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28 outubro 2020

Falha do Sistema

 Uma postagem da Polyana, que estava guardada há meses, sobre falhas do sistema, é bem educativa:

Falhas em sistemas (e registros) contábeis infelizmente são mais comuns do que pensamos. 

Em 2016, a CEF de um município paulista gerou avisos de cobranças indevidas a servidores municipais, admitindo um erro em seus sistemas computacionais. 

Em 2017, o TCE-PR multou o ex-prefeito de Londrina por falha em registro contábil nas contas de 2014. 

No início de 2019, uma falha nos sistemas da STN fez com que o salário dos servidores federais ficasse temporariamente indisponível. 

Mais recentemente (ontem, 29/out/19), um hacker invadiu o sistema contábil da prefeitura de um município de SP, causando atraso no pagamento dos servidores municipais. Aqui cabem muitas discussões, desde programação, inteligência artificial, aprendizado de máquina, profissionalização dos programadores, dos contadores, segurança de sistemas, auditoria governamental, etc. 

E onde a contabilidade entra nessa discussão? Se você não aprendeu a programar, ou pelo menos a entender os relatórios que os sistemas entregam, como vai saber se está certo ou errado o que você entrega aos seus clientes? Não podemos esquecer que a Contabilidade vem, cada vez mais, se adaptando a novas tecnologias, e o contador que preferir ficar à margem destas disrupções, estará comprometendo sua profissionalização.

27 outubro 2020

Rir é o melhor remédio

 Afinal, qual a sua pesquisa?


Resenha: Sucesso e Sorte


Robert Frank é colunista do New York Times e professor da Cornell University. É também autor de bons livros, entre os quais destaco O naturalista da Economia (muito bom) e Microeconomia e Comportamento (idem). Neste livro, Frank defende o papel da sorte na vida das pessoas. As pessoas bem sucedidas tendem a minimizar o papel da sorte: o mérito é individual e o sucesso só foi possível graças ao trabalho árduo. Frank não discorda disto, mas entende que pequenos eventos podem ser decisivos neste sucesso. 

Eis um exemplo pessoal: quando era estudante, era obrigado a fazer um estágio. Minha universidade indicou um órgão público que precisava de estagiário. Com a documentação, cheguei ao órgão. A funcionário no entanto disse que havia um engano, que eles não estavam precisando de estagiário. Mas havia uma unidade deste órgão público que sempre contratava estagiário. Terminei fazendo estágio em uma divisão de estatística, onde aprendi valiosas lições e conheci o meu futuro orientador de mestrado e doutorado, o professor Assaf Neto. Tudo começou com um engano. 

Gosto muito da premissa de Frank para este assunto. Muitas coisas boas que vivenciei aconteceram graças a sorte, talvez menos ao mérito. O livro possui oito capítulos e tirando os apêndices isto está distribuído em menos de 150 páginas. Ou seja, é uma obra rápida e fácil de ler. 

Vale a pena? Reconhecer o papel do acaso é importante. Mas confesso que esperava mais de Frank, depois de ler O naturalista e consultar os vários capítulos do livro Microeconomia. Não que o livro seja ruim, mas poderia ser mais interessante. 

50 anos da Pós-graduação em contabilidade na USP


O Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA/USP foi criado em 13 de outubro de 1970, data da autorização de abertura do curso de Mestrado. Em 1978 foi criado o curso de doutorado, sendo o único doutorado no país até 2008.

Nos seus 50 anos de existência, o PPGCC/FEA/USP contribuiu decisivamente para o desenvolvimento das Ciências Contábeis no Brasil, formando quase mil mestres e doutores e criando e disseminando o conhecimento contábil. Seu pioneirismo e excelência são marcas que permanecem até hoje.

Os docentes, discentes, egressos e colaboradores do programa abriram caminhos, fomentaram o desenvolvimento de centros de pesquisa, difundiram conhecimento fundamental e avançado e influenciaram a prática contábil por todo o país.

