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20 janeiro 2020

Rir é o melhor remédio



"Eu não vou pagar impostos. Quando eles disserem que eu vou para a prisão, direi não, as prisões custam muito dinheiro aos contribuintes. Você fica com o que teria custado para me encarcerar, e vamos dizer que estamos empatados." –Jimmy Kimmel  


Adaptado daqui.

19 janeiro 2020

Contabilidade e a Corrupção: Isabel dos Santos

Já comentamos aqui no blog sobre a empresária angolana Isabel dos Santos. Filha do quase eterno presidente de Angola, Eduardo dos Santos, a empresária foi considerada pela Anistia Internacional um dos 15 maiores símbolos da corrupção no mundo (em companhia de Fifa, Mubarak e Petrobras). Apesar de sua presença cheirar corrupção, um relatório divulgado hoje por um consórcio internacional mostrou como consultores e contadores ajudaram Isabel dos Santos a construir e legalizar seu império. Além disto, o relato mostrou como empresas “respeitáveis”, como Dolce Gabbana aceitarem ter Isabel dos Santos como cliente, mesmo sabendo quem ela era. Segundo esta empresa, “não é problema o que os [nossos] clientes fazem da sua vida”.

O relato chama a atenção que muitos bancos, como Citi, Barclays, Santander ou Deutsche (até este banco alemão, sempre envolvido em problemas) recusaram a trabalhar com dos Santos e seu marido, o “empresário” Sindika Dokolo. Em 2014, o Santander chamou Isabel dos Santos de uma pessoa politicamente exposta, termo usado para funcionários públicos e parentes, vulneráveis à suborno ou corrupção, e não aceitou trabalhar com ela.

Mas isto não aconteceu com as empresas de consultoria e as empresas contábeis, que ganharam muito dinheiro com Isabel dos Santos e seus negócios. TODAS as empresas Big Four continuaram a trabalhar para as empresas de Isabel dos Santos, mesmo após as alegações de corrupção. O mesmo ocorreu com a Accenture, a McKinsey e BCG.

O jogo feito pelas empresas de contabilidade pode ser encontrado aqui. Resumimos a seguir o texto.

Cada uma das grandes empresas de auditoria continuaram trabalhando para Isabel dos Santos mesmo após o início das denúncias. Vamos a uma relação (alguns exemplos):

Deloitte = Finstar
EY = Zopt
KPMG = Urbinvest
PwC = a preferida de Isabel dos Santos, inclusive como consultoria tributária usando paraíso fiscal

As empresas deveriam denunciar indícios de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas parece que isto não funciona com as empresas de auditoria, mesmo com as regras exigindo uma conduta dos profissionais mais rígida. Sikka, um professor de contabilidade, resume isto: é um modelo de franquia global quando querem ganhar negócios, mas no momento da responsabilidade, afirmam que os negócios locais são independentes.

A reportagem tentou olhar o lado das Big Four, mas encontrou desculpas como “confidencialidade” e outras do gênero. A reportagem então submeteu um dos documentos divulgados, que incluía uma “taxa de sucesso” para o esposo de Isabel dos Santos de 4 milhões de dólares, a quatro peritos e todos disseram que isto parecia suspeito. Mas os profissionais da PwC não entenderam assim.

Isabel dos Santos disse que os documentos que serviram de base para reportagem são falsos. (os documentos podem ser encontrados aqui) Como uma grande parte da fortuna de Isabel dos Santos foi investida em Portugal, o assunto atraiu a imprensa de lá (aqui e aqui, por exemplo)

Falando com Estranhos

O novo livro de Malcolm Gladwell tem muito de Malcolm Gladwell: usando uma “teoria”, Gladwell escolhe alguns “casos” e conta de forma agradável, justificando sua “teoria”. Depois de Outliers, Ponto da Virada, Davi e Golias, Blink e o conjunto de artigos publicados em O que se passa na cabeça dos cachorros, Gladwell publica agora Falando com Estranhos. A ideia central é que os seres humanos não sabem julgar as pessoas. Não sabemos falar com as pessoas desconhecidas e isto causa mal entendidos.

Para a contabilidade, dois aspectos interessantes que Gladwell aborda no novo livro. O primeiro é a história de Madoff, um especialista em fundos de investimento que enganou muitos investidores. Gladwell centra a atenção naquele que ele não conseguiu enganar: Harry Markopolos que descobriu que Madoff era uma enganação e sua estratégia de investimento era uma pirâmide. O exemplo é usado pelo autor para destacar que o ser humano tem um pressuposto no julgamento dos desconhecidos: que eles falam a verdade. Assim, Hitler foi verdadeiro quando disse para Chamberlain que não iria fazer a guerra; e Madoff também foi verdadeiro quando disse em uma entrevista que não tinha fraude no seu fundo. Bons casos para destacar sua teoria.

