

Campeões da Netflix por país


O mapa com os campeões da Netflix, por país. Enquanto a América do Norte (exceto México) vê Schitt´s Creek, México e alguns países da América Latina e da Europa preferem Stranger Things. A Rússia assiste Imposters, os chineses preferem Riverdale. O Brasil, e alguns países da América do Sul e da Europa, prefere Peaky Blinders, uma série sobre gangsters em Birmigham (muito boa, por sinal), que não é a série preferida na Inglaterra.

Rir é o melhor remédio

 

Como o auditor vê o contador. E vice-versa. 

14 abril 2021

Valor e Futebol

 

Eis que saiu a relação dos clubes de futebol com maior valor, segundo opinião da Forbes. Os dois espanhóis lideram o ranking, seguindo pelo Bayern e cinco clubes ingleses. 

(Interessante que a Champions, talvez o mais charmoso torneio de futebol do mundo em termos de clubes, classificou para as semifinais o Real (2o.), o City (6o.), o Chelsea (7o.) e o PSG (9o.). Se for pelo valor de mercado, o Real Madrid é o favorito para ser o campeão deste ano.)

Apesar da metodologia de cálculo do valor não estar ligada à receita, quando se calcula a correlação entre as duas variáveis temos um valor de 0,96. Isto mostra que o grande direcionador do valor, na estimativa da Forbes, é a receita. 

No passado, a relação entre as duas variáveis era um multiplicador de 3,9. Para este ano, neste grupo de clubes, este multiplicador é agora de 5,5. Ou seja, a capacidade de gerar valor para cada unidade monetária de um clube aumentou nos últimos anos. Achei isto estranho, especialmente quando consideramos a incerteza dos clubes com a pandemia. 



O gráfico mostra em "x" cada clube e a reta com a relação entre as duas variáveis. Veja que alguns pontos ficaram acima da curva e outros ficaram abaixo da curva. O que significa isto? Quando eu uso a receita do Barcelona, de 792 e multiplico por 5,5, o resultado é de 4,356. Mas a Forbes estimou em 400 milhões a mais o valor do clube espanhol. A Forbes fez isto com os grandes clubes, mas penalizou os "pequenos". 

Veja no gráfico que os pontos na parte à direita estão abaixo da reta. São os "grandes" clubes que receberam um "bônus" na avaliação da Forbes. E os clubes do final da lista estão na parte acima da reta. 

Há um ponto de chama a atenção e está marcado na figura com um círculo vermelho. É o PSG. Com uma receita de quase 600 milhões, aplicando o múltiplo de 5,5 temos um valor de 3,3 bilhões. Mas a Forbes entende que o clube francês tem um valor de 2,5 bilhões, 800 milhões a menos. A Inter é outro clube "subavaliado" pela Forbes, em 1 bilhão. 

Outro Cristo Redentor

Na cidade de Encantado (RS, 20 mil habitantes), uma associação cristã está construindo uma estátua que será maior que o Cristo Redentor. Com 43 metros de altura e 36 metros de largura, a estátua deve ficar pronta em 2021. 

 A construção está sendo financiada por doações.





Constituições longas

 

Constituição, em termos de palavras, por país. Perdemos para Índia. Mas temos uma das constituições mais longas do mundo. E tem gente que defende ... 

Morreu Madoff


O responsável por um dos maiores escândalos financeiros dos últimos anos, Bernie Madoff, faleceu hoje (14/04). Doze anos depois de ir para uma prisão por conta de um escândalo com sua empresa de investimento, Madoff faleceu por causas naturais em uma prisão federal dos Estados Unidos, na Carolina do Norte aos 82 anos.

Madoff era uma dos mais renomados traders de Wall Street. Com sua empresa, ele captou bilhões de clientes que ficavam impressionados com o fato do retorno obtido ser substancial. Com o dinheiro captado, ele recompensava seus clientes antigos com uma rentabilidade que não obtinha dos investimentos. Era o típico esquema de pirâmide ou Pozzi. 

Entretanto, já em 2000, uma analista financeira, Harry Markapolos, tenta alertar as autoridades para o esquema de Madoff. As autoridades ignoraram os alertas. Outro fato importante é que a empresa de Madoff era auditada por uma instituição muito pequena, desconhecida do mercado. 

No final de dezembro de 2008 a fraude é revelada. Ele é preso no ano seguinte, com uma pena de 150 anos. 

Qual é a marca de vestuário mais valiosa?

Nike. A gigante americana de roupas esportivas conquistou o título pelo sétimo ano consecutivo, com quilômetros de vantagem em relação ao segundo colocado, a Gucci. O podium: Nike, Gucci e Louis Vuitton. [...]

O que faz da Nike tão valiosa? Ela é amada por todos: crianças, adultos e adolescentes. Há quem diga, inclusive, que o que a impulsiona constantemente é a ameaça de perder o primeiro lugar — não dá para bobear. A concorrência te puxa pra cima.

Uma novidade bem interessante

De olho no mercado de revenda, a Nike lançou, recentemente, o seu próprio formato, batizado como “Nike Refurbished”. Funciona assim:

Se você comprar um tênis da Nike e não ficar satisfeito, pode devolvê-lo em até 60 dias, mesmo usado.
A Nike analisa o estado — não vale comprar, usar em um show e devolver — e, a partir daí, eles são limpos e higienizados. Depois, eles voltam às prateleiras, por um preço menor.

Qual a estratégia? Há duas, na verdade. A primeira é se aproximar do consumidor final com mais uma opção de compra. A segunda é alinhar-se com os conceitos de economia circular e sustentabilidade, minimizando o desperdício.

Alerta tendência: a Fila foi a marca classificada com o maior crescimento, com um aumento de 68% de um ano para o outro. O motivo é o sucesso do seu tênis Disruptor, que se popularizou entre os millenials e a Geração Z.

Fonte: Aqui