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06 julho 2019

Frase


A doença da política hoje não é o populismo, é um simplismo: a simplificação excessiva de problemas complexos.

Fonte: Aqui, via Aqui

Os livros mais vendidos de todos os tempos

A listagem dos livros mais vendidos na história será necessariamente controversa. Há dificuldade nos números, que inclui livros antigos com pouco registro do número de exemplares. Outro aspecto é como considerar o conceito de livro: Harry Potter é um livro ou um conjunto de livros; os livros publicados “copiados” de um terceiro, como a Summa de Pacioli, que foi “copiada” em diferentes idiomas; e as estatísticas das publicações “piratas”; todas são situações onde a mensuração do número pode ser complicada.

O livro Harry Potter e a Pedra Filosofal vendeu 120 milhões de cópias. Já o catalogo da Ikea teve 203 milhões na tiragem de 2017. Mas o catalogo da Ikea não é bem um livro. E quando consideramos a Bíblia e suas derivações torna a listagem mais complicada ainda.

A seguir, uma tentativa de listagem dos livros mais vendidos de todos os tempos:

1 - Citações do Presidente Mao Zedong - O número de unidades vendidas deve estar entre 740 milhões e 5 bilhões de cópias. O ditador chinês, que governou a China entre 1949 até sua morte, publicou aforismos, mas sua tiragem foi comprada pelo estado, não pagou impostos e outros custos.

2 - Dicionário Xinhua - 567 milhões de cópias vendidas - É o dicionário mais “popular”, também vendido na China. Usado na escola primária da China.

3 - Harry Potter - 500 milhões de cópias vendidas para os sete livros. O livro foi escrito há mais de vinte anos e a primeira edição saiu em 1997. Como existe controvérsia dos dois primeiros da listagem, considerar Harry Potter um único livro também é polêmico.

4 - O Senhor dos Anéis - Mais de 100 milhões de cópias vendidas - Livro escrito por Tolkien cujas vendas aumentaram substancialmente com os filmes.

5- Pequeno Príncipe - estimativa de 150 milhões de cópias vendidas. Escrito por Antoine de Saint-EExupéry é também o livro não religioso mais traduzida do mundo: 382 idiomas.

6 - E não sobrou nenhum, de Agatha Christie - 100 milhões de cópias vendidas - É o mistério mais vendido de todos os tempos.

7 - O Código Da Vinci - Cerca de 60 milhões de cópias vendidas. Obra de Dan Brown

8 - Cookbook de Betty Crocker - cerca de 60 milhões decópias vendidas

Parte do sucesso dos livros citados acima ocorreu no final do século XX e início do século XXI. Por este motivo, é bom lembrar do livro “A Cabana do Pai Tomas” que vendeu 3 milhões de exemplares, a maior parte no século XIX.

Adaptado livremente daqui. Dos oito livros mais "vendidos", eu li quatro.

Rir é o melhor remédio


05 julho 2019

O dinheiro acabou

Alguns economistas têm criticado a “obsessão” pelo ajuste fiscal em decorrência dos seus efeitos deletérios sobre a atividade econômica, enquanto outros defendem a expansão do investimento em infraestrutura.

A atual política fiscal, no entanto, não é o resultado de uma escolha. O dinheiro acabou e o governo não pode aumentar o gasto público.

O problema decorre de muitas leis que tornaram compulsórios diversos gastos públicos, há décadas crescendo bem mais do que a renda nacional. Faz tempo, a receita corrente não é suficiente para pagar esses gastos, quanto mais as despesas discricionárias necessárias para manter a máquina pública funcionando.

Nos últimos anos, as contas foram pagas com receitas extraordinárias, como a devolução dos empréstimos ao BNDES ou o lucro do Banco Central. Essas fontes, no entanto, estão secando. A saída seria o governo se endividar para pagar as despesas correntes, mas isso é proibido por artigo da Constituição —a regra de ouro.

Por essa razão, o governo teve que pedir ao Congresso a aprovação de crédito suplementar, uma saída que pode ser até legal, mas fere o espírito da regra de ouro. A alternativa seria interromper pagamentos de programas como o Bolsa Família, o que ninguém tem defendido.

Não há mais nada que o governo possa fazer na seara fiscal sem a revisão das leis em vigor.

Parece inevitável rever a regra de ouro. Essa mudança deveria ser acompanhada de medidas adicionais que interrompam o aumento descontrolado do gasto público, a começar pela reforma da Previdência.

Caso o governo tenha que se endividar para pagar despesas correntes, a contrapartida deveria ser proibir o aumento dos gastos com os servidores, a concessão de subsídios e a criação de despesas obrigatórias.

Sem essas medidas, o crescimento da dívida pública levará ao aumento da inflação e das taxas de juros, prejudicando ainda mais a economia.

A expansão da infraestrutura seria bem-vinda, mas vale lembrar alguns dos projetos do governo dos últimos 15 anos, como as refinarias ineficientes, o trem-bala e Angra 3. Se é para fazer isso, melhor mesmo não ter dinheiro para gastar.

O poder público foi, inclusive, incapaz de propor projetos executivos detalhados, o que resultou em falta de previsibilidade das contrapartidas ambientais e sociais, comprometendo severamente os planos iniciais.

Quem vai investir em infraestrutura depois dos seguidos problemas emBelo Monte e no linhão de energia em Roraima? Houve ainda as desastrosas intervenções nos setores de óleo e gás e de energia.

Não faltam recursos privados para os investimentos; faltam, isso sim, regras previsíveis, o que é fácil de diagnosticar, mas difícil de resolver. Os problemas são mais sutis do que sugerem as frases de efeito.