A celebração dessa trajetória de liderança e pioneirismo, construída por tantas pessoas, se inicia agora e seguirá ao longo de 2021, com diferentes atividades e eventos sociais. Nosso primeiro encontro ocorrerá na Live 50 Anos do PPGCC/FEA/USP, no dia 11 de dezembro de 2020 às 16:00. Em breve enviaremos os detalhes deste evento da maior relevância. Reserve em sua agenda!

Gostaríamos também de contar com sua inestimável colaboração na construção de um site comemorativo, coração de nossa celebração. Pedimos que nos envie um depoimento sucinto, por vídeo ou por escrito. Se você é egresso(a) ou colaborador(a) do programa, por favor nos conte como o PPGCC influenciou sua trajetória acadêmica, profissional e/ou pessoal. Se você é membro da comunidade de partes interessadas (stakeholders) do programa, por favor compartilhe conosco sua visão sobre a importância do PPGCC/FEA/USP para a profissão contábil e para a sociedade.

Se optar pelo vídeo, sugerimos que tenha duração menor do que 5 minutos. Uma opção prática e fácil é fazer o upload do vídeo no Youtube e nos enviar o link. Estamos à disposição para ajudar na gravação caso precise: para isso, por favor entre em contato pelo email ppgcc@usp.br. Sugerimos que os depoimentos por escrito não ultrapassem dois parágrafos. Pedimos também que se identifique, informando nome, atividade profissional e relação com o programa (por exemplo, egresso(a) formado(a) no ano XYZ ou membro da comunidade de stakeholders do programa, incluindo contabilistas, acadêmicos e gestores do setor público e do setor privado).

Todos os depoimentos, dos mais sucintos aos mais detalhados, serão muito bem-vindos e muito importantes para nós. Também ficaremos felizes se quiser compartilhar fotos e documentos alusivos ao seu relacionamento com o programa. Marque sua presença na história do PPGCC/FEA/USP e das Ciências Contábeis do Brasil!

Por gentileza, envie seu depoimento, o link do seu vídeo e/ou outros materiais que queira compartilhar até o dia 1 de novembro de 2020 para o e-mail ppgcc@usp.br, com o assunto “50 anos do PPGCC”.

Comissão 50 Anos do PPGCC/FEA/USP

26 outubro 2020

Rir é o melhor remédio

 Como funciona o mercado...


Fonte: aqui

Live Dia dos Professores

 

Link aqui

Punindo o executivo, não a entidade


O Goldman Sachs admitiu ser culpado, pela primeira na sua história de 151 anos, pelo que aconteceu com sua subsidiária na Malásia, no escândalo do 1MDB. O Goldman foi uma das instituições que participou do gerenciamento inadequado do fundo soberano do país asiático. A multa deverá ser de mais de 5 bilhões de dólares. Este valor já tinha sido contabilizado no balanço do banco. 

O Goldman deverá recuperar 174 milhões dos salários que foram pagos para os executivos. Isto é algo bastante interessante. Na época do escândalo, os executivos Lloyd Blankfein (CEO), Gary Cohn (COO) e David Viniar (CFO) receberam remuneração de desempenho. O atual presidente, David Solomon, e outros executivos, também deverão devolver parte do salário recebido. 

“O ponto importante é que tirar dinheiro do bolso de um humano é mais eficaz do que tirar dinheiro da conta corrente de uma empresa”, afirmou Joseph Grundfest, professor de direito de Stanford e ex-S.E.C., para o New York Times. Além disto, se o pagamento é feito pela executivo, o acionista não seria punido. É bem verdade que o valor a ser pago é bem reduzido em relação a remuneração recebida pelos executivos. Um CEO deste nível recebe mais de 20 milhões por ano.

Julgamento é importante para a contabilidade


Uma regra deveria ser sempre simples e fácil de aplicar. Este seria o exemplo da regra que impõe um limite de velocidade em uma estrada ou que proíbe você de dar comida aos animais de um zoológico ou que determina que devo fazer o registro contábil de uma operação de venda. 