O segundo aspecto interessante para a contabilidade é a parte Transparência. Aqui Gladwell usa Friends, Amanda Knox e um caso de estupro em uma festa universitária. Seu ponto de vista é que muitas informações pode ser sinal de decisões ruins. Isto é contrário ao que a contabilidade pensa e nós exigimos da regulação. Gladwell enfatiza o caso dos juízes que devem decidir quanto um acusado deve pagar de fiança para não ir preso. Os juízes insistem em “olhar nos olhos” dos acusados, antes da decisão. E tudo parece indicar que a transparência das expressão dos atores de Friends é válida para uma série de TV, não para a vida real. Na vida real, a expressão dos acusados pode ser enganosa e levar às decisões ruins. Mais informação é igual a decisão ruim.

Vale a Pena? Gladwell é polêmico nas suas ideias e simplifica demais algumas coisas. Mas é inegável que é um excelente contador de história. Não é o melhor livro dele (ficaria entre Outliers e Blink), mas é um livro fácil de ler.

Competição é para perdedores: lições de Peter Thiel

Reportagem no WSJ

Gangue importa

Usando dados de El Salvador, uma pesquisa mostrou que pessoas que vivem em áreas sob o controle de gangues tem menor educação, riqueza ou renda, quando comparado com pessoas que vivem 50 metros de distância, em região não controlada por gangues. 

Como a distância é pequena entre as áreas, não é o fato de ter menos serviços públicos disponíveis ou outro tipo de justificativa. Segundo os autores, as gangues restringem a mobilidade das pessoas e as opções de trabalho. Isto faz diferença para as pessoas que vivem em áreas dominadas por gangues.

Via aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

18 janeiro 2020

Efeito colateral da inspeção de auditoria

 A presença e a possibilidade de inspeção, por parte do PCAOB, faz com que a empresa de auditoria concentre seus esforços nos clientes de maior risco, deixando de lado os clientes de menor risco.

Veja que é algo como acontece com um professor que orienta dois alunos: aquele com maior risco de ser reprovado talvez tenha mais atenção do professor. Mas nem sempre é isto que ocorre: sabendo disto, o professor pode focar no melhor aluno e deixar abandonado o "caso perdido". O que ocorre mais?

No caso do auditor, há um risco reputacional. Isto pode fazer com que a conclusão da pesquisa pareça meio óbvia, mas é algo novo sobre a forma como o auditor trabalha.


I provide theory-based causal evidence on the effects of risk-based regulatory inspections, modeled after the PCAOB's, on auditor behavior in a multi-client setting where clients with relatively higher misstatement risk ("higher-risk" clients) have a higher risk of being inspected than clients with relatively lower misstatement risk ("lower-risk" clients). I predict and find inspections increase auditor effort, but only for higher-risk clients. Inspections impair auditors' decision performance for lower-risk clients relative to a regime without inspections and relative to higher-risk clients within an inspections regime, ceteris paribus. Theory-based process model results show inspections increase auditors' perceived inspection risks, which increase auditor effort for higher-risk clients, but also increase auditors' task-related anxiety resulting in decreased decision performance for lower-risk clients. Notwithstanding the previously-identified benefits, this study identifies potential unintended consequences of risk-based regulatory inspections.

Lori Shefchik Bhaskar (2019) How do Risk-Based Inspections Impact Auditor Behavior? Experimental Evidence on the PCAOB's Process. The Accounting Review In-Press.  

Barcelona primeiro

O ranking dos maiores clubes de futebol do mundo aponta, pela primeira vez, o Barcelona em primeiro lugar. O clube espanhol ultrapassou o United e o Real Madrid, que dominavam a classificação feita pela Deloitte. A tabela abaixo mostra a evolução da receita do time em três grandes grupos: renda dos jogos, transmissão dos jogos e comercial. O que garantiu a posição do Barcelona foi a parte comercial, que duplicou em dez anos.

Mas a evolução dos outros dois grupos também foi importante. Veja, em termos comparativos, os dados do Real Madrid, o grande adversário do Barcelona na Espanha. A receita dos jogos do Real aumentou 12% (versus 63% do Barcelona). Os direitos de transmissão apresentaram um comportamento similar, mas a evolução do grupo "comercial" no Real foi de 187%, versus 215% do Barcelona.