Marcos Lisboa
Presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005) e doutor em economia.

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Fonte: aqui

Bancos Europeus

Na internet, dois gráficos sobre a cotação das ações. O primeiro é o índice Stoxx 600 Banks:
A partir de 2015 o índice das instituições financeiras começaram a cair. O nível mais baixo ocorreu quando tivemos o Brexit ou a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia. Em 2018, a crise com o Deutsche Bank não deixou o índice ter uma recuperação.

Entretanto, uma análise histórica do preço da ação da instituição alemã mostra que o problema é muito anterior:
Na crise financeira a ações do Deutsche caíram de um teto de 120 Euros para 20 Euros. Atualmente está um pouco abaixo dos 7 euros. Mesmo com a volta do lucro, as investigações sobre fraude fiscal e os problemas de controle interno não ajudam.

Rir é o melhor remédio


04 julho 2019

Liberdade econômica

A medida provisório 881, que trata da liberdade econômica, está sendo ampliada na tramitação no Congresso Nacional. Há uma pressão para simplificação do e-Social - ou sua extinção. A comissão mista deve-se reunir na terça feira, as 14 horas, mas o repórter do jornal Valor afirma que conheceu o parecer do relator.

Segundo o jornal, outra alteração seria a proibição “que conselhos, sociedades, associações e sindicatos profissionais, estabeleçam, por autorregulação, valores mínimos e máximos que serão cobrados por profissionais liberais. Isto atingiria diretamente o CFC, por exemplo.

Mas uma vez que a MP recebeu mais de 300 emendas, talvez o consenso não seja tão fácil assim.

Custo do off-line

O desenvolvimento da internet trouxe novas oportunidades e receitas. Mas criou um problema: a dependência de estar on-line. Quando o consumidor deixa de ter acesso ao site de uma empresa, isto pode representar perda de receita. E o custo da interrupção aumentou nos últimos anos.

Um cálculo feito usando o ABC, em 2010, 2013 e 2016, mostrou o custo por minuto de um data center com problema. Eis o resultado:

Se em 2010 o custo por minuto do inatividade era de 5 mil dólares, em 2016 este valor aumento quase 60%. Como algumas da paradas foram superiores a um minuto, o custo total é muito expressivo. Uma interrupção média custa algo em torno de 740 mil de dólares ou US$9000 x 1hora e 20 minutos.

Como os mercados on-line são cada vez mais representativos, o risco de uma interrupção e o seu custo são relevantes.

Leia mais aqui

Desonestidade

Como as pessoas reagem quando acham uma carteira de alguém? A reação varia conforme o local e também o conteúdo da carteira explica o comportamento das pessoas. Um estudo, publicado na Science tratou deste assunto. Alain Cohn, Michael André Marechal, David Tannenbaum e Christian Lukas usaram assistentes que “acharam” uma carteira em 355 cidades de 40 países do mundo. E verificaram a honestidade das pessoas. No total foram 17 mil carteiras, a um custo de meio milhão de dólares.

Em cada carteira tinham listas de compras, em língua local, e cartões com o nome da pessoa que perdeu (incluindo o e-mail). Em algumas carteiras, nenhum dinheiro. Em outras, cerca de 13 dólares em moeda local. Os assistentes entregaram as carteiras para funcionários de bancos, hotéis, agências dos correios, museus e delegacias de polícia. Afirmavam que tinham encontrado a carteira e estavam com pressa para entrar em contato com o dono. E deram a responsabilidade para que recebeu a carteira. Nas carteiras sem dinheiro, o índice de devolução foi de 40%. Nas carteiras com dinheiro, a devolução foi de 51%.

Este índice variou conforme o país: na Dinamarca o percentual de devolução foi de 82%, mas nos Estados Unidos foi de 57%.



Além disto, os pesquisadores também aumentaram a quantidade de dinheiro em três países (EUA, RU e Polônia) e uma grande surpresa: o percentual de devolução aumentou, em lugar de diminuir. Pela teoria formulada por Gary Becker deveria ser o oposto, já que o comportamento desonesto é uma especie de análise do custo benefício.

Outro fato interessante: algumas carteiras não tinham dinheiro, mas tinha um chave. A presença da chave também aumentou o índice de devolução.

O gráfico mostra em amarelo o percentual de devolução com a carteira sem dinheiro; de vermelho, com dinheiro. Países escandinavos são honestos; China foi o mais desonesto. O Brasil ficou em 26o lugar; nada mal, para quem tem a fama de ser um país dos desonestos.

Um estudo realizado no Brasil mostrou também que os grupos sociais podem afetar esta honestidade das pessoas. Trata-se da tese de doutorado de Mariana Bonfim.

Fonte: Civic honesty around the globe. Science 20 JUN 2019. DOI: 10.1126/science.aau8712

Rir é o melhor remédio


03 julho 2019

Medida não GAAP

A tabela a seguir mostra um crescimento substancial na utilização de métricas não-GAAP nos Estados Unidos desde a crise financeira. Mais de dois terços das empresas estão usando para remunerar seus executivos.


O problema é que a medida não-GAAP é agressiva e pode significar governança ruim.  Um exemplo é uma empresa que, em lugar de usar o Fluxo de Caixa das Operações, utiliza Ebitda ou Ebitda Ajustado. Em situações práticas é muito mais difícil obter um fluxo positivo que um Ebitda.

Alguns defendem que o problema não é a medida, mas a transparência. Uma corrente mais forte defende a proibição desta medidas para fins de remuneração.