As regras devem possui outra característica: são gerais, não específicas. Apesar de ser claras, de fácil aplicação e generalizadas, há sempre algumas exceções para as situações apresentadas. Este é  o caso do limite de velocidade: uma ambulância deveria respeitar esta regra em uma situação de emergência? O bom senso nos diz que não. E o funcionário do zoológico também está proibido de alimentar os animais? E uma empresa que faz operações de venda de baixo valor deve fazer o lançamento contábil de cada uma delas? 

Na prática, as regras são redigidas de maneira geral, mas haverá situações onde existem exceções. É possível criar estas exceções nas regras. Assim, o limite de velocidade é válido para os automóveis, exceto as ambulâncias e autoridades policiais em situação de serviço. Ou, é proibido dar comida aos animais do zoológico, exceto se for um funcionário. Uma operação de venda deve ser registrada quando for materialmente importante. Mas ao começar a impor as exceções, as regras deixam de serem simples. Entre uma regra que diz que é “proibido trafegar acima da velocidade permitida, exceto se for uma ambulância ou autoridade policial” e outra que afirma “proibido trafegar acima da velocidade permitida”, a segunda é bem melhor. 

Mas como resolver as exceções? Uma forma é confiar no julgamento do individuo responsável pela aplicação. O guarda que está fiscalizando a velocidade dos automóveis deve julgar se aquela situação é pertinente ou não de aplicar a lei. Seu bom senso irá dizer que não faz sentido parar uma ambulância que está indo para um hospital com um paciente. Mas seu julgamento irá permitir que multe um automóvel comum que ultrapassou a velocidade, não importa o modelo do automóvel, o tipo físico do motorista ou a quantidade de passageiros. 

O termo importante é julgamento. Diante de uma regra existente, uma pessoa irá apreciar e decidir sobre uma situação. No caso da velocidade na estrada esta pessoa é o guarda de trânsito. Para o zoológico, um funcionário da administração do zoológico. Em na situação contábil, o profissional que irá fazer o registro. Deverá existir uma pessoa que vai decidir a aplicabilidade de uma regra. Isto ocorre em inúmeras situações diárias. 

Isto traz um problema na aplicação deste julgamento. Uma operação de venda de dois reais pode ser pouco material para uma pessoa, mas não para outra. É possível imaginar diversas situações onde seria necessário o julgamento. Mas cada situação tem suas particularidades. Mesmo quando uma regra é simples e clara, haverá situações onde sua aplicação exigirá julgamento. Um guarda de trânsito que não para uma ambulância que excedeu a velocidade em uma estrada está fazendo um julgamento. Mesmo que a regra diga que uma ambulância pode exceder a velocidade, este mesmo guarda pode parar a ambulância se perceber que existe algo de errado com o veículo.

O profissional contábil pode não registrar vendas de pequeno valor. Mas se perceber algo errado acontecendo, sua atenção pode ir além da materialidade. Mas este julgamento é realmente difícil. Envolve determinar quando aplicar a regra e verificar se é pertinente ou não.  Mesmo a mais direta e simples das regras exige este julgamento. A nossa sociedade impõe algumas camadas para aperfeiçoar este julgamento. Uma multa de trânsito por excesso de velocidade pode ser contestada. A expulsão de alguém do zoológico por ter alimentado os animais pode ser discutida com uma autoridade maior da entidade. O não registro da venda de baixo valor pode ser objeto de análise por parte auditor, dos conselhos da entidade e das entidades de fiscalização externas à empresa. A palavra do guarda de trânsito não será a última. 