Concentração no futebol

Usando as informações contábeis, a UEFA chegou a conclusão que o futebol está altamente concentrado.

Depois de Deloitte e KPMG divulgarem seus relatórios financeiros em relação ao futebol europeu, foi a vez de a Uefa apresentar a sua própria compilação de dados, mas relativos a 2018. E o recorte da federação também foi diferente, apontando para um problema no panorama geral do futebol europeu: a discrepância financeira entre os principais clubes e o restante é uma ameaça ao sucesso do futebol no continente. O relatório aponta que os 30 clubes mais ricos geraram basicamente o mesmo que os outros 682 juntos.

Mas a concentração também ocorre nas ligas. O mesmo fato está ocorrendo no Brasil, onde os campeonatos estaduais irão deixar de ter relevância, sendo substituído pelo campeonato nacional. E neste campeonato, o número de clubes favoritos reduz a cada dia.

Rir é o melhor remédio

Submissão de um artigo

17 janeiro 2020

Projeto de lei visando custo menor para captação de pequena empresa

O governo quer ressuscitar uma proposta que permite a redução dos custos de captação de recursos no mercado de capitais para pequenas e médias empresas. Uma minuta de projeto de lei já está pronta para ser encaminhada ainda este ano ao Congresso Nacional, alterando a Lei das Sociedades Anônimas para conferir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a possibilidade de aplicar descontos regulatórios às companhias com faturamento bruto anual inferior a R$ 500 milhões. [...]

Segundo pontos da minuta repassados ao Valor, a CVM poderá dar descontos em procedimentos no que se refere à obtenção do registro de emissor; distribuições públicas, no mercado primário ou secundário, de valores mobiliários (inclusive com relação à possibilidade de dispensa da participação de instituição intermediária); prestação de informações periódicas e eventuais (de modo a, por exemplo, reduzir a periodicidade das demonstrações contábeis ou flexibilizar a exigência de que sejam auditadas).

Além disso, isenções e descontos poderão ser concedidos no caso de distribuição obrigatória de dividendos, além da obrigação de realização de oferta pública de aquisição de ações para cancelamento do registro de companhia aberta e por aumento de participação. Segundo o subsecretário, às vezes alguns custos são justificados e proporcionais para uma empresa grande, mas acabam inviabilizando o acesso das pequenas ao mercado de capitais. [...]

Outra medida para reduzir custos de pequenas e médias empresas é a criação de lei específica para disciplinar a nota comercial como valor mobiliário desvinculado da nota promissória. [...]

Outras medidas foram acordadas no ano passado do âmbito IMK para serem implementadas em 2020 com o objetivo de modernizar instrumentos financeiros. [...] Entre elas, está a possibilidade de emissão das Letra Imobiliária Garantidas (LIG) no exterior. No lado tributário, após consenso no IMK, será debatido com a Receita Federal a isenção de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) para as contribuições extraordinárias cobradas dos participantes dos fundos de pensão para restabelecer o equilíbrio financeiro e garantir a sustentabilidade dos pagamentos.

Fonte: Aqui

Alphabet se torna 4ª empresa nos EUA a atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado

Fonte: aqui
A Alphabet, empresa mãe do Google, se tornou a 4ª empresa a atingir valor de mercado de US$ 1 trilhão nos Estados Unidos nesta quinta-feira (16). As ações da companhia subiram 0,8%.

Com o feito, a Alphabet se junta a outras empresas, todas do setor de tecnologia, que já tinham alcançado esse valor: Apple, Microsoft e Amazon, que tecnicamente nunca terminou um pregão valendo mais de US$ 1 trilhão.

Apple atingiu o valor em 2018, assim como a Amazon. A Microsoft alcançou a marca em abril do ano passado.

Os ganhos mostram a dominância das empresas de tecnologia no mercado acionário. As cinco maiores empresas do índice S&P 500 — Amazon, Microsoft, Alphabet, Apple e Facebook — respondem por 19% do peso do índice, uma alta de 7 pontos em relação a 5 anos atrás.

A Alphabet foi oficialmente criada em 2015, quando o Google decidiu separar o negócio principal da empresa — baseado em buscas de internet e venda de publicidade — de outras iniciativas, como carros autônomos, produtos para casa conectada e até o YouTube.

Fonte: Aqui