O julgamento não significa ignorar uma regra, mas aplicar a regra em situações específicas e não previstas. Envolve bom senso. Muitas vezes somos orientados a seguir as regras já que isto seria socialmente desejável. Entretanto, seguir as regras, pura e simplesmente, pode não ser adequado. O contador que perceber algo errado com as vendas de baixo valor, pode argumentar usar em sua defesa as regras de materialidade. Mas ele deve abandonar a regra quando percebe que esta não é adequada para sua situação específica. Em suma, julgar é uma parte importante da aplicação da regra, mesmo que esta regra seja a mais simples e direta possível

Muitas das reflexões deste texto surgiram após a leitura do texto When to break a rule, Steven Nadler. Imagem aqui

25 outubro 2020

Rir é o melhor remédio

 


Webinar

 Para encerrar a série de Webinar do Congresso, na quinta teremos uma discussão sobre a crise:


Inscrições aqui

Vinheta do VI Congresso



Esta é a vinheta do Congresso de Contabilidade e Governança. Feito por Mariana Ferreira, usando a técnica do stop-motion. No caso, isto significa 12 quadros por segundos; em um filme normal, são 24 quadros por segundo, e esta redução no número de quadros faz o charme do stop-motion. Foi a mesma técnica usada no filme Fuga das Galinhas. Lembrando que cada quadro equivale a uma fotografia.

Para a vinheta acima, foi usado um celular comum (Galaxy, da Samsung) e um software de stop-motion. O filme foi realizado durante o período noturno, já que a luz do sol tende a influenciar no resultado final. 

Executivos são racionais?

 


Quando fazemos pesquisa sobre as finanças comportamentais nas empresas, uma das grandes dificuldades é a obtenção de informações. Uma saída típica é fazer estudos com estudantes e assumir que o comportamento dos estudantes será espelhado nos executivos das empresas. Há um corpo bem sólido de pesquisas que permite fazer esta suposição. Mesmo assim, muitos leitores duvidam disto. Afinal, os executivos são pessoas bem preparadas, que passaram por uma seleção e aprenderam com os erros. Em termos mais técnicos, os executivos seriam uma amostra não aleatória da população: são inteligentes e qualificados. 

Além disto, os executivos são monitorados pelos conselhos e as estruturas de governança das empresas, que impede erros comportamentais. Mesmo assim, as pesquisas mostram que os executivos não são 100% racionais

A nova onda de pesquisas sobre finanças corporativas comportamentais que começou a aparecer em meados dos anos 2000 alterou drasticamente essa linha de raciocínio. Um corpo de evidências convincentes documenta preconceitos sistemáticos e persistentes na tomada de decisão gerencial, incluindo excesso de confiança, pensamento dependente de referência e confiança em atalhos cognitivos, e revela que os traços de caráter e experiências passadas dos gerentes moldam suas decisões.

Este artigo revisa e analisa o crescente corpo de pesquisas em finanças corporativas comportamentais. A revisão é organizada de acordo com três fases distintas da carreira do CEO: nomeação, estar no comando e demissão. Cada fase do ciclo de vida da carreira do CEO está intimamente ligada a um dos três pilares do paradigma do gerente racional. A primeira seção (‘Seleção do CEO: Quem se torna um CEO?’) Discute o primeiro estágio do ciclo de vida da carreira do CEO, a nomeação inicial, e o vincula ao argumento de seleção: Por que os mecanismos de seleção não filtram candidatos tendenciosos? Por que eles podem até favorecer candidatos com certos preconceitos? A segunda seção (‘Decisões do CEO: Os preconceitos afetam as políticas corporativas?’) examina a tomada de decisão do CEO enquanto ele está no cargo e a vincula ao argumento de aprendizagem: Quais preconceitos sistemáticos os CEOs apresentam? O que pode impedir os CEOs de aprender com os erros do passado? A terceira seção (‘Sobrevivência do CEO: quando os CEOs são demitidos?’) discute a rotatividade do CEO e a vincula ao argumento da disciplina de mercado: Os conselhos e os mercados estão cientes dos preconceitos dos CEOs? Como os CEOs tendenciosos são incentivados? Quando os CEOs tendenciosos são substituídos? A seção final é a "Conclusão". Ao longo de todo o artigo, o artigo identifica caminhos promissores para pesquisas futuras e discute as implicações políticas e conselhos gerenciais.

BEHAVIORAL CORPORATE FINANCE: THE LIFE CYCLE OF A CEO CAREER. Marius Guenzel; Ulrike Malmendier. Working Paper 27635

Imagem aqui

24 outubro 2020

EY e os escândalos contábeis

This year, $2 billion is missing at a German fintech company, $300 million of sales has been found to be fabricated at a Chinese coffee chain and $5 billion in undisclosed debt has been uncovered at two related companies listed in the U.K. Together, the incidents cost shareholders of the companies roughly $30 billion.

All had been audited by Ernst & Young. Last year, EY also audited office-space company WeWork, which nearly collapsed after fumbling a planned initial public offering.

EY is one of the Big Four accounting firms, whose audits are meant to give investors confidence in companies’ figures. EY missed red flags or failed to aggressively pursue them at some of the companies ahead of their scandals, and for the most part it was outsiders who raised questions first, a review based on publicly available documents and interviews with people close to the events shows. Now, regulators are scrutinizing EY’s work.

The EY audit clients that faced financial issues were German payments processor Wirecard AG WDI 23.31% ; China’s Luckin Coffee Inc. LKNCY 3.62% ; hospital operator NMC Health PLC; and NMC sister company Finablr PLC, which owned the Travelex currency service.

[...]

Auditors’ fees are paid by companies being audited, an industry practice that, besides being widely seen as a conflict of interest, puts pressure on accounting firms to offer low-cost audits and limits the resources they can afford to devote to the task.

Large accounting firms in general have become increasingly reliant on other services such as consulting, tax and legal work, which require maintaining close relationships with client companies. EY is part of that industry trend. Its audit and related work provided almost half of revenue 10 years ago but now is down to 34%, roughly in the middle of the pack for the Big Four firms.


A spokeswoman for EY said auditing and related services remain the cornerstone of its business. Though it has diversified, “our commitment to audit has never wavered,” she said. EY has separate firms for each country, which follow the country’s audit rules and answer to its regulators.

Fonte: 

String of Firms That Imploded Have Something in Common: Ernst & Young Audited Them
WSJ 16/10/2020



23 outubro 2020

Resumos de pesquisas científicas em um único lugar


Há uma iniciativa de criar um local para centralizar o abstract de artigos acadêmicos no mundo. A agência responsável pelos identificadores de objetos digitais, o DOI, estaria centralizando o recebimento dos resumos. Através da Crossref seria possível ter acesso aos textos em uma linguagem compatível para o estudo por parte dos pesquisadores através de linguagem de máquina. Atualmente, 52 editoras já estão inscritas na iniciativa. 

Entretanto, algumas grandes editoras, como Springer Nature e Elsevier, não fazem parte da iniciativa. 

A iniciativa tem opositores. Alguns entendem que publicar os resumos não seja suficiente para que tenhamos uma publicação efetivamente aberta e ampla, que inclui todo o texto de um artigo. 

Rir é o melhor remédio

 Em tempos do Covid, é muito importante ter uma boa conexão de internet. Estes dois comerciais da Bell explora isto de forma divertida:




22 outubro 2020

Governo Digital


Uma pesquisa em alguns países buscou o governo digital. O resultado final:

A Coreia do Sul ficou em primeiro lugar entre 33 países no Índice de Governo Digital da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, uma pesquisa que mede o nível e maturidade dos esforços de digitalização do governo.

São 33 países, especialmente da OECD, e o Brasil não entrou na pesquisa. Mas julgo que surpresa maior foi a seguinte:

Seguindo a Coreia do Sul entre os cinco primeiros estão Grã-Bretanha, Colômbia, Dinamarca e Japão.

Temos que aprender com a Colômbia, portanto. 

Crime do Colarinho Branco Compensa


A autora Jennifer Taub, do livro Big Dirty Money deu uma entrevista para o DealBook sobre os crimes do colarinho branco. Eis alguns trechos (traduzido via Translator):

Como a noção de “crime do colarinho branco” se desenvolveu?

O acadêmico da Universidade de Indiana, Edwin Sutherland, introduziu o termo em 1939, posteriormente refinando-o, em seu livro inovador de 1950, "White Collar Crime", que se concentrava em crimes cometidos por "uma pessoa de respeitabilidade e alto status social no curso de sua ocupação". A ênfase estava originalmente na posição social do infrator, mas desde então mudou para se concentrar no tipo de crime, agora incluindo crimes como evasão fiscal, fraude de investimento, suborno de funcionários públicos e lavagem de dinheiro.

O crime do colarinho branco não é punido como crimes caracterizados como violentos. Por quê?

Ótima pergunta. Ainda existe um equívoco de que o crime do colarinho branco não tem vítimas ou não é violento. E ainda podemos ver centenas de milhares de vítimas ao longo dos anos. Pensamos em “violência” como o uso direto de força física contra outra pessoa, causando ferimentos ou até a morte. Quando se trata de certos crimes do colarinho branco, em vez da força, usa-se a fraude e o resultado costuma ser o mesmo.

Considere os milhões que perderam suas casas para execução hipotecária após o colapso tóxico apoiado por hipotecas e a crise financeira relacionada de 2008. Ninguém brandiu uma arma e os expulsou de suas casas, mas a fraude e o engano não tiveram esse efeito?

Por que é mais difícil processar crimes de colarinho branco?

Este é um tópico fascinante, complexo e às vezes frustrante. A intenção é um elemento da maioria das ofensas, e os jurados são frequentemente instruídos a tirar inferências das evidências circunstanciais para descobrir o que o acusado sabia. Isso é muito mais complicado quando se lida com questões financeiras complexas do que crimes de rua.

Se o promotor mostra um vídeo de alguém correndo para fora de uma loja segurando uma televisão de tela plana e guardas de segurança atrás dele, não é tão difícil inferir a intenção. Mas é mais difícil entender o suficiente sobre fraude contábil ou enganar investidores para que os jurados se sintam confortáveis ​​ao determinar que um executivo sabia que os livros estavam falidos.

Qual é a lição para os leitores do DealBook - além de que “as pessoas muitas vezes conseguem se safar”?

Temo que, se eu responder a essa pergunta diretamente, estarei encorajando mais violações da lei e predação. Meu livro deixa claro que o sistema está quebrado e espero que haja uma repressão em breve.

Os leitores devem se lembrar que essa imunidade implícita para a classe alta nem sempre foi a norma. Depois da Enron e dos escândalos contábeis relacionados, executivos de alto escalão foram processados, condenados e enviados à prisão, ao contrário de hoje. Para a maioria dos líderes empresariais que são honestos e desejam fazer a coisa certa, eu os encorajaria a intensificar a conformidade, apesar do baixo nível de fiscalização hoje. A impunidade corporativa corrói a confiança do público nas instituições empresariais importantes de que precisamos para aproveitar a vida, prosperar e sobreviver.

Análise e avaliação das demonstrações contábeis no setor público

 O 3R Capacita está com um novo curso sobre análise e avaliação das demonstrações contábeis no setor público, com o professor Dr. Giovanni Pacelli. Mais informações: aqui.

Rir é o melhor remédio

 




Como nossa vida mudou com a Covid

21 outubro 2020

Jogando com suas regras


As corporações não são jogadores do jogo, jogando de acordo com regras estabelecidas por outros. Eles jogam o jogo de acordo com as regras que eles mesmos definem.

Fonte: Aqui

Isto faz lembrar a regulação contábil. As grandes empresas de auditoria jogam conforme as regras que foram estabelecidas pelas próprias empresas. Como isto ocorre? Através do financiamento as entidades de regulação (estas empresas financiam 1/3 do orçamento do Iasb, por exemplo) ou pela mão de obra, oriunda destas entidades (desde a década de oitenta os diretores de contabilidade da SEC são oriundos das grandes empresas e isto é somente um exemplo). 

(foto aqui)